Dia do Anjo e Angeologia Adventista

Caros leitores, tendo em vista que amanhã, dia 2 de outubro, é a festa católica do Dia dos Anjos da Guarda, é um bom evento para mais uma vez nos lembrarmos do nosso diferencial como adventistas também na angeologia, o estudo dos anjos: Jesus é o “Anjo do Senhor”, o tal do Arcanjo Miguel.

 

MIGUEL SERIA CRISTO?

ARCANJO

O prefixo “Arc” significa “acima”, “superior” ou “mais importante”. A palavra “Arcanjo” ou “Arc-anjo” significa “Acima dos Anjos” ou “Líder dos Anjos”. A Bíblia só usa este título para designar um ser apenas. Esse termo nunca ocorre no plural, nem se refere a outra pessoa a não ser Miguel (2Ts. 1:7; Mt. 24:30-31; 25:31; Ap. 12:7).
Note que todas as vezes que a Bíblia mostra Miguel, ela o cita como alguém que tem superioridade sobre Satanás. Ou seja, realmente está acima de título de anjo. (Ver Dn. 10:13; Ap. 12:7; Ju. 9). Podemos notar que Ap. 12:7 menciona que “batalhavam o dragão e os seus anjos”. De modo que o Diabo não só se constitui em deus de imitação (2Co. 4:4), mas também procura tornar-se arcanjo, embora a Bíblia nunca lhe dê este título.
 
MIGUEL
 
Ocorre apenas cinco vezes nas Escrituras. Seu significado é motivo de debate. Alguns supõem que esse nome seria uma pergunta: “Quem é qual Deus?”, pois não existe ninguém que seja igual a Deus. Outros eruditos defendem que seja uma afirmação: “Aquele que é qual Deus”, pois o sufixo “el” sempre designa “Deus”, como em Daniel (Deus é Juiz), Emanuel (Deus Conosco), Ezequiel (A Força de Deus) Samuel (Chamado pelo Nome de Deus) Gamaliel (Deus me Faz o Bem). Como se pode ver, os nomes terminados com este sufixo nunca são perguntas – sempre são afirmações.

CARACTERÍSTICAS

“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia.” (Dn. 10:13)

O anjo que não é identificado por nome confrontou “o príncipe do reino da Pérsia”, mas este o resistiu por 21 dias. Foi preciso que Miguel, o Arcanjo, viesse para ajudá-lo, pois somente este tinha o poder para fazer isso. O “príncipe do reino da Pérsia” simbolicamente é Satanás. Em vários textos Satanás é identificado como reinando sobre os reis ou governantes da terra (Lc. 4:5-6; Jo. 12:31; 14:30).

Vemos assim que Miguel sempre teve uma luta com Satanás. E somente Jesus é quem tem a tarefa de destruí-lo (Tito 1:2).

Outra evidência é o que o Dn. 2:1 declara:

“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.”

Note que quando Miguel se levantar, haverá um tempo como nunca houve antes. Veja o que Jesus respondeu quando os Apóstolos pediram um sinal sobre esse tempo:

“E estando Ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a Ele os Seus discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo.” (Mt. 24:3)

Repare no que disse Jesus:

“Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” (Mt. 24:21)

Tanto na vinda de Miguel quanto na vinda de Jesus vai haver uma grande angústia e aflição como nunca houve antes.

A vinda de Miguel está relacionada com a ressurreição, como diz Dn. 2:2:

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.”

Como todo mundo sabe, a vinda de Jesus também está relacionado com a ressurreição:

“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (Jo. 5:28-29 – ver 1Ts. 4:16)

“Porque o Senhor mesmo descerá do céu… e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (1Ts. 4:16)

Outra evidência é que tanto Miguel quanto Jesus recebem o título de “Príncipe”. Em Dn. 12:1 chama Miguel de “o Grande Príncipe” que está “a favor dos filhos do teu povo”. At. 5:31 declara que Deus elevou a Jesus “a Príncipe e Salvador”, para estar a favor dos Seus filhos, dando “o arrependimento e a remissão dos pecados.” Em Hb. 2:10 Cristo é chamado de “o príncipe da salvação deles”. Em Dn. 10:21, lemos “Miguel, vosso Príncipe”. Em At. 23:5, “o príncipe do teu povo” é a descrição para Jesus. Ele também é descrito como “o Príncipe” em Ap. 1:5, e em At. 3:15 é chamado de “o Príncipe da Vida”.

Voltando ao verso de Dn. 12:1, declara-se que “naquele tempo” quando Miguel vier estar presente, todo aquele que se achar inscrito no livro da vida irá viver. (Ap. 13:8; 21:27 fala do “livro da vida do Cordeiro”). Bem como ocorrerá a Miguel, isso ocorrerá na vinda de Jesus:

“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai…” (Ap. 3:5)

Sabemos que somente Deus merece adoração (Mt. 4:10). Um anjo recusa adoração, como fez o anjo Gabriel:

“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” (Ap. 19:10)

Miguel recebe adoração:

“Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do SENHOR. Então Josué, prostrando-se com o rosto em terra, o adorou” (Js. 5:14)

Miguel é descrito como tendo seus próprios anjos (Ap. 12:7). Jesus também é descrito da mesma maneira (Mt. 24:30-31).

Se Jesus é superior a um Arcanjo, então a Bíblia nunca iria se referir a ele como Arcanjo. Será que a Bíblia faz isso?

“Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz de arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (1Ts. 4:16)

Está muito evidente que tanto o “grande brado” quanto a “voz de arcanjo” são atributos pertencentes a Jesus Cristo, “o Senhor mesmo”.


Portanto, nossa posição na angeologia como adventistas é o diferencial de que “Miguel” nada mais é do que um nome messiânico para designar a pessoa de Jesus. Apenas um dos vários títulos que Ele recebe na Bíblia, no Antigo Testamento. E essa posição em nada influencia a compreensão da natureza de Cristo.
 
 
Autor:  Marllington Klabin Will

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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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