A Tensão Entre Tradição e Contemporaneidade no Contexto da Reforma

O texto que segue faz parte da tese de doutorado – A SELEÇÃO DE CULTOS PARA O CULTO CRISTÃO: CRITÉRIOS OBTIDOS A PARTIR DA TENSÃO ENTRE TRADIÇÃO E CONTEMPORANEIDADE NA MÚSICA SACRA CRISTÃ OCIDENTAL

A tensão entre tradição e contemporaneidade na perspectiva de Martinho Lutero (1483- 1546)

3.3.1 – Características musicais do período

3.3.2 – Razões e fundamentos teológicos da Reforma luterana

3.3.3 – Conseqüências para a liturgia

3.3.4 – Conseqüências para a música sacra

3.3.1 – Características musicais do período

Podem-se apontar as seguintes características da nova música do século XVI: textura formada por contraponto, produzida pela manutenção da imitação de pequenos motivos; harmonias organizadas como sonoridades cordais; abandono gradativo das antigas fórmulas fixas, como o cantus firmus da Missa, e o desenvolvimento de formas de composição mais livres, com repetições variadas. A missa-paráfrase, baseada no material do modelo monofônico, mas livremente desenvolvida através de técnicas imitativas, começou a ser empregada à medida que o cantus firmus ia saindo de moda. Além da missa-paráfrase, existiam a missa-paródia, construída num modelo polifônico, e ainda a missa-livre, construída com material novo. Cada vez mais foram se fazendo sentir as influências da música secular sobre a sacra. Os compositores passaram a dar maior atenção às letras. Tanto os humanistas como os reformistas estavam preocupados com o sentido das palavras. Essa preocupação deu origem ao que se denominou de “a doutrina dos afetos”:

The medieval polyphonic music, although the most complete example in art of the perfect adaptation of means to a particular end, could not long maintain its exclusive prestige. It must be supplanted by a new style as soon as the transformed secular music was strong enough to react upon the Church. (…) The new-born art strove to give more apt and detailed expression to the words, and why should not this permission be granted to church music?

Um século depois, a arte do solo iria-se expandir tanto que suplantaria o coro, os modos eclesiásticos seriam substituídos pelos modos maiores e menores do sistema tonal, e o canto a capela pela música acompanhada. A música secular dramática predominaria sobre a religiosa e a arte da música instrumental transformar-se-ia numa arte independente, principalmente por causa do patrocínio da aristocracia.

 

3.3.2 – Razões e fundamentos teológicos da Reforma luterana

A situação caótica em que a igreja e alguns setores da sociedade do século XVI encontravam-se foi a razão pela qual Lutero se tornou porta-voz de um movimento que desde o século anterior clamava por transformação radical. Havia muito o que reformar. A igreja vivia um sistema em que os poderes políticos e religiosos se amalgamavam muito intimamente (sacerdotium et imperium). Os papas preferiram ceder aos caprichos do poder, negligenciando seus postulados pastorais, fato que foi denunciado com veemência por Lutero. O humanismo, oriundo das camadas ricas e burguesas do século XV, propagava-se de modo rápido e induzia muitos ao abandono da fé. Os humanistas viam a Idade Média como um período de barbarismos e a igreja como um escândalo causado pelo próprio clero. Abominavam a piedade popular da época, com sua veneração dos santos, milagres, imagens, peregrinações e indulgências.

No prefácio ao hinário de Babst de 1545, por exemplo, ao defender o culto apregoado pelo Novo Testamento, Lutero convoca os tipógrafos para que ajudem o povo nessa pregação através da impressão de bons hinos, os quais, assim elaborados, causariam derrota ao papa:

Therefore, the printers do well if they publish a lot of good hymns and make them attractive to the people with all sorts of ornamentation, so that they may move them to joy in faith and to gladly sing. (…) God grant it may cause great loss and harm to the Roman pope, who through his damned, intolerable, and abominable laws has caused nothing but howling, mourning and grief in all the world. Amen.

A igreja era quase que exclusivamente propriedade do clero, que, além disso, também detinha o monopólio cultural. Para ser clérigo, não existia a chamada vocação ministerial e sim um alto interesse econômico-social. Embora os ensinamentos da igreja a apresentassem como uma organização infalível e detentora absoluta do saber, ela não conseguia satisfazer a necessidade que as pessoas tinham de certeza de salvação. A igreja ensinava que o cristão poderia esperar uma aceitação da parte de Deus desde que recebesse com regularidade os seus sacramentos e não cometesse nenhum pecado mortal. Além disso, permitia que sua doutrina se mesclasse com elementos místicos da veneração popular, o que causava uma grande inquietude teológica:

Em toda parte, a gente buscava padroeiros contra todos os males possíveis, queria provas palpáveis em cousas sacras (relíquias) das igrejas, que então eram postas em veneração e solene exposição. Da piedade, orientada pela teologia, fugiu o povo para elementos da sensação; nos santuários de romagem, queria ver o milagre, queria quase apalpá-lo com as mãos, e para esse fim não recuava diante de nenhum sacrifício.

