Olhos Fechados e Ouvidos Tampados

Algumas das mais surpreendentes profecias da Bíblia têm a ver com a proporção de pessoas que serão salvas na vinda de Cristo. Jesus ensinou claramente que apenas alguns estariam prontos para herdar o Seu reino. Ele disse: “Entrai pela porta estreita: porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ele: porque estreita é a porta, e apertado é o caminho, que leva à vida, e poucos são os que a encontram” (Mateus 7:13-14).

Em Lucas 18:8, fazendo uma pergunta muito penetrante, Jesus deu a entender que os “poucos” podem ser ainda menos do que poderíamos esperar ou imaginar. “Contudo, quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”. Novamente, o mestre falou da separação final com estas palavras: “E como foi nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem” (Lucas 17:26). Apenas oito pessoas foram salvas do dilúvio e como foi naquele tempo, assim será na Sua vinda. Outros escritores bíblicos e profetas usam uma linguagem similar para retratar o “pequeno rebanho”, o “remanescente”, e os “poucos” que provaram ser fiéis até o fim.

O fato de que poucos serão salvos não é tão chocante quanto a razão dada na Bíblia para a sua perdição. Parece óbvio que uma grande multidão será excluída do céu, apesar de professarem à Cristo, O adorarem regularmente e gastarem muito de seu tempo fazendo trabalhos maravilhosos em Seu nome. Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? E então lhes direi: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:21-23).

Estes versos revelam que a Terra será inundada com um monte de falsa religião nos últimos dias. Milhões estarão gastando seu tempo, seus esforços e seu dinheiro na promoção de uma religião que envolve aparentes milagres, aparente dons espirituais, e muita atividade entusiástica. Tudo isso está explicitamente expresso no ensino de nosso Senhor. No entanto, muitos destes irão finalmente ser totalmente rejeitados por Jesus e excluídos do Céu. Muitas pessoas precisam manter os seus olhos abertos para esta situação pouco compreendida que vai caracterizar o tempo do fim. Então precisamos descobrir como evitar a grande desilusão espiritual que fará com que muitas pessoas religiosas se percam.

Por que elas vão ser rejeitadas apesar de sua devotada adoração e ministério em nome de Jesus? Como alguém pode saber que sua própria religião não será finalmente encontrada nesta categoria? Vamos olhar seriamente para as respostas a estas perguntas. Nossa salvação não depende de nossa sinceridade, mas de encontrar a verdade na Palavra de Deus e obedecê-la!

A Obediência é o Teste Ácido de uma Religião Válida

O primeiro ponto que devemos compreender é o seguinte: a atividade religiosa é completamente inútil se não estamos fazendo a vontade de Deus. Cristo declarou que este chamado em nome de Deus, mesmo levando a grandes e abnegados programas humanitários, será desperdiçado se a obediência à vontade de Deus for excluída. Guarde este fato em sua mente e nunca se esqueça de que as Escrituras exaltam a obediência como o teste distintivo de uma religião válida. Aqueles que se dedicam sempre tão plenamente na pregação do nome de Jesus, com tempo, talento e dinheiro, e não guardam os seus mandamentos, não podem encontrar a aprovação de Deus. Na verdade, porque eles não estão obedecendo a Cristo, tais adoradores abrem uma porta pela qual Satanás pode entrar e operar milagres através deles, em nome de Jesus, os quais eles atribuem ao poder de Deus. O lamentoso argumento “não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios?” é uma prova positiva de que os seus milagres tinham sido feitos por algum poder que não o de Cristo, embora em seu nome. Se Jesus nunca os conheceu, quem mais poderia operar esses milagres? Somente Satanás. A Bíblia fala de “espíritos de demônios, que operam sinais” (Apocalipse 16:14).

A propósito, o que Jesus quis dizer quando disse: “Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade”? Como realmente “conhecer” o Senhor? O amado João nos diz: “todo o que vive pecando não o viu nem o conhece” (1 João 3:6). “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele” (1 João 2:4). Conhecê-Lo significa obedecê-Lo. Biblicamente, é impossível ser um verdadeiro filho de Deus enquanto se recusar a obedecer os mandamentos de Deus. A desobediência intencional corta a relação, afasta o Espírito Santo pelo qual somos selados, e efetivamente remove o indivíduo da posição de graça.

