A Música Sacra Dentro da Cosmovisão Adventista – Parte 4

Interpretando e Aplicando Conceitos de Ellen White

Conclusão

Estou persuadido de ter apresentado razões mais do que suficientes para discordar daqueles que assumem uma posição de relativismo que não se conforma com o pensamento adventista, dentro do qual a música não é mero fenômeno dentro de limites sócio-culturais ou mesmo antropológicos; na Criação, os anjos cantavam (Jó 38:7), indicando que, desde o princípio esta forma de adoração é independente da experiência (e até anterior à própria existência) dos seres humanos. Não é bíblico tratarmos a música apenas como manifestação de cultura, porque princípios de adoração estão em jogo.

A música, como toda arte, é passível de evolução, desde que os princípios da Revelação, em se tratando de música sacra, sejam praticados coerentemente. Não devemos esperar que os “bons tempos” do passado voltem; todavia, devemos cobrar que nossos músicos sejam integralmente ligados a Deus para produzir e apresentar música nova, compatível com a adoração, coerente com o período em que vivemos, sem ser conivente com o padrão mundano.

Se adoramos a um Deus santo, tenderemos a desenvolver uma espécie de adoração cuja forma seja compatível com a reverência requerida diante de Sua santidade. Em contrapartida, ao admitirmos conceitos baseados em nosso critério pessoal ou focando em nossa satisfação, a cosmovisão desenvolvida será contrária à adventista, e, conseqüentemente, nossa adoração será diferente da que se espera como resultado da vivência propriamente adventista. Que a presença de seres santos é incompatível com determinados tipos de música popular fica evidente pelo texto seguinte:

“Voam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para o salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Têm a tristeza no semblante. Vede como choram! Isso vi eu repetidamente pelas fileiras dos observadores do sábado, e especialmente em ______.”

De tudo quanto apresentamos, nosso pensamento se volta para a premente necessidade de que o padrão bíblico para a adoração seja mais bem compreendido pelo adorador adventista; portanto, incentivamos aos pastores e líderes locais, bem como aos diretores de nossas instituições, e mesmo aos membros esclarecidos de nossa denominação, enfim, a todos que temem a Deus, que estudem cautelosamente e com humildade tudo quanto envolva a adoração, em geral, e a música, em particular.

Enquanto critérios subjetivos (e mesmo relativistas) dominarem o cenário do adventismo brasileiro no que se reporta à música (apresentada durante os cultos, congressos, reuniões de líderes, concílios e grandes eventos ou veiculada em programas de rádio ou televisão), dificilmente poderemos estar à altura de nossa comissão, porque teremos perdido nossa identidade como povo peculiar de Deus.

Sentimos ser o tempo de nos mobilizarmos para estudar maneiras de crescer enquanto adoradores: grupos de estudo ou comissões especiais devem ser formados nas igrejas, reunindo-se pelo tempo que acharem conveniente para formar uma declaração local ou distrital sobre o assunto, a qual deverá ser expressa na forma de princípios claros e bem definidos. Tal declaração tem ainda de ser apresentada à igreja e votada pela comissão. Uma vez que a determinada igreja ou distrito pastoral adquira a sua compreensão da adoração, esta visão precisa ser compartilhada sistematicamente, para que haja uma reeducação do adorador que freqüentar a congregação ou distrito.

Em cima desta visão, poderemos fortalecer um sólido ministério musical dentro do contexto distrital, incentivando financeiramente pessoas que tenham talento para a música para que completem sua formação em conservatórios ou adquiram instrumentos. Esse ministério, sem dúvida, enriquecerá o culto de adoração e permitirá que os talentos que Deus concedeu não apenas sejam bem aproveitados, mas também corretamente direcionados. Músicos cristãos recebendo apoio de suas congregações é fato mais comum do que nos pareça. Para isto, basta termos um propósito bem definido e uma visão bem fundamentada sobre como dirigir a adoração em nossos cultos.

“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2


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Notas:

[1] – Mensagens aos Jovens, p. 295


O Pr. Douglas Reis mantém o blog Questão de Confiança.

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Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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