Na mitologia grega, Zeus, o principal deus do vasto panteão de divindades do Olimpo, gerou um filho com uma habitante da Terra, o qual se chamava Hércules. Entre várias peripécias de sua agitada vida, o semideus Hércules recebeu uma incumbência desafiadora na forma de 12 tarefas dificílimas de cumprir, o que ficou conhecido no mundo da mitologia como Os 12 Trabalhos de Hércules. Mas ele se saiu muito bem, cumprindo devidamente suas desafiadoras tarefas.
Eis como analisamos os 12 pontos de “prova” sobre a validade da noção de consciência de uma “alma imortal” após a morte, segundo os arrazoados do Pr. W. aqui, que nos parecem 12 trabalhos desafiadores. Contudo, cremos que, tal como Hércules na execução dos seus, também nos sairemos bem em demonstrar que os conceitos de imortalidade da alma e inferno de fogo eterno (em termos temporais) são conceitos errados, à luz do teor global do ensino bíblico a respeito da natureza e destino humanos.
Mas vamos apresentar uma pergunta para cada um dos “trabalhos” de resposta aos argumentos levantados dando ênfase aos alicerces da formação do homem no relato do Gênesis. Esperamos que elas mereçam a consideração que demos aos argumentos que estamos considerando com respostas objetivas, específicas, claras e ao ponto.
* 1°. TRABALHO
1) O ladrão condenado foi salvo e esteve com Deus no terceiro céu, o paraíso, no mesmo dia em que morreram ele e o Salvador. O texto também dá suporte a idéia de que a alma espiritual do homem tem consciência após a morte, lançando por terra a pregação daqueles que entendem que a alma é somente um componente que dá animação ao corpo como um programa de computador dá animação a um robô sem conferir-lhe personalidade, caráter, razão, consciência e individualidade.
[Textos citados: 2 Cor. 12:2 Luc. 23:43]
2 Cor. 12:2,3
2 “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.
3 Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe),”
Luc. 23:43
43 “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”
Resposta
* O problema básico é que se parte do meio e fim da Bíblia para buscar definir a natureza e destino humano, em vez de começar do começo–do relato da criação no Gênesis. Ali é que encontramos a formação do homem–pó da Terra e fôlego de vida, com o que é se conclui que o homem É ALMA VIVENTE, e não que TEM uma alma imortal.
Tratando objetivamente da questão do condenado arrependido, primeiro é importante analisar o teor de seu pedido. Segundo boas traduções, o que de fato pediu foi, “Senhor, lembra-te de mim quando VIERES no Teu reino”. Faz muito mais sentido ante a ênfase da pregação de Cristo quanto ao reino vindouro, a consumação dos séculos, a Sua vinda gloriosa. Cristo estava buscando assegurar-lhe que não precisava pensar em termos de tempo tão remoto para ser lembrado por Ele. “Hoje lhe garanto que estarás comigo no Paraíso”, é o sentido lógico, como confirmado por várias traduções bíblicas, como a Concordant Version ou a de George Lamsa que vertem, “hoje te digo que estarás comigo no Paraíso”. Recorde-se que no texto original as palavras eram todas emendadas (como se usa agora para endereços internéticos–como, atalaiadesiao e não atalaia de sião) e não trazia pontuação nenhuma. Assim, o sentido dependerá do entendimento do tradutor,que poderia ter posto a virgula depois de hoje, e não antes.
43 “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.
Ademais, Jesus não poderia estar no mesmo dia com o malfeitor arrependido uma vez que três dias depois disse à Madalena: “Não me detenhas que Eu ainda não subi para o Meu Pai” (João 20:17). Se não havia ainda subido ao Pai como poderia estar no mesmo dia com aquele homem lá no céu?
Quanto a 2 Cor. 12:2, não há como provar a tese de imortalidade com um texto que só fala de que Paulo EM VIDA teve um arrebatamento de sentidos em que se viu no Paraíso. Isso não prova que esse Paraíso já seja habitado por almas dos que morreram e foram para lá, sobretudo quando em João 14:1-3 Jesus claramente liga a ocupação dos lugares que iria preparar para os Seus a Seu retorno glorioso, e só a partir de então estaria “para sempre” na companhia dos remidos.
João 14:1-3
1 …“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.
3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”
Pergunta para retribuição: 1 – Por que Moisés, no seu detalhado relato da criação do homem, não deixa a mínima pista de uma “alma imortal” como componente essencial da vida humana, exclusivo de sua existência, na criação?
Obs.: Seria o momento certo de tratar do assunto, sendo que Moisés oferece tantos detalhes dos atos divinos na obra da Criação em geral, e do homem, em particular.
* 2°. TRABALHO
1) O apóstolo Paulo admite a certeza de que estará com Cristo no Céu após morrer. [Texto citado, Fil. 1:21-24].
Fil. 1:21-24
21 “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.
22 Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher.
23 Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor;
24 todavia, por causa de vós, julgo mais necessário permanecer na carne.”
Resposta:
Basta prosseguir a leitura da epístola aos Filipenses e se chega ao cap. 3, vs. 20 e 21 para saber quando ele esperava a concretização de seu desejo:
Fil.3:20, 21
“Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará
o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da Sua glória, segundo o Seu eficaz poder de até sujeitar a Si todas as coisas”.
