O Amor Fraternal

O amor traz alegria

Eu desejaria dizer a meus irmãos de toda parte: Cultivai o amor de Cristo! Deve ele dimanar da alma do cristão quais torrentes no deserto, refrigerando e aformoseando, trazendo às vidas alheias e à própria, alegria, paz e felicidade.1

Exemplo de irresistível amor altruísta

Quanto mais intimamente nos assemelharmos ao nosso Salvador no caráter, tanto maior será nosso amor para com aqueles pelos quais Ele morreu. Os cristãos que manifestam mutuamente um espírito de amor altruísta estão dando, em favor de Cristo, um testemunho que os descrentes não podem contradizer nem a ele resistir. É impossível calcular o poder de semelhante exemplo. Coisa alguma com tanto êxito derrotará os estratagemas de Satanás e seus emissários, coisa alguma tanto contribuirá para erguer o reino do Redentor, como o fará o amor de Cristo manifestado pelos membros da igreja.2

O próprio eu pode obscurecer o amor

O amor é um princípio ativo; conserva continuamente diante de nós o bem dos outros, refreando-nos de praticar atos desatenciosos, a fim de não falharmos em nosso objetivo de ganhar almas para Cristo. O amor não busca seus próprios interesses. Não levará os homens a ir após seu bem-estar e a satisfação do próprio eu. É o respeito que prestamos ao eu, que tantas vezes estorva o crescimento do amor.3

A humildade, fruto do amor

O amor não se vangloria. É elemento humilde; nunca estimula o homem a jactar-se, a exaltar-se. O amor a Deus e aos semelhantes não se manifestará em atos precipitados, nem nos levará a ser despóticos, críticos ou ditatoriais. O amor não se envaidece. O coração em que reina o amor, será levado a um procedimento delicado, cortês, compassivo para com os outros, quer satisfaçam ou não nossa fantasia, quer nos respeitem ou nos tratem mal.4

O verdadeiro amor retrai o próprio eu

A devoção que Deus requer, revela-se em sincero amor às almas pelas quais Cristo deu a vida. Cristo habitando no coração será manifesto pelo amor que Ele requer de Seus discípulos. Seus filhos verdadeiros preferirão outros a si mesmos. Não buscam a melhor parte para si, em qualquer tempo ou qualquer lugar, porque não consideram os seus talentos superiores aos dos irmãos. Quando isto de fato acontece, o sinal será dado numa revelação do amor que Cristo manifestou pelas almas humanas — amor abnegado, sincero, que preferiu o bem-estar de outros ao seu próprio.5

O amor transforma o caráter

Aos que não conhecem a verdade, seja apresentado o amor de Jesus, e atuará qual fermento, para a transformação do caráter.6

Amor altruísta

Deus deseja que Seus filhos compreendam que, para O glorificarem, suas afeições devem ser dadas aos que mais delas necessitam. … Nenhum egoísmo na expressão, em palavras ou atos deve ser manifestado quando a tratar com os da mesma preciosa fé, … sejam eles elevados ou humildes, ricos ou pobres. O amor que dispensa boas palavras apenas a alguns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo. Não atuará de maneira alguma para o bem das almas ou a glória de Deus. Nosso amor… não deve limitar-se a alguns especiais, com negligência de outros. Parti o frasco, e a fragrância encherá a casa.7

As aptidões não substituem o amor

O muito falar, o farisaísmo e louvor em causa própria são abundantes; mas isso jamais ganhará almas para Cristo. O puro, santificado amor, este amor que se expressou na obra vitalícia de Cristo, é qual perfume sagrado. Como o partido vaso de ungüento, de Maria, enche de perfume toda a casa. Eloqüência, conhecimento da verdade, talentos raros, misturados com amor, são todos dotes preciosos. Mas a aptidão sozinha, os mais escolhidos talentos sozinhos, não podem tomar o lugar do amor.8

