Princípios de finanças domésticas

Dinheiro: bênção ou maldição

O dinheiro não é necessariamente uma maldição; ele é de grande valor, se for corretamente usado pode fazer bem na salvação de pessoas, em bênçãos a outros que são mais pobres do que nós. Pelo uso inadequado ou desavisado, … o dinheiro se tornará um laço para o seu possuidor. Aquele que emprega o dinheiro na satisfação do orgulho e da ambição o torna maldição em vez de bênção. O dinheiro é uma prova constante das afeições. Quem quer que adquira mais do que o suficiente para suas necessidades reais deve buscar sabedoria e graça para conhecer o próprio coração e guardá-lo diligentemente, para que não tenha necessidades imaginárias e se torne mordomo infiel, usando com prodigalidade o capital que o Senhor lhe confiou.

Quando amamos a Deus acima de tudo, as coisas temporais ocupam seu lugar apropriado em nossas afeições. Se humilde e ferventemente buscarmos conhecimento e habilidade para fazer uso adequado dos bens do Senhor, receberemos sabedoria do alto. Quando o coração se inclina para suas próprias tendências e preferências, quando é acariciado o pensamento de que o dinheiro pode conferir felicidade sem o favor de Deus, então o dinheiro torna-se um tirano, governando o homem; recebe sua confiança e estima e é adorado como um deus. Honra, verdade, retidão e justiça são sacrificados sobre seu altar. Os mandamentos da Palavra de Deus são postos de lado e os costumes e usos do mundo, ordenados pelo rei Mamom, tornam-se um poder controlador.

A segurança da casa própria

Se as leis dadas por Deus tivessem continuado a ser praticadas, quão diferente seria a presente condição do mundo, tanto moral, como material e espiritualmente. Egoísmo e exaltação não seriam manifestados como agora, mas cada um manifestaria bondosa consideração pela felicidade e bem-estar de outros. … Em vez das classes mais pobres serem postas sob o domínio dos ricos, em vez de terem o cérebro de outro para pensar e planejar por eles em coisas materiais e espirituais, teriam alguma oportunidade para independência de pensamento e ação.

A possibilidade de ter uma casa para morar haveria de inspirá-los com um forte desejo de progresso. Adquiririam logo habilidade de planejar e idear por si mesmos. Os filhos seriam educados em hábitos de diligência e economia, e o intelecto seria grandemente fortalecido. Haveriam de sentir que são homens, não escravos, e seriam capazes de reconquistar em grande medida o respeito pessoal e independência moral perdidos.

Eduquemos nosso povo para que saia das cidades para o campo, onde podem obter um pedaço de terra e estabelecer um lar para si e para os filhos.

Cuidado quanto a vender a propriedade

Homens e mulheres pobres me escrevem pedindo conselho quanto a deverem vender sua casa e dar o dinheiro para a causa. Dizem que os apelos no sentido de meios lhes tocam o coração, e querem fazer alguma coisa pelo Mestre que tudo tem feito por eles. A esses, eu diria: “Talvez não seja seu dever vender sua casinha agora; busquem, porém, a Deus por si mesmos; certamente o Senhor lhes ouvirá as sinceras orações pedindo sabedoria para compreender seu dever.”

Deus não requer, agora, as casas nas quais Seu povo necessita morar; mas se os que as têm em abundância não ouvirem Sua voz, desprendendo-se do mundo e sacrificando-se por Deus, Ele os passará por alto e convidará os que estão desejosos de fazer alguma coisa por Jesus, mesmo que seja vender sua casa de moradia para ajudar nas necessidades da causa.

Independência digna de louvor

Há um tipo de independência digno de louvor. Desejar levar a própria carga e não comer o pão da dependência é correto. É uma ambição nobre e generosa que dita o desejo de manutenção própria. São necessários hábitos de diligência e modéstia.

Equilibrar o orçamento

Muitos, muitíssimos, não se têm educado o bastante para manter suas despesas nos limites de seus rendimentos. Não aprenderam a ajustar-se às circunstâncias, e tomam e tornam a tomar empréstimos, sobrecarregando-se de débitos, e conseqüentemente ficam desencorajados.

Manter um registro das despesas

Hábitos de condescendência egoísta, ou falta de tino e habilidade da parte da esposa e mãe, podem ser uma causa constante de escassez de fundos; apesar de essa mãe talvez julgar estar fazendo o melhor que pode, pois nunca foi ensinada a restringir suas necessidades e as de seus filhos, e nunca adquiriu habilidade e preparo nos negócios domésticos. Daí, uma família pode requerer para sua manutenção duas vezes tanto quanto bastaria para outra do mesmo tamanho.