“Transformará”. Note que o verbo está no futuro. Isso é compatível com o que ele mesmo declarou em 2a. Tim. 4:6-8 falando do centro da grande esperança que abrigava para o tempo de sua partida–não que sua alma fosse imediatamente para o céu, mas algo bem diverso disso:
“Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda”.
Tal declaração corresponde plenamente ao que Paulo discorre com riqueza de detalhe em (1 Cor. 15:51-55). ao tratar da ressurreição dos mortos, num capítulo em que jamais deixa a mínima pista de alguma noção de almas vindo seja de onde for para reincorporarem, e sim de que a vitória sobre a morte se dá pela ressurreição dos mortos, não pela superação da morte graças à existência de uma alma que sobrevive à extinção da vida corporal
1 Cor. 15:51-55.
51 “Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados,
52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
54 Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória.
55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Cor. 15:51-55).
Pergunta para retribuição: 2 – Por que Moisés emprega a mesma linguagem (palavras exatas) para “alma vivente” tanto em relação ao homem quanto aos animais (comparar Gên. 2:7 com 1:20, 30 e Levt. 11:46)?
2:7; 1:20,30
7 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.
20 E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.
30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.”
Levt. 11:46
46 “Esta é a lei sobre os animais e as aves, e sobre toda criatura vivente que se move nas águas e toda criatura que se arrasta sobre a terra;”
Obs.: Tradutores de algumas versões da Bíblia traduziram as palavras hebraicas nephesh hayyah como “criatura vivente” quando referindo-se aos animais, contudo, não há a mínima variante. É exatamente a linguagem de que Moisés se vale para tratar de “alma vivente” referindo-se ao homem.
* 3°. TRABALHO
3) Cristo ensina a consciência ao admitir haver um juízo e um destino para as almas dos homens após a morte. [Texto citado: Heb. 9:27 e a parábola do rico e Lázaro (Luc. 16:19-31)].
Heb. 9:27
27 “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo,”
Luc. 16:19-31
19 “Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente.
20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras;
21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras.
22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.
23 No inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio.
24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado.
26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.
27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento.
29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.
31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.”
Resposta:
Notem que este ainda que da parábola mostra claramente que não existe ressurreição dos mortos antes do fim dos tempos quando Cristo voltar.
“ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.”
O texto de Heb. 9:27 não prova que esse juízo se dá imediatamente após a morte nem há a mínima pista de que o autor de Hebreus pense em termos de “alma” deixando o corpo na morte. Quanto à parábola do rico e Lázaro, primeiro deve-se ter ciência de que em boa teologia não se estabelecem doutrinas sobre parábolas, textos simbólicos, ou pouco claros. Segundo, que a própria parábola oferece imensas dificuldades em ser admitida como literal. Por exemplo, a ênfase por toda a Bíblia é de que o castigo dos pecadores se dá no fim dos tempos (Sal. 37:9, 10, 20; 68:2; 92:7; Eze. 28:14-19; Sof. 1:14-18; Mal. 4:1-3; Mat. 10:28b; 2a. Tess. 1:7-10; 2a. Ped. 3:6-13; Apo. 20:14, 15 e 21:8). Logo, nem existe AINDA um geena de fogo, e o próprio Pr. W. nos indica que “na segunda ressureição . . . os impios juntamente com satanás serão lançados no lago de fogo e enxofre, ocorre assim uma morte fisica novamente”. Pois é, essa segunda morte é a do lago de fogo que cumpre dupla tarefa: opera a “destruição dos homens ímpios” e transforma inteiramente o planeta num novocéu e uma nova Terra (2a. Ped. 6:1-3 e Apo. 21:1). E onde é dito que após isso esse lago de fogo da segunda morte salta de sobre a superfície da Terra e continua queimando eternamente os ímpios com corpos e almas imortalizados noutro recanto do universo?
Sal. 37:9, 10, 20; 68:2; 92:7;
9 “Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.
10 Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.
20 Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.
68:2 Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.
92:7 quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.”
Eze. 28:14-19;
14 “Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas.
15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.
16 Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas.
17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem.
18 Pela multidão das tuas iniqüidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam.
19 Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível, e não mais existirás, por todo o sempre.”
Sof. 1:14-18;
14 “O grande dia do Senhor está perto; sim, está perto, e se apressa muito; ei-la, amarga é a voz do dia do Senhor; clama ali o homem poderoso.
15 Aquele dia é dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,
16 dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.
17 E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne como esterco.
18 Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor; mas pelo fogo do seu zelo será devorada toda a terra; porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada.”
Mal. 4:1-3;
1 “Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.
3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos.”
Mat. 10:28b;
28 “E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
2a. Tess. 1:7-10;
7 “e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo,
8 e tomar vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus;
9 os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do senhor e da glória do seu poder,
10 quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós).”
2a. Ped. 3:6-13;
6 “pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água;
7 mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.”
Apo. 20:14, 15 e 21:8
14 “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
15 E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.”
21:8 “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”
Na Bíblia há também parábolas aparentemente sem nexo, como a das árvores que conversam (Isa. 14:9-11 e Juí. 9:8-15). E Jesus também falou sobre dever-se arrancar olhos, cortar pernas e braços para entrar no Reino. Será que no céu haverá caolhos, manetas e pernetas literais, ou temos que entender essa linguagem como altamente metafórica, como é também o caso da parábola do rico e Lázaro?
