Batismo e Dons do Espírito

Este estudo tem 100% de suporte bíblico. Sendo assim, que o Espírito de Deus nos ajude a compreender a Sua Santa Palavra.

BATISMO ESPIRITUAL E O DOM DE LÍNGUAS. O Espírito Santo nos guia em toda a verdade, nos anima, consola, conforta, adverte, faz-nos lembrar as palavras de Cristo (João 14:25 e 26). É quem convence o ímpio do pecado, operando a regeneração de seu coração mal, impulsionando-o na aceitação de Cristo como Salvador, e isto é o que a Bíblia classifica de: “nascidos do Espírito” (João 3:8). Porém o Espírito Santo faz muito mais. Ele capacita o crente com um poder especial para o serviço de Deus; isto é o ser “cheio do Espírito”. (Atos 4:8). É este o batismo do Espírito Santo que Jesus mandou pedi-lo (Lucas 11:9 a 13). E Paulo levou adiante o conselho do Mestre (Efésios 5:18 a 21).

Ellen G. White, disse: “Deus quer que tenhais a graciosa dotação espiritual; então trabalhareis com um poder que antes nunca vos sentistes conscientes… Deus deseja refrigerar Seu povo mediante o dom do Espírito Santo, batizando-os novamente em Seu amor”. Evangelismo pág. 180; Serviço Cristão, pág. 250 – CPB. Portanto, o batismo espiritual é uma realidade e uma benção gloriosa. É uma dádiva celestial que nos diz respeito. Precisamos dele. Sem o batismo do Espírito Santo não realizaremos o trabalho do Senhor, a contento. Porém, o batismo do Espírito Santo ou ser “cheio” do Espírito não é uma experiência isolada, temporária ou dramática, ocorrida em determinado momento; mas sim uma dotação especial de poder ao crente que se coloca no altar de Deus como sacrifício vivo (Romanos 12:1); que faz uma entrega sem reservas de sua vida, andando lado a lado com o Senhor e que tem certeza plena da vida escolhida em Cristo, fato que gera então profundo gozo e grande autoridade na Palavra, bem como qualifica-o para realizar os milagres que Deus achar necessários.

Andar no Espírito é o primeiro passo para o batismo espiritual, isto é, capacitação do poder especial. O crente vai andando no Espírito (crescendo na fé), o poder do Espírito vai descendo até ele, (capacitando-o), até que ele dirá: “Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim…” (Gálatas 2:20). Eis aí o crente batizado com o Espírito Santo. Efetivamente, o crente batizado nas águas em nome da Trindade está completo. Ele tem o Espírito Santo, Jesus e Deus Pai no coração, porque os Três são Um e não se pode receber Um sem Os demais. “No Dom de Cristo e do Espírito Santo os Céus esvaziaram-se. Nada mais foi deixado para ser dado.” Atalaia 3/76, pág. 5 – CPB. Portanto, ao sair das águas o crente pode garantir: “Eu fui batizado com o Espírito Santo”. Deverá pois, prosseguir em sua experiência cristã andando no Espírito nO qual foi batizado.

Entretanto, o crente pode, após o batismo, resistir submeter sua vida ao Espírito Santo (Atos 7:51); podendo desta forma entristecê-Lo (Efésios 4:30); e pior, extingüí-Lo (I Tessalonicenses 5:19). Daí podemos afirmar: O crente pode ser batizado no Espírito Santo mas nunca chegar a ser “cheio” do Espírito Santo. “Ser continuamente cheio do Espírito é na verdade um desafio de cada dia. Nada, a não ser uma contínua vida de oração, contínua disciplina espiritual e constante vigilância capacitará o cristão de continuar a ser cheio do Espírito Santo” (Endruveit). O crente batizado no Pai, Filho e Espírito Santo tem todas as condições de crescer na graça e fé e ter uma vida cristã vitoriosa, sadia, frutífera, poderosa e plena, tornando-se “cheio” do Espírito Santo. Basta só consagração (dedicação). Sem errar, dizemos-lhe: O ser ou estar continuamente “cheio” do Espírito Santo deverá ser uma característica da vida do cristão. Não uma momentânea e passageira emotividade vinda porventura de um desgaste impulsivo de às vezes 45 minutos orando, em meio a febril gritaria. Batismo significa imergir. O batismo do Espírito Santo sugere pois que somos imersos em Cristo, que não é outra coisa, senão a experiência diária no processo da santificação. O esvaziamento voluntário do próprio EU para a entronização do Espírito Santo.

 Daí todos percebem quando alguém foi batizado com o Espírito Santo. Por que? Falou “línguas”?
 Não!
 Deu gritos de aleluias?
 Não! Foi porque sua vida mudou para melhor. Foram abandonados todos os defeitos de caráter. Vencidos o ódio, orgulho, egoísmo, inveja e toda a maldade e impureza que estavam arraigadas e escondidas no coração. Tem, tal crente, poder na palavra e louvor nos lábios. (É a experiência diária e não um momento explosivo).

Assim, pois, atua o Espírito Santo: – Na regeneração do pecador Ele liberta a alma do poder do pecado; na consagração do crente Ele dota a vida com o poder para o serviço de Deus. Em outras palavras: Antes da conversão o Espírito Santo trabalha de fora para dentro (Isaías 30:21; Apocalipse 3:20). Depois da conversão é de dentro para fora (I João 3:21 e 22; Hebreus 8:10 e 11). Só nos resta reafirmar-lhe, o Espírito Santo só precisa encontrar dedicação em sua vida para revesti-lo de Sua plenitude. O crente fiel e obediente, que se encontra em avançado estado de santidade recebe do Senhor o batismo do poder para executar o Seu trabalho. E assim vai se tornado um vaso de benção até o dia que o Senhor puder usá-lo de forma a concluir Sua obra, no derramamento da “chuva serôdia”.

