Esboço Histórico da crença na sobrevivência da alma – III

ESBOÇO HISTÓRICO DA CRENÇA NA SOBREVIVÊNCIA DA ALMA-III

 

&Analisando Ensinos Bíblicos  &

 

 

Ao longo da história humana, as pessoas têm recusado aceitar a finalidade que a morte representa para nós. A morte acarreta uma inaceitável e súbita interrupção do trabalho, planos e relacionamentos de uma pessoa. Conquanto a inscrição em muita pedras tumulares de cemitérios reze, “Descansa em Paz”, a verdade é que a maioria das pessoas não dá boa acolhida ao pacífico repouso da sepultura. Prefeririam estar vivas e produzindo. Assim, não é de surpreender que o tema da morte e do além túmulo sempre tenha sido uma questão de intensa preocupação e especulação. Afinal de contas, o índice de mortalidade é ainda de um por pessoa. Cada um de nós, no tempo determinado, enfrentará a sombria realidade da morte.

Hoje vivemos numa cultura que nega a morte. As pessoas vivem como se a morte não existisse. Médicos e pessoal hospitalar geralmente pensam que a morte é algo que não devia acontecer. A despeito de quão miseráveis as pessoas se sintam, geralmente respondem ao cumprimento “como vai?” com um sorriso artificial e dizem: “Estou bem”. Quando não mais conseguimos manter a fachada, começamos a nos indagar, “O que ocorrerá comigo agora?”

Mesmo no final da vida, tendemos a negar a realidade da morte embalsamando os mortos e empregando cosméticos para restaurar o cadáver para dar-lhe uma aparência natural e saudável. Vestimos os mortos em ternos e belas vestes como se estivessem indo a uma festa, em lugar de ser um retorno ao pó da terra.

Em anos recentes, cursos sobre a morte e o morrer têm sido introduzidos em muitas faculdades e escolas de nível médio. Algumas faculdades e universidades também oferecem cursos sobre o oculto e outros fenômenos, tais como experiências de quase morte que, segundo se alega, oferecem evidência científica da vida após a morte. Todas essas tendências sugerem que há renovado interesse hoje em desfazer os mistérios da morte e reassegurar-se de alguma forma de vida após a morte.

“É certo que não morrereis”. Em preparação do cenário para a visão bíblica da morte e da condição dos mortos nos estudos que se seguem seria de auxílio considerar brevemente a história da crença da sobrevivência da alma após a morte. A mentira da serpente “é certo que não morrereis” (Gên. 3:4) tem sobrevivido ao longo da história humana até a nossa época. A crença em alguma forma de vida após a morte tem sido mantida praticamente por cada sociedade. A necessidade de segurança e certeza em face do desafio que a morte representa tem levado as pessoas em toda cultura a formularem crenças em alguma forma de vida após a morte.

Na história do cristianismo, a morte tem sido definida geralmente como a separação da alma imortal do corpo mortal. Esta crença na sobrevivência da alma por ocasião da morte tem sido expressa em várias maneiras e dado origem a um corolário de doutrinas tais como a oração pelos mortos, indulgências, purgatório, intercessão dos santos. O tormento eterno do inferno, etc. Desde o tempo de Agostinho (354-430 AD), os cristãos têm sido ensinados que entre a morte e a ressurreição há um período conhecido como “estado intermediário”-as almas estão, ou a desfrutar as bem-aventuranças do Paraíso, ou sofrendo a aflição do purgatório ou do inferno. Pressupõe-se que a condição desincorporada da alma continua até a ressurreição do corpo, que trará a complementação da salvação dos santos e a perdição dos ímpios.

Durante a Idade Média, o temor da morte e as especulações a respeito do que acontece com a alma após a morte dominavam a imaginação das pessoas e inspiraram obras literárias e teológicas. A Divina Comédia de Dante é apenas um pequeno fragmento da imensa literatura e obras artísticas que descrevem vividamente os tormentos das almas dos pecadores no purgatório ou inferno, e o gozo das almas dos santos no Paraíso.

A crença da sobrevivência da alma tem contribuído para o desenvolvimento da doutrina do purgatório, um lugar onde as almas dos mortos são purificadas pelo sofrimento da punição temporal de seus pecados antes de ascenderem ao Paraíso. Essa doutrina vastamente admitida sobrecarregou os vivos com tensão emocional e financeira. Como Ray Anderson comenta, “não só se tinha que ganhar o suficiente para viver, mas ainda pagar a ‘hipoteca espiritual’ pelos mortos”.