Liberalidade, prova de amor

A prova de nosso amor é dada num espírito semelhante ao de Cristo, na boa vontade de partilhar as boas coisas que Deus nos deu na espontaneidade em praticar a abnegação e o sacrifício a fim de ajudar a promover a causa de Deus e da humanidade sofredora. Nunca devemos passar por alto o objeto que solicita nossa liberalidade. Nós mostramos que passamos da morte para a vida quando procedemos como fiéis mordomos da graça de Deus. Deus nos concedeu os Seus bens; deu-nos Sua palavra empenhada de que, se formos fiéis em nossa mordomia, depositaremos no Céu tesouros que são imperecíveis.9

Dedicar genuíno amor, sinal de discipulado

Não importa quão alta seja a profissão, aquele cujo coração não está pleno de amor a Deus e aos semelhantes, não é verdadeiro discípulo de Cristo. Embora possua grande fé, e tenha poder mesmo para operar milagres, todavia sem amor sua fé será de nenhuma valia. Poderá ostentar grande liberalidade; mas se ele por qualquer outro motivo que não o genuíno amor, entregar todos os seus bens para sustento dos pobres, o ato não o recomendará ao favor de Deus. Em seu zelo, poderia mesmo sofrer a morte de mártir, mas não sendo impulsionado por amor, seria considerado por Deus como iludido entusiasta, ou ambicioso hipócrita.10

O coração no qual reina amor

O coração no qual reina o amor não será tomado de paixão ou desejo de vingança, por ofensas que o orgulho e o amor-próprio julgariam insuportáveis. O amor não suspeita, sempre dando aos motivos e atos alheios a mais favorável estrutura.11

A atividade do exército de Satanás, o perigo que envolve a alma humana, reclama as energias de cada obreiro. Não será, porém, exercida compulsão. A depravação humana deve ser tratada com o amor, a paciência, a longanimidade de Deus.12

Peculiaridades corretas

Quando o homem é participante da natureza divina, o amor de Cristo é um princípio permanente na alma, e o próprio eu e suas peculiaridades não serão exibidos.13

Unicamente o amor de Cristo pode curar

Unicamente o amor que dimana do coração de Cristo, pode curar. Unicamente Aquele em quem flui aquele amor, assim como faz a seiva na árvore e o sangue no corpo, poderá restaurar a alma ferida.14

Prepara para qualquer eventualidade

Todo aquele que na verdade ama a Deus, terá o espírito de Cristo e um cálido amor aos irmãos. Quanto mais o coração da pessoa esteja em comunhão com Deus, e quanto mais suas afeições se centralizem em Cristo, tanto menos será ele perturbado pela rudeza e dificuldades que encontra nesta vida.15

A fraternidade jamais alcançada mediante comprometimento

Os que amam a Jesus e as almas pelas quais Ele morreu, seguirão as coisas que promovem a paz. Devem, porém, tomar cuidado para que, em seus empenhos por evitar a discórdia, eles não comprometam a verdade, e querendo guardar-se da divisão não sacrifiquem princípios. A verdadeira fraternidade jamais pode ser mantida pelo comprometimento com princípios. Ao aproximarem-se os cristãos do modelo da semelhança de Cristo, e tornarem-se puros em espírito e ação, sentirão o veneno da serpente. A oposição dos filhos da desobediência é excitada pela demonstração de um cristianismo que é espiritual. … A paz e harmonia obtidas por mútuas concessões para evitar todas as diferenças de opinião, não merecem esse nome. Em casos de diferenças de opinião entre homem e homem, às vezes se devem fazer concessões; nunca, porém, se deve sacrificar um jota ou til do princípio para alcançar harmonia.16

O amor divino é imparcial

Cristo veio a este mundo com uma mensagem de misericórdia e perdão. Ele deitou os alicerces de uma religião pela qual judeus e gentios, pretos e brancos, livres e escravos, são unidos em uma fraternidade comum, reconhecidos como iguais à vista de Deus. O Salvador tem um amor ilimitado por todo ser humano. Em cada um Ele vê aptidões suscetíveis de melhoramento. Com divino vigor e esperança Ele visita aqueles pelos quais deu a vida.17