Agora começamos a ver como é simples testar os espíritos religiosos que estão no mundo de hoje. É tempo de olharmos para o passado da música estimulante, a oratória fascinante, e até mesmo os programas com testemunhos emocionantes e aplicar o teste criado pelo grande autor de toda a verdade, o próprio Jesus. A condição de obediência, que teria mantido o homem no Éden, passa a ser a condição para a sua restauração ao Éden. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15).

Amor não é legalismo

Não podemos deixar de enfatizar, neste ponto que o elemento do amor também deve participar de toda a obediência aceitável. Forçar as formas de cumprimento sem uma experiência pessoal de amor com Cristo, o Salvador, é um erro tão fatal como a omissão de toda obediência. Jesus teve que lidar com o frio formalismo dos fariseus uma e outra vez. E porque Ele tão completamente condenou o programa de salvação pelas obras, muitos se apressaram a assumir que ele considerava a obediência sem importância. Agora precisamos ver o belo equilíbrio na doutrina de Cristo a respeito da fé e das obras. Ele ensinou que obedecer a fim de ser salvo é o pior tipo de legalismo, mas obedecer porque somos salvos é o teste de uma verdadeira experiência religiosa. A obediência segue a verdadeira fé tão certo como o dia segue a noite. Aliás, a palavra “legalista” foi torcida por completo. Receio que muitos cristãos sinceros têm sido acusados de legalismo só porque seu amor por Cristo os levou a serem mais específicos em sua obediência que os seus acusadores. Nunca se esqueça que um legalista é aquele que acredita que pode ser salvo por suas obras. A pessoa que guarda os mandamentos, porque não quer desagradar a Deus a quem ama não é um legalista. O velho argumento muitas vezes ouvido é , “Eu prefiro ver um cristão feliz e amoroso, que não guarda todos os mandamentos do que ver um que não ama obedecer estritamente a lei!”. Por que tentar medir graus de culpa? Ambos estão completamente errados. Nossos sentimentos não têm nada a ver com isso. Cristo estabeleceu o padrão de medição. Nada menos do que uma “fé que opera pelo amor” será aceito.

Mas voltemos à proposição alarmante que a maioria da humanidade se perderá, inclusive os fervorosos ativistas religiosos. A adoração é ordenada na Bíblia e é um ingrediente indispensável da verdadeira religião, mas será que uma multidão de adoradores se perderá? Jesus disse: “em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9). As pessoas irão participar nas vãs adorações se elas rejeitarem a verdadeira doutrina em favor da tradição dos homens.

Quando a Adoração é Inútil?

Em várias ocasiões, Jesus exortou a necessidade de andar em toda a verdade conhecida. “Se eu não tivesse vindo e lhes falado, não seriam culpados de pecado. Agora, contudo, eles não têm desculpa para o seu pecado” (João 15:22). “Se fosseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Nós vemos, permanece o vosso pecado” (João 9:41). Quando um homem descobre um ponto de verdade na Bíblia e se recusa a obedecê-la, ele é culpado da prática do pecado. Esse homem está lutando contra o Espírito Santo, cujo principal trabalho é guiar em toda a verdade. Esta recusa a obedecer endurece a consciência, fazendo com que o Espírito Santo finalmente se retire e leva ao pecado imperdoável. Não é de admirar que tal adoração seja vã. Ao rejeitar os mandamentos de Deus em favor das tradições humanas, o Espírito Santo é rejeitado. De acordo com Atos 5:32 somente aqueles que obedecem são elegíveis a serem preenchidos com o Espírito.

Detenhamo-nos agora e consideremos o significado profundo do que nós descobrimos. A grande maioria das pessoas vai se perder, incluindo muitos que fazem milagres em nome de Cristo, que O adoram, e reivindicam serem reconhecidos como Seus filhos. A razão pela qual se perderão é que eles não O amam o suficiente para guardarem todos os Seus mandamentos. Por alguma razão estes ardentes obreiros da igreja têm aprendido a olhar superficialmente para a lei de Deus. A maioria deles considera legalismo crer que a desobediência poderia mantê-los fora do céu. Satanás tem cegado os seus olhos para a maravilhosa e íntima relação entre amor e obediência. Atualmente, milhões de cristãos protestantes, têm sido ensinados que a sua obediência ou desobediência não têm nenhum efeito sobre sua salvação final.

