Compreendendo a Fé Muçulmana

 

 

Os Quatro Estágios de Desenvolvimento da Militância Islâmica

Introdução

Algumas pessoas tentam exonerar os recentes atos de violência apelando a relatos de violência na Bíblia. Alegam que os atos de violência em nome de Alá contra os “infiéis” hostis ao Islã não difeririam de exemplos de violência apresentados na Bíblia contra os inimigos de Deus e de Seu povo. O semanário Newsweek fez referência aos episódios de violência na Bíblia declarando: “A Bíblia também contém relatos de violência em nome do Senhor. O Deus dos primeiros livros bíblicos é de fato feroz em seu apoio aos guerreiros israelitas, afogando os inimigos no mar”.

O argumento de que a violência no Corão não difere da violência que se encontra na Bíblia é amplamente usado para escusar os recentes atos de violência, como se pode ver por este comentário de um especialista em Islã dos EUA, Fareed Zakaria, também escrevendo em Newsweek, num artigo intitulado “Por que Eles Nos Odeiam: As Raízes da Ira Islâmica — e o Que Podemos Fazer a Respeito”.

“O historiador Paul Johnson tem argumentado que o Islã é uma religião intrinsecamente intolerante e violenta. Outros eruditos têm discordado assinalando que o Islã condena a matança de inocentes e proíbe o suicídio. Nada se resolverá por pesquisar o ‘verdadeiro Islã’ ou citar o Corão. O Corão é um livro vastamente vago, cheio de poesia e contradições (nisso muito semelhante à Bíblia). Você pode encontrar nele condenações de guerra e incitamento à luta, belas expressões de tolerância e severos textos contra descrentes. Citações dele geralmente dizem mais sobre a pessoa que seleciona as passagens do que sobre o Islã. Toda religião é compatível com o melhor e o pior da humanidade. Ao longo de sua longa história, o cristianismo tem apoiado inquisições e anti-semitismo, mas também direitos humanos e beneficência social”.

É esta uma avaliação justa dos ensinos do Corão e da Bíblia? Não seriam os ensinos da Bíblia sobre o uso da violência diferentes dos encontrados no Corão? Acaso o Corão ensina paz e guerra, tolerância e intolerância ao mesmo tempo? Para encontrar a resposta gastei considerável tempo lendo os ensinos do Islã com respeito ao uso da violência, como se encontra no Corão e no Hadith. Esta última se refere à coleção de tradições relativas aos ensinos de Maomé transmitidas por fontes confiáveis. Os nove volumes da coleção de Al-Bukhari são considerados os de maior autoridade.

Nesta dissertação tentarei oferecer um breve sumário do que aprendi a respeito de violência no Corão em comparação com os ensinos bíblicos. Este relatório baseia-se no estudo de livros e artigos relevantes. Há um considerável montante de literatura e levaria meses para um estudo completo. Nas 150 horas que dediquei em preparar este estudo pude apenas ler algumas pesquisas significativas que creio lançarão luz sobre os atos terroristas de violência que estamos testemunhando hoje.

A intenção desta exposição é ajudar todos os amantes da paz pelo mundo, inclusive muçulmanos que assim sejam, a melhor entender o que motiva homens e mulheres muçulmanos a provocarem indescritível dano a pessoas inocentes, inclusive a si próprios, explodindo bombas em lugares públicos. Como podem pessoas sensatas decidir transformar seus corpos em armas para destruir gente inocente? Esta é a indagação que perturba pessoas lúcidas hoje. Buscaremos uma resposta examinando os ensinos do Islã a partir de suas fontes primárias, o Corão e o Hadith (a coleção de ensinos de Maomé). Desejamos assegurar se ensina o Corão a muçulmanos devotos fazerem avançar a causa de Alá por persuasão pacífica ou por militância violenta.

Um Novo Entendimento do Anticristo

No decurso de minha investigação uma pergunta tem estado emergindo em minha mente: não estaria nossa interpretação sobre o Anticristo, ao referir-se a uma pessoa exclusivamente [para muitos, sendo o papa], necessitando certa revisão para incluir também Maomé e seus ensinos? Afinal de contas, os sucessores de Maomé por mil anos (desde o sétimo até o décimo-sétimo séculos) perseguiram e exterminaram cristãos muito mais extensamente do que o papado! Ademais, a negação islâmica da divindade, encarnação e crucifixão de Cristo claramente se ajusta à descrição de João sobre o espírito do Anticristo em 1 John 4:1-2.

Os Ensinos do Islã Sobre a Jihad ou a Luta Pela Causa de Alá

Alguns eruditos vêem como fútil a tentativa de definir os ensinos do Corão e do Hadith com respeito ao uso da guerra para fazer avançar a causa de Alá. A razão oferecida é dada pelo erudito já citado, Fareed Zakaria, e o artigo citado antes, de que o “Corão é um livro vago e, cheio de poesia e contradições (não muito diferente da Bíblia). Poderá encontrar nele condenações de guerra e incitamento à luta, belas expressões de tolerância e severos textos contra descrentes”.

É verdade que o Corão é um livro contraditório que condena a guerra por um lado e a recomenda, por outro? A resposta é “Não!” Demonstraremos abaixo que as contradições do Corão se resolvem reconhecendo a progressão nos ensinos de Maomé da paz para a guerra no decurso de sua vida e experiências.

No início de sua missão, Maomé instava seus seguidores a enfrentarem a oposição com paciência e persuasão. Os eruditos referem-se a esses textos do Corão como “versos de perdão”. Por exemplo, o Corão declara: “Convidai (todos) ao caminho de teu Senhor com sabedoria e bela pregação; e argumentai com eles em maneiras que sejam melhores e mais graciosas: pois o teu Senhor sabe melhor, quem se desviou de Seu caminho, e quem recebe guia (16:125)”. “Nem pode a bondade e o mal ser equiparados. Repeli (o mal) com o que é melhor (41:34)”.

Após consolidar o seu poder, contudo, Maomé explicitamente ordenou o uso de guerra ofensiva contra os descrentes. Os eruditos referem-se a tais textos do Corão como os “Versos da Espada”. Eis dois exemplos: “A luta vos é prescrita, e não a apreciais. Mas é possível não apreciardes algo que vos seja bom, e que ameis uma coisa que vos é má. Mas Deus sabe, e vós não sabeis (2:216)”.

“Quando os meses proibidos tiverem passado, então lutai e matai os pagãos onde quer que os achardes, e sitiai-os e cercai-os e permanecei à espreita deles em todo estratagema (de guerra); mas se eles se arrependerem, e estabelecerem orações regulares e praticarem a caridade regular, então dai-lhes passagem: pois Deus é muito longânimo e misericordioso (9:5).”

Solução da Contradição

Pessoas como Fareed Zakaria, referido antes, sustentam que a contradição entre esses textos advogando tolerância e os que instam à guerra, simplesmente refletem a natureza contraditória do Corão, que é um “livro vago, cheio de poesia e contradições (não muito diferente da Bíblia)”.

Esta explicação simplista é rejeitada por especialistas em islamismo que examinaram a questão mais de perto. Eles concluíram que as declarações contraditórias refletem a “revelação progressiva” que foi elaborada para ajustar-se às circunstâncias de Maomé. Em seu livro Jihad: The Origin of Holy War in Islam [Jihad: A Origem da Guerra Santa no Islã], publicada pela Oxford University Press em 1999, Reuven Firestone, escreve: “Especialistas em Islã chegaram à conclusão de que os versos escriturísticos concernentes à guerra eram revelados em direta relação com as necessidades históricas de Maomé durante sua missão profética. No início de sua carreira profética em Meca, quando ele era fraco e seus seguidores poucos, as revelações divinas incentivavam a que evitassem conflito físico”.

“Após as intensas perseguições que levaram Maomé e seus seguidores a emigrarem para Medina, contudo, eles tiveram liberdade para se engajar em guerra defensiva. Ao crescer a comunidade muçulmana em força, revelações adicionais ampliaram as condições sob as quais a guerra podia ser empreendida, até que se concluiu que guerra contra os não-muçulmanos podia ser levada a efeito virtualmente em qualquer ocasião, sem pretexto e em qualquer lugar” (p. 50).