BUSCAR O BATISMO DO ESPÍRITO. Amado irmão, você não deve buscar o batismo do Espírito Santo para falar “línguas”, ou para confirmá-lo como verdadeiro filho de Deus, ou para ser salvo, ou para sentir a alegria da salvação, ou ainda para ter a certeza da salvação, pois assim poderá ser envolvido por uma sutileza de Satanás. O batismo do Espírito Santo não é uma suplementação de sua fé e sim uma benção espiritual, uma capacitação contínua e progressiva. Davi quando se arrependeu de seu terrível pecado, experimentou o gozo do perdão, da salvação, do amor de Deus, da misericórdia divina, sem contudo falar “línguas” (Salmo 51:1 a 12; Salmo 145:1 a 5). A satisfação da salvação provém do arrependimento sincero e abandono de todos os pecados cometidos. A certeza da salvação está na aceitação do sacrifício expiatório de Cristo. E certamente o dom de falar novas línguas (línguas das nações), será concedido quando necessário, basta apenas crer. (Marcos 16:15 e 16; Filipenses 4:19 a 20).

Infelizmente nota-se na procura deste poder, como é visto no pentecostalismo atual, como quem o busca e necessita apenas uma vez. Na verdade uma pessoa que busca este poder, somente por alguns instantes, não tem experimentado aquela íntima comunhão com Cristo que produz uma vida cristã elevada, plena em harmonia, alegria, amor e felicidade, dia após dia. “O recebimento do Espírito Santo uma vez não é suficiente para a vida. Triste na verdade, é a experiência do homem que ainda se acha testificando que há vinte anos atrás o Espírito veio sobre ele. Ao contrário, nosso testemunho deveria ser que hoje o Espírito Santo novamente me batizou“. Atalaia 3/76, pág. 4 – CPB. “… o necessário é o batismo diário, a submissão diária, a vitória diária sobre o pecado, mediante um diário batismo do Espírito Santo”. Idem.

Não busque o batismo do Espírito sem a plena certeza de ter todos os seus pecados confessados e perdoados; sem estar em uniformidade com os reclamos da Onipotência, porque o diabo pode enviar-lhe um poder de contrafação para enganá-lo e até mesmo fazê-lo orgulha-se, sentir-se auto-suficiente, melhor que os outros, envaidecer-se, perde-se. Saiba também que: “uma profunda emoção de algumas horas não é o batismo espiritual: alegrias e transes nervosos e inquietos não tem valor em si, como fim desta benção gloriosa. O que importa é depois, é a duração dela no dia a dia, ano a ano da vida de serviços e de consagração. Pouco importa a certidão do dia do meu batismo no Espírito; importa sim, minha folha de serviços no poder do Espírito Santo! O dia é data minha; a obra realizada através de meses e anos são frutos e resultados para a igreja e o mundo. O valor não repousa sobre o que eu senti, mas o que os irmãos e o mundo sentem e vêem na minha vida, nos resultados conseqüentes de meu batismo pentecostal!” – Elemer Hasse, Luz Sobre Fenômenos Pentecostal, pág. 40.

Se nossa vida está envolvida na de Cristo, se a consagração é vista em nós, se nos encontramos no ápice da fé e obediência, Apocalipse 14:12, então é nossa essa dádiva do Céu. Essa dádiva (capacitação efetiva do Espírito Santo), é nos oferecida como penhor eterno, e não para produzir êxtase de emoção e prazer momentâneo, mas para vencermos as “astutas ciladas do diabo”, e realizarmos o trabalho de Deus (Mateus 28:18 a 20; Apocalipse 10:11).

 A obra do Espírito Santo é Cristocêntrica. Isto é, o Espírito Santo nada faz contrário ao que Cristo ensinou. Jesus garantiu, com relação ao Espírito:

Enviá-Lo. João 16:7
Lembrará tudo que Cristo disse. João 14:25 e 26
Testificará de Cristo. João 15:26
Guiará à toda verdade. João 16:13
Convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8 a 11

Se uma pessoa diz-se batizada pelo Espírito e está na igreja, 30, 40 ou 60 anos e ainda não foi lembrada pelo Espírito Santo de que o sábado é o dia do Senhor e que há necessidade de uma reforma de saúde, abstendo-se dos alimentos imundos, há algo errado!

Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 5.ª ed., 1993.

O ESPÍRITO SANTO PODERÁ RETIRAR-SE. “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” (Hebreus 10:29). Os que resistem ao Espírito de Deus, ofedendo-O até que vá embora, não sabem até onde Satanás os levará. Quando o Espírito Santo Se afasta do homem, este fará imperceptivelmente certas coisas que outrora encarava, de maneira correta, como evidente pecado. A menos que atenda às advertências, envolver-se-á num engano que, como no caso de Judas, o levará a tornar-se traidor e cego. Seguirá passo a passo as pegadas de Satanás. Quem, então, poderá lutar eficazmente contra ele? Pleitearão os pastores com ele e por ele? Todas as suas palavras são como conversas infundadas. Tais almas têm a Satanás como companheiro favorito, para desvirtuar as palavras proferidas e levá-las ao seu entendimento sob falsa luz.