Tendo em conta a tradição arraigada do cristianismo popular, hoje, podemos ver como Satanás tem manipulado milhões em um estado de espírito que rejeita as reivindicações da lei moral de Deus. Segundo a interpretação distorcida de uma graça barata , o palco foi montado para a estratégia de engano do diabo. A disputa final entre a verdade e o erro vai girar em torno da questão de lealdade ou deslealdade, obediência ou desobediência. E o foco será diretamente sobre o quarto mandamento que contém o grande sinal distintivo do poder criador e da autoridade de Deus.

Domingo: Uma Tradição do Homem

Parece mais do que coincidência que Jesus tenha enunciado as “Tradições dos homens”, como a falsa doutrina que os levaria a uma vã adoração. A principal tradição hoje, que levou multidões a não guardarem os mandamentos conforme Deus ordenou, é a doutrina da guarda do Domingo. Quase todo cristão de qualquer persuasão pode defender e exaltar nove dos Dez Mandamentos. Somente o sábado que provoca profundo ódio e preconceito contra a santa lei de Deus.

Quem inspirou essa atitude de desprezo para a única parte da Bíblia que Deus escreveu com Sua própria mão? Como é que tantos milhões foram levados a equacionar a obediência com o legalismo? A tragédia é que os ministros têm sido largamente responsáveis por tornar as pessoas distanciadas da obediência. Repetidamente em minhas cruzadas evangelísticas as pessoas me falam sobre os comentários cheios de raiva feitos por seus próprios pastores contra o sábado. Não lhes é possível dar nenhuma razão bíblica para a observância do domingo, e frustrados com as perguntas insistentes de seu rebanho, muitos pastores partem para ataques emocionais sobre a validade da lei. Descobri que esses ataques geralmente seguem duas linhas de argumentação. O grupo de pregadores fundamentalistas enfatiza o “espírito da lei” insistindo que a guarda não é obrigatória. Isso permite que o sétimo dia específico possa ser reservado para o domingo. O outro grupo de teólogos mais liberais sustenta que nenhum dia especial de adoração é necessário e que o crente é inteiramente livre de todas as reivindicações da lei.

Desde que o pecado foi definido na Bíblia como “a transgressão da lei”, e Paulo afirma que “Onde não há lei também não há transgressão”, qualquer ataque contra a lei só serve para enfraquecer as convicções do homem sobre o pecado (1 João 3: 4; Romanos 4:15). Tiago diz que a quebra de um mandamento significa a violação de todos os dez, e constitui transgressão ou pecado (Tiago 2:10-12).

É um assunto sério derrubar a confiança neste grande código moral escrito à mão por Deus? Os homens tornam o pecado mais leve quando perdem a fé na autoridade dos Dez Mandamentos? Sem dúvida que sim. É somente quando estudamos as grandes linhas da profecia sobre estes últimos dias que podemos começar a entender o fenômeno. Aparentemente, Deus teve de lidar com os pastores infiéis tanto no Antigo como no Novo Testamento. Algumas decisões fortes tiveram de ser pronunciadas contra os pastores, que enganavam o rebanho. Os vigias que não diziam a verdade sobre os perigos que se aproximavam eram responsabilizados pelas mortes resultantes. Esses pregadores se tornam em agentes do mal. Paulo escreveu: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam que são servos da justiça” (2 Coríntios 11:14-15).

Apenas o Livro inspirado rotularia estes ministros de forma contundente. Aparentemente, Deus olha para esses homens como reais Ministros de Satanás porque eles têm medo de dizer a verdade e, em vez disso, pregam as suas próprias idéias. É hora de compreender a grande conspiração de Satanás para levar os líderes religiosos a ensinarem doutrinas perversas, em nome de Cristo. Paulo predisse que “virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina…e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4:3-4).