Isa. 14:9-11
9 “O Seol desde o profundo se turbou por ti, para sair ao teu encontro na tua vinda; ele despertou por ti os mortos, todos os que eram príncipes da terra, e fez levantar dos seus tronos todos os que eram reis das nações.
10 Estes todos responderão, e te dirão: Tu também estás fraco como nós, e te tornaste semelhante a nós.
11 Está derrubada até o Seol a tua pompa, o som dos teus alaúdes; os bichinhos debaixo de ti se estendem e os bichos te cobrem.”
Juí. 9:8-15
8 “Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei; e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.
9 Mas a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores?
10 Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós.
11 Mas a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, para ir balouçar sobre as árvores?
12 Disseram então as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós.
13 Mas a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, para ir balouçar sobre as árvores?
14 Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós.
15 O espinheiro, porém, respondeu às árvores: Se de boa fé me ungis por vosso rei, vinde refugiar-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro, e devore os cedros do Líbano.”
Pergunta para retribuição: 3 – Por que Moisés não diferencia o fôlego de vida do homem do dos animais, tratando-os na mesma base, utilizando as mesmas palavras (Gên. 2:7; 6:17)?
Gên. 2:7; 6:17
7 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.
6:17 Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará.”
Obs.: O fôlego de vida não pode equivaler a algo imaterial, imortal, que sobrevive à matéria porque não há essa definição bíblica para “alma”, e nunca tal palavra vem modificada pelos adjetivos “imortal” ou “eterno” por toda a Bíblia.
* 4°. TRABALHO
4) O Mestre ensina que, mesmo que o crente esteja morto, sempre viverá, pois é Deus de vivos e não de mortos.
[Textos citados, João 11:25 e Mat. 22:32]
João 11:25
25 “Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá;”
Mat. 22:32
32 “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos.”
Resposta:
É incrível como os textos citados são uma contradição à tese dualista, pois em João 11:25 Jesus acentua a RESSURREIÇÃO DOS MORTOS como a grande esperança do crente para o além-túmulo, e em Mat. 22:32 faltou citar o texto anterior que justamente mostra não haver a mínima pista de “alma imortal” sobrevivendo à morte do corpo, nas palavras de Cristo. Vale até a pena ver qual é o real sentido dos dois textos juntos:
João 11:25
25 “Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá;”
Mat. 22:31,32
“E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos”.
E todo o relato trata de RESSURREIÇÃO dos sete irmãos com que foi casado a viúva. Jesus acentua que NA RESSURREIÇÃO não se casam, etc. Nada de falar em almas no céu. Simplesmente não é esse o enfoque.
Pergunta para retribuição: 4 – Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja uma “alma imortal”, quando não há a mínima informação sobre isso transmitida pelo autor, o que seria algo de muitíssima importância para definir a natureza humana?
Obs.: O detalhe da criação “separada”, “particular” do homem em relação à dos animais é “prova” fragilíssima em favor da visão dualista porque o detalhamento da criação do homem envolve o personagem principal da criação, além da criação da mulher. Os animais são meros coadjuvantes no cenário que retrata a preocupação divina com o ser criado à Sua imagem e semelhança, algo que não caracteriza os animais.
* 5°. TRABALHO
5) O Apocalípse ensina a consciência dos seres humanos após a morte do corpo. [Textos citados, Apo. 6:9-11, as “almas debaixo do altar”].
Apo. 6:9-11
9 “Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.
10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?.
11 E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completasse o número de seus conservos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram.”
Resposta:
Como dissemos, é um erro metodológico firmar doutrinas sobre textos de parábolas e linguagem apocalíptica. Aliás, até um livro de história, como Atos dos Apóstolos, não é considerado como devendo fundamentar doutrinas, pois o objetivo do mesmo não é fazer exegese de textos bíblicos, e sim narrar eventos relativos aos primeiros tempos da Igreja cristã.
Analisemos o referido texto:
a) Se ao morrerem as almas dos justos vão diretas para a glória, não ficariam acotoveladas debaixo do altar dos sacrifícios, sofrendo aflitas, clamando em altos brados por vingança contra os inimigos. Devem incomodar um bocado os outros moradores do céu com seus gritos lancinantes, o tempo todo. . . Nem isto é do espírito cristão, que manda “amar os inimigos, a orar por eles.”
b) As “almas” que aparecem sob o quinto selo foram mortas sob o selo precedente, dezenas ou mesmo centenas de anos antes, portanto os seus perseguidores já estavam mortos, e ainda, de conformidade com a teologia popular, deveriam já estar no inferno, portanto já sofrendo a punição, sendo inócuo, pois, o clamor por vingança.
Com referência ao altar, diz o comentarista bíblico metodista Adão Clarke:
“Foi-lhe apresentada uma visão simbólica, na qual Ele viu um altar; e debaixo dEle as almas dos que foram mortos por causa da Palavra de Deus–martirizados pela sua fidelidade ao cristianismo–são representadas como sendo recentemente mortas, vítimas da idolatria e da superstição. O altar acha-se na Terra e não no Céu.”
Portanto, o clamor por vinganca era simbólico. Diz-se que o sangue de Abel clamava a Deus. Gên. 4:9 e 10. O salário dos trabalhadores, retido por fraude, clamava, e seu clamor chegou aos ouvidos de Deus. Tia. 5:4. Houve, na visão, a mesma personificação atribuída ao rico e Lázaro. Nada mais.