Numa dissertação persuasiva intitulada “Jihad: O Ensino do Islã de Suas Fontes Primárias: O Corão e o Hadith”, Richard Bailey traça a evolução do ensino do Corão de tolerância a guerra através de quatro estágios. Ele propicia ampla documentação para cada estágio. Para o propósito deste estudo, simplesmente irei mencionar cada estágio, reproduzindo apenas alguns poucos versos confirmatórios do Corão. Estarei disposto a enviar por e-mail a referida dissertação por inteiro a qualquer interessado em dita documentação.

Alguns leitores podem achar esta breve análise da evolução dos ensinos de Maomé sobre violência um tanto maçante. Por favor, não desanimem. Se o fizer, perderá a segunda metade deste estudo onde eu comparo o Corão com a Bíblia e ofereço uma resposta cristã ao problema do terrorismo. Você há de descobrir que o tempo dedicado à leitura deste estudo será bem gasto.

Tentei simplificar o assunto, mas ler os versos do Corão pode ser entediante. A estrutura das sentenças é arcaica, como nas Bíblias antigas. Contudo, é importante empenhar-se em compreender como os ensinos de Maomé sobre guerra se desenvolveram, pois isso nos ajuda a entender por que os muçulmanos têm usado no passado e ainda utilizam no presente conflitos armados para fazer avançar a causa de Alá por todo o mundo. As referências do Corão são dadas como suratas, que significam capítulos, seguidas dos números dos versos.

Estágio 1: Nenhuma Retaliação

Quando Maomé começou a pregar o Islã em 610 AD em Meca seus companheiros da tribo dos coraítas tornaram-se crescentemente hostis para com ele por causa de sua condenação à idolatria deles. Os capítulos (suratas) do Corão que se originaram nesses 13 anos em que Maomé viveu em Meca não contêm qualquer instrução sobre luta, a despeito da severa perseguição sofrida por seu pequeno bando de seguidores.

Por quê? Simplesmente em razão de que seus poucos seguidores não tinham chance alguma de vencer um conflito físico. Destarte, era uma sábia estratégia de sobrevivência evitar confrontos violentos. Poucos versos servirão para ilustrar este ensino.

Na Surata 73:10, 11 Maomé insta seus seguidores a serem pacientes para com aqueles que negam a verdade: “E tende paciência com o que dizem, e deixai-os com nobre (dignidade). E deixai-me (só para lidar com) os que estão de posse das boas coisas da vida, os quais (porém) negam a verdade, e suportai-os por um pouco mais”. Na Surata 2: 45, 47, 48 o profeta admoesta a deixar os descrentes em paz e a esperarem pacientemente, pois o Senhor os punirá: “Assim, deixai-os em paz até que encontrem os seus dias, quando serão dominados (pelo terror) . . . e verdadeiramente, àqueles que obram o mal, há outra punição além desta . . . Agora aguardai com paciência a ordem do teu Senhor, pois deveras estais em Nossos olhos”.

Estágio 2: A Luta Defensiva É Permitida

Em 15 de julho de 622, a crescente oposição forçou Maomé e seus seguidores a fugirem de Meca para Medina, distante uns 400 quilômetros ao norte. Esta data é importante e conhecida como Hégira, que assinala o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé foi reconhecido como profeta, sendo-lhe possível consolidar o seu poder. Seus seguidores começaram a atacar e pilhar as caravanas de Meca que passavam por Medina. Tal prática por fim provocou várias lutas entre as tribos coraítas de Meca e seus seguidores.

Maomé conseguiu sua primeira vitória na Batalha de Badr em 624 com um exército de 305 homens, na maioria cidadãos de Medina, sobre uma força coraíta duas vezes maior. Ele dominou várias tribos de judeus e cristãos e ordenou o massacre de 600 judeus num dia, assistindo pessoalmente ao episódio. Foi nessa época que instruiu seus seguidores a defenderem-se por lutar e matar.

Um exemplo dessa instrução se acha na Surata 22:39-41 onde é dada permissão para o engajamento em luta defensiva: “Àqueles contra os quais guerra é feita, é dada permissão (para lutar), porque eles estão em erro e, verdadeiramente, Deus é bastante poderoso para seu auxílio”. Novamente na Surata 22:58 recompensas são prometidas àqueles que morrerem em jihad: “Os que deixarem suas casas pela causa de Deus, e forem mortos ou morrerem, sobre eles Deus concede uma mui boa provisão”.

A promessa de paraíso àqueles que morrem lutando por Alá tem inspirado inumeráveis muçulmanos ao longo dos séculos a se tornarem mártires para a sua fé. É esta promessa que inspira jovens muçulmanos devotos, de ambos os sexos, a se transformarem em suicidas portadores de bombas pela causa de Alá.

Estágio 3: Luta Defensiva É Ordenada

Poucos meses após dar permissão à luta em defesa própria, Maomé instruiu seus seguidores a fazerem guerra como uma obrigação religiosa. A princípio os inimigos eram os cultuadores de ídolos da tribo coraíta em Meca, porém mais tarde incluiu os judeus e cristãos que não aceitassem Maomé como profeta.

Richard Bailey enumera 32 passagens das muitas do Corão sobre isso, anotando-as com valiosos comentários.

Para ser breve apenas citarei quatro delas. Na Surata 2:190 é dada instrução para lutar até que a perseguição pare e o Islã seja estabelecido. “Lutai na causa de Deus contra aqueles que lutam contra vós, mas não transgredi os limites; porque Deus não ama os transgressores. E matai-os onde quer que os apanheis, e expulsai-os de onde quer que eles vos tenham expulsado; pois tumulto e opressão são piores do que a matança”.

Na Surata 2:216 os muçulmanos recebem ordens de lutar pela causa de Alá, ainda que não gostem, porque Alá sabe o que é melhor para eles: “A luta vos é prescrita, e não a apreciais. Mas é possível que não gosteis de uma coisa que vos é boa, e que ameis uma coisa que vos é má. Deus, porém, sabe e vós não sabeis”. Declarações como estas tornam abundantemente claro que para um muçulmano devoto que segue os ensinos do Corão, lutar para fazer avançar a causa do Islã é uma obrigação divina que dificilmente pode ser ignorada.

Na Surata 8:12,13 os muçulmanos recebem instrução de cortar os pescoços e os dedos dos que se opuserem a Deus e a nunca darem costas a descrentes. “Lembrai-vos que o Senhor inspirou os anjos (com a mensagem): ‘Estou contigo: dai firmeza aos crentes. Instilarei temor nos corações dos descrentes. Feri-os acima do pescoço e cortai fora as pontas de seus dedos. Isso em vista de contenderem contra Deus e Seu Apóstolo. Se alguém contender contra Deus e seu Apóstolo, Deus é estrito na punição. . . . Ó vós os que credes! Quando encontrardes os descrentes em situação hostil, nunca volvei costas para eles. Se alguém lhes volve as costas em tal dia—a não ser num estratagema de guerra, ou para retirar uma tropa (sua)—este atrai sobre si a ira de Deus, e sua habitação será no inferno,—e o refúgio maligno (deveras)! Não fostes vós que os matastes, mas Deus’”.

A instrução é clara: Quando em combate, não há lugar para segundo pensamento. Os soldados muçulmanos devem terminar a obra de ferir a cabeça e cortar os dedos de seus inimigos. A intenção dessas amputações era tornar impossível que as vítimas jamais lutassem outra vez.

A Surata 61:4,11-13 ensina que Deus ama quem luta em Sua causa com determinação. Ele vos dará vitória, perdão dos pecados e admissão ao prazer do paraíso: “Deveras Deus ama aqueles que lutam em Sua causa em veste de batalha, como se fosse uma estrutura solidamente cimentada . . . que creiais em Deus e Seu Apóstolo, e que luteis (no máximo) na causa de Deus, com vossa propriedade e vossas pessoas. Isto vos será o melhor, se apenas soubésseis! Ele vos perdoará os pecados e vos admitirá nos jardins [Paraíso] sob o qual rios fluem, e às belas mansões nos jardins da eternidade. Esta é, de fato, a suprema conquista. E outro (favor Ele concederá), que amais—ajuda de Deus e uma rápida vitória. Assim, transmiti as boas novas aos crentes”.