Quando o Espírito de Deus é entristecido de tal modo que venha a retirar-Se, todo apelo feito através dos servos do Senhor é inexpressivo para eles. Interpretarão mal cada palavra. Zombarão e escarnecerão das mais solenes advertências bíblicas, as quais, não houvessem eles sido fascinados por instrumentos satânicos, os fariam tremer. Todo apelo feito a eles é inútil. Não prestam atenção a repreensões e conselhos. Desprezam todas as instâncias do Espírito e desobedecem aos mandamentos de Deus que outrora defendiam e enalteciam. As palavras do apóstolo bem podem aplicar-se a tais pessoas: “Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade?” (Gálatas 3:1). Seguem o conselho de seu próprio coração até que a verdade deixa de ser verdade para eles. Barrabás é escolhido, e Cristo é rejeitado.

É essencial viver toda palavra de Deus; do contrário, nossa velha natureza se reafirmará constantemente. É o próprio Espírito Santo, a graça redentora da verdade na alma, que torna os seguidores de Cristo um, uns com os outros, e um com Deus. Só Ele pode expelir a inimizade, a inveja e a incredulidade. Ele santifica todas as afeições. Restaura a alma desejosa e voluntária, do poder de Satanás para Deus. Este é o poder da graça. É um poder divino. Sob a sua influência, há uma mudança dos velhos hábitos (costumes e práticas que quando acalentados, separavam a alma de Deus); e a obra da santificação prossegue na alma, avançando e se ampliando constantemente. – (Review and Herald, 12 de outubro de 1897) – Ellen G. White, E Recebereis Poder, 1.ª ed., 1999, pág. 34.

O ESPÍRITO SANTO E OS DONS NECESSÁRIOS. Paulo ensinou e advertiu que os cristãos buscassem com zelo os dons espirituais. Paulo sabia desta necessidade, porém não desconhecia o fato de que, nesta busca, se feita desastradamente, fora do plano do Céu, poderia haver grande confusão e perversão que conduziria a malefícios para o cristão e a igreja. Cremos sinceramente nos dons espirituais. Achamo-los fundamentais e necessários hoje. Mas como pesquisadores do Livro Santo, receamos que algumas pessoas estão sendo enganadas pelas artimanhas do maligno. Os dons espirituais que são necessários à igreja parece que foram concentrados em apenas dois, o de curar e o de línguas. Pelo menos, tanto quanto sabemos, são os mais buscados e desejados. Afirmamos, há necessidade de vigilância, porque, para toda grande verdade de Deus, Satanás tem criado uma grande mentira, paralela. Satanás é grande conhecedor da Bíblia, e dela está se valendo para introduzir suas próprias idéias, e assim alcançar, imperceptivelmente, seus reais objetivos, cauterizando mentes no engano. Até mesmo em sua situação simples e sincera, um cristão que busca e se esforça por obter um dom espiritual pode ser envolvido por este ser que deseja a todos enganar.

DOM DE LÍNGUAS. Com relação ao dom de línguas, há flagrante desvirtuação na atualidade, pois milhares são os que crêem que só se recebe o Espírito Santo se falar “línguas estranhas”. E há mesmo quem afirme que, quem não fala “línguas estranha” é um cristão incompleto, não restaurado, cristão de segunda classe, etc. Grant é categórico: “… receber o batismo sem falar línguas estranhas é impossível… a língua celestial será a senha para a entrada no Céu”. O Batismo no Espírito Santo, Grant, págs. 81,97, 99 e 123.

 QUE DIZ A BÍBLIA? A doutrina de que cristão que não fala em “línguas” não foi batizado pelo Espírito Santo não tem fundamento, porque, estes crentes receberam o Espírito Santo e não falaram em “línguas”:

 João Batista Lucas 1:13 a 17
 Maria, a virgem virtuosa Lucas 1:34 e 35
 Izabel, prima da virgem Maria Lucas 1:39 a 41
 Zacarias, o pai de João Batista Lucas 1:67 e 68
 Jesus Cristo, de forma singular Lucas 3:21 e 22; Lucas 4:1 e 2
 Os sete diáconos da Igreja apostólica Atos 6:1 a 7
 Estevão, o primeiro mártir Atos 6:8 a 10
 Os samaritanos Atos 8:14 a 17

E finalmente, Paulo, o zeloso dos dons espirituais, nunca falou as “línguas” que são usadas no neo-pentecostalismo atual, como sendo a confirmação do crente ter recebido o Espírito Santo. Porém Paulo e Barnabé receberam imposição de mãos, foram separados e batizados pelo Espírito Santo, e não falaram “línguas”. (Atos 9:17 a 19; Atos 13:2 e 3).

LÍNGUA “ESTRANHA” OU IDIOMAS? Na expressão “línguas estranhas” em I Coríntios 14:2 a 6, pode-se notar que a palavra estranha está grifada, isto é, escrita diferente para informar que o tradutor não encontrou no original; ali foi colocada para dar sentido amplo. Porém, no mesmo capítulo, (v. 19), está explícito: “língua desconhecida”, e, esta, sim, está correta, no original. Para melhor esclarecimento, leia em I Coríntios 12:10 e 28, onde Paulo declina a expressão: “variedades de línguas”, que grandemente define tratar-se de um outro idioma, e não manifestação de sons desconexos e estáticos pretendido hoje, como sendo o dom de línguas. Sons e enunciações incompreensíveis sempre foram características do paganismo, e hoje são comuns nas reuniões espíritas, nos candomblés e centros umbandistas. Os termos “línguas desconhecidas e variedades de línguas” estão mais adequados do que “línguas estranhas”, porque na realidade a manifestação do dom caído sobre os discípulos no Pentecostes, não foi senão a grande verdade de que eles falaram línguas desconhecidas, sim, para eles, mas línguas existentes; eram idiomas estrangeiros. Sobretudo aquela era uma ocasião especial. O dom era necessário, supremamente necessário.