Desde o século XI a igreja cobrava uma taxa, conhecida como indulgência, que ela dizia destinada a pagar pelo perdão que concedia às penas temporais dos pecados. Ensinava ainda que essas indulgências eram eficazes e aceitas por Deus. Nos seus sermões sobre os salmos e sobre a carta aos Romanos, Lutero criticara essas indulgências, afirmando que assim o povo tinha-se acostumado a evitar as penas do pecado, mas não o próprio pecado. Segundo Lutero, a verdadeira penitência consistia na conversão pessoal, interior, e no afastamento de qualquer ação pecaminosa. Considerou as promessas dos pregadores que defendiam as indulgências como “embusteiras”. Já na sua primeira tese das 95 pregadas em 31 de outubro de 1517 na igreja do Castelo de Wittenberg, Lutero chamava a atenção para que os fiéis demonstrassem uma vida inteira de arrependimento, baseando-se em Mt 4.17: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus”.

A centralidade da Bíblia como a Palavra de Deus, não por ser um “manual de verdades”, mas principalmente em razão de revelar Jesus Cristo à humanidade, vinha combater a idéia que os católicos romanos defendiam de que a igreja tinha autoridade sobre as Escrituras. Para Lutero, a Bíblia era válida mesmo quando a tradição não se coadunava com ela. Sua teologia estava fundamentada na Palavra, conforme atestava Rm 10.17: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”. A fé é vista por uma óptica diferente da tradição escolástica, que entendia que ela poderia ser concebida pela instrução (fides acquisita). Na opinião de Lutero, a fé é mais que aderir a uma verdade racional e intelectual: é ter comunhão com Deus e aceitar o ato salvífico de Cristo na cruz como “dom de Deus” – esse o conceito de sola fide. O ser humano é declarado justo por Deus, não por seus próprios méritos (segundo o ensinamento da Igreja Católica, a fé não é suficiente para a salvação; a fé só pode ser aceita por Deus se associada às obras), mas por causa de Cristo. Fé e obras estão relacionadas, mas são coisas distintas: a fé refere-se à humanidade e sua comunhão com Deus; as obras dizem respeito ao relacionamento das pessoas com o seu próximo. A “experiência da torre”, assim denominada por causa do local onde havia acontecido, veio iluminar o sentido da expressão “justiça de Deus” (iustitia dei) que tanto perturbava Lutero. A partir dessa data, ao estudar Rm 1.17: “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé”, ficou clarificado na sua mente que a justiça de Deus é revelada na salvação de todo o que crê, e isso não se dá por merecimento do crente, mas sim pela misericórdia de Deus.

A secularização da igreja, a influência dos humanistas, os privilégios escandalosamente administrados pela nobreza, os abusos do clero, a falta de esclarecimento em questões de fé, paralelamente à cobrança das indulgências, suscitaram o clima adequado para o que veio a ser conhecido como “a Reforma protestante” protagonizada por Lutero.

 

3.3.3 – Conseqüências para a liturgia

As mudanças mais drásticas na missa empreendidas por Lutero giraram em torno das novas ênfases de sua teologia. Ele também deu uma nova significação ao culto, abolindo as missas privadas e a adoração aos sacramentos. Seu desejo era que o culto reproduzisse o espírito da Ceia instituída por Cristo. É por essa razão que Lutero disse:

Quanto mais próximas, pois, nossas missas estiverem da primeira missa de Cristo, tanto melhores sem dúvida serão, e quanto mais distantes dela, tanto mais perigosas. (…) Caso quisermos celebrar e compreender a missa, temos que deixar de lado tudo o que os olhos e todos os sentidos mostrem e evidenciem nesse negócio – seja veste, retintim, cantoria, ornato, oração, carregar, elevar, deitar, e o que mais possa suceder na missa -, até que compreendamos e consideremos bem as palavras de Cristo, com as quais ele realizou e instituiu a missa e nos ordenou realizá-la (…).

O culto foi visto como a ocasião em que os crentes se encontram com Cristo e com os demais cristãos. A igreja, no sentido de ekklesia, é principalmente “a comunhão dos santos”, ou seja, a comunhão de todos os que possuem a mesma fé em Cristo, uma comunhão invisível, ou cristandade interna. Ao lado disso, existe a igreja visível, que se reúne num local com normas específicas de funcionamento, denominada cristandade externa. Lutero entendia a missa como a reunião do corpo espiritual de Cristo, os crentes, sem os quais o rito era inconcebível. Nesse sentido, são relevantes os ensinamentos deixados por Lutero quando escreveu sobre o quinto mandamento no seu Catecismo Maior, exortando os crentes a não somente não fazer mal a ninguém “nem com gestos, nem sequer com palavras”, mas sobretudo a promover o bem, demonstrando para com o próximo e o inimigo humildade, paciência, bondade, amor e misericórdia, que constituem “as obras verdadeiras, nobres e elevadas”.