Um dos benefícios de combater pelo Islã seria capturar mulheres para fazê-las de concubinas, que seriam somadas às esposas legítimas. A Surata 33:50 diz: “Ó Profeta! Fizemos-te legais esposas às quais pagaste seus dotes, e aquelas as quais tua mão direita possui das prisioneiras de guerra, Deus vos tem atribuído. . . . Para os demais crentes, sabemos que lhes temos designado como suas esposa as cativas que sua mão direita possui. . .”

A concepção de que Deus atribuiria mulheres cativas como concubinas para os crentes muçulmanos que lutassem por Sua causa dificilmente refletirá elevados padrões morais para a fé islâmica. A poligamia e a concubinagem servil têm destruído a dignidade das mulheres e a beleza do lar. Nessa área, a infinita superioridade do cristianismo se revela por demais óbvia.

Por ensinar que os que morrem lutando pela causa de Alá terão seus pecados perdoados e são admitidos nos prazeres do Paraíso, o Corão tem inspirado os muçulmanos através dos séculos a lutarem até a morte pela causa de Alá. Hoje é inspirador a jovens palestinos tornarem-se suicidas portadores de bombas. Para eles a “morte de mártir” é o meio mais seguro e rápido de entrarem para uma vida melhor de conforto, prosperidade, e prazeres no Paraíso. Os “suicidas portadores de bombas” vêem-se a si mesmos como cumpridores dos ensinos do Corão e servidores a suas comunidades, além de assim adquirirem admissão ao Paraíso.

A Surata 55:52-58 descreve o Paraíso como um lugar onde haverá “frutos de todo tipo, dois e dois . . . Eles reclinarão sobre tapetes, cuja tessitura será de rico brocado. Os frutos dos pomares estarão perto (e fáceis de alcançar). . . Neles haverá jovens castas, restringindo seus olhares, nas quais homem algum jamais tocou . . . semelhantes a rubis e coral”. O elemento sensual polui até mesmo a visão do Paraíso do Islã. Os crentes têm a promessa não só de jardins floridos, alimento abundante, fontes cristalinas, mas também de belas virgens. Setenta e duas belas virgens serão criadas para o desfrute do mais simples crente. Um momento de prazer será prolongado por mil anos. Esse Paraíso orientado ao prazer carnal difere radicalmente da visão bíblica do mundo por vir como sendo este planeta restaurado a sua perfeição original para a habitação dos remidos que se empenharão em atividades produtivas e na mais elevada adoração a Deus.

Estágio 4: Guerra Ofensiva É Ordenada Contra os Pagãos, Cristãos e Judeus

A fase final do ensino de Maomé sobre guerra desenvolveu-se após ter conquistado Meca em 630 AD. A maioria dos pagãos que viviam na cidade se tornou muçulmana. Nessa época Maomé pôde dominar a cidade e remover da Caaba (o sítio muçulmano sagrado) 360 ídolos ali instalados.

Nesse ponto Maomé concluiu que os judeus e cristãos não o aceitariam como profeta e assim passaram a integrar sua lista de inimigos do Islã a serem derrotados. Destarte, a guerra não mais era para ter caráter defensivo, mas uma Jihad agressiva contra todos os descrentes. Este é o ensino final do Corão que ainda vigora hoje e tem inspirado os recentes atos de terrorismo.

Vários textos ordenam a luta ofensiva para matar pagãos, judeus e cristãos. Entre estes a Surata 9:5 se destaca por sua explícita injunção a que se matem os infiéis: “Quando os meses proibidos passarem, então lutai e mais os pagãos onde quer que os encontreis, e sitiai-os, cercai-os, e mantende-vos à espreita em todo estratagema (de guerra). Mas se se arrependerem e estabelecerem orações regulares e praticarem caridade regular [tornarem-se muçulmanos], então dai-lhes passagem”. A melhor maneira de as pessoas conquistadas salvarem a vida era renunciar a sua religião e adotar a fé do Islã. Em alguns casos pessoas dominadas poderiam salvar a vida pagando um pesado tributo e tornando-se submissas aos governantes islamitas.

No mesmo capítulo, Surata 9:29-31, os muçulmanos recebem ordens de lutar contra judeus e cristãos até que sejam subjugados. Aqueles que se submeterem aos governantes muçulmanos devem estar sujeitos a um pesado tributo. A razão disso é que a maldição de Deus paira sobre eles. “Lutai contra aqueles que não crêem em Deus nem no dia final, nem consideram proibido aquilo que foi proibido por Deus e Seu Apóstolo, nem reconhecem a religião da verdade, (ainda que eles) sejam o povo do Livro [cristãos e judeus], até que paguem o jizya [tributo] com voluntária submissão, e sintam-se subjugados. Os judeus chamam a Uzair [Esdras] um filho de Deus, e os cristãos chamam a Cristo o Filho de Deus . . . . A maldição de Deus seja sobre eles”.

A Surata 5:36-38 prescreve quatro tipos de punição para todo que se opuser a Alá e a seu profeta Maomé: “A punição daqueles que se lançam em guerra contra Deus e Seu Apóstolo, e que se insubordinam e praticam o mal na terra é execução, ou crucifixão, ou o corte de mãos e pés em lados opostos, ou o exílio da terra. Essa é sua desgraça neste mundo, e um pesado castigo é o deles no além, exceto àqueles que se arrependerem antes de caírem em vosso poder. Nesse caso, sabei que Deus é longânimo e muito misericordioso. Ó vós que credes! Fazei vosso dever para com Deus. Buscai os meios de aproximar-se Dele, e lutai com força e poder em Sua causa, para que prospereis”.

Os quatro tipos de punição (decapitação, crucifixão, mutilação ou exílio), que deviam ser aplicados segundo as circunstâncias, revelam os métodos brutais empregados pelos invasores muçulmanos para fazer avançar sua religião. Tais métodos apresentam-se em nítido contraste com os ensinos de Jesus sobre ganhar homens e mulheres para o Reino de Deus mediante a proclamação das Boas Novas da graça salvadora de Deus por meio do sacrifício expiatório de Cristo.

Os Ensinos Sobre a Guerra Santa Nas Tradições de Maomé (“Hadith”)

Os ensinos do Corão sobre o uso da espada para fazer avançar a causa do Islã são corroborados pelas coleções de tradições (“Hadith”) ligadas ao ensino de Maomé. Consideram-se em geral os nove volumes por Iman Bukhari a mais autêntica literatura do Hadith. No vol. 4 somente, Richard Bailey encontrou 283 passagens ensinando a guerra santa (Jihad) para fazer avançar a causa do Islã. Para abreviar citarei somente quatro delas.

Maomé disse: “Um simples esforço (em lutar) na causa de Alá na manhã ou na tarde é melhor do que o mundo e seja o que for que nele houver” (4:50). “Sabei que o Paraíso está sob as sombras das espadas”. (4:73). Para Maomé, lutar pela causa de Alá era um meio de vida. Disse ele: “A minha existência está sob a sombra de minha lança, e aquele que desobedecer as minhas ordens será humilhado pelo pagamento da Jizya” ( 4:162b).

A “Jizya” é um taxa para subjugar as pessoas em troca de seu direito de existir. Maomé declarou: “Tenho ordens de lutar contra as pessoas até que digam, ‘Ninguém tem o direito de ser adorado senão Alá’ e quem quer que diga, ‘Ninguém tem o direito de ser adorado senão Alá’, sua vida e propriedade serão poupadas por mim, exceto pela lei islâmica, e suas contas serão com Alá (seja por puni-lo ou perdoá-lo)” (4:196). A ordem é clara. Os muçulmanos têm que lutar contra as pessoas até que se tornem muçulmanas.

Respaldo de Eruditos Para a Evolução da Jihad em Quatro Estágios

Esboçamos brevemente os quatros estágios da evolução dos ensinos do Corão sobre “guerra santa” (Jihad) desde nenhuma retaliação, luta defensiva permissível, luta defensiva obrigatória até, finalmente, guerra ofensiva em todos os tempos. Numerosos eruditos reconhecem esse ensino evolucionário sobre o uso de guerra como correspondendo aos estágios de desenvolvimento do pensamento e circunstâncias de Maomé. Duas citações de fontes de elevada reputação são suficientes para comprová-lo.