É interessante notar que esses professores dos últimos dias são descritos como colocando seus ouvidos longe da verdade. Isso significa que eles a vêem, a entendem, mas não querem reconhecê-la. Deus fez exatamente a mesma acusação contra seus sacerdotes no Velho Testamento. “Os seus sacerdotes transgridem a minha lei e profanam as minhas coisas santas; entre o santo e o profano, não fazem diferença, nem discernem o imundo do limpo e dos meus sábados escondem os olhos; e, assim, sou profanado no meio deles” (Ezequiel 22:26). Os sacerdotes do Antigo Testamento esconderam os seus olhos do sábado, e os ministros dos últimos dias desviam seus ouvidos da verdade. Como é trágico! Em outras palavras, eles viam a verdade mas fugiam dela recusando-se a obedecê-la.

Eu sempre conversei com ministros de diversas crenças sobre o assunto do sábado. Alguns honestamente admitiam que o sábado é o verdadeiro dia do Senhor na Bíblia. Outros o rejeitavam por várias razões. Alguns simplesmente não podiam acreditar que Deus foi tão particular sobre qual dia observar. Eles argumentaram que Deus seria compreensivo com aqueles que acharam mais conveniente guardar um dia diferente do sétimo dia. Alguns ministros com os quais eu falei realmente não aceitam a Bíblia como a Palavra inspirada de Deus.

Pregadores em Dúvida

É chocante perceber como o ceticismo e a crítica roubaram muitos pastores de sua fé na Bíblia. Até mesmo muitas denominações evangélicas conservadoras estão tornando-se cheias de dúvidas sobre a inspiração das Escrituras. Muitas vezes isso é usado para justificar sua rejeição do sábado.

Certa vez, passei uma tarde muito interessante com um pastor batista do sul que havia solicitado uma entrevista sobre o assunto do sábado. Alguns dos membros de sua igreja estavam freqüentando uma cruzada evangelística do ministério Adventista Amazing Facts e o questionaram sobre o que tinham aprendido. Pela primeira vez em sua vida, ele investigou o assunto, a fim de encontrar respostas para o seu povo. Então ele me pediu para encontrá-lo em seu escritório da igreja. Ouvi com espanto como ele explicou por que ele não podia aceitar o sábado. Fiquei espantado porque os Batistas do Sul tinham a reputação histórica de serem cristãos fundamentalistas, crentes na Bíblia. Mas este jovem, que se formou a partir do Seminário Batista do Sul de Louisville, em 1975, não acreditava na história da criação do Gênesis. Ele negou a história do dilúvio e afirmou sua crença na evolução como a explicação da existência do homem. Ele rejeitou explicitamente a história de Jonas e a baleia. Por fim, perguntei-lhe se ele acreditava no nascimento virginal de Jesus. Sua resposta foi: “Eu não acredito que é preciso acreditar no nascimento virginal para ser salvo.”

Eu gostaria de poder dizer-lhe que essa atitude é excepcional entre os batistas, mas não é. Este pastor me garantiu que mais da metade dos ministros Batistas do Sul acreditavam como ele. Eu certamente espero que ele esteja enganado sobre essa estimativa, e sou francamente da opinião de que ele estava exagerando os números. No entanto, estou convencido de que a maioria dos colegas deste jovem pastor tinha perdido sua fé na Palavra inspirada, enquanto estudavam no seminário, assim como ele.

Finalmente, em estreito interrogatório, ele afirmou fracamente algum tipo de fé pessoal no nascimento virginal, embora ele não achasse que fosse muito importante. Perguntei-lhe se a sua congregação conhecia a opinião dele sobre a Bíblia, e ele me garantiu que não. Ele não ousava pregar as coisas que ele acreditava. Eu disse: “Dave, se sua igreja soubesse o que você expressou para nós, eles iriam atear-lhe fogo no local”. Eu poderia entender perfeitamente por que ele estava com medo de pregar as suas convicções.

Não deve ser muito grande a surpresa ao vermos essa onda de ceticismo crescente. Basicamente, é um dos sinais do fim dos tempos. Estamos assistindo a profecia sendo cumprida diante dos nossos olhos. O que acabo de dizer é apenas um dos sinais dramáticos de que Jesus está vindo muito em breve.

