Sermão XIII: A LEI DO TRIBUNAL DO CÉU

INTRODUÇÃO

Nos nossos dois últimos estudos analisamos alguns aspectos do grande Juízo Investigativo, que iniciou no santuário celestial em 1844, ao término dos 2.300 anos de Dan. 8:14, e que dentro em breve será concluído, quando a porta da graça fechar-se-á, ao Cristo depor Suas vestes sacerdotais, declarando: 

“Continue o injusto fazenda injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e a santo continue a santificar-se.” (Apoc. 22:11).


Mas neste ponto surge uma pergunta: Para que haja um julgamento é necessário que haja também uma lei, ou seja, uma norma de julgamento; e qual é a lei ou norma pela qual é feito o juízo de cada indivíduo no tribunal do Céu? Também a Bíblia responde a esta indagação.

I – A LEI DIVINA – A NORMA DO JULGAMENTO


a) Que Lei é Dito Ser a Norma do Julgamento no Tribunal do Céu? – Tiago 2:12 (a “lei da liberdade”)

b) Mas Que Lei é Essa? – Tiago 2:10 e 11

c) Qual é a lei em cuja conteúdo se encontram os mandamentos “não adulterarás” e “não matarás”? – Êxodo 20:3-17 (os Dez Mandamentos)

II – A IMPORTÂNCIA E O SIGNIFICADO DOS DEZ MANDAMENTOS


A – Os Dez Mandamentos São de Origem Divina

a) Os Dez Mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus sobre duas tábuas de pedra (Êxo. 31:18; 32:16), o que é um símbolo de sua perpetuidade. Sal. 119:152

b) “A lei de Deus existia antes do homem ter sido criado. Estava adaptada à condição de seres santos; até mesmo os anjos eram governados por ela. Após a queda, os princípios de justiça não foram mudados. 

Nada foi tirado da lei; nenhum de seus santos preceitos poderia ser aperfeiçoado. E assim como existiam desde o princípio continuará a existir através das eras intérminas da eternidade. . .” (E. G. White, ST, 15 de abril de 1886) Porém, “os princípios (da lei de Jeová) foram mais explicitamente declarados ao homem após a queda, e enunciados de forma a serem compreendidos por inteligências caídas. 

Isto foi necessário dado ao fato da mente dos homens ter sido cegada pela transgressão.” (E. G. White, ST, 15 de abril de187S) – Citado em A.A. Nepomuceno, Introdução à Ética Cristã, p. 15

B – O Significado e a Abrangência dos Dez Mandamentos

1º) “Não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo 20:3)

“Jeová, o Ser eterno, existente por Si mesmo, incriado, sendo o originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito a reverência e culto supremos. Proíbe-se ao homem conferir a qualquer outro objeto o primeiro lugar nas suas afeições ou serviço. O que quer que acariciemos que tenda a diminuir nosso amor para com Deus, ou se incompatibilize com o culto a Ele devido, disso fazemos um deus.” (Patriarcas e Profetas, pp. 305)

2º) “Não farás para ti imagem de escultura. . .” (Êxo. 20:4-6)

– “O primeiro mandamento diz respeito ao Ser a quem adoramos. Este segundo refere-se à forma como adoramos.” (Billy Graham, Como Nascer de Novo, pp. 67-68)

– Este mandamento não apenas proíbe a idolatria costumeira, como também as falsas idéias a respeito de Deus e de Seus atributos, e acariciarmos idéias antropomórficas de Deus.

– Jesus disse: – João 4: 24

– É por isso que Spurgeon escreveu que “nem todos, os que vão à igreja ou congregação, adoram também em espírito e verdade; os que mais alto cantam, nem sempre são os que mais louvam a Deus; e aqueles, que aparentam possuir o mais contrito semblante, nem sempre são os que estão possuídos da mais profunda sinceridade.” (Spurgeon, Reden Hinterm Pflug, p. 129)

3º) “Não tomarás a nome do Senhor teu Deus em vão…” (Êxo. 20: 7)

– “Este mandamento não somente proíbe os falsos juramentos e juras comuns mas veda-nos o uso do nome de Deus de maneira leviana ou descuidada, sem atentar para a sua terrível significação. … Seu santo nome deve ser pronunciado com reverência e solenidade.” (Patriarcas e Profetas, p. 306, 307)

– Pois a Bíblia declara que “Santo e tremendo é o Seu nome.” Sal. 111:9.
OBS.: O nome de Deus na Bíblia é equivalente ao Seu caráter.

4º) “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. . .” (Êxo. 20:8-11)

– “O sábado não é apresentado como uma nova instituição, mas como havendo sido estabelecido na criação. Deve ser lembrado e observado como a memória da obra do Criador. 

Apontando para Deus como Aquele que fez os céus e a Terra, distingue o verdadeiro Deus de todos os falsos deuses. Todos os que guardam o sétimo dia, dão a entender por este ato que são adoradores de Jeová. Assim, é o sábado o sinal de submissão a Deus por parte do homem, enquanto houver alguém na Terra para O servir. 

O quarto mandamento é o único de todos os dez em que se encontra tanto o nome como o título do Legislador. É o único que mostra pela autoridade de quem é dada a lei. Assim contém o selo de Deus, afixado à Sua lei, como prova da autenticidade e vigência da mesma.” (Patriarcas e Profetas, p. 307).
5º) “Honra a teu pai e a tua mãe … ” (Êxo. 20:12)

– “O quinto mandamento exige que os filhos não somente tributem respeito, submissão e obediência a seus pais, mas também lhes proporcionem amor e ternura, aliviem os seus cuidados, zelem de seu nome, e os socorram e consolem na velhice. 