A primeira citação é do Dr. Muhammad Muhsin Khan, tradutor para o inglês dos nove volumes das tradições (Hadith) de Maomé. Na introdução a esses volumes, o Dr. Muhsin Khan escreve: “Assim, a princípio ‘a luta’ era proibida, depois foi permitida e após isso foi tornada obrigatória (1) contra aqueles que iniciassem ‘a luta’ contra vós (muçulmanos) . . . (2) e contra todos quantos adorassem outros além de Alá . . . “ (p. xxiv).

A segunda citação é do artigo sobre a Jihad da Brill”s Encyclopedia of Islam. Diz o autor: “A Jihad é um dever. Este preceito é estabelecido em todas as fontes. É verdade que no Corão se encontrarão textos divergentes, até contraditórios. Estes são classificados pela doutrina, à parte de certa variação em pormenores, em quatro categorias: os que impõem perdão por ofensas e incentivam o convite ao Islã pela persuasão pacífica; os que impõem a luta para evitar a agressão; os que impõem a iniciativa de ataque desde que fora dos quatro meses sagrados; e os que impõem absoluta iniciativa de ataque, em todas as ocasiões e em todos os lugares”.

O artigo prossegue dizendo: “Em suma, essas diferenças correspondem aos estágios de desenvolvimento do pensamento de Maomé e as modificações de política resultantes de circunstâncias particulares; o período de Meca durante o qual Maomé, em geral, se limita ao ensino religioso e moral, e o período de Medina, em que, tendo se tornado o líder de uma comunidade político-religiosa, ele é capaz de levar a cabo, espontaneamente, a luta contra aqueles que não desejam unir-se a essa comunidade ou submeter-se a sua autoridade. A doutrina sustenta que os últimos textos revogam os textos contraditórios anteriores . . . a tal ponto que somente os da última categoria permanecem indubitavelmente válidos” (p. 538).

A doutrina em questão é conhecida como “a lei da revogação” que é aceita pelos eruditos muçulmanos. Segundo essa doutrina, os “últimos versos da espada” superam os “versos do perdão” anteriores. Isso significa que gradualmente Maomé veio a aceitar a Jihad militar como estratégia legítima e essencial para promover a expansão do Islã. Não importa o que as pessoas possam pensar, Maomé não foi só um líder religioso, mas também um comandante militar que se bateu em guerra contra seus inimigos tão cedo consolidou o seu poder e desenvolveu uma força combatente.

A Expansão do Islã Mediante a Guerra

Prova decisiva de que Maomé ensinava seus seguidores a fazerem avançar a causa de Alá pelo uso da espada é propiciada pelo exemplo de seus sucessores imediatos, conhecidos como califas. Eles seguiram seu intenso fanatismo em empenhar-se em guerras implacáveis de conquista contra cristãos, judeus e pagãos. Num período relativamente curto, reuniram um enorme império. No auge de seu poder, os territórios muçulmanos se estendiam do norte da África e sul da Europa no Ocidente, às fronteiras da moderna Índia e China no Oriente. Seu grito de batalha era: “Diante de vós está o paraíso, e atrás estão a morte e o inferno”.

Na sua maioria, os povos que os muçulmanos conquistaram eram cristãos nominais que se submeteram a sua fé porque haviam perdido a visão da mensagem e missão cristãs. Uma razão destacada é que os líderes eclesiásticos nesse tempo estavam gastando o tempo discutindo furiosamente sobre questões metafísicas como a natureza divina/humana de Cristo, em lugar de inspirarem os cristãos a proclamar o evangelho às nações pagãs.

Os primeiros sete concílios ecumênicos realizados entre 325 e 787 A.D. preocuparam-se em maior medida com definições e relacionamento entre os Seres da Divindade. Ruidosos debates foram empreendidos quanto a questões metafísicas que deviam ser aceitas como um mistério. Por perderem sua visão evangelística, muitos cristãos sucumbiram ao Islã, em lugar de levarem aos muçulmanos um conhecimento salvador de Jesus Cristo.

Durante seu primeiro século de expansão, de 632 a 732, os sucessores de Maomé subjugaram o Egito, Palestina, Síria, parte da Turquia (cercaram Constantinopla duas vezes, em 668 e 717), e todos os países do norte da África. Em 711 cruzaram da África para a Espanha e atravessaram os Pirineus penetrando no sul da França. Gabavam-se de que em breve estacionariam seus cavalos na catedral de São Pedro, em Roma. Mas em 732 o estadista franco, Carlos Martel, derrotou-os na Batalha de Tours e impediu o seu progresso no Ocidente.

No Oriente os muçulmanos prosseguiram sem detença. No nono século subjugaram a Pérsia, o Afeganistão, e uma grande parte da Índia. No século décimo terceiro conquistaram os turcos e os mongóis. A Bulgária, Sérvia e partes da Hungria logo se seguiram. Finalmente, em 1453 a cidade de Constantinopla caiu nas mãos dos muçulmanos turcos, que transformaram a magnífica igreja de Santa Sofia numa mesquita onde o Corão é lido em lugar do evangelho. De Constantinopla, os muçulmanos espalharam pânico pela Europa e ameaçaram o Império Germânico até serem finalmente derrotados nos portões de Viena em 1683.

O Declínio do Poder Muçulmano

Por essa época teve início o declínio do poder muçulmano com a elevação das nações européias que gradualmente subdividiram e repartiram entre si muito do território muçulmano conhecido como “Império Otomano”.

O desenvolvimento de nações européias fortes e de uma América poderosa, combinado com o agressivo movimento missionário dos séculos 19 e 20, criaram sérios problemas para os muçulmanos. O movimento político-religioso islâmico, que pela Idade Média parecia destinado a governar o mundo, tem sido gradualmente humilhado pelos poderes coloniais do Ocidente que dividiram muitos dos territórios muçulmanos entre si. O que deu fim à expansão do Islã não foi a mudança de crenças, mas a força militar européia.

O Ódio Que Motiva o Terrorismo

A humilhação que os muçulmanos experimentaram nos últimos dois séculos é um fator que contribuiu para a ira que motiva o terrorismo hoje. Em anos recentes os muçulmanos têm sido humilhados não só pelos judeus na Palestina, mas também pelos cristãos sérvios na Bósnia e Kosovo, por ateus ou cristãos russos na Chechênia, e por hindus na Caxemira e Paquistão. É duro para alguns muçulmanos aceitar a vergonha de seu fracasso internacional.

Após serem a superpotência por mais de mil anos, crendo que Alá os havia capacitado a eliminar os cristãos, judeus e pagãos, e governar o mundo inteiro, hoje acham-se governados politicamente ou controlados economicamente por nações constituídas maiormente por “infiéis”. Muitos muçulmanos estão irados com a superioridade dos países do Ocidente, especialmente os EUA, porque ainda crêem na superioridade de sua religião e cultura que desejam impor ao resto do mundo.

Em seu livro Jihad in Classical and Modern Islam [A Jihad no Islã Clássico e Moderno] (Princenton, 1996), Rudolf Peters, Professor de Legislação Islâmica da Universidade de Amsterdam, observa: “O ponto crucial da doutrina é a existência de um único estado islâmico, governando a inteira umma [comunidade muçulmana]. É dever da umma expandir o território de seu estado a fim de trazer tantas pessoas quanto possível para debaixo de seu regime. A meta final é expandir o território desse estado a fim de trazer a terra toda sob o domínio do Islã e para extirpar a descrença” (p. 3).

O fato de que a visão expansionista do Islã de trazer o mundo inteira sob sua tutela tem sofrido constantes impedimentos nos últimos dois séculos, especialmente em anos recentes, está inspirando alguns muçulmanos preocupados a cometerem os atos terroristas divulgados pela imprensa diária. O seu alvo é demonstrar que a despeito de seu estado de humilhação, os muçulmanos ainda são capazes de aterrorizar as potências do Ocidente, como os EUA. Este é outro modo de mostrar que Alá ainda os capacita a cumprirem sua missão.