1 Os Reformadores Rejeitam o Purgatório. A Reforma Protestante começou em grande medida como uma reação contra as crenças supersticiosas medievais a respeito da pós-vida no purgatório. Os reformadores rejeitaram como antibíblica e despropositada a prática de comprar e vender indulgências para reduzir a permanência no purgatório das almas dos parentes que partiram. Contudo, continuaram a crer na existência consciente das almas, fosse no Paraíso ou no inferno durante o estado intermediário. Calvino expressou essa crença de modo mais agressivo que Lutero.
2  Em seu tratado psychopannychia,

3 que redigiu contra os anabatistas que ensinavam que as almas simplesmente dormem entre a morte e a ressurreição, Calvino argumentava que durante o estado intermediário as almas dos crentes desfrutam as bem-aventuranças celestiais, enquanto as dos descrentes sofrem as torturas do inferno. Por ocasião da ressurreição, o corpo é reunido à alma, assim intensificando o prazer paradisíaco ou as angústias infernais. Desde esse tempo, esta doutrina do estado intermediário tem sido aceita pela maioria das igrejas protestantes e se reflete em várias Confissões de Fé.

4 A Confissão de Westminster (1646), considerada a declaração definitiva das crenças presbiterianas no mundo de língua inglesa, afirma: “O corpo dos homens após a morte retorna ao pó, e passa pela corrupção; mas suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma subsistência imortal, imediatamente retornam a Deus que as deu. As almas dos justos, sendo então tornadas perfeitas em santidade, são recebidas nos mais altos céus, onde contemplam a face de Deus em luz e glória, aguardando pela plena redenção de seus corpos; e as almas dos ímpios são lançadas no inferno onde jazem em tormento e trevas completas, reservados para o juízo do grande dia”.

5 A confissão prossegue declarando ser antibíblica a crença no purgatório.
Ao rejeitar como antibíblicas as supertições populares concernente ao sofrimento das almas no purgatório, os reformadores prepararam o caminho para um reexame da natureza humana pelos filósofos racionalistas do Iluminismo. Esses filósofos não abandonaram de imediato a noção da imortalidade da alma. O primeiro ataque significativo à crença na sobrevivência da vida após a morte veio de David Hume (1711-1776 AD), um filósofo e historiador inglês. Ele questionou a imortalidade da alma porque cria que todo conhecimento procede das percepções sensoriais do corpo.

6  Uma vez que a morte do corpo assinala o fim de toda percepção sensorial, é impossível que a alma tenha existência consciente após a morte do corpo.
O declínio da crença na pós-vida atingiu seu clímax em meados do século XVIII à medida que o ateísmo, ceticismo e racionalismo se espalhavam pela França, Inglaterra e América. A publicação da Origem das Espécies de Darwin (1859) infligiu outro golpe no sobrenaturalismo, especialmente na idéia de imortalidade da alma. Se a vida humana é produto de geração espontânea, então os seres humanos não têm um espírito divino ou alma imortal neles. As teorias de Darwin desafiaram as pessoas a procurarem evidência “científica” para os fenômenos sobrenaturais tais como a sobrevivência da alma.

O Espiritismo e o Reavivamento no Interesse da Alma. O interesse do público na vida da alma após a morte logo teve um reavivamento com a publicação de The Coming Race (1860), por Bulmer Lytton. Esse livro influenciou bom número de escritores que contribuíram em tornar práticas ocultistas algo da moda na sociedade britânica. Na América, o interesse público pela comunicação com as almas dos mortos foi despertado pelas sessões mantidas pelas irmãs Fox que viviam em Hydesdale, Nova York. Em 31 de março de 1848, conduziram uma sessão em que o suposto espírito de um homem assassinado, que a si mesmo se chamava de William Duesler, as informava de que se cavassem no porão, encontrariam o seu cadáver. Isso se demonstrou verdadeiro; um corpo foi encontrado.

Uma vez que os espíritos dos mortos na casa das irmãs Fox se comunicavam através de batidas sobre a mesa, sessões de “batidas sobre a mesa” tornaram-se populares por toda a América e Inglaterra como uma maneira de comunicar-se com os espíritos dos falecidos. Esse fenômeno atraiu a atenção de numerosas pessoas de cultura que, em 1882, organizaram a Sociedade Para Pesquisa Psíquica. Henry Sedgwich, notável filósofo de Cambridge, tornou-se a instrumentalidade para atrair para a sociedade as pessoas mais influentes da época, inclusive William Gladstone (ex-primeiro ministro britânico) e Arthur Balfour (futuro primeiro-ministro).