Você quer saber como os seminários e grandes denominações deslocaram-se para este tipo de descrença aberta da Palavra de Deus? Uma razão é óbvia. Ao negarem o sábado, eles abriram a porta para as dúvidas sobre a criação literal de seis dias. Deus deu o sábado como um lembrete divino de Seu poder criativo. Representando sua autoridade como o único Deus verdadeiro, o sábado era para ser um lembrete semanal de que o único Deus digno de adoração é aquele que tinha o poder de criar e recriar. Como um sinal tanto da criação como da redenção, a observância do sábado seria uma proteção permanente contra o mal da evolução, bem como do modernismo. Quando as igrejas rejeitaram o sábado, elas também rejeitaram o reduto mais forte que as teriam protegido do tipo de descrença mortal que o jovem ministro manifestou. Nenhum homem pode ser um evolucionista ou um modernista se realmente acreditar e guardar sábado.

Se o Sábado pode ser Alterado, então a Bíblia pode ser Alterada

Esse estado de dúvida desconcertante é também fruto do antinomianismo que tem sido tão amplamente defendido. Ao tentarem acabar com a lei moral dos Dez Mandamentos, as igrejas têm comprometido a doutrina de uma Bíblia infalível. Se o sábado pode ser contestado, se a grande e básica lei moral pode ser anulada, então quase qualquer outra parte da Bíblia pode ser racionalizada. E tem sido, por milhões de pessoas que foram ensinadas a fazê-lo, pelos pregadores atrás dos púlpitos.

O que pensa Deus sobre aqueles que criaram esta vergonhosa violação de Sua lei? Através do profeta Malaquias Deus descreve o fracasso de seus ministros para defender a lei: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos esperam a instrução na Lei, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vocês se desviaram do caminho e pelo seu ensino causaram a queda de muita gente…porque vocês não seguem os meus caminhos, mas são parciais quando ensinam a Lei” (Malaquias 2:7-9).

Deus acusa os pregadores de serem parciais na lei. Isso significa que eles pregavam parte dela, mas não toda ela. Eles fizeram as pessoas tropeçarem na lei, o que indica que eles as influenciaram à quebrá-la. Durante todo o Antigo Testamento, Deus descreve o desenvolvimento de um programa inspirado por Satanás para anular a sua lei.

Fechando o assunto, gostaria de traçar uma cadeia de tais profecias, na qual todos os links estão relacionados por um símbolo comum. Eu quero que você perceba qual é o fio condutor que é escolhido por ambos os profetas maiores e menores e tecidos através de seus escritos.

A Lei de Deus, um Muro de Proteção

O símbolo principal da lei de Deus parece ser o de um muro, e é usado extensivamente em todo o Antigo Testamento. Isaías dramaticamente representou a desobediência à lei como uma ruptura no muro. “Pois este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a lei do Senhor…por isso esta maldade vos será como brecha que, prestes a cair, já forma barriga num alto muro, cuja queda virá subitamente, num momento” (Isaías 30:9-13).

Siga atentamente agora enquanto nós permitimos que outros escritores inspirados ampliem este conceito básico do muro quebrado. Ezequiel indicou que alguns transgressores da lei iriam tentar cobrir seu ato de pecado suavizando a ruptura na parede. “Ai dos profetas insensatos…vós não subistes às brechas, nem fizestes uma cerca…e quando se edifica uma parede, eis que a rebocam de argamassa fraca” (Ezequiel 13:3-10). Aqui Deus repreende os líderes espirituais por não restaurarem corretamente as rupturas e brechas no muro. Como os vigias sobre os muros que deviam ser os primeiros a notar algum ponto fraco na estrutura e alertar sobre a quebra imediatamente e fazer a restauração das defesas. Neste caso, não só estavam os sacerdotes não fazendo a correta reparação das brechas, mas fazendo uma perigosa reparação com materiais fracos que Deus não poderia aprovar. A argamassa fraca representa um esforço para encobrir a gravidade do defeito dos falsos ensinos em vez de conduzir o povo de volta à obediência completa. Repetidamente Deus tem advertido os sacerdotes contra o enfraquecimento da autoridade de Sua lei. Malaquias advertiu aos sacerdotes: “vocês se desviaram do caminho e pelo seu ensino causaram a queda de muita gente…porque vocês não seguem os meus caminhos, mas são parciais quando ensinam a Lei” (Malaquias 2:8-9). Foi essa atitude que levou Deus a repreendê-los por rebocarem o muro com argamassa fraca.