Ordena também o respeito aos ministros e governantes, e a todos os outros a quem Deus delegou autoridade.” (Patriarcas e Profetas, p. 308)

– E Efésios 6:1 acrescenta: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo”. Isto é, a obediência aos pais deve ser mantida até ao ponto em que esta não interfira na obediência a Deus.

6º) “Não matarás” (Êxo. 20:13)

– “Todos os atos de injustiça que tendem a abreviar a vida; o espírito de ódio e vingança, ou a condescendência de qualquer paixão que leve a atos ofensivos a outrem, ou nos faça mesmo desejar-lhe mal (pois “qualquer que aborrece seu irmão é homicida”); uma negligência egoísta de cuidar dos necessitados e sofredores; toda a condescendência própria ou desnecessária privação, ou trabalho excessivo com a tendência de prejudicar a saúde – todas estas coisas são, em maior ou menor grau, violação do sexto mandamento.” (Idem, p. 308)
7º) “Não adulterarás” (Êxo. 20:14)

– “Este mandamento proíbe não somente atos de impureza, mas pensamentos e desejos sensuais, ou qualquer prática com a tendência de os excitar. 

A pureza é exigida não somente na vida exterior, mas nos intuitos e emoções secretos do coração. Cristo, que ensinou os deveres impostos pela lei de Deus, em seu grande alcance, declarou ser o mau pensamento ou olhar tão verdadeiramente pecado como o é o ato ilícito. ” (Idem, p. 308).

8º) “Não furtarás” (Êxo. 20:15)

– “Tanto pecados públicos como particulares são incluídos nesta proibição. O oitavo mandamento condena o furto de homens e tráfico de escravos, e proíbe a guerra de conquista. Condena o furto e o roubo. Exige estrita integridade nos mínimos detalhes dos negócios da vida. 

Veda o engano no comércio, e requer o pagamento de débitos e salários justos. Declara que toda a tentativa de obter-se vantagem pela ignorância, fraqueza ou infelicidade de outrem, é registrada como fraude nos livros do Céu.” (Idem, p. 308)

9º) “Não dirás falto testemunho contra o teu próximo” (Êxo. 20:16)

– “Aqui se inclui todo o falar que seja falso a respeito de qualquer assunto, toda a tentativa ou intuito de enganar nosso próximo. A intenção de enganar é o que constitui a falsidade. Por um relance de olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se dizer falsidade tão eficazmente como por palavras. 

Todo o exagero intencional, toda a sugestão ou insinuação calculada a transmitir uma impressão errônea ou desproporcionada, mesmo a declaração de fatos feita de tal maneira que iluda, é falsidade. 

Este preceito proíbe todo esforço no sentido de prejudicar a reputação de nosso próximo, pela difamação ou suspeitas ruins, pela calúnia ou intrigas. Mesmo a supressão intencional da verdade, pela qual pode resultar o agravo a outrem, é uma violação do nono mandamento.” (Idem, p. 309)

10º) “Não cobiçarás. . .” (Êxo. 20:17)

– “O décimo mandamento fere a própria raiz de todos os pecados, proibindo o desejo egoísta, do qual nasce o ato pecaminoso. Aquele que em obediência à lei de Deus se abstém de condescender mesmo com um desejo pecaminoso daquilo que pertence a outrem, não será culpado de um ato mau para com seus semelhantes.” (Idem, p. 309).

C – Cristo Confirma a Validade e Vigência Dessa Lei:
– Mat. 19:17; Mat. 5:17 e 18

III – A LEI DIVINA – A NORMA DE CONDUTA PARA O CRISTÃO


A – O Dever Humano de Observar a Lei Divina

a) Ecl. 12:13 (dever de “todo homem” e não apenas dos judeus)

b) Tiago 2:10

“Se estivermos suspensos sobre um abismo, seguros por uma corrente de dez elos, quantos deles precisam romper-se para que caiamos no abismo?” (Billy Graham, Como Nascer de Novo, p. 70)

B – Deus nos Capacita para Observarmos a Sua Lei

a) O apóstolo S. Paulo declara: – Rom. 2:13; 7:12

b) “Porém a lei não nos pode salvar, muito menos nos conceder poder para vencermos o pecado; ela apenas nos condena, mostrando-nos nossa condição pecaminosa. Sua função é como a de um espelho (Tiago 1:23), que mostra nossa verdadeira situação pecaminosa. . .” Mas se “nos dirigirmos á cruz de Cristo em humildade e contrição, ‘o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado’ (I João 1:7).

“Na cruz há poder, não para abolir a lei, mas para nos colocar em conformidade com ela; porque o evangelho ‘é o poder de Deus Para a salvação de todo aquele que crê’ (Rom, 1: 16). 

Assim corno o curso da História está dividido em duas eras: antes de Cristo (AC) e depois de Cristo (AD); na vida de coda pessoa há um antes de Cristo, sob a condenação da lei, e um depois que Cristo passa a reinar na vida, não mais sob a condenação da lei, mas em plena conformidade com ela.” (Alberto R. Timm, Decisão, março de 1983, p. 5)

c) Portanto, não observamos a lei para sermos salvos (obras da lei), mas porque fomos salvos por Cristo (obras da fé). E é Cristo quem nos capacita a guardarmos os mandamentos de Deus (Filip. 4:13; João 1:12; 15:5 e 10).

CONCLUSÃO


Portanto, a guarda dos dez mandamentos pela graça de Crista é a evidência de que fomos salvos; pois no processo da salvação nós somos justificados pela fé, salvos pela graça e julgados pelas obras. É por isso que Davi reclama o juízo divino aos transgressores da lei:

– Sal. 119:126.

Que Deus nos capacite pela Sua graça a vivermos em conformidade com a Sua vontade, como expressa no decálogo, para que possamos herdar a vida eterna que será concedida aos fiéis!

 

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Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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