Para Lutero três elementos caracterizam uma igreja verdadeira: o Batismo, a Ceia do Senhor e a proclamação da Palavra. O Batismo e a Eucaristia foram os únicos retidos dos sete sacramentos da Igreja Católica.

Lutero rejeitou a idéia medieval de que havia um poder místico na água do Batismo, embora a água e a Palavra fossem fundamentais. A simbologia do Batismo significava que o crente deve morrer para o pecado para que o novo homem possa renascer. O Batismo é mais que um sinal: é através dele que alguém passa a pertencer ao Corpo de Cristo. Porque a salvação é iniciativa de Deus, pode-se, assim, conceber o Batismo de crianças, que é válido por toda a vida. Lutero cria que no Batismo estava a força que lhe ajudava a combater as investidas de Satanás.

A Ceia do Senhor foi concebida por Lutero com base no relato da Bíblia sobre sua instituição. Aliás, no rito que Lutero propôs para a Ceia do Senhor, a ênfase deveria ser dada às palavras da instituição, abolindo as partes do cânone que “cheiravam a sacrifício” e preservando a saudação mútua, o prefácio, as palavras da instituição, o Sanctus e a elevação. Não aceitava a interpretação católica de que, na Ceia, o sacrifício de Cristo é repetido. Opôs-se também à doutrina da transubstanciação, que se baseava no conceito de merecimento e que afirmava a transformação do pão em corpo e do vinho em sangue de Cristo, mas defendeu o conceito da presença real, idéia que lhe valeu acirrada contenda com André Bodenstein de Karlstadt e Zwínglio. O sacramento não é meramente simbólico, como defendiam esse dois teólogos, mas a presença de Cristo podia ser vista ao redor e por trás do pão e do vinho.

Com a concepção do sacerdócio geral de todos os crentes, Lutero não mais aceitou que os fiéis permanecessem passivos e buscou alternativas para que esse quadro fosse alterado. Ele não via a missa na óptica medieval, como um sacrificium, ou seja, um sacrifício oferecido a Deus pelos seres humanos; antes via na missa um beneficium, presente de Deus a eles:

Já na primeira preleção sobre os Salmos, entre 1513 e 1515, destaca-se claramente a compreensão de Lutero sobre a estrutura básica da relação entre Deus e o ser humano. Um Deus que fala, age através de sua palavra junto a uma pessoa, restando a ela apenas ouvir e obedecer. Nessa relação Deus é o interlocutor ativo e o ser humano o passivo. (…) O culto – para Lutero em primeira instância [é] a reunião da comunidade na qual Deus serve às pessoas que se reúnem.

Lutero não quis reformular a missa totalmente, mas transformar aquilo que julgava ser incoerente com a sua teologia:

In the Formula Missae, Luther’s conservative and evangelical views coalesced. He proposed merely to revise the Missal, retaining the Latin language, but purging the Mass of those things that could not support an evangelical interpretation.

Com a concepção do culto como beneficium, Lutero quis modificar a visão de que a liturgia era para ser “ouvida” por leigos e “executada” por profissionais. Ele compreendeu que no culto era a graça de Deus que se manifestava ao ser humano, razão pela qual só admitia a celebração de culto se a Palavra de Deus fosse pregada. Em virtude da concepção de que as Sagradas Escrituras são o único fundamento da teologia luterana (sola scriptura), porque revelam Deus, o sermão ganha relevância no culto:

The Word is God, not only the eternal, uncreated, pre-existing Word (John 1:1), but also the incarnated, created, and revealed Word. In all its earthly lowliness, the Word brings God to man. In this sense, Luther’s entire theology is a theology of the Word.

(…) Christ never wrote anything, and his apostles were not scribes but messengers. So today the Bible must be preached if the gospel is to assume its proper form and fulfil its proper task.

Tanto as missas como as horas canônicas deveriam incluir a pregação da Palavra. Embora existisse o costume de se ler trechos inteiros da Bíblia, Lutero achava que a simples leitura não era suficiente para que as pessoas entendessem o que ouviam. O sermão não era algo inovador, mas obteve um grande desenvolvimento com a Reforma, pois agora ele possuía sentido dentro do culto e não era mais opcional.