Muçulmanos preocupados desejam punir os EUA por sua suposta política anti-islâmica, atingindo as pessoas em sua “zona de conforto”. Isso sobrecarrega os americanos com bilhões de dólares de despesas para combate ao terrorismo em seu território e no além-mar levando-os a “pagarem mais e brincarem menos”. Também consiste em angustiar os americanos com constante temor de ataques insuspeitos. Mantendo-os sob risco, solapam o seu tradicional senso de segurança. Assim, muitos muçulmanos devotos acreditam que estão obtendo grande vitória para a causa do Islã. Pensam que estão revelando ao mundo que Alá os capacitou a humilhar a nação mais poderosa, os EUA. Para eles isso representa o triunfo do Islã sobre o cristianismo.

A ameaça é incrementada pelo desenvolvimento de armas nucleares, químicas e biológicas de destruição de massa por certos países árabes, como o Iraque, o Irã e a Líbia. Se um estudante do Instituto de Tecnologia de Massachusetts poderia construir uma bomba nuclear em cinco semanas empregando material disponível descritos em literatura de uma boa biblioteca, é concebível que estes e outros países em desenvolvimento poderiam fabricar armas termonucleares.

Quando isso ocorrer, mesmo o uso limitado de armas nucleares por países muçulmanos comprometidos com o avanço da causa de Alá por humilhar superpotências ocidentais, poderia degenerar num conflito internacional de maior monta que traria a ruína a todos e vitória a ninguém.

É o Islã Uma Religião Amante da Paz?

A pesquisa precedente dos ensinos do Corão e das tradições de Maomé (Hadith) concernentes à guerra desfaz a alegação popular de que o Islã seja uma religião amante da paz. Não há qualquer dúvida de que há muitos muçulmanos amantes da paz que condenam o emprego da violência para promover sua fé, mas isso dificilmente pode ser dito quanto aos ensinos do Corão e do Hadith.

Dizer que o Islã é uma religião de paz significa ignorar o exemplo e ensinos de Maomé. Ele combateu todos os pagãos, judeus e cristãos na Arábia Saudita, até subjugá-los, forçando-os a aceitarem o Islã. O que Maomé fez se reflete no que ele ensinava após combater e matar os infiéis: “Quando os meses proibidos passarem, então combatei e matai os pagãos onde quer que os encontreis, e sitiai-os, cercai-os, e mantende-vos à espreita deles em todo estratagema (de guerra). Mas se se arrependerem e estabelecerem orações regulares e praticarem caridade regular [tornarem-se muçulmanos], então dai-lhes passagem” (Surata 9:5).

A alegação de que o Islã é uma religião amante da paz é claramente contradita pelo Corão, que reza como um manifesto terrorista. Não devemos iludir-nos com os discursos de líderes árabes que condenam os atos de terrorismo quando suas populações estão nas ruas numa atmosfera carnavalesca celebrando a carnificina de pessoas inocentes por suicidas portadores de bombas.

A paz verdadeira com os muçulmanos é impossível enquanto crerem no exemplo e ensinos de Maomé. Para o Profeta, a paz só vem com a submissão ao Islã, que é o próprio significado de “Islã”, ou seja, “submissão”. Mas o conceito islâmico de paz como um mundo dominado pelos muçulmanos é, em última análise, um mandato para guerra.

O desafio que defrontamos hoje em buscar estabelecer relações pacíficas com o mundo muçulmano é ajudar nossos amigos muçulmanos a entenderem as falhas fundamentais dos ensinos do Corão com respeito ao emprego da violência para fazer avançar a causa de Alá. Uma religião que advoga o empenho em “guerra santa” (Jihad) para propagar sua fé é um movimento repressor que viola o direito humano fundamental de escolher a quem adorar. Esse direito fundamental é reconhecido e respeitado pelo Deus da revelação bíblica, que diz: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Josué 24:15).

A Violência na Bíblia e No Corão

Isto nos conduz à discussão da violência na Bíblia e no Corão. O debate sobre esta questão tem-se intensificado após os eventos de 11 de setembro [dia do ataque terrorista às torres do WTC, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington, nos EUA]. Os que desejam exonerar o emprego de violência pelos muçulmanos, estão prontos para assinalar que o cristianismo não é diferente, porque a Bíblia e a história cristã estão repletas de violência.

No início citamos Kenneth Woodward que escreveu na Newsweek: “A Bíblia também contem relatos de violência em nome do Senhor. O Deus dos primeiros livros bíblicos é de fato feroz em seu apoio aos guerreiros israelitas, afogando os inimigos no mar” (Newsweek, 11 de fevereiro de 2002, p. 53).

Como podemos responder a esse argumento popular de que a violência no Corão não difere da violência encontrada nas páginas bíblicas? Para ser breve limitarei minha resposta a três considerações principais.

1) Os Cristãos Não Têm Justificativa Para o Emprego da Violência em Nome de Cristo

É inquestionável que os cristãos valeram-se de violência, tortura e cruzadas militares para destruir “infiéis” e “heréticos”, mas os que cometeram esses atos vergonhosos traíram a Pessoa e ensinos de Cristo. Eles fizeram da igreja cristã uma organização terrorista agindo contra o ensino de Cristo que condenava o uso da violência como meio de estabelecer o Seu Reino. Ele disse a Pedro que cortara a orelha do servo do Sumo Sacerdote, “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão” (Mat. 26:52).

Enquanto Maomé ordenava seus seguidores a combater os pagãos, judeus e cristãos até que fossem mortos ou subjugados, Cristo ensinou Seus discípulos a suportarem a perseguição e a orarem por seus perseguidores. “Bem-aventurados sois quando, por Minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus. . . . Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste” (Mat. 5:11-12, 44,45).

Os muçulmanos que se valem da violência, guerra e terrorismo para propagar a causa de Alá podem legitimamente reivindicar que seguem o exemplo e ensinos de seu profeta, Maomé. Ele foi tanto um líder político quanto religioso que combateu até subjugar as pessoas de Meca e as comunidades cristãs e judaicas que viviam na Arábia Saudita. Ele ensinava: “Sabei que o Paraíso se acha sob as sombras da espada” (4:73 )

Todavia, os cristãos que recorreram à violência para fazer avançar o Reino de Deus não podem apelar aos ensinos ou exemplo de Cristo. Eles traíram a Seus ensinos. Cristo preferiu ser crucificado a matar Seus inimigos com o simples poder de Sua palavra falada. Ele ensinou Seus seguidores a estabelecerem o Reino de Deus, não mediante confrontação física, mas através da proclamação pacífica da graça salvadora de Deus.

O cristianismo pôs o mundo romano de cabeça para baixo durante os três primeiros séculos pelo simples poder da graça de Deus manifesta nas atitudes amoráveis e perdoadoras dos cristãos, que estavam dispostos a sofrer e morrer por sua fé. Por contraste, o Islã conquistou muito do mundo romano durante o primeiro século de sua expansão (632-732) pela matança de incontáveis números de pessoas inocentes e impondo sua fé sobre os sobreviventes. Que diferença! Cristo condenou o uso da violência para promover a fé cristã, enquanto Maomé ordenou o emprego da espada para fazer avançar a causa do Islã.

2) O Extermínio dos Cananeus Foi Punição Divina Por Sua Iniqüidade

Alguns apelam às passagens encontradas no livro de Josué com respeito ao extermínio de várias tribos que moravam em Canaã, argumentando que a Bíblia não é diferente do Corão ao sancionar uma “guerra santa” para promover o verdadeiro culto a Deus. Se esta alegação for verdadeira, então os ensinos da Bíblia quanto ao uso da violência se assemelhariam aos do Corão.

O problema com esta alegação é a falha em reconhecer que o extermínio das várias tribos que viviam em Canaã era uma punição divina por sua iniqüidade, e não um método de convertê-los à religião de Israel. Pessoas mortas não podem mudar de religião. A exemplo de Sodoma e Gomorra, destruídas por sua pecaminosidade ter atingido os limites da misericórdia divina, também as tribos que habitavam Canaã foram exterminadas em vista de sua pecaminosidade.