Diz o teólogo presbiteriano Alberto Barnes, em seu comentário sobre o passo:
Gên. 4:9, 10
9 “Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?
10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra.”
Tia. 5:4
4 “Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”
“Não devemos supor que isto ocorreu literalmente, e que João viu de fato as almas dos mártires debaixo do altar, porque toda a representação é simbólica; tampouco devemos supor que os ofendidos e maltratados estejam de fato no Céu clamando por vingança contra aqueles que os maltrataram . . . Pode-se, contudo, bem concluir que haverá uma lembrança dos sofrimentos dos perseguidos tão real como se ali fose feito semelhante clamor, e que os opressores tem tanto a temer da vingança divina como se aqueles a quem injuriaram clamassem no Céu ao Deus que ouve as orações e exerce vingança.”
As visões dos selos referem-se a eventos históricos, passados na Terra. Essas “almas” (pessoas) por certo não estavam vivas quando João as viu sob o quinto selo, pois somente depois da ressurreição estariam vivas e fruiriam o milênio. Ler Apoc. 20:4.
Apoc. 20:4.
4 “Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.”
Tratava-se de uma visão. Tudo era simbólico. Como a reputação dos mártires tivesse sido enegrecida, então se mostrou sua inocência pelo símbolo de vestiduras brancas. Aliás, o próprio fato das almas trajarem vestiduras já é um embaraço para os dualistas, pois não são as almas seres vaporosos, incorpóreos, até invisíveis?
A passagem de modo algum se destina a ensinar a doutrina da consciência na morte.
Pergunta para retribuição: 5 – Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja uma “alma imortal”, quando há clara informação de que “o mesmo fôlego de vida” do homem é atribuído aos animais, tanto no relato da criação, quanto milênios depois, nas palavras do sábio Salomão?
Obs.: Salomão dedica-se a uma profunda reflexão da vida humana e mostra que “tudo é vaidade”, já que nem mesmo na morte o homem leva vantagem sobre os animais. Se ele cresse na imortalidade da alma, não empregaria tal linguagem para evitar ambigüidade ou para não transmitir noções materialistas. Mas até a descrição dele da morte do homem, com a retirada do fôlego de vida, se assemelha à forma como o salmista se refere à morte dos animais (comparar Ecl. 12:7 com Salmo 104:25-29).
Ecl. 12:7
7 “e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.”
Salmo 104:25-29
25 Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes.
26 Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.
27 Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.
28 Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens.
29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó.”
* 6°. TRABALHO
6) Os salmistas ensinam que Deus guia o homem enquanto vivo e que o recebe na glória após a sua morte.
[Textos citados, Sal. 49:14 e 15; 73:21-24].
Sal. 49:14, 15; 73:21-24
14 Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação.
15 Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.
73:21 Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração,
22 estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti.
23 Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita.
24 Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória.
Resposta:
Puxa, mas o Sal. 49 fala claramente que os que pensam que estão com tudo, sendo ímpios, serão recolhidos ao Sheol, que é puramente SEPULTURA, à luz do contexto e como trazem várias traduções, enquanto os justos não permanecerão ali, pois serão ressuscitados. Então, em vez de o texto falar de almas sendo levadas para o céu quando da morte, fala é de como os ímpios serão consumidos na sepultura, mas os salvos nela não ficarão para sempre, pois ao final prevalecerão sobre os ímpios sendo recebidos por Deus que não deixará o seu ser (no caso o uso do termo “alma” com um sentido do indivíduo como um todo) na morte.
No Sal. 73 nada é dito sobre quando se dará o receber na glória. O “depois me receberás em glória” não diz em parte alguma que é imediatamente após a morte, e tirar tal conclusão é por puro condicionamento cultural, a crença arraigada no “morrer e ir pro céu” que não corresponde ao teor do ensino bíblico, como Jesus mesmo demonstra em João 14:1-3–só quando Ele retornar é que as moradas que Ele prometeu preparar serão ocupadas pelos que vem buscar para estar para sempre com eles.
João 14:1-3
1 …“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.
3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3).
Pergunta para retribuição: 6 – Por que o homem precisaria de uma alma imortal, já que não iria morrer, segundo o projeto original da criação divina, e sim viver eternamente como um ser físico, num paraíso físico (aliás, como também se daria com os animais. . .)?
Obs.: O pecado é um intruso neste planeta que trouxe morte física e espiritual ao homem. Mas o “plano de contingência” divino é a ressurreição final, uma providência tomada APÓS o pecado, como parte de Seu plano restaurador. A ressurreição integra o “esmagar a cabeça” da serpente no conflito entre o bem e o mal (Gên. 3:15), já que a vitória sobre a morte ocorre em função da ressurreição dos mortos, não de o indivíduo superá-la por contar com algum elemento espiritual que prevalece sobre a morte (ver 1 Cor. 15:52-55).
Gên. 3:15
15 .“Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
1 Cor. 15:52-55
52 “num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
54 Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória.
55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Cor. 15:51-55).
* 7°. TRABALHO
7) Paulo ensina que, enquanto nesse corpo, estamos ausentes do Senhor, mas que após a morte o crente estará na Sua presença.
[Textos citados, 2a. Cor. 5:1-10]
2a. Cor. 5:1-10
1 “ Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu,
3 se é que, estando vestidos, não formos achados nus.
4 Porque, na verdade, nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas sim revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
5 Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o Espírito.
6 Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor
7 (porque andamos por fé, e não por vista);
8 temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor.