A primeira vez que usou o vernáculo foi no Natal de 1521, quando também introduziu a nova maneira de celebrar a Eucaristia, proferindo as palavras de consagração dos elementos em alemão, em voz alta e com a supressão dos demais gestos cerimoniais. Essa a missa que se tornou conhecida como “missa alemã”, mas que realmente só foi colocada em prática a partir de 1526. Logo em seguida ao Natal de 1521, as imagens e os altares seriam retirados do santuário. Em alguns lugares da Alemanha e Suíça as missas começaram a ser celebradas em alemão, mas na cidade de Wittenberg, por prudência e em respeito à política de cautela de Frederico, o Sábio, Lutero conservou a missa em latim, mesmo tendo sido considerado por Karlstadt como neopapista. A Missa em latim também foi conservada para não ofender os “fracos na fé”, aqueles que não estavam prontos para acolher transformações drásticas.

A liturgia latina adotada pela Igreja Católica não foi totalmente alterada por Lutero. Ele só aboliu as práticas que não se coadunavam com a doutrina da justificação pela fé: reduziu o Próprio, suprimiu algumas festas em honra a Maria, aos santos e mártires e as missas diárias. Lutero reteve da tradição católica a missa, as matinas e as vésperas e por isso a música que ele usava nas missas em latim ainda era a tradicional, do rito católico, ou seja, o canto gregoriano e arranjos polifônicos para o coro. Além desses cantos litúrgicos provenientes da Igreja Católica, foram incluídos os cantos sacros de Lieder alemães usados no período anterior à Reforma e ainda canções de cunho popular, as quais revestiu à maneira cristã.

No prefácio da sua “missa alemã”, Lutero defendeu o uso de três tipos de culto. O primeiro era a missa em latim, ou Formula Missae, para as igrejas maiores e catedrais, onde os jovens pudessem ser treinados no latim, e até em outras línguas, além da alemã. Mediante o estudo do latim, esses jovens estariam aptos a disseminarem o evangelho em diversos lugares:

Lutero direciona a forma de culto não só às experiências espirituais dos participantes do culto, mas toma em consideração também sua capacidade intelectual de assimilação. Iso também não poderia ser diferente, uma vez que se trata de transmitir o conteúdo do Evangelho. Mesmo que Lutero tenha introduzido uma missa alemã em 1525 em Wittenberg, ele não quer eliminar por completo a latina, uma vez que em Wittenberg há uma escola latina e um grande número de estudantes. Latim é a língua de quase todas as universidades na Europa. Quem está afeiçoado ao culto latino pode falar com pessoas em outros países, trazendo assim proveito a Cristo.

O latim também seria usado nas festividades da igreja, como Natal, Páscoa, Pentecostes, Purificação, S. Miguel, o padroeiro do povo alemão, até que houvesse um número expressivo de cantos em alemão que pudessem substituir a língua latina.

No segundo tipo de culto, usaria a “missa alemã”, para favorecer o povo analfabeto, incluindo os não-cristãos, que se reuniam em igrejas de pequenos centros, em cujas escolas professores e alunos apenas dominavam a língua alemã.

Um terceiro tipo de culto seria adequado para local não-público:

Mas aqueles que desejam ser cristãos com seriedade e que confessam o evangelho com mãos e boca deveriam assinar o seu nome e reunir-se entre si, em alguma casa, para orar, ler, batizar, receber o sacramento e fazer outras obras cristãs.

Nesse recinto, as pessoas não teriam necessidade de um canto “elaborado”. Iriam centralizar tudo na Palavra de Deus e teriam a oportunidade de colocar em prática os ensinamentos de Jesus, segundo o registro de Mateus 18.15-17:

Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.

Não satisfeito com os três tipos de culto, Lutero ainda previu reuniões litúrgicas em horários distintos durante a semana e no próprio domingo, como a que era realizada às 5 ou 6 da manhã, para que os empregados pudessem participar.

 

3.3.4 – Conseqüências para a música sacra

Por causa da sua percepção teológica do sacerdócio geral de todos os crentes, Lutero introduziu o canto congregacional no vernáculo. Ele entendia que a participação popular no culto através do canto era uma forma de o povo expressar sua nova condição de elemento ativo da ação litúrgica. Na concepção de Lutero, a música adequada para a liturgia seria a que contivesse os seguintes princípios: em primeiro plano, que fosse um meio de louvor e adoração a Deus; a seguir, instrumento auxiliar à devoção e piedade do cristão e ainda elemento eficaz na educação cristã e na propagação do evangelho. Em razão desse ponto de vista didático, Lutero rearranjou o canto, com texto inserido em melodias antigas e populares, a fim de que a participação fosse mais íntima e pessoal:

Luther knew well that only hymns sung by the worshippers in a familiar tongue come from the heart, and that therefore only this kind of song had pedagogical value. To be sure, before Luther’s time German hymns had been known, but the great majority of religious songs were in Latin.