 Sabe por quê?
 Note bem: Jesus comissionou os discípulos: “portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19). E a quem Jesus deu esta ordem? A pessoas indoutas, pescadores e camponeses, que falavam apenas o aramaico, limitado e simples. E no entanto a ordem de âmbito mundial ecoava: IDE! Sabe, irmão, Deus nunca pede nada ao homem sem lhe conceder os meios e condições de cumprir Sua ordem.

Encontravam-se, pois, os discípulos reunidos em Jerusalém, diante de uma multidão de pessoas: “… de todas as nações que estão debaixo do céu… partos, medos, e elamitas; e os que habitavam a Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia, Panfília, Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes ouviram em suas próprias línguas, as grandezas de Deus.” (Atos 2:9 a 11). O cenário estava pronto, e, diante do “mundo”, os discípulos. O que fazer cercado desses representantes de todas as nações da Terra? Como aproveitar a grande oportunidade? Observe a narração de Lucas:

 “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar NOUTRAS LÍNGUAS conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (Atos 2:4)

Graças a Deus foi resolvido o problema; os discípulos falaram OUTRAS LÍNGUAS, não “línguas estranhas” (incompreensíveis). Falaram as línguas dos cretenses, árabes, romanos, egípcios, líbios, enfim, os idiomas daqueles que foram a Jerusalém, procedentes de todas as nações da terra. A preocupação de Lucas ao fazer uma lista tão extensa de 16 países presentes em Jerusalém deixa antever claramente tratar-se de idiomas existentes, isto é, línguas de diversas nacionalidades. Queremos que você entenda, que o termo “língua estranha” é estranha porque na verdade os discípulos falaram línguas que não eram estranhas (esquisitas); eram línguas desconhecidas, para eles, porém existiam, e passaram a falá-las fluentemente. Reafirmamos: Eram as línguas dos estrangeiros que estavam em Jerusalém a fim de participar da Festa de Pentecostes, que afluíram naquele dia, e estes mesmos estrangeiros se maravilhavam em ver aqueles discípulos, embora indoutos, falando em suas próprias línguas, das grandezas de Deus (Atos 2:11). Que grande benção Deus conferiu aos discípulos, capacitando-os a cumprir o IDE. Quando aqueles forasteiros voltaram para suas nações, cada um maravilhado, levou a mensagem, de um Jesus que salva e liberta do pecado; e então foram mensageiros aos seus conterrâneos, dando testemunho vivo a favor do Evangelho de Cristo. Amém! Graças a Deus!

TENHO OU NÃO O ESPÍRITO SANTO? Há uma desconfortável doutrina corrente nos meios evangélicos pentecostalistas de que os crentes que não falam ‘línguas’ “são templos desertos, apesar de terem dez ou quinze anos de convertidos e de fidelidade ao Senhor, levando-os deste modo a chorarem e lamentarem sua orfandade e abandono.” Elemer Hasse, Luz Sobre Fenômeno Pentecostal, pág. 24. Assim os crentes são ensinados a buscarem constantemente com ambição o “sinal” do batismo – línguas. Se as emoções desgovernadas e as confusões de vozes que são a confirmação se sua fé não ocorrem, ficam em dúvida quanto à sua experiência com Cristo, mostrando desde modo, incerteza da salvação e aceitação por Jesus; mas, se ocorrem as “línguas”, tudo está resolvido, pensam! Precioso irmão, se somos filhos de Deus (Romanos 8:16 e 17), cristãos legítimos, tenhamos a doce convicção a nos inflamar a alma de que temos o Espírito Santo. Sim, todos os filhos do Pai Celeste estão selados com Ele. Senão: “Pense na sua experiência com Cristo. Lembre-se do tempo em que andavas sem paz, não tendo esperança no mundo. Enquanto isso, silenciosa e pacientemente Alguém tocava em sua consciência – eram aqueles momentos de intranqüilidade. Certo dia a insistência foi maior: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo” (Apocalipse 3:20). Você abriu. [Bendito aquele dia!] E fez-se luz dentro de você. Você viu quão negra era sua vida.

Aquele Ser divino começou uma reforma ampla no templo do seu coração. Expulsou Satanás com sua vontade; varreu, lavou, arrumou, enfeitou e perfumou a habitação agora renovada para morada do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

I Coríntios 3:16 e 17 / I Coríntios 6:12 a 20 / II Coríntios 6:14 a 18 / Efésios 2:19 a 22

 Quando tudo estava pronto, o Espírito de Deus saiu, deixando o templo purificado de sua alma a mercê dos demônios?
 Não! Graças a Deus. Desde então Ele nunca mais lhe deixou. Habitou seu coração, fechou-o por dentro, selando-o assim para o Céu. Quando Satanás voltou e bateu à sua porta, veio uma voz interior: ‘Aqui não há lugar para você. Este coração está fechado para o mundo e selado para o dia da redenção!’” – Elemer Hasse, Luz Sobre Fenômeno Pentecostais, pág. 23 e 24. Sim, irmão, esta atuação silenciosa mas positiva, sem nenhum gesto estranho ou barulhento em seu coração que anseia uma completa harmonia, é a segura palavra paulina:

II Coríntios 1:22 – “O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nosso coração”. – Penhor é uma expressão proveniente do grego arrabónArrabón é “um sinal usado nas transações comerciais para garantir o resto do pagamento de uma compra.” Como fomos definitivamente “comprados no Calvário”, temos a plena, absoluta e total garantia de receber o Espírito Santo, para nos guiar, convencer, orientar, ajudar… Portanto, a promessa divina é que o crente tem o Espírito Santo. Essa certeza deve povoar a mente do cristão. O Espírito é a promessa segura do Céu para nós. Faz parte de nossa herança eterna. Ele habita em cada pessoa regenerada.