9 Pelo que também nos esforçamos para ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.”
Resposta:
No vrs. 8 o Apóstolo expressa o desejo de estar ausente “do corpo” e presente “com o Senhor”, e é óbvio que “estar ausente do corpo” não significa estar desencarnado, pois nos versículos 2 a 4 está afirmando claramente que não deseja este estado intermediário e que o evitaria de ser possível. O corpo foi comparado pelo apóstolo Paulo com uma tenda (v. 2), e a tenda fica num lugar temporariamente e logo é desarmada e mudada para outro lugar. Sendo que Cristo prometeu um lar para Seus discípulos (João 14:1-3) o apóstolo Paulo estava desejoso de possuí-lo, mas para isto deveria deixar o corpo, na volta de Jesus, quando ele seria revestido de imortalidade (I Cor. 15:53-55), deixando este corpo mortal.
Paulo estava feliz porque sabia que deixaria seu corpo mortal por seu corpo imortal futuro sem passar pela morte, a qual descreve com “ser achado nu” (v. 3). Os que dormem em Cristo e os que ainda estiverem vivos por ocasião de Sua vinda, todos haverão de receber seus corpos imortais ao mesmo tempo no dia da ressurreição (I Tes. 4:14-17; cf. I Cor. 15:51-54; II Tim. 4:6-8). Quando ele diz que não queria ser achado nu e, ao mesmo tempo, queria estar junto com o Senhor, está falando do seu desejo de ver a volta do Senhor sem passar pela morte, deixar o corpo para ir estar com o Senhor. Tanto é assim, que o próprio Paulo declarou em I Tes. 4:14-17 que quando o seu Senhor vier, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, depois, ele, juntamente com os outros que ficassem vivos, seriam arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para encontrar-se com o seu Senhor nos ares. Ele tinha viva esperança de que estaria entre os que Cristo viria buscar em vida.
I Tes. 4:14-17
13 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança.
14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele.
15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem.
16 Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
17 Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
II Tim. 4:6-8
6 “Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo.
7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.”
Quando se crê que a alma recebe sua recompensa para a salvação ou para a perdição logo após a morte, torna-se a ressurreição ineficaz, não há necessidade que esta ocorra. Mas, conforme nos mostra I Cor. 15:13 e 14, se não há ressurreição dos mortos, é vã nossa pregação, assim como torna-se vã também a nossa fé.
I Cor. 15:13 e 14,
13 “Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado.
14 E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.”
Que tal fundir as passagens de Fil. 1:21-23 e 2 Cor. 5:8 que são do mesmo autor bíblico tratando exatamente do mesmo tema–o encontro com o Senhor que se dará, não imediatamente com a morte e a partida de uma “alma imortal” para o céu, mas com o “revestir-se” da “habitação celestial”? Ficaria assim:
Fil. 1:21-23
21 “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.”
2 Cor. 5:8
8 “temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor.”
“Sim, estamos cheios de confiança, e preferimos deixar a mansão deste corpo, isto é, partir, e estar morando junto ao Senhor, de modo algum achados ‘despidos’, mas sendo revestidos da nossa habitação celestial, pois isto é muito melhor.”
Pergunta para retribuição: 7 – Quando exatamente a “alma imortal” é introduzida no ser vivo? Quando o óvulo é fecundado? Quando o bebê sai do ventre materno e respira por primeira vez, já que se estabelece o paralelo fôlego—de vida/alma imortal?
Obs.: A dificuldade de estabelecer o início da posse dessa “alma imortal” é imensa, sobretudo quando os dualistas fazem a ligação ‘fôlego de vida/alma imortal’. Pois o feto NÃO RESPIRA na bolsa maternal, estando envolvido por fluídos até ser dado à luz.
* 8°. TRABALHO
8) Tiago, irmão do Senhor, admite que o crente, mesmo depois de estar no sono da morte, vive na santa presença do Senhor.
[Textos citados, 1 Tess. 5:9 e 10]
1 Tess. 5:9 e 10
9 “porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo,
10 que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.”
Resposta:
Interessante o que temos aí–o uso novamente da expressão “dormir”, como Paulo emprega no capítulo anterior (4:13). No grego a palavra é koimáo, “dormir”, em sentido figurado de “morrer”. A forma verbal grega pode ser traduzida como “estão adormecidos”. Os cristãos em Tessalônica continuavam morrendo, e essa expressão de morte comparada a um sono foi empregada pelo próprio Jesus em João 11:11, e o profeta Daniel fala da ressurreição dos que “dormem no pó da terra” (12:2). Nas inscrições gregas nota-se que os cemitérios se chamavam koim’t’rion, palavra que significativamente tem o sentido de “dormitório”. Para os cristãos os mortos estavam como adormecidos, esperando a manhã da ressurreição (ver tambem 1 Cor. 15:16-19).
1 Tess 4:13;
13 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança.”
João 11:11; 12:2
11 “E, tendo assim falado, acrescentou: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.
12: 2 Deram-lhe ali uma ceia; Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.”
1 Cor. 15:16-19
16 “Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado.
17 E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados.
18 Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos.
19 Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima.”
O viver para o Senhor não é de modo algum indicado como se dando imediatamente após a morte, com uma “alma” deixando o corpo e indo para o céu. Esse conceito é imaginado puramente por condicionamento cultural, não pelo claro “assim diz o Senhor” das Escrituras.