O apreço de Lutero pela música tinha raízes na sua infância, pois fora educado para se tornar um cantor da Kurrende. Ao ingressar na vida monástica, teve a oportunidade de conhecer a música dos mestres contemporâneos e de aprender o canto gregoriano. Embora tenha aprendido a tocar o alaúde e a compor (por conta própria durante uma enfermidade), sua instrução musical iniciada na infância teve seguimento na Universidade de Erfurt. Já maduro, Lutero expressaria, em carta de outubro de 1530 a Ludwig Senfl, a convicção de que somente a música poderia, ao lado da teologia, fornecer paz e alegria à alma humana:

Pois sabemos que os demônios odeiam e não suportam a música. Dou minha opinião bem franca e não hesito em afirmar que, depois da teologia, é a música que consegue uma coisa que no mais só a teologia proporciona: um coração tranqüilo e alegre. Uma prova muito clara disto é que o diabo, o causador de tristes preocupações e de tumultos perturbadores, foge do som da música quase tanto como da palavra da teologia. É por isso que os profetas de nenhuma arte se serviram como da música. Sua teologia eles não a expressaram pela geometria, nem pela aritmética ou astronomia, mas pela música, ligando, portanto, estreitamente teologia e música e dizendo a verdade em salmos e hinos.

Lutero propagava as novas propostas doutrinárias nos seus hinos. Observe-se o “Alegra-te, cara comunidade”:

1 – Cristãos, alegres jubilai,/ felizes exultando;
com fé e com fervor cantai,/ a Deus glorificando.
O que por nós fez o Senhor,/ por seu divino excelso amor,
custou-lhe a própria vida.

2 – Fui prisioneiro de Satã,/ a noite me envolvia.
A minha vida, triste e vã,/ nas trevas se esvaía.
Abismo horrível me tragou,/ o mal em mim se apoderou;
perdi-me no pecado.

3 – As obras nunca poderão/ livrar-me do pecado.
O livre arbítrio tenta em vão/ guiar o condenado.
Horrível medo me assaltou,/ ao desespero me levou,
lançando-me no inferno.

4 – O eterno Deus se apiedou/ de mim, o infortunado.
De sua graça se lembrou,/ voltou-se ao condenado.
O seu paterno coração/ deu, para mimha salvação,
o que há de mais precioso

8 – Derramarei o sangue meu,/ serei à cruz pregado,
somente em benefício teu;/ aceita-o, confiado!
Em inocência hei de sofrer,/ que possas vida eterna obter
e bem-aventurança.

Como Lutero se preocupava com o ensino, usou seus hinos até para combater as idéias contrárias, o que se constata no hino a seguir:

2 – Ensinam-se doutrinas vãs,
por homens inventadas.
Deturpam as palavras sãs,
na Bíblia bem lavradas.
Discordam entre si também,
confundem-nos com vil desdém,
brilhando na aparência.

3 – Senhor, ó vem fazer calar a tais ensinadores!
que nos ensinam falsas aparências!
Ousados são em seu falar
e dizem quais doutores:
Nós temos a revelação,
decretos, leis e tradição;
da Bíblia somos mestres.

4 – Por isso diz o Santo Deus:
dos crentes afligidos
os brados sobem já aos céus,
ouvi os seus gemidos.
Meu Verbo mando com vigor
aniquilar a sua dor
e as hostes inimigas.

5 – Provada a prata é no calor,
no fogo acrisolada.
A sã palavra do Senhor
na angústia é confirmada.
Provado o Verbo pela cruz,
revela então poder e luz,
iluminando a terra.

Com a finalidade de colocar em prática a idéia de um culto em que houvesse uma participação mais ativa dos crentes e necessitando de hinos com texto em alemão, Lutero empenhou-se em requisitar que os compositores de língua alemã o ajudassem nessa tarefa, colaborando com novas composições. A prática anterior do canto ficava delegada aos que presidiam a missa. O canto de hinos pela congregação era algo muito inovador e os hinários ainda não eram acessíveis ao povo. Os hinos eram escritos com a melodia no tenor, com arranjo para quatro vozes, concebidas como instrumentos acompanhadores. Não existia ainda a harmonia funcional com sua sucessão de acordes encadeados tonalmente. A polifonia consistia aqui no arranjo das vozes em torno do cantus firmus. Essa melodia principal era quase sempre retirada de outra fonte conhecida, processo denominado contrafactum. Lutero prezava a simplicidade do tema que vinha no cantus firmus, porque queria que o texto fosse compreendido claramente:

The simplicity of the theme which makes the text more comprehensible to the listener, since its meaning has not been submerged in the flood of poliphony, was particularly suited to express the idea of Protestantism. Luther desired that the believer approach his God personally, and this could only be accomplished by simplicity of speech and tone.