O Muro Quebrado – A Violação do Sábado

Agora estamos prontos para estabelecer o fato interessante de que a violação primária na lei tinha a ver com o quarto mandamento. O profeta escolheu o tema do muro novamente em Ezequiel 22:26-28. “Os seus sacerdotes transgridem a minha lei e profanam as minhas coisas santas…e dos meus sábados escondem os olhos…E os profetas têm feito para eles reboco com argamassa fraca, dizendo: Assim diz o SENHOR Deus, quando o Senhor não falou”. Aqui temos uma violação concreta da lei (quebra do sábado) relacionada com a argamassa fraca. Novamente, são os sacerdotes ou pregadores, os responsáveis pelo erro. Como já observamos, eles violaram a lei escondendo seus olhos do sábado. Isso indica que eles a viam claramente mas deliberadamente se afastaram e se recusaram a reconhecer ou obedecê-la.

Mas o que significa rebocar o muro com argamassa fraca? Que não tinham muita inteligência para ver que eles estavam tentando preencher a quebra do sábado com material falsificado o qual não restauraria o muro por completo. Além disso, eles tentavam fazer parecer que Deus tinha aprovado o que tinham feito, dizendo: “Assim diz o SENHOR Deus, quando o Senhor não falou.” Pergunta: Poderiam os líderes religiosos tentarem colocar um dia não Bíblico no lugar do verdadeiro sábado e fazer parecer que Deus concordasse com isto? Sim! Ao invés de restaurarem o verdadeiro sábado do sétimo dia, que tinha sido violado pela infiltração pagã na igreja primitiva, eles o substituiram por um dia dedicado à antiga adoração do sol. Sem uma linha de autoridade bíblica honraram aquele dia com o título de “Dia do Senhor” e continuamente dizem: “Assim diz o SENHOR, quando o Senhor não falou”.

Deus Refará o Muro

Será que o Senhor aprovaria esta profana adulteração de Sua perfeita lei? Jesus disse: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9). Nenhuma quantidade de argamassa fraca pode fazer toda a parede novamente. Só a restauração do material original, o sétimo dia da semana, pode satisfazer o grande prumo do escrutíneo de Deus. Ele é o autor dessa lei, o construtor do muro, e Ele não aceitará nada menos que toda a força e proporção original. “Eis que o senhor estava junto a um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na mão…Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo” (Amós 7:7-8).

Um fio de prumo é usado para determinar a retidão exata de uma parede, e Deus vai medir Seu povo por Sua santa lei. Jesus declarou que até mesmo a adoração é vã e vazia quando os mandamentos dos homens são ensinados, em vez de os Seus mandamentos. “E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus” (Mateus 15:6). Estas palavras de Cristo seguramente estabelecem que a tradição vai ser utilizada para anular a Sua lei. Assim, podemos ver como a argamassa fraca representa a tradição do culto dominical, que é aplicada na violação à lei.

O resultado é a instituição de uma parte do muro que é estranha ao original perfeito. Alguém pode objetar que estamos tomando versículos fora de contexto e que o símbolo do muro não faz referência à lei de Deus nestes tempos modernos. O profeta Ezequiel indicou que o muro falso seria rebocado de argamassa fraca nos últimos dias, e que as sete últimas pragas trariam sua destruição total. “diga àqueles que lhe passam cal: Esse muro vai cair! Virá chuva torrencial, e derramarei chuva de pedra, e rajarão ventos violentos” (Ezequiel 13:11).

Os Muros de Argamassa Destruídos pelas Pragas

A Bíblia nos dá qualquer informação sobre o tempo do grande dilúvio de granizo? João, o revelador, descreve o evento com estas palavras: “Caíram sobre os homens, vindas do céu, enormes pedras de granizo” e “blasfemaram contra Deus por causa do granizo, pois a praga fora terrível” (Apocalipse 16:21).