Um importante resultado do movimento da SPP é representado pela obra de Joseph Banks Rhine, que, em 1930, começou a pesquisar a vida consciente após a morte. Rhine tinha formação de biólogo pela Universidade de Chicago, e mais tarde envolveu-se com a SPP enquanto lecionava na Universidade Harvard. Ele redefiniu e renomeou os temas que a SPP havia pesquisado por anos, cunhando termos tais como “percepção extra-sensorial” (PES), “psicologia paranormal” ou “parapsicologia”. Isso tinha o objetivo de dar credibilidade científica ao estudo da além-túmulo. Posteriormente, Rhine, juntamente com William McDougal que serviu como presidente tanto para os grupos britânico e americano da SPP, estabeleceu um Departamento para Estudos psíquicos na Universidade Duke.

Os russos conduziram suas próprias experiências psíquicas. Suas descobertas foram publicadas em forma popularizada em Psychic Discoveries Behind the Iron Curtain por Sheila Ostrander e Lynn Schroeder (1970).

Pelo final dos anos 60, o falecido bispo episcopal James A. Pike concedeu nova e ampla atenção à idéia de comunicação com os espíritos dos mortos comunicando-se numa base regular com o seu filho falecido. Hoje nossa sociedade está invadida de médiuns e paranormais que fazem publicidade de seus serviços por todo o país mediante a TV, revistas, rádios e jornais. Em seu livro At the Hour of Death, K. Osis e E. Haraldson escrevem: Experiências espontâneas de contato com os mortos são surpreendentemente bastante difundidas. Numa pesquisa nacional de opinião . . . 27 por cento da população americana declarou ter tido encontro com parentes mortos. . . . viúvas e viúvos . . . relataram encontros com seus cônjuges falecidos com dupla freqüência-51 por cento!

7 A comunicação com os espíritos dos mortos não é um fenômeno apenas americano. Pesquisas conduzidas em outros países revelam um percentual semelhantemente elevado de pessoas que contratam os serviços de médiums para se comunicarem com o espírito de seus seres amados falecidos.

8 Em sua obra Immortality or Extinction? Paul e Linda Badham, ambos professores da Universidade St. David, no País de Gales, dedicaram um capítulo à “Evidência de Pesquisa psíquica” para apoiar sua crença na vida consciente após a morte. Eles escreveram: “Algumas pessoas crêem que o contato direto com os mortos pode ser conseguido através de médiuns que, alega-se, têm a habilidade, enquanto num estado de transe, de transmitir mensagens entre os mortos e os vivos. A crença na realidade de tais comunicações é o sangue vital de Igrejas Espiritualistas e os enlutados que consultam os médiuns muitas vezes se impressionam com as descrições dos queridos mortos feitas pelos médiuns. Ocasionalmente um médium pode também demonstrar conhecimento da vida pregressa do falecido”.

9 Os Badhams reconhecem que em muitos casos os médiuns são charlatães que baseiam suas comunicações em “arguta observação e pressuposições inteligentes”.

10 Contudo, acreditam que há “evidência genuína para a sobrevivência da personalidade humana sobre a morte corporal”.

11 Eles apóiam sua crença relatando casos de vários membros da Sociedade para Pesquisa Psíquica que, após morrerem, começaram a enviar mensagens aos membros vivos do SPP para provar que haviam sobrevivido à morte.

12 Não é nossa intenção debater a habilidade de alguns médiuns receberem e transmitirem mensagens dos espíritos. A questão é se tais mensagens são dos espíritos dos mortos ou dos espíritos de Satanás. Faremos referência a esta questão no próximo estudo, em conexão com uma análise da consulta do rei Saul à feiticeira de Endor (1 Samuel 28:7-25). Neste ponto, é suficiente fazer notar que o espiritismo ainda desempenha um destacado papel hoje em fomentar a crença da sobrevivência da alma após a morte. As pessoas que mediante médiuns têm sido capazes de se comunicar com supostos espíritos de seus amados falecidos têm razão para crer na imortalidade da alma.