João 14:16 e 17 João 14:25 e 26 João 16:8 a 15
Romanos 8:9 Efésios 1:13; 4:30 Atos 5:31 e 32

Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 5.ª ed., 1993.

INVISÍVEL COMO O VENTO.

 “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” (João 3:8)

Ouve-se o vento por entre os ramos das árvores, fazendo sussurrar as folhas e as flores; é todavia invisível, e homem algum sabe de onde ele vem, nem para onde vai. O mesmo se dá quanto à operação do Espírito Santo na alma. Como os movimentos do vento, não pode ser explicada. Talvez uma pessoa não seja capaz de dizer o tempo ou o lugar exatos de sua conversão, nem delinear todas as circunstâncias no processo da mesma; isso, porém, não prova não estar ela convertida. Mediante um agente tão invisível como o vento, está Cristo continuamente operando no coração. Pouco a pouco, sem que o objeto dessa obra tenha talvez consciência do fato, produzem-se impressões que tendem a atrair a alma para Cristo. Estas se podem causar meditando nEle, lendo as Escrituras, ou ouvindo a palavra do pregador. De repente, ao chegar o Espírito com mais direto apelo, a alma entrega-se alegremente a Jesus. Isso é chamado por muitos uma conversão repentina; é, no entanto, o resultado de longo processo de conquista efetuado pelo Espírito de Deus – processo paciente e prolongado.

Se bem que o vento seja invisível, seus efeitos são vistos e sentidos. Assim a obra do Espírito sobre a alma revelar-se-á em cada ato daquele que lhe experimentou o poder salvador. Quando o Espírito de Deus toma posse do coração, transforma a vida. Os pensamentos pecaminosos são afastados, renunciadas as más ações; o amor, a humildade, a paz tomam o lugar da ira, da inveja e da contenda. A alegria substitui a tristeza, e o semblante reflete a luz do Céu. Ninguém vê a mão que suspende o fardo, nem a luz que desce das cortes celestiais. A bênção vem quando, pela fé, a alma se entrega a Deus. Então, aquele poder que olho algum pode discernir, cria um novo ser à imagem de Deus. É impossível à mente finita compreender a obra da redenção. Seu mistério excede ao conhecimento humano; todavia, aquele que passa da morte para a vida percebe que é uma divina realidade. O começo da redenção, podemos conhecê-lo aqui, mediante uma experiência pessoal. Seus resultados estendem-se através da eternidade. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 172 e 173.

“A influência do Espírito Santo é a vida de Cristo na alma. Esse Espírito opera em todo aquele que recebe a Cristo, e por meio dEle. Os que experimentam em si essa habilitação do Espírito revelam seus frutos: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé.” – Ellen G. White, E Recebereis Poder, pág. 130.

O DOM DO ESPÍRITO. Quando Cristo fez a Seus discípulos a promessa do Espírito, estava Ele Se aproximando do fim de Seu ministério terrestre. Estava à sombra da cruz, com plena consciência do peso da culpa que havia de repousar sobre Ele como o portador do pecado. Antes de Se oferecer como a vítima sacrifical, instruiu Seus discípulos com respeito a um dom muito essencial e completo que ia conceder a Seus seguidores – o dom que haveria de pôr-lhes ao alcance os ilimitados recursos de Sua graça. “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece: mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” (João 14:16 e 17). O Salvador estava apontando para o futuro, ao tempo em que o Espírito Santo deveria vir para fazer uma poderosa obra como Seu representante. O mal que se vinha acumulando por séculos, devia ser resistido pelo divino poder do Espírito Santo.

 Qual foi o resultado do derramamento do Espírito no dia do Pentecoste?

As boas novas de um Salvador ressuscitado foram levadas até às mais longínquas partes do mundo habitado. À medida que os discípulos proclamavam a mensagem da graça redentora, os corações se entregavam ao poder da mensagem. A igreja viu conversos vindo para ela de todas as direções. Extraviados converteram-se de novo. Pecadores uniram-se aos crentes em busca da Pérola de grande preço. Alguns que haviam sido os mais ferrenhos inimigos do evangelho tornaram-se seus campeões. Cumpriu-se a profecia:

 “O Senhor salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não sejam exaltadas acima de Judá. Naquele dia, o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do Senhor diante deles.” (Zacarias 12:7 e 8)

Cada cristão via em seu irmão uma revelação do amor e benevolência divinos. Só um interesse prevalecia; um elemento de emulação absorveu todos os outros. A ambição dos crentes era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino. “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.” (Atos 4:33). Pelas suas atividades agregaram-se à igreja homens escolhidos que, recebendo a palavra da verdade, consagraram a vida à obra de levar aos outros a esperança que lhes enchia o coração de paz e satisfação. Não podiam ser reprimidos nem intimidados por ameaças. O Senhor falava por seu intermédio e, à medida que iam de lugar a lugar, o evangelho era pregado aos pobres e manifestavam-se milagres da divina graça. Deus pode atuar tão poderosamente quando os homens se entregam ao controle de Seu Espírito.