Todos devem aprender a tomar nota de suas despesas. Alguns negligenciam isso como não sendo coisa essencial; é um erro, porém. Todas as despesas devem ser anotadas com exatidão.

Males do desperdício

O Senhor me apresentou os males que resultam dos hábitos de desperdício, a fim de que eu pudesse admoestar os pais a que ensinem a seus filhos a estrita economia. Ensinemos-lhes que o dinheiro gasto naquilo de que não necessitam é desviado de seu uso legítimo.

Se temos hábitos extravagantes, devemos cortá-los de vez de nossa vida. A menos que façamos isso, estaremos despreparados para a eternidade. Hábitos de economia, diligência e sobriedade são o melhor presente para nossos filhos do que um rico dote.

Somos peregrinos e estrangeiros na Terra. Não gastemos nossos recursos na satisfação de desejos que Deus teria de reprimir. Representemos convenientemente nossa fé pela restrição de nossas necessidades.

Um pai reprovado por extravagância

Você não sabe como usar com economia o dinheiro e não aprendeu a limitar suas necessidades às suas rendas. … Você tem um desejo enorme de ganhar dinheiro, a fim de poder usá-lo livremente segundo sua inclinação, e seu ensino e exemplo têm-se provado uma maldição para seus filhos. Quão pouco organizados são! Esquecem-se cada vez mais de Deus, cada vez temem menos Seu desprazer, e manifestam menos paciência para se restringirem. Quanto mais facilmente é o dinheiro ganho, menos gratidão se manifesta.

Uma família que gastava mais do que ganhava

Você precisa cuidar para que suas despesas não sejam maiores do que seus rendimentos. Restrinja seus desejos.

É uma grande pena que sua esposa seja tão semelhante a você em matéria de gastos, de maneira que não lhe possa ser um auxílio nesse sentido, vigiando os pequenos gastos a fim de evitar um rombo maior. Gastos desnecessários são uma constante na sua família. Sua esposa gosta de ver os filhos vestidos de maneira além dos seus meios e, em virtude disso, são cultivados nos filhos gostos e hábitos que os farão fúteis e orgulhosos. Se você pudesse aprender a lição da economia e ver o perigo que representa para vocês, para seus filhos e para a causa de Deus o livre uso desses meios, obteria uma experiência essencial à perfeição de seu caráter cristão. A não ser que obtenha tal experiência, seus filhos levarão o modelo de uma educação defeituosa pelo resto da vida.

Eu não o aconselharia a juntar dinheiro, pois isso te seria muito difícil, mas quero aconselhá-lo a gastar seu dinheiro com cuidado e que seu exemplo diário ensine lições de simplicidade, abnegação e economia a seus filhos. Eles precisam ser educados pelo ensino e pelo exemplo.

Um apelo à abnegação

Foi-me mostrado que vocês, meu irmão e irmã, têm muito que aprender. Não estão vivendo dentro dos recursos disponíveis. Não aprenderam a economizar. Se ganham elevado salário, não sabem como fazê-lo render o máximo possível. Consultam o gosto e o apetite, em vez da prudência. Às vezes, gastam dinheiro em certa qualidade de alimento que seus irmãos não podem pensar em saborear. O dinheiro sai de seu bolso com muita facilidade. … A abnegação é uma lição que ambos ainda necessitam aprender.

Os pais devem aprender a viver dentro de seus recursos. Devem cultivar nos filhos a abnegação, ensinando-os por preceito e exemplo. Devem tornar suas necessidades poucas e simples, a fim de que haja tempo para progresso mental e cultura espiritual.

Prodigalidade não é expressão de amor

Não ensinem seus filhos a pensar que seu amor a eles deve manifestar-se pela satisfação do seu orgulho, prodigalidade e amor à ostentação. Agora não é o tempo de inventar novas formas de gastar o dinheiro. Empreguem suas faculdades inventivas para tratar de economizá-lo.

Economia e generosidade

A tendência natural da juventude neste século é negligenciar e desprezar a economia e confundi-la com mesquinhez e avareza. Mas a economia é coerente com os mais amplos e liberais pontos de vista e sentimentos. Não pode haver verdadeira generosidade onde a economia não é praticada. Ninguém deve pensar que é humilhante estudar economia e descobrir os melhores meios de tomar cuidado com as migalhas.

Economia exagerada

Deus não é honrado quando o corpo é negligenciado ou maltratado, ficando assim incapacitado para Seu serviço. Cuidar do corpo proporcionando-lhe comida saborosa e revigorante, é um dos principais deveres dos pais de família. É muito melhor usar roupas e mobília menos caras do que restringir a provisão de alimento.