Aqui está a evidência de que os muros falsos da tradição serão tratados na época das sete últimas pragas. Deus fala deste julgamento sobre os muros como “a minha ira” em Ezequiel 13:14-15. “Despedaçarei o muro que vocês caiaram e o arrasarei para que se desnudem os seus alicerces. Quando ele cair, vocês serão destruídos com ele…Assim esgotarei minha ira contra o muro e contra aqueles que o caiaram…”. O que é Sua ira?

Deus se refere as sete últimas pragas como a sua ira: “sete anjos com as sete últimas pragas, pois com elas se completa a ira de Deus” (Apocalipse 15:1). Sua ira na destruição do muro falso é realizada pelo granizo transbordante, que é uma das últimas pragas, também designada como a ira de Deus. Isso coloca o julgamento sobre os muros de argamassa no final da época em que as sete últimas pragas são derramadas.

Mas como podemos ter certeza de que esta argamassa fraca é verdadeiramente a tradição do culto ao domingo? Caso haja qualquer dúvida remanescente sobre este ponto, por favor, pese a prova final. A ira de Deus cai somente em cima daqueles que têm a marca da besta. “Se alguém adorar a besta. . . e receber o seu sinal … O mesmo beberá do vinho da ira de Deus “(Apocalipse 14:9-10).

Agora vamos fazer alguns raciocínios juntos. Os fatos da Palavra de Deus estão diante de nós. Visto que as sete últimas pragas caem apenas sobre aqueles que tem a marca da besta, e visto que os construtores do falso muro recebem as pragas, temos de concluir que os construtores do muro têm a marca. Já mostramos que a tradição do domingo foi utilizada na argamassa. Isto quer dizer que a guarda do domingo está relacionada com a marca da besta? De fato, está. Podemos ver que aqueles que rebocam o muro (mudam a lei de Deus) são defensores do domingo e que também recebem as pragas que só cairão sobre os que têm a marca da besta. Seria preciso ser cego para não perceber o fato de que a marca está intimamente ligada à guarda do domingo.

Vamos agora prosseguir com o simbolismo do muro nos escritos dos profetas do Antigo Testamento. Deus estava profundamente preocupado com as brechas que tinham sido feitas em Sua lei. Ele é citado como tendo dito: “Busquei entre eles um homem que levantasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22:30).

Em vista da tática diversionista da tradição da argamassa na ruptura, criando um muro falso, Deus é representado pelo profeta como a procura de alguém que “levantasse o muro” e se “colocasse na brecha”. Que imagem é apresentada aqui! Será que Deus encontra os que teriam a coragem de restaurar a verdade impopular? A Bíblia finalmente descreve a fiel reconstrução do muro para atender as especificações do prumo de Deus?

Deixe Isaías retomar o fio agora e pintar a imagem final: “Os teus filhos edificarão as antigas ruínas…e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável. Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra” (Isaías 58:12-13).

Aqui, sem qualquer equívoco, encontramos uma descrição clara de quem vai reparar a violação e restaurar o muro original. São aqueles que voltarem para o verdadeiro sábado, e que entram no trabalho de limpeza dos escombros da tradição, a fim de que o sábado possa brilhar novamente como a alegria do povo de Deus, um dia santo e honrado. Libertados das falsas alusões expressas pelos antinomianistas e libertinos, a lei de Deus será reconhecida como o grande padrão moral dos cristãos salvos, evidência de uma relação de amor verdadeiro com Jesus.

Reunindo esses fios de ouro de verdade da Bíblia, podemos resumir a história profética muito facilmente e rapidamente. Nos últimos dias grandes tentativas serão feitas por falsos pastores para enfraquecer a autoridade da lei de Deus.

Influentes grupos religiosos vão unir forças para levar as pessoas a rejeitarem o verdadeiro sábado. Anulando o quarto mandamento, uma violação é feita na lei, que é representada como um muro de proteção. Enquanto o material falsificado é usado para restaurar a diferença na forma do culto dominical, Deus encontra pessoas que serão chamadas para a reparação das brechas e que voltem a guardar o verdadeiro sábado. Aqueles que tentam mudar sua lei pela substituição do dia pagão do sol recebem a marca da besta e experimentarão o castigo das sete últimas pragas.