Centenas de anos antes da invasão de Canaã, Deus dissera a Abraão que seus descendentes iriam peregrinar numa terra estrangeira por “quatrocentos anos” (Gên. 15:13), antes de poderem estabelecer-se na terra de Canaã. A razão dada para esse período de espera é claramente exposta: “porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus “ (Gên. 15:16). Em outras palavras, Deus estava disposto a esperar por várias gerações antes de exterminar as tribos que habitavam Canaã, porque sua iniqüidade não havia ainda alcançado os limites de Sua misericórdia.

Mais tarde Deus advertiu a nação de Israel a ser cuidadosa de modo a não repetir os pecados dos cananeus, doutro modo sofreriam punição semelhante. A advertência foi em vão. Finalmente, Deus empregou os assírios e babilônios como instrumentalidades de Sua justiça para punir o povo de Israel por sua pecaminosidade, do mesmo modo que empregou Israel como instrumentalidade de Sua justiça para expurgar a terra de Canaã de sua pecaminosidade.

Ocorre uma dramática diferença entre o relato do extermínio dos cananeus e os eventos dos primeiros tempos da história islâmica. O tema primário no relato bíblico é o da santidade de Deus manifestada na punição de pecadores impenitentes. Este tema está ausente dos primeiros episódios de ataque e guerras de Maomé. Em vez disso, a motivação primária que encontramos constantemente nos relatos das guerra maometanas é a expansão do regime islâmico por destruir e saquear os inimigos.

3) A Bíblia Não Impõe o Uso da Guerra Para Promover a Adoração ao Verdadeiro Deus

Outro importante ponto a considerar é que em parte alguma o Velho ou Novo Testamento ordena que o povo de Deus ataque nações pagãs, seja em defesa própria ou como meio de promover a verdadeira adoração a Deus. A proclamação de salvação na Bíblia é sempre por testemunho e persuasão.

Deus colocou Israel na terra de Canaã dada a sua localização estratégica na encruzilhada do mundo antigo. Os israelitas deviam ser a vitrina de Deus para o mundo antigo, especialmente aos mercadores e exércitos que cruzassem a Palestina. Essa chamada “Estrada Real” era uma rota “interestadual” obrigatória para pessoas que viajavam de sul ao norte ou de norte ao sul do Oriente Médio.

Deus desejava estabelecer o Seu povo no eixo do mundo antigo para que ali fosse a luz às nações. “O Senhor te constituirá para si em povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do Senhor, e terão medo de ti” (Deut. 28:9-10).

Os israelitas foram chamados a promover a verdadeira adoração a Deus, não por conquistar nações mediante luta armada, como incentivada no Corão, mas por ser uma luz brilhando para o mundo. “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. . . . As nações se encaminham para a tua luz, e os reis para o resplendor que te nasceu” (Isa. 60:1, 2). Não houve necessidade para os israelitas de promover sua fé pela espada, porque Deus prometeu lutar por eles e trazer as nações às suas portas a fim de aprenderem sobre a verdadeira adoração a Deus (Zac. 8:20-22).

A previsão do Velho Testamento da proclamação da salvação a todas as nações, torna-se no Novo Testamento a grande comissão de Cristo a Seus seguidores: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mat. 28:19). Esta grande comissão deve ser cumprida, não pelo uso da espada, mas “ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mat. 28:20).

O Islã É Uma Religião Violenta

Uma comparação entre os ensinos do Corão e os da Bíblia sobre o uso da violência mostra a diferença fundamental que existe entre o Islã e o cristianismo. Descobrimos que o Islã é uma religião violenta porque o Corão ensina a guerra santa (Jihad) para forçar as pessoas a submeterem-se a seu sistema religioso/político. Uma religião que recorre à violência para forçar seus ensinos sobre outros dificilmente pode ser chamada uma “religião”, porque uma verdadeira religião pressupõe reverência por Deus e respeito pelos semelhantes. Seria mais apropriado rotular as religiões violentas como “organizações terroristas”.

A designação de “organização terrorista” aplica-se não somente ao Islã, mas também a igrejas cristãs que se tornaram violentas durante certos períodos da história. Por exemplo, durante a Idade Média a Igreja Católica tornou-se uma formidável “organização terrorista” que organizava cruzadas para exterminar muçulmanos, judeus e os assim chamados “heréticos”. A Igreja Católica aterrorizava pessoas na Europa Ocidental, especialmente através da Inquisição. Esta última era um tribunal ambulante que ia de cidade em cidade à busca de “heréticos” para interrogá-los, torturá-los e executá-los caso não abandonassem suas crenças.

Recentemente o papa desculpou-se pelas indizíveis atrocidades cometidas pela Igreja Católica quando se tornou uma organização terrorista comprometida em subjugar muçulmanos, judeus, dissidentes religiosos, cristãos ortodoxos gregos. Apenas desejaríamos que os líderes religiosos muçulmanos seguissem o exemplo do papa por desculpar-se pelos incontáveis números de pessoas inocentes que massacraram durante seu milênio de expansão territorial. Se realmente crêem que o Islã é uma religião amante da paz, então têm uma obrigação moral de revelar seu profundo sofrimento na matança de milhões de pessoas inocentes que recusaram submeter-se à fé e domínio muçulmanos. Também deviam desculpar-se pelos atos terroristas diários cometidos por muçulmanos suicidas, portadores de bombas. Deviam condenar esses atos de violência como uma traição ao Islã. Mas isso é impensável porque não há indicação de que tais pedidos de desculpas e condenações procedam de líderes religiosos islâmicos.

Hoje, 28 de maio de 2002, uma repórter da rede Fox de TV declarou que durante os longos meses que passou no Oriente Médio, cobrindo noticiário dos suicidas portadores de bombas, nunca ouviu um líder religioso muçulmano condenar a matança de pessoas inocentes por esses terroristas. Ela achava difícil de entender por que esses líderes religiosos muçulmanos não se manifestavam, especialmente quando esses suicidas chegavam a matar mães que empurravam carrinhos com seus bebês pela rua.

Por que os líderes muçulmanos mantêm-se silentes? Simplesmente porque acreditam que esses suicidas das bombas são “mártires” que estão agindo de acordo com o exemplo e ensinos de seu profeta, Maomé. Afinal de contas, ele apelou a seus seguidores para lutarem e matarem “os pagãos, onde quer que se encontrem” e para dominá-los, cercá-los e espreitá-los “em todo estratagema (de guerra)” (Surata 9:5).

Maomé praticava o que pregava. Ele empreendeu guerra contra os inimigos tão logo conseguiu consolidar o seu poder em Medina. Usava a espada para forçar as pessoas a aceitarem seu sistema político e religioso. Para ele, lutar era um meio de praticar sua religião. Assim declarou sua convicção: “Minha vida está sob a sombra de minha lança, e aquele que desobedece minhas ordens será humilhado por pagar Jizya [tributo]” (Hadith 4:162b). Uma religião que se vale da violência para promover suas crenças e práticas dificilmente pode ser considerada uma religião amante da paz.

O Cristianismo É Uma Religião Amante da Paz

Por contraste, o cristianismo é uma religião amante da paz porque é assim inspirada por seu fundador, Jesus Cristo, que não forçava as pessoas a se submeterem a nada. Ele apelava às pessoas a voluntariamente aceitarem as boas novas de Sua morte substitutiva pelo pecador penitente e o poder de Sua graça transformadora.

Ele ensinava Seus seguidores: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mat. 5:44-45).

Cristo é com justiça chamado “O PRÍNCIPE DA PAZ” (Isa. 9:6) porque nos oferece PAZ COM DEUS por carregar sobre Si a penalidade por nossos pecados, PAZ COM NÓS MESMOS por nos oferecer o poder para vencer o pecado em nossa vida, e PAZ COM AS PESSOAS por nos conceder a capacidade de amar mesmo aqueles a quem odiamos.

Por ocasião do nascimento de Jesus os anjos cantaram: “Glória a Deus nas maiores alturas e PAZ na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Luc. 2:14). Trinta e três anos depois, enquanto morria, Ele orou por aqueles que zombaram Dele e O crucificaram: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Luc. 23:34). E a todos quantos confiam Nele e aceitam Sua graciosa provisão de salvação, Cristo promete: “A MINHA PAZ vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).