A promessa do Espírito Santo não é limitada a algum século ou raça. Cristo declarou que a divina influência de Seu Espírito estaria com Seus seguidores até o fim. Desde o dia do Pentecoste até ao presente, o Confortador tem sido enviado a todos os que se rendem inteiramente ao Senhor e a Seu serviço. A todos os que aceitam a Cristo como um Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como consolador, santificador, guia e testemunha. Quanto mais intimamente os crentes andam com Deus, tanto mais clara e poderosamente testificam do amor do Redentor e da Sua graça salvadora. Os homens e mulheres que através dos longos séculos de perseguição e prova desfrutaram, em larga escala, a presença do Espírito em sua vida, permaneceram como sinais e maravilhas no mundo. Revelaram, diante dos anjos e dos homens, o transformador poder do amor que redime.

Os que no Pentecoste foram dotados com poder do alto, não ficaram por isto livres de tentações e provas. Enquanto testemunhavam da verdade e da justiça, eram repetidamente assediados pelo inimigo de toda a verdade, o qual procurava roubá-los de sua experiência cristã. Eram compelidos a lutar com todas as faculdades dadas por Deus, a fim de alcançarem a estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus. Diariamente oravam por novos suprimentos de graça, para que pudessem subir mais e mais na escala da perfeição. Sob a operação do Espírito Santo, mesmo os mais fracos, pelo exercitar fé em Deus, aprendiam a melhorar as faculdades conseguidas, e a se tornarem santificados, refinados e enobrecidos. Ao se submeterem em humildade à modeladora influência do Espírito Santo, recebiam a plenitude da Divindade e eram modelados à semelhança do divino.

O Espírito Santo habita no consagrado obreiro de Deus, onde quer que ele possa estar. As palavras dirigidas aos discípulos são-no também a nós. O Consolador é tanto nosso quanto deles. O Espírito concede a força que sustenta a alma que se esforça e luta em todas as emergências, em meio ao ódio do mundo e ao reconhecimento de seus próprios fracassos e erros. Em tristezas e aflições, quando as perspectivas se afiguram negras e o futuro aterrador, e nos sentimos desamparados e sós – é tempo de o Espírito Santo, em resposta à oração da fé, conceder conforto ao coração. Não é prova conclusiva de que um homem é cristão o manifestar ele êxtases espirituais sob circunstâncias extraordinárias. Santidade não é arrebatamento: é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por toda a palavra que sai da boca de Deus; é fazer a vontade de nosso Pai celestial; é confiar em Deus na provação, tanto nas trevas como na luz; é andar pela fé e não pela vista; é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança, descansando em Seu amor.

Não é essencial que sejamos capazes de definir exatamente o que seja o Espírito Santo. Cristo nos diz que o Espírito é o Consolador, o “Espírito de verdade, que procede do Pai”. (João 15:26). Declara-se positivamente, a respeito do Espírito Santo, que, em Sua obra de guiar os homens em toda a verdade “não falará de Si mesmo”. (João 16:13). A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios – demasiado profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro. A função do Espírito Santo é distintamente especificada nas palavras de Cristo: “E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” (João 16:8). É o Espírito Santo que convence do pecado. Se o pecador atende à vivificadora influência do Espírito, será levado ao arrependimento e despertado para a importância de obedecer aos reclamos divinos. Ao pecador arrependido, faminto e sedento de justiça, o Espírito Santo revela o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. “Ele… há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar”, disse Cristo. ( João 16:14). “Esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” ( João 14:26).

O Espírito é dado como agente de regeneração, para tornar eficaz a salvação operada pela morte de nosso Redentor. O Espírito está constantemente buscando atrair a atenção dos homens para a grande oferta feita na cruz do Calvário, a fim de desvendar ao mundo o amor de Deus, e abrir às almas convictas as preciosidades das Escrituras. Havendo operado a convicção do pecado, e apresentado perante a mente a norma de justiça, o Espírito Santo afasta as afeições das coisas da Terra, e enche a alma com o desejo de santidade. “Ele vos guiará em toda a verdade”, declarou o Salvador. (João 16:13). Se os homens se dispuserem a ser moldados, haverá a santificação de todo o ser. O Espírito tomará as coisas de Deus e lhas gravará na alma. Por Seu poder o caminho da vida se tornará tão claro que ninguém o errará.

Desde o princípio tem Deus operado por Seu Espírito Santo, mediante agentes humanos, para a realização de Seu propósito em benefício da raça caída. Isto se manifestou na vida dos patriarcas. À igreja no deserto, no tempo de Moisés, também deu Deus Seu “bom Espírito, para os ensinar”. (Neemias 9:20). E nos dias dos apóstolos Ele atuou poderosamente por Sua igreja através do Espírito Santo. O mesmo poder que susteve os patriarcas, que a Calebe e Josué deu fé e coragem, e eficiência à obra da igreja apostólica, tem sustido os fiéis filhos de Deus nos séculos sucessivos. Foi mediante o poder do Espírito Santo que na idade escura os cristãos valdenses ajudaram a preparar o caminho para a Reforma. Foi o mesmo poder que deu êxito aos esforços de nobres homens e mulheres que abriram o caminho para o estabelecimento das modernas missões, e para a tradução da Bíblia para as línguas e dialetos de todas as nações e povos. E ainda hoje Deus está usando Sua igreja para tornar conhecido Seu propósito na Terra. Hoje os arautos da cruz vão de cidade em cidade e de terra em terra, preparando o caminho para o segundo advento de Cristo.