Estreita a fraternidade humana no abraço de Deus

O santificado amor de uns pelos outros é sagrado. Nesta grande obra o amor cristão mútuo — mais elevado, mais constante, mais cortês, mais abnegado do que se tem visto — preserva a ternura cristã, a benevolência e polidez cristãs e envolve a fraternidade humana no abraço de Deus, reconhecendo a dignidade de que Deus revestiu os direitos do homem. Esta dignidade os cristãos têm de sempre cultivar, para honra e glória de Deus.18

Vosso amor às almas é a medida de vosso amor a Deus

O amor revelado na vida de Cristo, de abnegação e sacrifício, deve ser visto na vida de Seus seguidores. Somos solicitados a “andar assim como Ele andou”. … É privilégio vosso andar tendo a luz do Céu a brilhar sobre nós. Foi assim que Enoque andou com Deus. Não era mais fácil para Enoque viver vida justa do que para nós, na atualidade. O mundo de seu tempo não era mais favorável ao crescimento na graça e santidade do que é agora. … Vivemos em meio aos perigos dos últimos dias, e da mesma fonte temos de receber nossa força. Temos de andar com Deus.

Deus vos convida a pôr na obra toda a vossa força. Tereis de prestar contas do bem que poderíeis ter feito se tivésseis assumido atitude certa. É tempo de serdes coobreiros com Cristo e os anjos celestes. Despertareis? Há entre vós almas que carecem de vosso auxílio. Tendes sentido a preocupação de levá-las ao pé da cruz? Tende presente que, exatamente o grau de amor que tendes para com Deus, revelareis por vossos irmãos, e pelas almas que, fora de Cristo, estão perdidas, desgraçadas.19

Perfeito amor na igreja, o alvo de Cristo

Jesus poderia ter irradiado brilhantes raios de luz sobre os mais obscuros mistérios da ciência, mas não Se privava de um momento sequer para deixar de ensinar o conhecimento da ciência da salvação. Seu tempo, Seus conhecimentos, Suas faculdades, Sua própria vida, só os prezava como meios de efetuar a salvação de almas humanas. Oh! que amor, que inigualável amor!

Contrastai vossos esforços frouxos, sem vida, meio paralisados, com a obra do Senhor Jesus. Escutai Suas palavras, Sua oração ao Pai: “Eu lhes fiz conhecer o Teu nome, e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu neles esteja.” João 17:26. Que linguagem, esta! Quão profunda, quão ampla, quão plena! O Senhor Jesus deseja difundir Seu amor por intermédio de cada membro do corpo — Sua igreja — a fim de que a vitalidade desse amor possa circular através de todas as partes do corpo, e habitar em nós, como habita nEle. O Senhor então poderá amar o caído homem como ama a Seu próprio Filho; e declara que não ficará satisfeito com nada menos do que isso, em nosso favor.20

REFERÊNCIAS

1. Testimonies for the Church 5:565 (1889)
2. Testimonies for the Church 5:167, 168 (1882)
3. Testimonies for the Church 5:124 (1882)
4. Testimonies for the Church 5:123, 124 (1882).
5. Medicina e Salvação, 121 (1899)
6. Testimonies for the Church 8:60 (1904)
7. Medicina e Salvação, 17 (1899); Nossa Alta Vocação, 229
8. Testimonies for the Church 6:84 (1900)
9. The Review and Herald, 15 de Maio de 1900
10. Atos dos Apóstolos, 318, 319 (1911)
11. Testimonies for the Church 5:168, 169 (1882)
12. Testimonies for the Church 6:237 (1900)
13. Testimonies for the Church 6:52 (1900)
14. Educação, 113, 114 (1903)
15. Testimonies for the Church 5:483, 484 (1889); Testemunhos Selectos 2:187
16. The Review and Herald, 16 de Janeiro de 1900
17. Testimonies for the Church 7:225 (1902)
18. Counsels to Parents, Teachers, and Students, 10 (1897); The S.D.A. Bible Commentary 5:1140, 1141
19. The Review and Herald, 9 de Janeiro de 1900
20. Medicina e Salvação, 11 (1892)

Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade (Vol 1), Capítulo 26.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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