Experiências de Quase-Morte. Outro acontecimento significativo de nossa época, que tem contribuído para promover a crença na sobrevivência da alma, é o estudo de “experiências de quase morte”. Tais estudos baseiam-se em relatos de pessoas que foram ressuscitadas de um quase encontro com a morte, e de médicos e enfermeiras que registraram as experiências de leito de morte de alguns de seus pacientes.

As experiências relatadas por pessoas que tiveram um quase encontro com a morte muitas vezes correm paralelas ao que muitos crêem ser a vida da alma no Paraíso. Conquanto não haja dois relatos iguais, algumas das características comuns são: a impressão de paz, a sensação de ser atraído rapidamente através de um espaço sombrio de alguma espécie, flutuar numa condição de ausência de gravidade, corpo espiritual, consciência de estar na presença de um ser espiritual, um encontro com uma luz brilhante, muitas vezes identificada com Jesus Cristo ou um anjo, e uma visão de uma cidade de luz.

13 Tais experiências são interpretadas como prova de que, por ocasião da morte, a alma deixa o corpo e vive numa condição desincorporada.
Os relatos de experiências de quase morte não são novos. Podem ser encontrados na literatura clássica, tais como a História da Igreja e Povo da Inglaterra pelo Venerável Beda, o Livro Tibetano dos Mortos, por Sir Edward Burnett Tylor, e a República de Platão.

14 Na República, Platão oferece um impressionante relato de uma experiência de quase morte que ele emprega para substanciar a crença na imortalidade da alma.Ele escreveu: “Er, filho de Armênio . . .  foi morto em batalha, e quando os cadáveres foram levados no décimo dia já em decomposição, foi encontrado intacto, e tendo sido levado para casa, no momento de seu funeral, no décimo-segundo dia, ao estar sobre a pira, reviveu, e após ter recobrado a vida relatou o que, disse ele, havia estado no mundo do além. Ele disse que quando sua alma deixou o seu corpo viajou com uma grande companhia e chegaram a uma região misteriosa onde havia duas aberturas lado a lado na terra, e acima e por sobre e contra eles no céu duas outras, e que juízes estavam assentados entre ambas, e que após cada julgamento eles indicavam aos viajantes que seguissem para a direita e para cima pelo céu com senhas a eles presas diante do juízo . . . e os injustos para tomarem o caminho à esquerda e para baixo, também usando sinais sobre tudo quanto lhes havia pesado e que quando ele próprio se aproximava disseram-lhe que precisava ser mensageiro à humanidade para lhes dizer  sobre esse outro mundo. . .  Contudo como e de que modo ele retornou ao corpo, disse que não sabia, mas subitamente recuperou sua visão e viu-se no alvorecer deitado sobre a pira funerária”.

15  Platão conclui sua história com este comentário revelador: “Assim o relato foi conservado . . . E ele nos salvará se crermos nele . . . que a alma é imortal e que é capaz de suportar todos os extremos de bem e mal”.

16 Fica-se a imaginar que tipo de salvação a crença na imortalidade da alma oferecerá  uma pessoa. A sobrevivência como uma alma ou espírito desincorporado num mundo etéreo dificilmente se compara com a esperança bíblica da ressurreição da pessoa integral para uma vida real sobre este planeta restaurado a sua perfeição original. A esta questão retornaremos num estudo futuro que examina a visão bíblica do mundo vindouro.

Estudos de Experiências de Quase-Morte. Em nosso tempo, o estudo de experiências de quase morte teve grande impulso desde que o psiquiatra americano Raymond A. Moody a ele se lançou pioneiramente. Seus dois livros disso motivadores, Life After Life (1975) e Reflections on Life After Life (1977) geraram uma grande quantidade de livros, artigos e debates focalizados sobre experiências extracorpóreas.

17 Mais recentemente, uma bibliografia de livros e artigos relevantes a experiências de quase morte foram publicados, alistando dois mil e quinhentos títulos.

18 Moody estudou experiências de quase-morte de 150 pessoas, em alguns casos, clinicamente mortas. A questão é como os dados devem ser interpretados. O editor de Moody assegura que os relatos são “casos reais que revelam haver vida após a morte”.

19   O próprio Moody, contudo, é muito mais cauteloso. Ele explicitamente nega que tentou “construir uma prova de sobrevivência da morte corporal” embora considere os dados “altamente significativos” para tal crença.

20  Ele deixa em aberto a possibilidade de conceber as experiências de quase-morte como evidências da imortalidade ou meramente o resultado de eventos fisiológicos terminais.