Na sua missa em língua vernácula, que passou a usar regularmente a partir do Natal de 1525, Lutero reteve parte da estrutura da missa tradicional, acrescentando-lhe elementos para uma participação ativa da congregação. Novas formas musicais foram empregadas: as melodias antigas do Kyrie foram adaptadas e os hinos em alemão foram inseridos no Credo, Sanctus, Graduale e Agnus Dei. A recitação usada para a leitura das Escrituras foi também adaptada em função da língua alemã, como também o canto gregoriano. Outro aspecto a ser ressaltado quanto às adaptações feitas tanto na missa latina quanto na alemã é que ambas incorporaram as adaptações determinadas ou pelos costumes locais ou pela exigência da própria Reforma. No exemplo a seguir, pode-se observar a maneira como Lutero trabalhou uma antífona medieval, cantada anteriormente em favor dos mortos, cuja tônica era o medo, transformando-a em um hino em que quis acentuar o arrependimento pelo pecado.

Comparando a letra original com a de Lutero, percebe-se essa transformação:

Em meio à vida na morte estamos/ a quem inquiriremos ajudador/ a não ser a ti, Senhor?/ que pelos pecados/ com justiça te encolerizaste,/ Santo Deus/ santo forte, santo e misericordioso salvador/ não nos tragas o amargor da morte.

Em meio à vida estamos/ envoltos pela morte./ A quem buscaremos que nos possa ajudar/ a alcançar a graça?/ És tu, Senhor, somente./ Santo Senhor Deus,/ Santo Deus forte,/ Santo Salvador misericordioso/ Ó Deus Eterno,/ não permitas que afundemos na aflição da morte amarga./ Kyrie eleison.

Lutero preocupou-se com as traduções e adaptações que outros haviam feito do latim, as quais, muitas vezes, segundo ele, soavam ridículas. Em dois de seus escritos podem-se detectar algumas razões por que ele fez as adaptações necessárias para que a língua alemã fosse introduzida nos cultos. Além do aspecto pedagógico, esse canto contemporaneizado serviria como instrumento para afastar os jovens do canto considerado inapto à sua educação e edificação espiritual. Lutero demonstrou nesses escritos que estava preocupado em tornar a tradição, aqui representada pelos Salmos e por aquilo que os pais da igreja haviam instituído, acessível ao povo. Para atingir essa finalidade, desejou transformar os salmos em hinos, com palavras simples, a fim de que os ensinamentos da Bíblia fossem ministrados através do canto:

[Our] plan is to follow the example of the prophets and the ancient fathers of the church, and to compose psalms for the people [in the] vernacular, that is, spiritual songs, so that the Word of God may be among the people also in the form of music. Therefore we are searching everywhere for poets. Since you are endowed with a wealth [of knowledge] and elegance [in handling] the German language, and since you have polished [your German] through much use, I ask you to work with us on this project; try to adapt any one of the psalms for use as hymn (…). But I would like you to avoid any new words or the language used at court. In order to be understood by the people, only the simplest and the most common words should be used for singing; at the same time, however, they should be pure and apt; and further, the sense should be clear and as close as possible to the psalm.

Além disso, os hinos ainda foram arranjados em quatro vozes, por nenhuma outra razão senão esta: Eu gostaria de que a juventude, que de qualquer forma deve e precisa ser educada na música e em outras boas artes, tivesse algo que lhe permitisse libertar-se das canções de amor e outros cantos profanos, aprendendo algo de sadio em seu lugar, assimilando o que é bom com muito prazer, como convém aos jovens.

Lutero designava como cantica nova os cantos de caráter religioso, denominados no Livro de Salmos de cânticos novos, os quais ele opunha aos alte Lieder, profanos, que considerava corruptos e carnais. Ele entendia a música como dom de Deus a ser usada como veículo para tornar o texto bíblico mais compreensível. Na época da Paixão durante a Idade Média, por exemplo, costumava-se pregar sobre os Dez Mandamentos, tradição que Lutero reteve. Para que o ensino fosse facilitado, escreveu hinos, como o que vem a seguir:

1 – Dez mandamentos prescreveu
o Deus Senhor do trono seu.
Moisés, o servo seu – lembrai!
os recebeu no Sinai.
Kyrioleis.

2 – Eu sou teu Deus, e ninguém mais,
em outros não confies jamais.
Somente em mim hás de confiar,
de coração me hás de amar.
Kyrioleis.

3 – O nome de teu Deus Senhor
jamais desonres, por favor!
Não deves reto e bom chamar
exceto o que Deus mandar.
Kyrioleis.