Alguns chefes de casa poupam na mesa da família a fim de proporcionar dispendiosa hospedagem às visitas. Isso não é sábio. Deve haver maior simplicidade na hospedagem. Dê-se primeiro atenção às necessidades da família.

Uma economia destituída de sabedoria e os costumes artificiais impedem o exercício da hospitalidade onde é necessária e quando seria uma bênção. A quantidade regular de alimento deve ser de maneira que se possa receber de boa vontade o inesperado hóspede, sem sobrecarga para a dona-de-casa, com preparativos extras.

Nossa economia nunca deveria ser daquela espécie que leve a alimentar os alunos de modo deficiente. Eles devem ter abundância de alimento saudável. Ajuntem, porém, os encarregados da cozinha as sobras, para que nada se perca.

Economia não significa mesquinhez, mas prudente utilização de recursos, porque há grande obra a ser feita.

Prover conforto que alivie a carga da esposa

A família do irmão E vive de acordo com os princípios da mais estrita economia. … O irmão E decidiu, por questão de consciência, não construir um novo depósito de lenha e outra cozinha para sua grande família, porque não se sentia livre para investir meios em conveniências pessoais quando a causa de Deus necessitava de dinheiro para ir avante. Procurei mostrar-lhe que era necessário tanto para a saúde como para o bem-estar dos filhos que ele tornasse o lar agradável e melhorasse o conforto para aliviar o trabalho de sua esposa.

Dinheiro para uso pessoal da esposa

Um precisa ajudar o outro. Não considere uma virtude amarrar bem amarrado o cordão da bolsa, recusando dar dinheiro a sua esposa.

É necessário conceder a sua esposa certa soma semanalmente e deixá-la empregar esse dinheiro como bem entender. Você não lhe tem dado oportunidade de exercer o seu tato ou gosto, porque não tem uma idéia exata da posição que uma esposa deve ocupar. Sua esposa tem um espírito excelente e bem equilibrado.

Dê a sua esposa uma parte do dinheiro que você recebe. Permita que ela tenha essa parte como sua, e deixe-a usá-la como desejar. Ela deve ter permissão para usar os recursos que recebe como melhor parecer ao seu juízo. Se ela tivesse recebido certa soma para usar como desejasse, sem ser criticada, grande peso teria sido tirado de sua mente.

Buscar conforto e saúde

O irmão P não tem feito uso prudente dos recursos. O sábio discernimento não o tem influenciado tanto quanto as vozes e desejos de seus filhos. Não dá o devido valor aos recursos que tem em mãos, nem os gasta prudentemente com as coisas mais necessárias que precisa para conforto e saúde. A família inteira está necessitando melhorar neste aspecto. Muitas coisas são necessárias na família para comodidade e conforto. A falta de apreciar ordem e método na organização dos assuntos familiares leva à destruição e contribui para a improdutividade.

Não podemos tornar o coração mais puro e mais santo por vestir de saco o corpo ou desprover o lar de tudo que satisfaz ao conforto, gosto e conveniência.

Deus não requer que Seu povo se prive do que é realmente necessário a sua saúde e conforto, mas não aprova a dissipação, extravagância e exibicionismo.

Quando economizar e quando gastar

É preciso procurar saber quando poupar e quando gastar. Não podemos ser seguidores de Cristo a menos que neguemos o eu e exaltemos a cruz. Devemos pagar honesta e pontualmente nossas contas. Temos que corrigir os erros do passado e evitar repeti-los no futuro. Temos que cortar todos os pequenos valores gastos para a satisfação própria. Também é preciso anotar o que é usado simplesmente para satisfazer o gosto e para cultivar um apetite pervertido, epicurista. O dinheiro gasto em guloseimas inúteis pode ser usado para acrescentar conforto e utilidades substanciais a seu lar. Não é o caso de ser avarento, mas honesto consigo mesmo e com seus irmãos. A avareza é um mau uso das bênçãos de Deus. O esbanjamento é também um abuso. Os pequenos desperdícios que julgamos indignos de considerar podem pesar muito no fim das contas.

O coração rendido será guiado

Não é necessário especificar aqui como a economia pode ser praticada em cada situação. Aqueles cujo coração estiver inteiramente rendido a Deus, e que tomarem Sua Palavra como guia, saberão como conduzir-se em todos os deveres da vida. Aprenderão de Jesus, que é manso e humilde de coração; e cultivando a mansidão de Cristo fecharão a porta contra inumeráveis tentações.

Ellen G. White, Fundamentos do Lar Cristão, Capítulo 11.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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