A paz que Cristo oferece não é territorial, mas interior. Conquista-se, não por tornar o mundo todo muçulmano por meio de expansão territorial, mas por experimentar a serena garantia do divino perdão, proteção e salvação. É uma paz interior que nos capacita a viver num mundo de perturbação sem que nossos corações sejam dominados pelo temor. Por fim, esta é a paz que pode ajudar os muçulmanos a viverem em paz com Deus, consigo próprios e com as demais pessoas.

Uma Resposta Cristã ao Islã

Que contribuições podem os cristãos fazer visando a uma solução da ameaça de terrorismo patrocinada pelas organizações muçulmanas? É ingênuo pensar que qualquer pessoa possa oferecer uma solução mágica ao complexo conflito entre o Islã e o cristianismo que se tem arrastado por 14 séculos. O máximo que podemos conseguir é iniciar um processo de pensamento que conduza a uma solução. Com isto em mente estou submetendo três sugestões:

1. Os Cristãos Precisam Compreender a Raiz do Terrorismo

Para resolver o problema do terrorismo, que está causando um temor paralisante na sociedade americana e muitos países ocidentais, além de custar bilhões de dólares à comunidade internacional de nações, é vitalmente importante compreender que a raiz do terrorismo muçulmano é teológico, não meramente político ou territorial.

Com isto quero dizer que os atos de terrorismo que estamos testemunhando diariamente inspiram-se não meramente no desejo de conseguir um maior quinhão de terras controladas por Israel, mas no claro ensino do Corão de “combater e matar” os infiéis até que o mundo inteiro esteja sob a tutela do Islã.

Tenham em mente que 99.9 por cento das terras do Oriente Médio são controladas por muçulmanos hoje. Somente um décimo de um por cento é controlado por Israel. Os muçulmanos, cuja pátria original é a Arábia Saudita, têm tido êxito ao longo dos séculos em sistematicamente submeter todos os países do Oriente Médio por praticamente desarraigar todos os cristãos e judeus que ali viviam.

O que isso significa é que os árabes não estão satisfeitos com 99.9 por cento das terras do Oriente Médio que ocuparam. Estão lutando por um décimo de um por cento da porção de terras sob o controle de Israel. Concessões territoriais da parte de Israel produzirão uma paz duradoura? Absolutamente não, mesmo que os palestinos recebessem todas as terras que reivindicam serem suas! Por quê? Simplesmente porque a história nos ensina que não importa quanto território os muçulmanos conquistem, eles desejam mais. O que tem sido verdadeiro no passado é ainda verdade hoje. Eles desejam toda a terra de Israel.

Estarei sugerindo que a Palestina não pertença aos palestinos? Não resta dúvida que os palestinos têm direito a um lar na Palestina, mas eles dificilmente podem reivindicar que historicamente a Palestina tem sido a sua pátria, governada por palestinos, com uma distinta cultura e língua palestinas. O fato é que os palestinos são árabes que ocuparam o que nos tempos bíblicos era conhecido como terra de Canaã. Eles são indistintos dos jordanianos, sírios, sauditas, libaneses, iraquianos, etc.

Antes da guerra árabe-israelense de 1967, não havia qualquer movimento sério para uma pátria palestina. Os territórios que Israel capturou durante a Guerra dos Seis Dias não pertenciam a Yasser Arafat ou às autoridades palestinas, mas ao Rei Hussein, da Jordânia. Foi somente após Israel vencer a guerra que esses árabes descobriram sua identidade nacional como palestinos.

A verdade é que o termo “palestino” foi cunhado, não por árabes nativos para designarem sua terra natal, mas pelos romanos após terem capturado a Judéia em 70 AD. Depois de cometerem genocídio contra os judeus e demolirem o Templo, os romanos decidiram que a Judéia não mais existiria como terra dos judeus. Para adicionar insulto à injúria, alteraram o nome de Judéia para Palestina, um nome derivado dos filisteus – povo tribal que vivia na região costeira meridional, conquistada pelos judeus ao tempo de Davi.

A Palestina Como Um Estado Nunca Existiu

O que isso significa é que a Palestina como um Estado, com sua própria língua e cultura, nunca existiu. O seu território foi alternadamente governado por romanos, islamitas e cruzados cristãos, e o Império Otomano brevemente pelos britânicos após a I Guerra Mundial. Os britânicos concordaram em restaurar parte da terra para o povo judeu como sua pátria.

De uma perspectiva histórica, os judeus têm um direito de 4.000 anos à Palestina. É a terra de suas raízes religiosas, étnicas e históricas. O fato de que no passado foram expulsos de sua pátria pelos romanos, cristãos e muçulmanos não significa que devam ser expulsos de sua pátria novamente hoje! Afinal de contas, eles não têm outra terra que possam reclamar legitimamente como sua pátria.

Este não é o caso dos palestinos. De uma perspectiva histórica, podem legitimamente reivindicar vários países árabes como pátria, pois é onde se encontram suas raízes religiosas, culturais, étnicas e lingüísticas. Alguns tentam demonstrar as raízes muçulmanas da Palestina apelando à Mesquita de Al Aqsa e ao Domo da Rocha, em Jerusalém, popularmente considerado o terceiro sítio mais sagrado do Islã.

Em minhas leituras nada encontrei no Corão sobre Jerusalém. Ali são mencionados Meca e Medina inúmeras vezes, mas nunca menciona Jerusalém. De fato, não há evidências históricas para sugerir que Maomé jamais haja visitado Jerusalém.

Como Jerusalém se tornou o terceiro sítio mais sagrado do Islã? Em grande medida em resultado de uma interpretação gratuita de vaga passagem encontrada no décimo sétimo capítulo (surata) do Corão, intitulada, “A Jornada da Noite”. Relata que, num sonho, Maomé foi transportado à noite “do templo sagrado ao templo que é o mais remoto, cujo recinto temos abençoado, para que pudéssemos mostrar-lhe nossos sinais. . . .”

No sétimo século, alguns mulçumanos identificaram o “templo que é o mais remoto” como sendo a Mesquita em Jerusalém. É difícil crer que Maomé teria sido transportado num sonho até a Mesquita em Jerusalém que ainda nem existia ao tempo de sua morte em 632 A.D.

Em contraste com isso, os judeus podem traçar suas raízes em Jerusalém remontando aos dias de Abraão (Gên. 14:18). Recentemente líderes árabes reuniram-se em Beirute para achar uma solução ao conflito entre Israel e palestinos. Eles adotaram a proposta do príncipe saudita Abdula para persuadir Israel a devolver certos territórios aos palestinos em troca de ser garantido ao Estado de Israel o direito de existir.

Por que os Líderes Árabes Não Concedem Alguma Terra aos Palestinos?

O que eu acho difícil de entender é por que esses líderes árabes que controlam 99.9 por cento do vasto território do Oriente Médio e têm incríveis recursos econômicos procedentes das exportações de petróleo ao Ocidente não abrem as portas de seus países para a população palestina relativamente pequena, de somente 2.900.000 pessoas, segundo o censo de 1997? Afinal de contas, os palestinos são seus próprios irmãos árabes.

Por que os líderes árabes preferem financiar campos de refugiados na Margem Ocidental em vez de convidar os palestinos, seus irmãos de sangue, para se estabelecer em seus países? Por que os países árabes não seguem o exemplo dos EUA que concedeu asilo político a perseguidos de todas as raças e credos, inclusive árabes? Por que os líderes árabes estão mais interessados em tirar alguma terra de Israel – país extremamente pequeno – do que fornecer uma parcela de suas próprias terras a seus irmãos palestinos muçulmanos?

Creio que a resposta deve ser encontrada no chamamento do Corão para “combater e matar” os infiéis até que todos estejam sob a tutela do Islã. Para os líderes árabes, oferecer asilo aos irmãos palestinos significaria deter o permanente conflito com Israel – um inimigo do Islã que deve ser expulso da terra no final. Ao alimentar o presente conflito, especialmente com subsídios financeiros às famílias dos terroristas suicidas, esperam atingir seus objetivos. Logo, o que está em jogo não é mais terra para os palestinos, mas o controle total do Oriente.