Mas vamos fechar este desanimador quadro profético com uma nota de esperança e segurança. Nem todos serão encontrados derrubando ou tentando mudar a lei de Deus. No livro do Apocalipse, Deus assinala os seus santos e os descreve com estas palavras: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Um remanescente não irá se juntar com as tradições dos homens. Eles não vão aceitar nenhum substituto para os requisitos de Deus. Eles são caracterizados por amarem Jesus supremamente guardando os Seus mandamentos. A desesperada batalha final de Satanás contra Deus, terá lugar sobre a lealdade de um pequeno grupo. João assim descreve: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17).

Que Deus lhe conceda a coragem de ser uma parte dessa igreja remanescente que tem a fé de Jesus, o testemunho de Jesus, e guarda todos os Seus mandamentos. Esses realmente podem ser chamados de santos.

Um Breve Resumo

1. O muro representa a lei de Deus. Uma brecha no muro representa o infringir a lei [iniquidade] (Isaías 30:9-13), “Este é um povo rebelde. . . filhos que não querem ouvir a lei do Senhor. . . portanto este pecado será para vocês como um muro alto, rachado e torto, que de repente desaba, inesperadamente”.

2. Falsos ministros não reparam a ruptura. Mas eles tentam consertar a lacuna com argamassa fraca, destemperada, um material de contrafação (Ezequiel 13:3-14), “Ai dos profetas insensatos. . . vós não subistes às brechas, nem fizestes uma cerca. . . e quando se edifica uma parede, eis que a rebocam de argamassa fraca.”

3. A brecha no muro foi o sábado, que os pastores viram, mas esconderam os olhos dele. Em vez de restaurarem o verdadeiro sábado, eles usaram o domingo pagão [argamassa fraca] como um substituto, dizendo que o Senhor disse que estava tudo bem, quando “o Senhor não tem falado” (Ezequiel 22:26-28) “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas. . . e escondem os seus olhos de meus sábados. . . e os seus profetas têm feito para eles reboco com argamassa fraca. . . dizendo: Assim diz o SENHOR DEUS, quando o Senhor não tem falado”.

4. O muro falso [domingo] será revelado e destruído quando as pragas caírem [saraiva] (Ezequiel 13:11), “Diga a essa gente que a parede vai cair. Vou mandar chuva pesada e também chuva de pedra; e um vento forte soprará contra ela”.

5. A Saraiva é uma das sete últimas pragas (Apocalipse 16:21) “E sobre os homens caiu uma grande saraiva do céu. . . e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraivada;. porque a sua praga era mui grande”.

6. As pragas são chamadas de “a ira de Deus” (Apocalipse 15:1), “Sete anjos tendo os sete últimos flagelos;. Porque nelas é consumada a ira de Deus”

7. A ira de Deus [pragas] cairá sobre aqueles que têm a marca da besta (Apocalipse 14:9, 10), “Se alguém adorar a besta. . . e receber o seu sinal. . . O mesmo beberá do vinho da ira de Deus”.

8. A ira de Deus [pragas] cairá sobre aqueles que utilizaram a argamassa destemperada [domingo]. As pragas e a destruição provam que esses eventos têm lugar no fim do mundo e que estas profecias se aplicam aos nossos dias (Ezequiel 13:13-15), “…fendê-la-ei no meu furor com vento tempestuoso e, na minha ira, farei cair forte chuva, e grandes pedras de saraiva, na minha indignação, para a consumir. E derribarei a parede que rebocastes com argamassa fraca…Assim cumprirei o meu furor contra a parede, e contra os que a rebocam de argamassa fraca”.

9. Deus olhou para aqueles que reparam corretamente as rupturas na sua lei (Ezequiel 22:30) “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim”.

10. Deus encontra quem vai reparar as brechas. Eles irão restaurar o verdadeiro sábado a seu devido lugar (Isaías 58:12, 13), “Seu povo reconstruirá as velhas ruínas e restaurará os alicerces antigos; você será chamado reparador de muros, restaurador de ruas e moradias. Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiserem no meu santo dia…”.

Texto de Joe Crews, publicado no site Amazing facts. Crédito da tradução Blog Sétimo Dia https://setimodia.wordpress.com/

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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