Não é nossa intenção examinar o suposto valor comprobatório de experiências de quase-morte para crer na sobrevivência da alma. Nossa autoridade normativa para definir a natureza humana não são as experiências subjetivas de quase morte das pessoas, mas a revelação objetiva que Deus propiciou-nos em Sua Palavra (2 Pedro 1:19). Assim, somente três observações básicas sobre experiências de quase morte serão aqui consideradas:
Primeiro, há o problema de definir a morte. O Editor de Lancet, revista dedicada à pesquisa médica, assinala que “somente um deliberado emprego de definições obsoletas de morte podem capacitar alguém a reivindicar que algum indivíduo, sob condições clínicas, retornou para contar-nos o que jaz além da morte, pois por definição de trabalho, periodicamente atualizado, a morte está simplesmente além do ponto do qual alguém possa retornar para nos dizer seja o que for”.

21 Semelhantemente, o Prof. Paul Kurts comenta: “Não temos evidência real de que os indivíduos dos relatos de quase-morte tenham de fato morrido. Tal prova não é impossível de obter: rigor mortis é um sinal, e morte cerebral é outro. O que os relatos realmente descrevem é um ‘processo de morrer, ou experiência de quase-morte, não a própria morte’”.

22 Em segundo lugar, precisamos nos lembrar, como Paul e Linda Badham observam, que “qualquer pessoa que esteja num suspense entre a vida e a morte deve estar sofrendo profunda tensão física e psicológica. Um cérebro carente de oxigênio, drogado por analgésicos halucinógenos, ou excitado por febre dificilmente tende a funcionar apropriadamente e quem sabe que visões não poderiam ser atribuídas a essas condições de perturbação”.

23 Algumas pesquisas demonstraram a semelhança que existe entre experiências de quase morte e os efeitos causados por drogas psicodélicas. “Pesquisas modernas sobre a consciência têm revelado que essas semelhanças podem ser reproduzidas por drogas em sessões psicodélicas. Essas experiências, portanto, tendem a pertencer à gama de sessões psíquicas, que têm comprovado, não a vida após a morte, mas que a relação entre o ‘eu’ consciência e o ‘eu’ incorporado é mais complexo do que se imaginava anteriormente.”

24 Por fim, como se pode estabelecer que as “experiências de quase morte sejam experiências reais”, antes que o produto da própria mente dos pacientes? E por que se dá que quase todos os relatos de experiências de quase-morte focalizam experiências de felicidade e alcance do céu, mas nenhum lampejo dos tormentos chamejantes do inferno? É evidente que quando as pessoas estão morrendo, preferem sonhar a respeito da glória celestial, e não do sofrimento do inferno. Mas mesmo as visões do céu dependem grandemente da formação religiosa da pessoa.

Karlis Osis e Erlendur Haraldsson avaliaram os relatos de mais de 1.000 experiências de quase-morte nos EUA e Índia. Descobriram que a visão dos pacientes hindus era tipicamente indiana, enquanto a dos americanos era ocidental e cristã. Por exemplo, uma mulher indiana de formação universitária teve a experiência de ser conduzida ao céu sobre uma vaca, enquanto um paciente americano que havia orado a São José encontrou o seu santo padroeiro na experiência.

25 Tais relatos sobre experiências de quase morte refletem as crenças pessoais dos pacientes. O que experimentaram no processo de morrer quase certamente condiciona-se a suas crenças pessoais.

Devemos sempre recordar que as experiências de quase-morte ou de leito de morte são de indivíduos ainda vivos, ou cuja mente readquiriu consciência. Seja qual for sua experiência sob tais circunstâncias é parte de sua vida presente, não da vida após a morte. A Bíblia traz um relatório de sete pessoas que foram levantadas dentre os mortos (1 Reis 17:17-24; 2 Reis 4:25-37; Lucas 7:11-15; 8:41-56; Atos 9:36-41; 20:9-11), mas nenhuma delas teve uma experiência de pós-morte para compartilhar.

Lázaro, que foi trazido à vida após estar clinicamente morto por quatro dias, não trouxe qualquer relato de emocionantes experiências fora do corpo. A razão para isso é simples: A morte, segundo a Bíblia, é a cessação da vida da pessoa inteira, corpo e alma. Não existe forma de vida consciente entre a morte e a ressurreição. Os mortos repousam inconscientemente em suas sepulturas até que Cristo os chame no glorioso dia de Sua vinda.

 

Autor: Professor Azenilto G. Brito / Ministério Sola Scriptura

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