Ao Vencedor … Coluna no Templo de Deus

I – Introdução: Em seu livro “Maravilhosa Graça”, Philip Yancey conta uma história memorável que tem se reproduzido com muita freqüência em nossos dias, ela é sem dúvida uma versão moderna da Parábola do Filho Pródigo. A história é de “Uma jovem criada em um pomar de cerejas na parte superior de Traverse City, no Michigan”, cujos pais costumavam reagir mal ao seu piercing no nariz, às musicas que ouviam e ao comprimento de suas saias. E isto para ela era extremamente irritante, muitas vezes, em meio às discussões ela batia a porta do quarto ao passo que gritava o quanto os odiava.

Um dia não suportando mais “a pressão” ela fugiu para uma cidade que sabia que seus pais nunca iam procurá-la, Detroit, já que noticias de violência daquela cidade chegavam constantemente assustando os moradores da pacata Traverse City.

No seu segundo dia em Detroit, ela encontrou um homem em um grande carro que lhe ofereceu carona, pagou-lhe almoço, deu-lhes algumas drogas e arranjou um lugar onde ela pudesse ficar. Não demorou muito para que aquele homem a iniciasse no mundo da prostituição e como ela era menor de idade, os homens lhe pagavam mais.

Agora ela se sentia livre, podia se vestir do jeito que quisesse, andar como sempre sonhou, chegar e sair sem gente no seu pé, sem dizer o que fazer e como viver. De quando em quando ela pensava nos seus pais, mas a sua vida em sua cidade era tão chata e provinciana que voltar para casa era idéia muito remota.

Um dia ela tomou um susto quando viu a sua foto numa embalagem de leite com a seguinte inscrição “Vocês viram esta criança?” Como se encontrava muito diferente daquela foto, com forte maquiagem e aparência de uma mulher vivida, ela tinha certeza que ninguém iria reconhecê-la.

Passou-se apenas um ano para que os sintomas de uma terrível doença aparecessem, e ela ficou surpresa da crueldade do homem que ela chamava de chefe. Ele a expulsou do apartamento em que ela morava, sem nenhum dinheiro.

Na rua, o pouco que ela ganhava era para manter o vício. Quando chegou o inverno, ela tinha que se abrigar em frente a uma loja de departamentos, contudo suas noites eram terrivelmente inseguras. À noite quando alguém se aproximava logo temia, pois, uma adolescente doente não tem muita defesa. Isto lhe custava olheiras profundas, sua tosse piorava.

Uma noite em particular ela se sentiu perdida com bolsos vazios e com a fome apertando. Aquela situação despertou uma série de lembranças e uma imagem tomava conta de sua mente; era mês de maio e na sua cidade natal milhares de cerejeiras estavam em flor, ela se lembrou do seu cachorrinho brincando entre as vicejantes árvores. E entre tantas coisas ela pensou “Meu cachorro em casa come melhor do que eu agora”. Ela não via outra possibilidade de sobreviver a não ser voltar para casa.

Criando coragem ligou para a sua casa. Três telefonemas caíram na secretária eletrônica. Nas duas primeiras vezes, ela desligou sem deixar uma mensagem; mas na terceira ela resolveu deixar uma mensagem: “Papai, mamãe, sou eu. Estive pensando em voltar para casa. Estou pegando um ônibus e chegarei amanhã lá pela meia-noite. Se vocês não estiverem me esperando, bem, acho que ficarei no ônibus e irei para o Canadá”.

Durante a longa viagem ela pensou nos erros que ela tinha cometido. “Se seus pais tivessem fora da cidade e nem tivessem ouvido a mensagem?” Não poderia ter esperado outro dia para poder falar com eles? E, mesmo se estivessem em casa, provavelmente já a consideravam morta há muito tempo para se recuperarem do choque. Ela chegou até mesmo a ensaiar uma fala “Papai, sinto muito. Sei que estava errada. A culpa não foi sua; foi minha. Papai você pode me perdoar?”. Ela repetiu isso várias vezes, pois nos últimos anos não havia pedido perdão a ninguém.

Logo que o ônibus entrou na rodoviária, o motorista ligou o microfone e anunciou:

“Quinze minutos, pessoal. É tudo que vamos gastar aqui”. Quinze minutos para decidir a sua vida.

A jovem entrou na plataforma de desembarque e o que ela viu jamais podia imaginar nem nos seus pensamentos mais otimistas. Ali estava um grupo de mais de quarenta parentes, irmãos e irmãs, tios e primos, uma avó e uma bisavó para recebê-la. Todos estavam usando chapeuzinhos de festa e assoprando apitos. Na parede do terminal havia um cartaz, dizendo: “Seja bem-vinda!”.

Se esgueirando pelo meio da multidão surge o seu pai, ela então fitando os olhos nele começa seu discurso que ela tanto ensaiara: “Papai, sinto muito. Eu sei…”. Ele sem demora a interrompe. “Não temos tempo para isso agora. Nada de pedidos de desculpas. Você vai chegar atrasada na festa. Lá em casa há um banquete esperando por você”.