A flexibilidade de liturgia admitida por Lutero, em língua latina e alemã, equivalia a uma igual flexibilidade na música. A missa podia ser toda em latim ou toda em alemão. Podia-se usar um Lied alemão no lugar de um texto latino ou da prosa alemã, que podia vir antes ou depois do sermão. Fosse numa ou em outra língua, o que Lutero estava priorizando era o ensino da Bíblia. Se retinha o latim, era para ensinar. Se propunha novos cantos em alemão, também era para ensinar os menos doutos:

Isto é o que fazemos para treinar os meninos e alunos na Bíblia. Cada dia da semana, antes da leitura acima tratada, eles cantam alguns salmos em latim, como é costume até agora nas matinas. Pois, como dissemos, queremos manter e treinar a juventude na Bíblia e latim. Depois dos salmos, dois ou três meninos lêem, um após o outro, um capítulo em latim do Novo Testamento, dependendo da sua extensão. Outro menino lê então o mesmo capítulo em alemão, para acostumá-los e para o benefício de um leigo que possa estar presente e ouvindo. (…) Após a leitura toda a congregação canta um hino em alemão e se ora um pai-nosso em silêncio.

As novas melodias trabalhadas por Lutero iriam evoluir para o que passou a ser denominado de coral protestante. Em princípio, as técnicas composicionais desse coral diferiam bastante daquelas que, na segunda metade do século XVI, caracterizariam este estilo. Usava-se uma notação não-rítmica, com melodias emprestadas dos Liederseculares ou com melodias compostas com os mais variados exemplos rítmicos e não-rítmicos, com fermatas nos fins de frases. O tenor era diferenciado das outras vozes, muitas vezes retirado de composições polifônicas da época. Só bem mais tarde o coral protestante tomaria a forma com a qual hoje ele é conhecido, com seu ritmo isométrico e vozes combinadas verticalmente, a melodia identificada de maneira clara com frases separadas por pausas e finais concluídos com cadências harmônicas.

A razão pela qual Lutero incentivou a mescla de tradicional com contemporâneo foi assim analisada por Schalk:

Luther’s orders were offered as suggestions as to how worship might best be carried out. His words were intended as description, not prescription. In these orders two ideas predominate: the desire to retain, as much as possible, the historic practices of the church in order that worship might truly retain its catholic character and thus avoid a sectarian spirit; and the desire to enlarge the involvement of the people as much as possible and appropriate.

Trinta e seis hinos são atribuídos a Lutero. Desses, 12 foram adaptações de material antigo, ou seja, canções rearranjadas em função das exigências da Reforma. Os hinos compostos ou arranjados por Lutero obtiveram sucesso e popularidade porque, entre outras qualidades, vinham ao encontro das necessidades humanas do momento:

He knew what the dumb, blindly yearning German people had been groping for during so many years, and the power of his sermons and poems lay in the fact that they offered a welcome spiritual gift in phrases that went straight to the popular heart. His speech was that of the people – idiomatic, nervous, and penetrating.

Essa aceitação popular também deveu-se ao uso de uma linguagem comum e contemporaneizada, como fez no primeiro hino composto por ele mesmo. Trata-se de um hino que narra o martírio de dois monges agostinianos, acontecido em Bruxelas no ano de 1523. Segundo Martin Dreher, essa composição significou para Lutero a descoberta de sua capacidade poética.

1 – Entoamos uma nova canção/ em nome de Deus nosso Senhor
para cantar o que Deus fez/ para seu louvor e glória
Em Bruxelas, na Neerlândia,/ por meio de dois rapazes,
ele fez conhecido seu poder prodigioso,/os quais com os seus dons
ornou tão ricamente.

2 – O primeiro chama-se significativamente João,/
por ser tão rico das graças de Deus.
Seu irmão Henrique, pelo espírito,/ autênticos cristãos sem faltas.
Partiram deste mundo,/ granjearam a coroa,
como os bravos filhos de Deus/ morreram por sua palavra,
tornaram-se seus mártires.

3 – O velho inimigo mandou prendê-los,/
atemorizou-os longamente com ameaças,
mandou-os arrenegar a palavra de Deus,/
com astúcia também quis neutralizá-los.
Muitos sofistas de Lovaina,/ com sua arte vã.
ele reuniu para esta jogada;
o Espírito os fez imbecis,/ nada puderam conseguir.

4 – Cantaram suave, cantaram azedo,/ tentaram vários ardis.
Os jovens resistiram feito muralhas,/ desprezando os sofistas.
Isto muito irritou o velho inimigo,/ por ter sido vencido
a tal ponto por tais jovens,/ doravante foi tomado pela ira,
e procurou levá-los à fogueira.

5- Roubaram-lhes as vestes conventuais/
tiraram-lhes também a ordenação,/ os jovens estavam prontos para tal,/
e disseram alegremente amém./ Agradeceram a seu Deus e Pai,/
pela perspectiva de se livrarem / da hipocrisia e blasfêmia do diabo,
com os quais, por meio de um jogo falso,/
ele enganava totalmente o mundo.

