Balaão, um profeta pagão?

Balaão era um profeta de Deus?

Balaão é uma figura enigmática (Nm 22-24). Gostaríamos de saber mais sobre ele, mas a única informação que temos é a que o texto oferece. E é isso que vamos examinar brevemente.

1. Profeta de Deus: Qual era a ligação entre o Senhor e Balaão? Ele era um adorador do Senhor? Uma coisa é clara: o Espírito do Senhor veio sobre ele, e ele profetizou sobre o futuro do povo de Deus e a vinda do Messias (Num. 24:1-9, 17-19). Apesar de Balaque, rei de Moabe, querer que Balaão amaldiçoasse Israel, ele só poderia reconhecer que eles tinham sido abençoados pelo Senhor. O Senhor o usou e lhe revelou Seu plano. Foi este um incidente isolado, a primeira vez que o Senhor o usou como um profeta? Provavelmente não, mas dificilmente podemos ter certeza.

Balaão disse aos mensageiros de Balaque:”Mesmo que Balaque me desse o seu palácio cheio de prata e de ouro, eu não poderia fazer coisa alguma, grande ou pequena, que vá além da ordem do Senhor, o meu Deus” (Nm 22:18). Assim, sabemos que Balaão era um convertido ao Senhor, o Deus de Israel, e O adorava. Nós não sabemos quando e como isso aconteceu, mas sabemos que, como resultado de seu compromisso para com Ele, Deus usou Balaão como Seu profeta. A idéia de que Deus pode levantar um profeta entre os não-israelitas não é comum na Bíblia, mas também não é estranha (Cf. Jó; 2 Crônicas 35:21).

2. Prática de rituais pagãos: Dois outros detalhes contribuem para fazer de Balaão uma figura enigmática. Primeiro, vamos encontrá-lo a serviço de um rei que queria que ele amaldiçoasse Israel, o povo do Senhor, em segundo lugar, na busca de uma revelação de Deus ele usou práticas pagãs. Os pagãos usavam diferentes rituais para influenciar os deuses e preverem o futuro. Em algum ponto Balaão combinava a adoração à Deus com práticas rituais pagãs e adorava outros deuses.

Em 1967, durante uma escavação arqueológica em Tell Deir Allá (leste do Vale do Jordão), um gesso foi encontrado com a escrita “Balaão filho de Beor” sendo mencionado e chamado de “vidente dos deuses”. Estudiosos concordam que este Balaão é o mesmo mencionado na Bíblia, e eles provavelmente estão certos. A Bíblia descreve-o como um adivinho que cobrava remuneração pelas adivinhações ou instrumentos (a palavra hebraica qesen em números 22:7 poderia estar se referindo aos instrumentos de adivinhação). Números 24:1 diz que antes dele pronunciar seu terceiro oráculo “não recorreu à magia [hebraico, nachash, provavelmente pedindo um mau presságio, cf. Num. 23:23], como das outras vezes” (NVI), o que implica que nas duas ocasiões anteriores, ele praticava feitiçaria. O texto não especifica o ritual que ele usou para procurar o presságio. Ele foi incapaz
de coagir ao Senhor para revelar um mau presságio contra Israel. Sua ligação com o politeísmo sugere que ele tinha, em princípio, rejeitado o Senhor de Israel.

3. Finalidade da História: A importância desta história não é tanto saber mais sobre Balaão, mas compreender a sua finalidade dentro do livro de Números. Primeiro, a narrativa mostra que não há outro Deus como o Deus de Israel. Balaão estava completamente ciente de que Javé é o único que não pode ser coagido por seres humanos; e que a bruxaria é ineficaz com ele. Várias vezes Balaão reconheceu que ele poderia dizer apenas o que o Senhor colocou em sua boca, e que ele era incapaz de pôr na boca de Deus o que Balaque solicitara. Pelo terceiro oráculo Balaão abandonou qualquer tentativa de influênciar Deus e se colocou à Sua disposição. Foi quando o Espírito desceu sobre ele.

Em segundo lugar, a história demonstra que o povo de Deus é invencível. As forças do mal não podem levar a bom termo os seus propósitos malignos contra aqueles que são abençoados pelo Senhor. Em Números, Deus revelou-se como o líder militar do seu povo, um exército comandado vitoriosamente em direção a Canaã.

Em terceiro lugar, através da narrativa, Deus compartilhou com o mundo pagão Seus planos para Israel. visão de Balaão apontou para um momento em que, através do poder de Deus, Israel seria vitorioso sobre todos os seus inimigos e ser capaz de viver em paz (Nm 24:8, 9). Ele previu uma época em que o Rei de Israel eo seu reino será exaltado (versículos 8, 17-19). A mensagem desta história se aplica com igual força para povo de Deus hoje e reafirma a nossa confiança em nosso Salvador e Senhor. A visão de Balaão apontou para um momento em que, através do poder de Deus, Israel seria vitorioso sobre todos os seus inimigos e seria capaz de viver pacificamente (Nm 24:8, 9). Ele previu uma época em que o Rei de Israel e o seu reino seria exaltado (versículos 8, 17-19). A mensagem desta história se aplica com igual força para povo de Deus hoje e reafirma a nossa confiança em nosso Salvador e Senhor.

Texto de autoria de Ángel Manuel Rodríguez, publicado no site Biblical Research Institute. Crédito da tradução: Blog Sétimo Dia https://setimodia.wordpress.com/

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Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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