Jesus e as Fraldas que Vazam

Quem já teve filho sabe do que vou falar. Você deixa seu neném todo cheirosinho, passa creminho, talquinho. Uma graça. Fofo. Lindo. Por cima de tudo vem a fraldinha. Coisa boa. Tem desenhos de bichinhos, da Turma da Mônica, de balões coloridos. São objetos úteis, mimosos e que deixam o neném com aquela aparência divertida de gorilinha, com o traseiro desproporcionalmente maior do que deveria. Que invenção extraordinária. A fralda retém o xixi e o cocô, mantém o bebê sequinho, limpinho e cheiroso e impede desastres que só quem já segurou um neném peladinho no colo enquanto ele faz xixi descontroladamente entende.

Mas as fraldas têm um problema: se elas não estiverem bem ajustadas, certinhas, no lugar certo… elas vazam. E aí, meu irmão, minha irmã, não queira saber a desgraceira que é. Não foi uma nem duas vezes em que acordei de manhã e encontrei o berço da filhota parecendo um circo de horrores: cocô espalhado pelas paredes, bichinhos, lençóis e, o que é pior: pelos braços, pernas, rosto e até cabelo do neném. Porque não pense você que ele entende que aquilo é sujo: para o pequeno é divertidíssimo se esbaldar jogando caquinha pra todo lado, se esfregando com aquela coisa quentinha e diferente e se emporcalhando com as imundícies que vazaram da fralda mal ajustada. Prefiro nem pensar na hipótese de que depois da farra feita ela lambeu os dedos. E isso não ocorre só no berço. Ocorre no carrinho, na cadeirinha de comer, no automóvel da família, no colo. Se a fralda não está justa é certeza de que a coisa não vai prestar.

A vida espiritual do crente tem certas semelhanças com esse processo. Antes da conversão, somos como bebês peladinhos, fazendo todo tipo de porcaria por aí, descontroladamente, sem nada que impeça que nossas sujeiras e imundícies atinjam quem estiver ao nosso redor – e, em especial, a nós mesmos. Até que Jesus nos chama para si, nos elege, estende-nos sua graça. Com isso, numa metáfora, é como se Ele pusesse uma fralda em nós. Pois na regeneração ocorre o processo de adoção (Jo 1): fomos feitos filhos de Deus e, com isso nos tornamos Seus herdeiros. E Jesus passa a cuidar de nós com olhar paterno. Passa creminho nas assaduras do passado, nos limpa. Também nos torna justos. Ou seja: ajusta-nos ao que é perfeito. Assim, pela graça do crucificado somos justificados mediante a fé e nossas “fraldinhas espirituais” são ajustadas perfeitamente em nós, impedindo que a sujeirada que antes fazíamos volte a ser contaminação. Ficamos limpos, puros ou, como diz o antigo hino, “alvos, mais que a neve”.

O grande problema ocorre quando, por culpa nossa, essa proteção é removida mediante o que chamamos pecado. O pecado distorce o que é perfeito e faz nossas fraldas se “desajustarem”. É como se o elástico ficasse frouxo ou se a fralda se deslocasse para fora do lugar. Com isso, surgem espaços que não deveriam existir numa realidade de justificação e toda aquela imundície que estava contida volta a vazar. E, ao vazar, suja tudo e todos ao nosso redor – em especial aquele que, como um neném, voltou a se divertir com as coisas impuras – afinal, para a mente cauterizada, o que é imundo é divertido e quentinho.

Fraldas que vazam são o terror dos pais. Pecados que retornam são o terror dos cristãos. Ninguém deseja um ou outro. Mas acontece. E aí, o que fazer? No caso do neném, troca-se a fralda desajustada por uma nova e todo o processo de limpeza se repete: dá-se um banho no bebê ou passa-se lencinhos umedecidos, creminho, talquinho… tudo de novo até que aquele que fez a sujeirada retorne ao seu estado de pureza. Já no caso do pecador o processo é bem similar. Mediante nosso arrependimento, Jesus nos limpa, dá banho, cuida de nossa alma com o creminho do perdão sobre as assaduras que o pecado provocou e ajusta novamente aquilo que impedirá que a caquinha da desobediência a Deus volte a nos sujar novamente. E aí retornamos ao nosso estado de pureza.

A você que ainda não teve filhos, meu desejo é que nunca tenha que passar pela experiência de uma fralda que vaza. Embora, sinceramente, eu ache impossível que isso não venha a ocorrer. Converse com qualquer pai veterano e ele terá histórias e mais histórias sobre isso para contar. De igual modo, meu desejo é que você nunca tenha de passar pela imundície de retornar ao pecado como, em linguagem bíblica, um cachorro que retorna ao próprio vômito. Embora, sinceramente, eu ache impossível que isso não venha a ocorrer. Converse com qualquer cristão veterano e ele terá histórias e mais histórias sobre isso para contar. A solução? O bebê tem os pais para limparem suas sujeiras. E o cristão tem Jesus para fazer exatamente a mesma coisa. Mantenha-se sempre perto de Cristo e, assim, você terá a garantia de que o pecado pode ocorrer, mas o teu advogado prontamente correrá em seu auxilio para solucionar a sujeirada que teus desajustes provocaram.

Você se desajustou? Está coberto de imundície espiritual? Não se desespere. Arrependa-se. Quem se sujava, não se suje mais. Mude de atitude. Pois, mediante seu arrependimento e a graça de Cristo, Jesus vai limpá-lo, purificá-lo e fazer você ficar limpinho e cheiroso aos olhos e às narinas do Pai, como aqueles lindos e fofos bebês que sempre nos deixam encantados por sua pureza e inocência.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Maurício Zágari – Apenas

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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