A norma da lei de Deus está sendo exaltada. O Espírito do Onipotente está movendo o coração dos homens, e os que respondem a esta influência tornam-se testemunhas de Deus e Sua verdade. Em muitos lugares podem ser vistos homens e mulheres consagrados comunicando a outros a luz que lhes iluminou o caminho da salvação mediante Cristo. E enquanto deixam sua luz brilhar, como fizeram os que foram batizados com o Espírito no dia do Pentecoste, recebem mais e mais do poder do Espírito. Assim é a Terra iluminada com a glória de Deus. Por outro lado, há alguns que em vez de aproveitar sabiamente as oportunidades presentes, estão indolentemente esperando por alguma ocasião especial de refrigério espiritual, pelo qual suas habilidades para iluminar outros sejam grandemente aumentadas. Eles negligenciam os deveres e privilégios do presente e deixam que sua luz se apague, enquanto esperam um tempo em que, sem nenhum esforço de sua parte, sejam feitos os recipientes de bênçãos especiais, pelas quais sejam transformados e tornados aptos para o serviço.

É certo que no tempo do fim, quando a causa de Deus na Terra estiver prestes a terminar, os sinceros esforços dos consagrados crentes sob a guia do Espírito Santo serão acompanhados por especiais manifestações de favor divino. Sob a figura das chuvas temporã e serôdia, que caem nas terras orientais ao tempo da semeadura e da colheita, os profetas hebreus predisseram a dotação de graça espiritual em medida extraordinária à igreja de Deus. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi o começo da primeira chuva, ou temporã, e glorioso foi o resultado. Até ao fim do tempo, a presença do Espírito deve ser encontrada com a verdadeira igreja. Ao avizinhar-se o fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça espiritual é prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do homem.

Apenas os que estão a receber constantemente novos suprimentos de graça, terão o poder proporcional a sua necessidade diária e sua capacidade de usar esse poder. Em vez de aguardar um tempo futuro, em que, mediante uma concessão especial de poder espiritual recebam uma habilitação miraculosa para conquistar almas, rendem-se diariamente a Deus, para que os torne vasos próprios para o Seu uso. Aproveitam cada dia as oportunidades do serviço que encontram a seu alcance. Diariamente testificam em favor do Mestre, onde quer que estejam, seja em alguma humilde esfera de atividade no lar, ou em algum setor de utilidade pública. Há para o consagrado obreiro uma maravilhosa consolação em saber que mesmo Cristo, durante Sua vida na Terra, buscava diariamente Seu Pai em procura de nova provisão da necessária graça; e saía dessa comunhão com Deus para fortalecer e abençoar a outros.

Vede o Filho de Deus curvado em adoração a Seu Pai! Conquanto seja o Filho de Deus, robustece Sua fé por meio da prece, e mediante a comunhão com o Céu traz a Si mesmo força para resistir ao mal e ministrar às necessidades dos homens. Como o Irmão mais velho de nossa raça, conhece as necessidades dos que, cercados de enfermidades e vivendo num mundo de pecado e tentação, desejam contudo servi-Lo. Ele sabe que os mensageiros que acha por bem enviar, são homens fracos e falíveis; mas a todos que se dedicam inteiramente ao Seu serviço, promete auxílio divino. Seu próprio exemplo é uma garantia de que a diligente e perseverante súplica a Deus em fé – fé que leva a uma inteira confiança nEle e consagração sem reserva a Sua obra – será eficaz em trazer aos homens o auxílio do Espírito Santo na batalha contra o pecado. Todo obreiro que segue o exemplo de Cristo, estará apto a receber e empregar o poder que Deus prometeu a Sua igreja para a maturação da seara da Terra. Manhã após manhã, ao se ajoelharem os arautos do evangelho perante o Senhor, renovando-Lhe seus votos de consagração, Ele lhes concederá a presença de Seu Espírito, com Seu poder vivificante e santificador. Ao saírem para seus deveres diários, têm eles a certeza de que a invisível atuação do Espírito Santo os habilita a serem “cooperadores de Deus”. (I Coríntios 3:9). Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 47.

OBJETIVOS DO ESPÍRITO SANTO. “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. (João 16:8). É através da atuação do Espírito Santo que o homem reconhece seu pecado e o abandona, para tornar-se morada deste santo Ser. (I Coríntios 3:16 e 17). O ladrão via de regra, só assalta às escondidas. E por que age assim? Porque sabe o que faz é errado. E quem o leva a reconhecer isso? O Espírito Santo. Convence-o…

• Da mesma maneira, longe da civilização, sem contato com o homem branco, um índio em sua aldeia, quando rouba uma flecha de seu companheiro, o faz também às escondidas. E por que o índio age assim? É porque ele sente que não é certo este ato. E quem leva o índio sentir ou saber que o que faz é errado? É o Espírito Santo que atua em todos corações, e no dele também.

Já não lhe aconteceu alguma vez ter a impressão de haver cometido alguma coisa errada, vindo a sua consciência a doer, produzindo-lhe profundo pesar e tristeza? Isso é a operação diária do Espírito Santo! A influência atuante do Espírito Santo se tornará maior ou menor no coração humano, dependendo da maneira como o homem agir. Se não recusar Seus apelos e atuação, progredirá e se tornará “cheio” do Espírito, e um vaso de benção; recusando, poderá incorrer no pecado imperdoável, e se perderá. (Mateus 12:31 e 32). A atuação do Espírito na vida do crente é tão essencial quanto o azeite o é na lamparina e a gasolina no automóvel. A luz brilha e o carro anda, pela atuação destes combustíveis. Ambos no entanto, se tornarão inúteis quando os depósitos estiverem vazios. Por isso, há suprema necessidade de se encher do Espírito, não só uma vez, mas diariamente, constantemente, para testemunhar e brilhar para o Senhor Jesus. O crente sem o Espírito Santo nada realiza. O Espírito Santo nos “convence” do pecado, isto é, faz-nos senti-lo, então nossas naturezas (carnal e espiritual) entram em luta; quem prevalecer, reinará. Paulo, refere-se a esta guerra em Romanos 7:20:

 “Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.”

