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1º – Por ser originário de antes do ingresso do pecado no mundo.
Se analisarmos a história humana, percebemos que há somente duas instituições que antecedem o ingresso do pecado em nosso planeta: o sábado e o casamento. Não é de estranhar o empenho de Satanás em corromper ambas estas instituições que odeia particularmente: o sábado através de falsas teologias que o descartam ou alteram o seu significado, e o casamento, através de toda essa avalanche de separações, divórcios, referências negativas através dos órgãos de diversão (rádio, TV, músicas, filmes), e mais modernamente os casamentos de pessoas do mesmo sexo.
2º – Por ter sido “santificado” por Deus deve ser “santificado” pelo homem.
Deus mesmo deu o exemplo de descansar, abençoar e santificar o primeiro sábado (Gên. 2:2, 3). Sendo Ele inteiramente bendito e santo, não precisaria de abençoar e santificar nada para Si. Se o fez foi “por causa do homem” (Mar. 2:27). Ligado diretamente à Criação do mundo, o mandamento começa ordenando, “lembra-te do dia do sábado para o santificar”. O descanso vem após a ordem de santificação. A razão de se dever santificar o 7o. dia, e não outro qualquer, segundo conveniências humanas, é clara: “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou” (Êxo. 20:11).
3º – Por estar no coração da lei e destacar o seu aspecto vertical e horizontal.
O mandamento do sábado fica bem no coração da lei, solenemente proferida por Deus ao povo junto ao Sinai (“e nada acrescentou”—Deu. 5:22). Foi depois escrita pelo próprio Deus nas tábuas de pedra. E é praticamente o único que trata dos seus dois aspectos básicos: a perspectiva vertical e a horizontal.
Na perspectiva horizontal (“amar ao próximo como a si mesmo”), o 4o. mandamento concede repouso aos servidores de um crente—“nem o teu servo, nem a tua serva. . .”, e até os animais são beneficiados, em benfazejo ato de misericórdia—“nem o teu boi, nem o teu jumento. . .”
4º – Por ter sido escolhido para ser sinal entre Deus e Seu povo.
Dentre todas as regras, o sábado serve de sinal entre Deus e Seus filhos desde o Êxodo, fato que o Senhor confirma milênios depois ao profeta Ezequiel (ver Êxo. 31:17; Eze. 20:12, 20). Não existe qualquer indicação de que tal sinal tenha sido deixado de lado ou substituído por outro na passagem do Velho para o Novo Concerto (ver Heb. 8:6-10, cf. Jer. 31:31-33). Os batistas confirmam esse aspecto na sua “Declaração Doutrinária”, Tópico XV, “O Dia do Senhor”, em documento da Convenção Batista Nacional, ao constar do rodapé o texto de Êxo. 31:14-17.
5º – Por Jesus tê-lo destacado como estabelecido “por causa do homem”.
O sábado foi feito para servir ao melhor interesse de descanso físico, mental e refrigério espiritual de todos os homens (Mar. 2:27). Ademais, Cristo tanto Se preocupou em preservar o sábado como foi pretendido que teve vários atritos com a liderança judaica, não quanto a SE deviam guardá-lo, nem QUANDO fazê-lo, e sim COMO observar “o dia do Senhor” no seu devido espírito. Ele Se empenhou por corrigir as distorções daqueles líderes para com o mandamento porque era zeloso pelas coisas de Deus. Ele mesmo identificou-Se como “Senhor do sábado” (Mat. 12:8).
6º – Por Jesus ter-Se declarado “Senhor do sábado”, não para desqualificar o mandamento.
Jamais iria Jesus diminuir o valor de qualquer mandamento da lei de Deus, “ainda que dos menores”. O sábado, de fato, confirma-se como o mais importante da lei.
Cristo declarou-Se “Senhor do sábado” porque tinha autoridade para definir o modo de observá-lo, diante das distorções dos líderes judaicos e sua constante pergunta a Ele, “. . .com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou, quem é o que te deu esta autoridade?” (Luc. 20:2). Eles não corrompiam só o sentido do 4o. mandamento, como também o 5o. e a prática do dizimar (ver Mar. 7:9ss e Mat. 23:23).
Pode-se dizer que assim como Jesus expulsou os cambistas do Templo, Ele expulsou do sábado as falsas concepções a seu respeito e as regras humanas que lhe foram acrescentadas.