Pergunta para retribuição: 8 – Sendo que consta ser Moisés o autor do antiqüíssimo livro de Jó, não parece estranho que em tal livro ele não deixe a mínima pista de uma noção dualista, pois retrata o patriarca expressando uma visão holista, não dualista (ver observação a seguir)?
Obs.: O livro de Jó é um golpe de morte sobre a noção dualista. O patriarca compara a morte a um rio que se seca e a um lago cujas águas são drenadas, e quando se refere diretamente ao estar com Deus, fala do tempo quando o Redentor “Se levantará sobre a Terra”, sem deixar a mínima pista de uma alma indo ao Seu encontro (ver 14:7-14 e 19:25-27).
Jó 14:7-14; 19:25-27
7 “Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos.
8 Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó,
9 contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova.
10 O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está?
11 Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,
12 assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.
13 Oxalá me escondesses no Seol, e me ocultasses até que a tua ira tenha passado; que me determinasses um tempo, e te lembrasses de mim!
14 Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha mudança.
19: 25 Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
26 E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus;
27 vê-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!”
* 9°. TRABALHO
9) Paulo admite que a família de Deus, o Pai dos crentes, também está no Céu.[Textos citados, Efé. 3:14-16].
Efé. 3:14-16
14 “Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai,
15 do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,
16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;”
Resposta:
Será que não entende que Deus tem uma familia nos céus, o pai, o filho, os anjos, etc,etc. E não tem nada a ver com os humanos?
Sinceramente, armar uma doutrina sobre bases tão frágeis, como uma expressão de unidade da família de Deus do céu e da Terra, só denota falta mesmo de melhores argumentos. Paulo muitas vezes fala dessa unidade entre céu e Terra, mas daí tirar-se a conclusão que ele pensa nas almas dos que morreram e que esão por lá é claramente tirar deduções mirabolantes de sentidos inexistentes, sobretudo em vista do teor global do que Paulo mesmo escreve em 1 Tess. 4:13-16, 2a. Tim. 4:6-8 e praticamente 1a. Coríntios 15 inteiro.
1 Tess. 4:13-16,
13 “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança.
14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele.
15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem.
16 Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.”
2a. Tim. 4:6-8
6 “ Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo.
7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.”
Pergunta para retribuição: 9 – Onde exatamente se situa a “alma imortal”? Já que se estabelece o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’, e Jó declara a certa altura, “enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz” (Jó 27:3), é aí que se situa essa “alma imortal”, no nariz de cada um?
Obs.: Se o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’ for válido, realmente essa alma entra e sai no organismo, pelo menos em boa quantidade, o tempo todo, saindo “contaminado” (gás carbônico) e entrando novo fôlego de outra substância (oxigênio) para “purificar” o sangue. Coisa bem estranha para parecer algo fluídico que tem consciência e para sempre permanece após a morte.
* 10°. TRABALHO
10) O autor de Hebreus admite que os patriarcas estão a desejar a ressurreição, o que nos faz pressupor estarem tais homens conscientes mesmo após a morte de seus corpos. [Textos citados, Heb. 11:13-16].
Heb. 11:13-16
13 “Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
14 Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria.
15 E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar.
16 Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.”
Resposta:
Puxa, mas o que esses textos declaram é que eles morreram na fé sem terem alcançado as promessas, mas, tendo-as visto de longe . . . confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra.
Claramente o sentido é de expectativa de vida eterna na cidade que estavam em busca de alcançar, mas NÃO ALCANÇARAM AINDA. O vrs. 16 diz que esperavam a pátria melhor, isto é, celestial. Observemos mais alguns versos no contexto:
“[Pela fé] . . . mulheres receberam, pela ressurreição os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição” [Heb.11:35].
“Ora, todos estes [heróis de Deus] obtiveram bom testemunho por sua fé, não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido cousa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados”
[Heb. 11:39, 40].
“Aquele, cuja voz abalou, então, a Terra; agora, porém, Ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar não só a Terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas, significa a remoção dessas cousas abaladas, como tinham sido feitas, para que as cousas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor”. [Heb. 11: 26-28].
O que viria a ser abalado seria o presente mundo (como profetizado em 2 Pedro 3:9-13), mas “um reino inabalável” é prometido e tem que ver com a “pátria celeste” que pela contextuação não significa de modo algum a ida das almas para o céu com a morte. A ênfase de todas essas passagens simplesmente não dá margem a tal interpretação, sobretudo ao ressaltar a ressurreição dos mortos repetidamente.
2 Pedro 3:9-13
9 “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.”
Pergunta para retribuição: 9 – Não parece muita coincidência que todos os povos pagãos sempre tiveram como característica a crença na imortalidade da alma, até atribuindo almas e espíritos a animais ou coisas inanimadas, como florestas, rios, lagos, vulcões?
Obs.: Não se sabe de nenhum povo pagão, do presente ou do passado, que tenha deixado de crer em “almas” e “espíritos”, para crer que “vem a hora . . . em que os que estão nas sepulturas ressuscitarão; os que fizeram o bem, na ressurreição da vida; os que fizeram o mal, na ressurreição da condenação” (João 5:28, 29).
* 11°. TRABALHO
11) O Senhor Jesus mostra-nos o inferno como um lugar de punição ininterrupta para os descrentes e demais inimigos de Deus Pai.
[Textos citados, Mat. 3:10, 12, 40, 50; Luc. 13:24].