Alguns podem julgar que eu não esteja sendo justo com os muçulmanos. Permitam-me repetir que a questão não é o povo muçulmano como tal, na sua maioria composto de pessoas amantes da paz às quais eu amo e respeito. Antes, a questão são os ensinos do Corão que apelam à supressão e extermínio daqueles que praticam uma religião diferente. Esta é a raiz do problema que carece de ser enfrentado pelos cristãos e pela comunidade internacional de nações.

Os suicidas portadores de bombas inspiram-se nos ensinos do Corão. Os líderes religiosos muçulmanos doutrinam os jovens árabes de ambos os sexos a se tornarem mártires por matar os inimigos do Islã. É-lhes dito que o Corão lhes garante o perdão dos pecados e admissão aos prazeres do Paraíso.

Tal ensino, chocantemente imoral e insensato leva jovens muçulmanos a ansiarem tornar-se suicidas com bombas explosivas. Por matarem inimigos do Islã, seja nas Torres Gêmeas de Nova York ou nos shopping centers de Israel, eles são imortalizados como mártires pela causa do Islã, supostamente adquirindo ingresso aos prazeres do Paraíso.

2) Os Cristãos Têm Que Expor a Imoralidade do Ensino do Corão Sobre o Uso da Violência

Para tratar com a raiz do problema do terror muçulmano, é imperativo embarcar num programa educacional mundial destinado a expor a imoralidade dos ensinos do Corão que estimulam a supressão e extermínio daqueles que praticam uma religião diferente.

A estratégia de expor a imoralidade dos ensinos do Corão quanto ao uso da violência para fazer avançar a causa do Islã pode não ser politicamente correta. Pode alienar muçulmanos moderados que vivam nos EUA e outros países. Mas estou persuadido de que a verdade que “machuca” é melhor do que a mentira que “suaviza”.

Para minimizar uma reação negativa é importante distinguir entre os ensinos do Corão a respeito do extermínio dos “infiéis”, e o povo muçulmano que ignora ou abertamente rejeita tais ensinos. O mesmo princípio se aplica a qualquer religião. Por exemplo a maioria dos católicos ficaria chocada em ler o que Tomás de Aquino, o teólogo católico mais influente, ensina na Summa Theologica quanto ao extermínio dos “heréticos”.

Escreveu ele: “Com respeito aos heréticos, dois pontos devem ser observados: um, o seu lado, o outro, o lado da Igreja. De seu próprio lado, ocorre um pecado, pelo qual eles merecem não só serem separados da Igreja pela excomunhão, mas também serem apartados do mundo pela morte. Pois é um questão muito mais séria corromper a fé que aquece a alma, do que forjar dinheiro, que dá suporte à vida temporal. Portanto, se os falsificadores de dinheiro e outros malfeitores são por isso condenados à morte pela autoridade secular, muito maior razão há para os heréticos, tão logo sejam convencidos de heresia, serem não só excomungados, mas mesmo postos à morte “ (Questão 11, Artigo 3).

Esse ensino católico fundamental de que os “heréticos”, se não se retratarem, devem não só ser excomungados, mas também exterminados, é encontrado em numerosos documentos da Inquisição. Quando a imoralidade de tais ensinos é exposta, a maioria dos católicos os rejeita abertamente, preferindo, em vez disso, aceitar os ensinos do Evangelho quando diz: “Amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.

O que é verdadeiro para os católicos o será também para os muçulmanos. Precisamos ajudar nossos amigos muçulmanos a entender que os ensinos do Corão quanto ao uso da violência para fazer avançar a causa do Islã são imorais e devem ser condenados por todas as pessoas amantes da paz.

Precisamos ajudá-los a compreender que a espada por si mesma nunca traz paz ao mundo. Acima de tudo, precisamos ajudá-los a descobrir a beleza e poder da mensagem do Evangelho—que é uma mensagem de amor e perdão, uma mensagem de paz mediante a transformação interior, antes que através da supressão exterior dos inimigos e da expansão territorial.

3) Os Cristãos Precisam Envolver-se em Dar Assistência aos Muçulmanos Necessitados

Expor a imoralidade dos ensinos do Corão quanto ao uso da violência não é suficiente. As ações falam mais alto do que as palavras. As organizações de assistência cristãs precisam fazer-se ativamente envolvidas em aliviar a dor e sofrimento dos muçulmanos que vivem em condições desesperadoras.
Centros de assistência cristãos precisam ser estabelecidos onde muçulmanos estão sofrendo hoje.

Os muçulmanos precisam ver amor cristão em ação. Isso deve ocorrer não só nos campos de refugiados palestinos, mas também no Afeganistão – um país que foi devastado por 22 anos de lutas, três anos de fome e cinco anos de governo sob o Talibã. A assistência cristã ao Afeganistão não pode parar com o fim das operações militares. A presença de dedicados médicos, enfermeiras, assistentes sociais, professores e técnicos cristãos envolvidos em programas de desenvolvimento pode fazer grande progresso em dar credibilidade ao testemunho cristão.

Por fim, o exemplo mais vigoroso da diferença entre os ensinos do Corão e o da Bíblia quanto ao uso da violência é o serviço altruísta e compassivo oferecido por dedicados cristãos, mesmo a terroristas muçulmanos. A manifestação de amor cristão em ação, tem o potencial de mudar o mundo muçulmano hoje como mudou o mundo romano vinte séculos atrás.

Adendo:

Os não-muçulmanos são impuros. Eles não têm permissão de aproximar-se de Meca e da Mesquita Sagrada. “Ó vos que credes! Verdadeiramente os pagãos ‘Mushrekeen’ [não-muçulmanos] são imundos; então não os permitais . . . aproximarem-se da Mesquita Sagrada. . . ” (Surata 9:28).

Hoje nenhum cristão pode visitar Meca. A Arábia Saudita construiu uma estrada em torno de Meca para que os cristãos que tenham que passar por ali rumo a outros lugares contornem Meca.

Osama Bin Laden começou sua guerra contra os EUA por causa dos descrentes [cristãos] que foram para a Arábia Saudita, assim contaminando a santa terra do profeta Maomé. – Pr. Dr. Saleem Almahdy (pastor evangélico egípcio, em artigo de The Voice of the Martyrs, maio de 2002.

Reflexão Adicional:

Uns anos atrás, a imprensa mundial noticiou que o primeiro ministro da Itália fazia visita oficial à Arábia Saudita com um grupo de auxiliares. No domingo ele planejou ter uma missa com sua equipe, possivelmente celebrada por algum sacerdote que participava de sua comitiva. Contudo, as autoridades sauditas lhe comunicaram que isso seria inviável pois a lei do país proibia celebrações religiosas de outras fés no território saudita.

Ao sabermos disso, descobrimos a homepage do governo da Arábia Saudita e enviamos uma mensagem de protesto, lembrando que aquela nação integrava a Organização das Nações Unidas, para o que devia ter assinado a Declaração Universal dos Direitos Humanos promovida por tal entidade internacional, onde o princípio de liberdade religiosa, que inclui o direito de qualquer um crer como lhe convier, mudar de religião ou não professar religião, é a todos assegurado.

Talvez outra sugestão em vista dos confrontos ideológicos com a comunidade muçulmana mundial seria todas as nações democráticas que prezam esses direitos unirem-se para pressionar os líderes políticos muçulmanos a atentarem aos dizeres desse importante documento, indiscutível conquista da sociedade humana, revelando a hipocrisia dessa atitude de proibir com severidade práticas e pregação religiosa de outras fés em seus territórios, enquanto desfrutam ampla liberdade de culto, de edificar suas mesquitas e divulgarem suas convicções nesses países – como se dá no Brasil, EUA, Itália, etc.

Isso, conseguem graças a que nelas há respeito aos direitos afirmados pelo mesmo documento que seus representantes assinaram formalmente para poderem fazer parte da importante corporação internacional.

Autor: Prof. Azenilto G. Brito, mantém o site Ministério Sola Scriptura