II – Muitos Têm Deixado a Casa de Seu Pai.

Não temos dados exatos de quantos jovens têm se afastado da casa do Grande Pai celestial. Não sabemos quantos se sentem presos a um conjunto de normas e princípios que parecem lhes tirar a alegria da liberdade. De concreto mesmo, é que não conhecemos nenhuma pessoa que tenha deixado a segurança da família de Deus, que não tenha voltado com marcas, cicatrizes e amargas lembranças do triste mundo de pecado.

É neste contexto que temos uma maravilhosa promessa para aqueles que voltarem a tempo ou que nunca abandonaram a Deus.

“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome.” Apoc. 3:12

A promessa de ser uma coluna do templo de Deus é uma metáfora. No Novo Testamento a palavra que é traduzida como templo geralmente se refere ao Santuário interior. Esta promessa indica que o vencedor ocupará um lugar permanente na eterna presença de Deus. Finalmente o plano original de Deus é concretizado. Deus fez o homem para que ele estivesse constantemente na sua companhia, eles se falavam face a face; a hora do encontro no jardim do Éden era a hora mais esperada; Deus e Adão ficavam ansiosos para chegar o momento da viração do dia (Gên. 3:08).

Mas, o pecado rompeu esta fantástica relação. Deus não mais podia falar com homem face a face e, para não perder o contato, Ele mandou construir o santuário. A razão especial para a construção mais uma vez foi confirmar a vontade de Deus de estar com os homens:

“E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles.” Êxod 25:08. Os homens fizeram pouco caso também do santuário e Deus teve que de certa forma se retirar dele.

Não suportando a distância, Deus manda Cristo. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” Jo. 1:14. Só que no mesmo capitulo é dito: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. (Vers. 1).

Contudo, no livro de Apocalipse temos implícita ou explicitamente várias vezes a certeza que finalmente Deus voltará a se comunicar, a conviver pessoalmente com o homem. Esta extraordinária realidade tem sua confirmação na frase “donde jamais sairá”, os que momentaneamente um dia se afastaram de Seu Pai, não mais temerão as tentações, as tristezas ou qualquer outra coisa que possa separá-los de seu criador.

III – Nomes Que Confirmam.

Se a promessa fosse apenas sobre a confirmação da sempiterna companhia de Deus já seria por demais compensadora, mas como já falamos Deus dá bênçãos “em pacotes completos”. E aqui chegamos à parte da promessa que traz uma série de nomes que tem como função confirmar a obra de redenção de Deus em Seus filhos.

“…e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome.” Apoc. 3:12 u.p.

A) “… escreverei o nome de Deus…”

Os nomes na Bíblia geralmente refletem personalidade e o caráter de quem o possui. Os vencedores receberão para sempre a impressão permanente do caráter de Deus.

A imagem e semelhança de Deus finalmente são restauradas e assim como os reis de há muito tempo colocavam seus rostos nas moedas para que todos se lembrassem a quem elas pertenciam, Deus também colocará Seu nome como sinal de que seremos sua propriedade para todo sempre sem a mínima possibilidade de nos extraviarmos novamente.

B) “… o nome da cidade de meu Deus…”

O jovem vitorioso é cidadão da Nova Jerusálem. Por isso que a Nova Jerusalém é chamada também de “Cidade dos Santos”, “A Santa Cidade”. Assim como no passado os homens traziam, orgulhosamente no seu nome, o nome da cidade a quem eles pertenciam, Deus lhes oferece o nome da cidade como símbolo que nada de contaminado nela pode entrar (Apoc. 21:04) e que todos os seus cidadãos nela desfrutarão de eterna santidade.

c) “…o meu novo nome”.

Sobre o novo nome de Deus é bem provável que seja o nome mencionado pelo profeta Jeremias, pois ele diz: “Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA”. (Jer. 23:06). Este nome é a maior evidência que ninguém estará ali pelos seus próprios méritos senão pela retidão e vitória de Jesus Cristo outorgada a nós. Mas, para recebermos as três gloriosas inscrições, deve o jovem cristão a cada dia pelo poder de Deus resistir às tentações, deve ansiar mais que tudo a companhia de Seu mestre até o ponto de experimentar passar pelo que Enoque passou. Ele buscou tanto a companhia do Senhor, que Deus o tomou para si (Gên. 5:24).

IV – Conclusão: Já passou da hora de estarmos com Cristo, já passou da hora de estarmos em Sua eterna companhia. Se estamos afastados de casa já passou da hora de voltarmos. Vivemos num tempo emprestado que não é eterno. Logo aquele que vem, virá e não tardará, somente aqueles que desejarem a companhia de Cristo tal como Ele deseja a nossa, poderá ser coluna para sempre no santuário de Deus. NEle está a nossa espera, Ele quer nos selar para sempre com os nomes da confirmação da redenção. Busquemos enquanto podemos achá-lo. Há uma festa na casa de nosso Pai nos esperando.

Autor: Pr. Donato Azevedo Filho

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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