Mat. 3:10, 12,
10 “E já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.
12 A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo ao celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.”
Luc. 13:24.
24 “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.”
Resposta:
O que temos aí são algumas expressões usadas por Cristo, mas pode-se ampliar isso onde se vê que a própria linguagem Dele confirma que o castigo final se dará, não quando morre o pecador, e sim“na consumação dos séculos” (Mat. 13:40).
Mat. 13:40
40 “Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.”
Jesus comparou a destruição dos ímpios com ervas reunidas em molhos para serem queimadas (Mat. 13:30,40), os maus peixes lançados fora (Mat. 13:48), as plantas prejudiciais que são arrancadas (Mat. 15:13), a árvore infrutífera que é cortada (Luc. 13:7), os galhos secos que são queimados (João 15:6), os servos infiéis que são destruídos (Luc. 20:16), o mau servo que será despedaçado (Mat. 24:51), os galileus que pereceram (Luc. 13:2, 3), as dezoito pessoas que foram esmagadas pela torre de Siloé (Luc. 13:4, 5), os antediluvianos que foram destruídos pelo dilúvio (Luc. 17:27), as pessoas de Sodoma e Gomorra que foram destruídas pelo fogo (Luc. 17:29) e os servos rebeldes que foram mortos quando do retorno do seu mestre (Luc. 19:14, 27).
Mat. 13:30,40
30 “Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.
40 Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.”
Mat. 13:48
48 “E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora.”
Mat. 15:13
13 “Respondeu-lhes ele: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.”
Luc. 13:7
7 “Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente?”
João 15:6
6 “Quem não permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas.
Luc. 20:16
16 “Virá e destruirá esses lavradores, e dará a vinha a outros. Ouvindo eles isso, disseram: Tal não aconteça!”
Mat. 24:51
51 “e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.”
Luc. 13:2 – 5
2 “Respondeu-lhes Jesus: Pensais vós que esses foram maiores pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas?
3 Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.
4 Ou pensais que aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
5 Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.”
Luc. 17:27, 29
27 “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos
29 mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos;”
Luc. 19:14, 27
14 “Mas os seus concidadãos odiavam-no, e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este homem reine sobre nós.
27 Quanto, porém, àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim.”
Todas essas ilustrações empregadas pelo Salvador descrevem vividamente a destruição final dos ímpios. No contraste entre o destino dos salvos e o dos perdidos é um de vidaversusdestruição. Em Mateus 25:46 Cristo mostra a ANTÍTESE entre “vida eterna” dos remidos e “morte eterna”, dos condenados. Há um paralelo na sorte de ambos os grupos—o caráter eterno de sua sorte futura, de um lado vida eterna, do outro, morte eterna.
Mateus 25:46
46 “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”
Jesus disse: “Eu lhes dou [aos remidos] a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28). “Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mat. 7:13). Dentro do contexto destas passagens, não há razão para reinterpretar a palavra “perecer” ou “destruir” para significar permanência de vida em tormento infindável, absolutamente eterno.
João 10:28
28 “eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.”
Mat. 7:13
13 “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;”
Em 2 Pedro 3:6-10
6 “pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água;
7 mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.”
temos o paralelo traçado pelo Apóstolo entre os que “pereceram” no dilúvio com os que perecerão ao final, segundo é decretado “pela mesma palavra” [de Deus]. O termo empregado por ele é [i]apollumi[/i], ou derivados, no sentido de DESTRUIÇÃO DOS HOMENS ÍMPIOS, como diz de modo claro o vs. 7. Acaso os que “pereceram” no dilúvio ficaram eternamente dentro d’água, sofrendo tormentos infindáveis nesse “inferno líquido”?
Ah, sim.. . E o “fogo eterno” também foi que destruiu Sodoma e Gomorra (Judas 7) que, no entanto, não estão queimando até hoje. Trata-se de uma linguagem hiperbólica, assim como também Jesus em Mar. 9:48 reproduz a metáfora de Isaías 66:24, falando do bicho que nunca morre e do fogo que nunca apaga. Mas Isaías está falando do bicho que consome cadáveres e que aparentemente nunca morriam (pelo menos nunca enquanto não consumissem os cadáveres dos inimigos de Deus).
Judas 7
7 “assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.”
Isaías 66:24
24 “E sairão, e verão os cadáveres dos homens que transgrediram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.”
Pergunta para retribuição: 10 Por que Cristo e Paulo acentuam que os mortos ouvirão a voz do arcanjo e a trombeta divina, sendo “despertados” do sono da morte (Mateus 24:30; 1 Tessalonicenses 4:16), quando suas almas supostamente vêm do céu, inferno, purgatório para reincorporarem, estando já bem despertas?
Mateus 24:30
30 “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
1 Tessalonicenses 4:16)
16 “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.”
Obs.: A metáfora do sono para a morte é constante, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Diante de claros textos que tratam da inconsciência dos mortos (que “não louvam o Senhor”—Salmo 115:17) nota-se o porquê do uso de tal metáfora, como no Salmo 13:3—“o sono da morte”; em Daniel 12:2, “dormem no pó da terra”; João 11:11, “Lázaro adormeceu”; 1 Tess. 4:13, “os que dormem”; 1 Cor. 15:18, “os que dormiram em Cristo”. . .: é que na morte prevalece uma condição de INCONSCIÊNCIA para aqueles que morreram.