7º – Por ter recebido tratamento especial em Hebreus e ser indicado como ainda necessário.
Na epístola aos Hebreus, enquanto as cerimônias e o seu sentido prefigurativo do sacrifício de Cristo são detalhadamente discutidos nos capítulos 7 a 10, o sábado recebe tratamento muito especial nos capítulos 3 e 4. Simboliza o descanso espiritual que se obtém em Cristo. Embora o povo de Israel haja falhado coletivamente em obter tal descanso, dentro de Israel houve os heróis todos, citados no capítulo 11, que encontraram esse descanso espiritual, e nem por isso deixaram o sábado de lado.
É interessante que, embora por todos os dois capítulos 3 e 4 de Hebreus, enquanto a palavra grega para descanso seja katapausin, no vs. 4:9 o autor emprega um termo especial, usado só esta vez em toda a Bíblia, sabbatismos, ao lembrar, como indica nota de rodapé em muitas versões bíblicas: “Resta um descanso sabático para o povo de Deus”. Ou, como traduziu o erudito G. Lamsa, de fontes originais aramaicas, “resta uma guarda do sábado para o povo de Deus”.
Claramente o autor de Hebreus quis demonstrar que embora utilizasse a metáfora do sábado para ilustrar o descanso espiritual, ele quis evitar qualquer ambiguidade deixando claro que o sábado semanal não cessou, com a falha sistemática do povo de Israel em alcançar o descanso espiritual que Deus lhe propunha. Prosseguia o povo de Deus tendo o descanso do sábado como um pequeno modelo desse descanso em Cristo.
8º – Por ser indicado como memorial também da redenção.
Ao repetir os termos da lei divina ao povo, Moisés ressaltou que o sábado, indicado no original da lei dada no Sinai, tendo o caráter de memorial da Criação, era também memorial da Redenção. Lembrava ao povo o livramento da escravidão do Egito, onde não tinham o privilégio de dedicar tal dia ao Senhor (Deu. 5:15). Assim, o sábado é tanto memorial da Criação quanto da Redenção. Simboliza perfeitamente que aqueles que foram livrados do Egito do pecado agora têm também o privilégio de observar o sábado para dedicá-lo ao Senhor e obter descanso físico, mental e refigério espiritual, algo que não praticavam quando prisioneiros do pecado, definido nas Escrituras como “transgressão da lei” (1 João 3:4).
9º – Por ser indicativo de disposição em servir fielmente ao “Senhor do sábado”.
O fato é que quem se dispõe a observar fielmente o sábado denota um espírito de submissão a tudo quanto o Senhor determina em Sua lei.
10º -Por prosseguir na Nova Terra como princípio perpétuo.
Finalmente, dentre todos os mandamentos, o do sábado é o único mencionado como sendo respeitado plenamente pelos salvos na Nova Terra “em que habita a justiça” (2 Ped. 3:13). Ali os remidos terão regularmente duas reuniões—uma mensal, quando da lua nova (possivelmente de caráter social), e uma semanal, aos sábados, para adorarem ao Senhor (Isa. 66:22, 23).
Ora, se o sábado é instituição que se confirma desde o mundo recém criado e se estende ao longo das eras eternas do mundo recriado, por que não o observaremos hoje também, sendo que Paulo deixa claro que a fé não veio anular a lei, e sim confirmá-la (Rom. 3:31)?
CONCLUSÃO: Indiscutivelmente, o sábado é o mais importante mandamento do Decálogo. Quem discordar disso que nos prove o contrário indicando, então, qual seria tal mandamento.
Obs.: Uma objeção comum a este estudo é de que Jesus indicou que o mandamento mais importante da lei de Deus seria qualquer das duas regras da “lei áurea”—amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si memo.
Mas esses mandamentos são um sumário dos 10 Mandamentos, não uma regra diferente. Esses princípios são o próprio Decálogo em seu duplo núcleo—o da relação vertical homem-Deus, e o relação horizontal homem-homem. Tanto a Confissão de Fé de Westminster quanto a Confissão Batista de 1689 confirmam que os primeiros 4 mandamentos tratam de nossa responsabilidade para com Deus, e os 6 últimos fazem o mesmo quanto ao próximo.