6 – Isso Deus estabeleceu assim por sua graça,
para que se tornassem verdadeiros sacerdotes,
sacrificando-se a ele ali,
ingressando na ordem cristã.
Morreram totalmente para o mundo,
se despiram da hipocrisia,
entraram no céu livres e puros,
varreram a monjaria
e deixaram aqui a futilidade humana.

7 – Forjaram-lhes um pequeno documento,
mandando que o lessem [publicamente].
Ali assinalaram todos os artigos
de sua fé.
Sua maior heresia teria sido:
deve-se crer apenas em Deus,
o ser humano mente e engana o tempo todo,
nele não se deve confiar.
Por isso tiveram que morrer na fogueira.

8 – Acenderam duas grandes fogueiras,
trouxeram os dois jovens.
Todos se admiraram muito
por desprezarem semelhante tortura.
Com alegria se conformaram,
louvando e cantando a Deus;
o ânimo dos sofistas se encolheu
ante tais novidades
em que Deus assim se manifestou.

8a – Arrependeram-se da brincadeira,
queriamsalvar as aparências,
não ousam ufanar-se do ato,
abafam totalmente o caso.
A vergonha lhes rói o coração
e o confessam a seus companheiros,
pois o espírito não pode calar aqui,
o sangue derramado de Abel
tem que denunciar a Caim.

8b – A cinza não pára
de se espalhar por todas as terras,
nada a impede, nenhum arroio, poço, valo nem sepultura.
Ela arrasa com o inimigo.
Aos que em vida
forçou a calar pelo assassinato
ele tem que, depois de mortos,
deixar cantar
muito alegre a plena voz.

9 – Mesmo assim não deixam de suas mentiras
para disfarçar o grande assassinato.
Alegam um pretexto falso,
sua consciência os está incomodando;
mesmo após a morte, os santos de Deus
são por eles caluniados.
Dizem que, na extrema necessidade,
ainda neste mundo, os jovens
teriam voltado atrás.

10 – Deixem-nos continuar mentindo,
isso pouco lhes adianta.
Devemos agradecer a Deus
por sua palavra ter retornado.
O verão está à porta,
o inverno se foi,
as delicadas flores estão brotando,
aquele que o iniciou
certamente o consumará.

Somando-se ao emprego de uma linguagem comum, os hinos da Reforma primaram por enfatizar a mensagem central do movimento, que era a salvação pela graça de Deus, através da fé no ato salvífico de Jesus Cristo, em contraposição à pregação da salvação por esforço próprio:

These hymns are a powerful witness to the great truths which were the corner-stone of the doctrines of the reformed church. They constantly emphasize the principle that salvation comes not through works or sacraments or any human mediation, but only through the merits of Christ and faith in his atoning blood.

Sabe-se que foi através dos cantos que as doutrinas defendidas pelos reformadores foram mais rapidamente disseminadas. Tornou-se conhecida a declaração de um jesuíta, na sua perspectiva católica romana, de que os hinos de Lutero foram mais danosos às almas do que todos os seus livros e sermões.

Ao estudar a conservação e a inovação admitidas por Lutero, conclui-se que as resoluções desse reformador foram tomadas sempre em função daquilo que fosse em benefício da fé e que estivesse centrado na Palavra de Deus:

For Luther, a break with the past could be justified only by the highest of authorities, the word of God. Luther is a strange combination of both faithful continuity and radical discontinuity with the past, a tension that has characterized much of Protestant worship ever since.

Lutero optou por tornar a tradição “evangélica”, sem imposição, antes protestou contra a tendência de regulamentos rígidos para o culto. No seu entender, as transformações sempre deveriam acontecer a partir do interior das pessoas e nunca ditadas por decretos externos. A Palavra de Deus deveria primeiro trabalhar no coração das pessoas para então a fé ser expressa no culto.

Nas suas escolhas, Lutero usou adequadamente o conselho do apóstolo Paulo: “Examinai tudo. Retende o bem”.

 


Bibliografia:

A Bibliografia desta tese de doutorado está agrupada, portanto não foi possível termos a bibliografia apenas deste trecho. Como o total de referências bibliográficas é de 403 tópicos, torna-se inviável e sem sentido publica-la aqui. Clique aqui para acessar a Bibliografia completa.


Denise Cordeiro de Souza Frederico: Esta pianista batista leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS). Em agosto de 1998, defendeu importante tese de doutorado na Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo (RS), sobre a tensão entre tradição e contemporaneidade na música sacra cristã ocidental, que foi publicada como livro, sob o título “Cantos para o Culto Cristão”, pela editora “Sinodal”

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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