“Meu Pai Trabalha Até Agora”

“MEU PAI TRABALHA ATÉ AGORA , E EU TRABALHO TAMBÉM” (João 5:17).

Ora! Qual era o trabalho de Jesus? Bem, na infância, Jesus foi carpinteiro, e com Sua família ía sempre à igreja aos Sábados (Luc. 4:16). Porém, quando assumiu o Ministério que anunciaram os profetas, Seu trabalho foi puramente espiritual (Mat. 8: 14-17; Mar. 1: 29-32; Luc. 4: 38-41; Luc. 6: 6-8; Luc. 6: 18; Mat. 8: 2-4; Mar. 1: 40-44; Luc. 5: 12-14), etc. Para a salvação dos pecadores, não há hora, nem dia, mês ou ano de parar de trabalhar, porque este trabalho é permitido e lícito fazer aos Sábados! – Ouça o que disse um sincero teólogo Assembleano:

“Mas Ele lhes disse: ‘Meu Pai trabalha até agora, e Eu também’. Noutras palavras, Deus trabalha no Sábado, sustentando o Universo, comunicando vida, abençoando os homens, respondendo as orações.” – Pr. Myer Pearlman, João – Ouro Para Te Enriquecer, pág. 59.

JESUS NÃO GUARDAVA O SÁBADO, TRANSGREDIU-O CURANDO E MANDANDO O PARALÍTICO CARREGAR A CAMA

Passemos a limpo os fatos a respeito dos paralíticos bíblicos.

O PARALÍTICO DE CAFARNAUM
MATEUS CAPÍTULO 9 
verso 1 – “E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou à Sua cidade, e eis que Lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.”
verso 6 – “…(Disse Jesus então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.”

Observações:

 Pode-se ler todo o contexto e se verá que não foi em dia de Sábado esta cura.

 Portanto, não cabe recriminar a Jesus ou cancelar o mandamento do Sábado.

MARCOS CAPÍTULO 2
verso 3 – “E vieram ter com Ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.”
verso 4 – “E, não podendo aproximar-se dEle, por causa da multidão, descobriram o telhado onde Ele estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.”
verso 11 – “(Disse Jesus): A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.”
verso 12 – “E levantando-se e, tomando o leito, saiu da presença de todos…”

Observações:

 O estudante apressado, lendo estes versos e fechando a Palavra de Deus, entende que este leito deve ser uma cama de madeira, pesada e robusta. Sem um estudo acurado do tema, pode-se, com a maior naturalidade chegar a tal conclusão. Porém, será uma conclusão verdadeira?

 Esta é uma lógica. Mas, existirão outras? Se houver, qual a mais racional?

 Se pegarmos esta lógica para basear a nossa fé, o mandamento do Sábado não foi quebrado, porque este incidente não se deu nele. (Leia-se todo o contexto).

 Agora a outra lógica, com subsídios palpáveis. No Dicionário da Bíblia de John D. Davis, pág. 97, há esta esclarecedora definição da tal cama: “Utensílio doméstico que serve para dormir. Os pobres e os viajantes, muitas vezes dormem no chão, cobrindo-se com a sua própria vestimenta. A cama pode ser feita com um tapete, ou manta, que se enrola para ser transportada.” Mateus 9:6. (Este Dicionário é destacada autoridade eclesiástica não Adventista). Grifos meus.

Portanto, ainda que o ser trazido por quatro pessoas, este leito não poderia ser mais que uma manta reforçada, segura pelas quatro pontas esticadas, e a prova disso é que apenas por um buraco do telhado, desceram-no. E para dissipar todas as dúvidas, o relato diz que o paralítico, na presença de todos, tomou o seu leito e saiu. Cabe, então, a pergunta: Será que o paralítico era mais forte que os quatro homens que lhe carregaram com a cama? Ou será que ele enrolou a manta, colocou-a debaixo do braço e foi embora? Você decide, meu amado!

LUCAS CAPÍTULO 5
verso 17 – “E aconteceu que, num daqueles dias…”
verso 18-19 – “E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dEle. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até o meio, diante de Jesus.”
verso 24 – (Disse Jesus) “A ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa.”
verso 25 – “E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.”

Observações:

 A expressão clara e definida: “Num daqueles dias…” descarta a possibilidade total de ser Sábado. Pois se fosse Sábado, os fariseus não perderiam a oportunidade de acusar a Jesus de transgredí-lo, bem como recriminariam o paralítico.

 “Por entre as telhas”. Esta expressão denota claramente que a cama não era de madeira, nem de ferro, e simplesmente uma manta ou um tapete. Por uma abertura do telhado foi ela descida. E tem mais, o evangelista sinótico, Lucas, é mais explícito em sua afirmação, ao dizer: “tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa…” Portanto, a cama que subiu ao telhado foi a mesma que desceu, sendo a mesma que o paralítico curado, enrolou, colocou debaixo do braço e foi embora.