Salmo 115:17;13:3
17 “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;
3 Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;”
Daniel 12:2,
2 “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.”
1 Cor. 15:17,18,
17 “E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados.
18 Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos.”
Eis outras passagens que claramente apresentam a morte como um sono: [Salmo 146:4; Eclesiastes 9:5,10; Isaías 38:18,19; 1 Reis 2:10; 1 Reis 11:43; Jó 14:10-12; Jeremias 51:39.]
Salmo 146:4;
4 “Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.”
Eclesiastes 9:5,10;
5 “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
10 Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
Isaías 38:18,19;
18 “Pois não pode louvar-te o Seol, nem a morte cantar-te os louvores; os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade.
19 O vivente, o vivente é que te louva, como eu hoje faço; o pai aos filhos faz notória a tua verdade.”
1 Reis 2:10;
10 “Depois Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.”
1 Reis 11:43;
43 “E Salomão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai; e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.”
Jó 14:10-12;
10 “O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está?
11 Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,
12 assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.”
Jeremias 51:39.
39 “Estando eles excitados, preparar-lhes-ei um banquete, e os embriagarei, para que se regozijem, e durmam um perpétuo sono, e não despertem, diz o Senhor.”
* 12°. TRABALHO
12) Mesmo morto há séculos, Moisés aparece ao Salvador no monte. [Textos empregados: Deu. 34:5; Mar. 9:2-5; Jud. 1:9].
Deu. 34:5;
5 “Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor,”
Mar. 9:2-5;
2 “Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou à parte sós, a um alto monte; e foi transfigurado diante deles;
3 as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, tais como nenhum lavandeiro sobre a terra as poderia branquear.
4 E apareceu-lhes Elias com Moisés, e falavam com Jesus.
5 Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é estarmos aqui; faça-mos, pois, três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.”
Jud. 1:9
9 “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda”
Resposta:
Esta passagem é interessante pois a forma como a interpretam os crentes na imortalidade da alma coloca Jesus violando a clara ordem divina que proíbe consulta aos mortos (Deu. 18:9-12 e Isa. 8:19, 20). Como poderia o Salvador agir assim sem ter que se considerado “o mínimo no reino dos céus”, à luz de Suas próprias palavras em Mat. 5:19?
Deu. 18:9-12
9 “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos.
10 Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,
11 nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;
12 pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.”
Isa. 8:19, 20
19 “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos?
20 A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva.”
Mat. 5:19
19 “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”
O que temos na Transfiguração não é uma seção espírita promovida pelo Salvador, e sim uma apresentação de dois personagens da maior relevância na história do povo de Deus confabulando com Cristo como que numa expressão de solidariedade ante o que Ele haveria de passar na Sua paixão e morte. Elias é sabido que foi arrebatado ao céu em vida (2 Reis 2:9-14) e representa os que ao final serão arrebatados sem experimentar a morte. Sobre Moisés (que representa os que morrerão e irão ressuscitar), Judas 9 fala exatamente de como Miguel lutou com o diabo pela posse do seu corpo. Mas para quê o diabo iria querer um cadáver? Certamente ele desejava era o corpo vivo, ressuscitado, de Moisés pois tinha sido exatamente o primeiro a deixar a sepultura, desafiando o seu “reino de morte” (Heb. 2:14). Satanas lutava para mantê-lo preso à sepultura.
2 Reis 2:9-14)
9 “Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu espírito.
10 Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.
11 E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai! o carro de Israel, e seus cavaleiros! E não o viu mais. Pegou então nas suas vestes e as rasgou em duas partes;
13 tomou a capa de Elias, que dele caíra, voltou e parou à beira do Jordão.
14 Então, pegando da capa de Elias, que dele caíra, feriu as águas e disse: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Quando feriu as águas, estas se dividiram de uma à outra banda, e Eliseu passou.”
Judas 9
9 “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o Diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda”
Heb. 2:14)
14 “Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo;”
Paulo diz que “a morte reinou de Adão até Moisés” (Rom. 5:14) num comentário parentético típico de muitas partes de seus escritos, onde introduz elementos do VT para ilustrar pontos que está a defender (como em 1 Cor. 9:9–não atar a boca do boi enquanto debulha). Os judeus tinham um livro apócrito tratando da ascensão de Moisés.
Rom. 5:14
14 “No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir.”
Porque Moises ressuscitou Paulo fez esta declaração, mostrando que Moises não estava mais morto.
1 Cor. 9:9
9 “Pois na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca do boi quando debulha. Porventura está Deus cuidando dos bois?”
Pergunta para retribuição: 12o. – Quando Cristo ressuscitou a Lázaro, após estar o seu amigo morto por quatro dias, tirou-o do céu, do inferno ou do purgatório? Se foi do céu fez-lhe uma maldade trazendo-o de volta para sofrer nesta Terra. Se foi do inferno (pouco provável, pois ele era um seguidor do Mestre), concedeu-lhe uma segunda oportunidade de salvação, o que é antibíblico.
Obs.: Esta pergunta dispensa maiores comentários. A lógica da questão é inescapável. O fato é que Lázaro ressuscitou e não trouxe nenhuma informação do mundo do além. Se tivesse algo a contar, sem dúvida o evangelista João teria o maior interesse e prazer em reproduzir suas palavras e testemunho no seu evangelho.
Autor: Professor Azenilto G. Brito / Ministério Sola Scriptura