Da mesma sorte, o coração humano deve estar constantemente sendo habitado pelo Espírito Santo. Sua influência santificadora deve ser uma constante em nosso viver, a fim de se evitar uma catástrofe espiritual. O vento sopra (João 3:8), não o vemos, mas ouvimos sua “voz” e os resultados de sua atuação. Da mesma forma, a atuação silenciosa do Espírito Santo no coração humano é traduzida pelos frutos na vida do cristão, que produz frutos do Espírito normalmente. (Gálatas 5:22). Como as árvores dão seus frutos porque foram criadas para dá-los, da mesma forma o cristão repleto do Espírito produzirá gestos e atitudes que lhes são próprios. É fácil saber se o Espírito Santo habita uma pessoa, ou se apenas a convence do pecado. Paulo dá a pista: São os frutos do Espírito (Gálatas 5:22) e os frutos da carne (Gálatas 5:19 a 21). Portanto uma maneira simples, correta e segura de saber se uma pessoa é batizada com o Espírito Santo, não é se ela fala “línguas estranhas”, e sim pelos seus frutos (Mateus 7:16 e 21). Ser batizado com o Espírito é viver em harmonia, em alegria com este Ser. É ser semelhante aos discípulos da primeira Igreja Cristã (Atos 2:42 a 47). É viver em perfeita união, livre de todo sentimento de supremacia, egoísmo, cólera, ira, ódio, amando-se mutuamente e todos a Deus. Ser batizado no Espírito Santo é compadecer-se do pobre, socorrer os órfãos e viúvas nas suas necessidades, ajudar o irmão carente, auxiliar o necessitado. Estas são as maiores provas do cristão batizado com o Espírito Santo. Estes são de fato os frutos de uma vida santificada, lavada, banhada, batizada com o Espírito Santo, que vive, sobretudo, de conformidade com os mandamentos de Sua santa lei.

Tal cristão está plenamente apto para ser agraciado pelo Senhor (quando Ele o desejar), de receber a “chuva serôdia”, isto é, a plenitude do Espírito Santo, para a conclusão da obra do evangelho no planeta Terra. Por que o Senhor escolheu fazer da pombinha símbolo do Espírito Santo? (Lucas 3:21 e 22). A pomba como este Ser divino, é meiga, sublime, suave, macia, calma e tranqüila. Por isso, o Espírito de Deus só atua assim:

 No silêncio absoluto. Habacuque 2:20
 Sem confusão. I Coríntios 14:33
 Com decência e ordem. I Coríntios 14:40
 Com reverência. Hebreus 12:28 e 29
 Sem gritaria. Efésios 4:31
 Voz mansa e delicada. I Reis 19:11 e 12

Louvado sejas, ó Senhor, pelos séculos dos séculos. Amém.

Andar no Espírito Santo só será possível àquele que constantemente está se alimentando do Pão da Vida, as Escrituras Sagradas. Quanto mais se conhece a Bíblia, mais fácil será andar no Espírito. De fato, “aquele que abre as Escrituras Sagradas, e se alimenta do maná celestial torna-se participante da natureza divina.” – Ellen G. White, Review And Herald, 28.6.1892. Os que andam no Espírito podem receber a capacitação especial do Espírito Santo para a realização do trabalho de Deus. Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 5.ª ed., 1993.

ARREPENDIMENTO, O PRIMEIRO FRUTO. “Compadece-Te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; e, segundo a multidão das Tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da iniqüidade e purifica-me do meu pecado.” (Salmo 51:1 e 2). O arrependimento é um dos primeiros frutos da graça salvadora. Nosso grande Mestre, em Suas lições ao homem caído, extraviado, apresenta o poder vivificador de Sua graça, declarando que por meio dessa graça homens e mulheres podem viver uma nova vida de santidade e pureza. Aquele que vive essa vida põe em prática os princípios do reino do Céu. Ensinado por Deus, ele conduz outros ao caminho reto. Não conduzirá o que manqueja a caminhos de incerteza. A operação do Espírito Santo em sua vida mostra que ele é um participante da natureza divina. Toda alma assim trabalhada pelo Espírito de Cristo, recebe abundante suprimento de generosa graça que, ao contemplar suas obras, o mundo incrédulo reconhece que ele é controlado e sustentado pelo poder divino, sendo levado a glorificar a Deus. – A Maravilhosa Graça de Deus, pág. 136. Pessoas há que, não obstante todos os afáveis convites de Cristo, continuam a revelar incredulidade em sua vida. Deus diz a tais pessoas: “Até quando, ó néscios, amareis a necedade?… Atentai para a Minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o Meu Espírito e vos farei saber as Minhas palavras.” (Provérbio 1:22 e 23). – Sings of the Times, 28 de Junho de 1905.

O arrependimento do pecado é o primeiro efeito da atuação do Espírito Santo na vida. É o único processo pela qual a infinita pureza reflete a imagem de Cristo em Seus súditos redimidos. Em Cristo habita toda a plenitude. A ciência que não está em harmonia com ele não tem valor. Ele nos ensina a considerar todas as coisas como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus nosso Senhor. Este conhecimento é a ciência mais elevada que qualquer homem pode obter. – Comentários de Ellen G. White, em The SDA Biblie Commentary, vol. 6, pág. 1.068. Ellen G. White, E Recebereis Poder, 1.ª ed., 1999, pág. 70.

Autor: Weleson Fernandes

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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