 Outra prova bíblica encontra-se na cura do cego Bartimeu (Mar. 10:46-52). Destacamos o verso 50: “E ele (Bartimeu) lançando de si sua capa (manta) levantou-se, e foi ter com Jesus”. Esta capa era a cama de Bartimeu. (Pedro também dormia sobre sua capa. Atos 12:7-8; Deut. 22:12).

O PARALÍTICO DE BETESDA – João Capítulo 5

O tanque de Betesda possuia cinco alpendres (v.2).
Alpendre é definido no dicionário como: “telheiro, meia-água, varanda coberta.”

Nestes alpendres ficava grande “multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados” aguardando o movimento das águas (v.3). Criam eles que de quando em vez um anjo agitava as águas do tanque e o primeiro que ali descesse sarava (v. 4). Entre estes, estava “um homem que, havia trinta e oito anos se achava enfermo”.

E Jesus então lhe ordenou:
verso 8 – “Levanta-te, toma a tua cama, e anda.”
verso 9 – “Logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era Sábado.
verso 10 – “Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: é Sábado, não te é lícito “levar a cama.”

Observações:

 No Sábado é lícito fazer o bem (Mat. 12:11, 12; Mar. 3:4, etc). Portanto não é nenhum pecado curar um paralítico, cego ou ressicado, neste dia.

 Os judeus – fariseus e doutores da lei – tinham tanto ódio ao Senhor que não poupavam esforços para condená-Lo vendo-O realizar alguma cura. Mais rancor demonstravam quando Jesus perdoava pecados (Mar. 2:7; Luc. 5:21).

 Novamente afirmo na força deste relato bíblico – “e tomou a sua cama” – que esta cama era de fato uma surrada manta, que, após enrolá-la, sobraçou-a e saiu satisfeito. Isso não é, também, nenhuma obra nem trabalho.

 Egoisticamente os judeus – fariseus e doutores da lei – repreendiam os beneficiados por Jesus, ao invés de se alegrarem com seus irmãos que se curavam milagrosamente da cegueira e deficiência física (Mar.3:1-5). Só fariseu mesmo pode achar que é trabalho carregar trapos rotos de panos velhos e surrados, enrolados debaixo do braço. Não é a toa que Jesus os classifica de “raça de víboras”. Mat. 23:33; 12:34.

 Quando os judeus disseram ao paralítico que não era lícito carregar a cama, não é porque ele estivesse transgredindo o mandamento do Sábado, – não. Mil vezes, não! Os judeus O estavam recriminando por quebrar a “parafernália” criada pelos doutores da lei (Luc. 11:46; Mat. 23:14). Eram 39 tradições inconsequentes, vazias, escandalosas e indigestas (leia-as na pág. 171, parág. 2º), e… não se escandalize.

 O Sábado do qual Jesus é Senhor (Mat. 12:8) – repito, é um dia feliz, deleitoso, aprazível, sem jugos ou fardos. É um dia alegre que dá prazer e não enfado (Isaías 58:13-14). O Sábado dos fariseus e doutores da lei, inimigos de Deus e da Verdade, é que era frio e escudado na letra que mata.

Conclusão – Entenda, meu irmão, carregar uma manta enrolada, ainda que sem necessidade, no Sábado, não é nenhuma obra ou trabalho. Os fariseus recriminavam o paralítico porque foram ensinados que carregar um lenço ou um pente no bolso, no Sábado, era transgressão do mandamento. Só isso. Nada mais que isso!

INCOERÊNCIA?!
Veja a que ponto de falta total de entendimento chegaram os judeus, fariseus e doutores da lei: disseram que Jesus não era de Deus (João 9:16) só porque no Sábado, fez lodo e colocou sobre os olhos de um cego para curá-lo. João 9:11.

A acusação dos fariseus contra Cristo foi que transgrediu o Sábado curando, fazendo lodo e mandando o cego lavar o rosto.

Incrível! Que trabalho! Que obra! Só fariseu mesmo para chegar a esta conclusão tão triste. Imagine, tomar alguns grãozinhos de terra, umedecê-los com a ponta dos dedos, é trabalho? Lavar o rosto sujo é obra? Fazer o bem no Sábado é pecado? Não esqueça: Foram os fariseus que disseram que Jesus transgrediu o Sábado. João 5:16,18.

Meu querido irmão, os fariseus estavam errados, cegos de inveja, ódio e ciúmes, que foram os sentimentos que levaram Lúcifer à transgressão. O Sábado nunca foi questionado nem transgredido pelo Senhor Jesus.

Se Jesus desejasse, apenas daria uma ordem e o cego ficaria curado. Ao passar lodo nos olhos do cego e mandá-lo lavar o rosto, Jesus estava provando a fé do pobre cego físico, e esperava fossem abertos os olhos dos cegos espirituais.

Extraído do livro “Assim diz o Senhor” de autoria de Lourenço Gonzales.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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