Levantar as Mãos no Louvor ou Adorar a Deus Levantando as Mãos


Pergunta: Há base bíblica para a prática, cada vez mais comum, de levantar e movimentar as mãos durante o canto congregacional?

Essa pergunta pode parecer sem importância, porém revela que estamos muito interessados em um tipo de culto que esteja biblicamente fundamentado e que não viole as instruções bíblicas. Mostra, também, que o movimento das mãos enquanto cantamos está criando certa tensão. Vou falar do uso das mãos durante os atos de adoração. Ficará claro que, na Bíblia, o ritual do uso das mãos acontecia, principalmente, durante a oração.

1. Atos não-verbais. As expressões corporais desempenham papel importante na expressão de ideias e emoções. Estudos sobre o papel dos atos não-verbais na adoração nos ajudam a entender um pouco melhor seu significado.

Na Bíblia, temos apenas a linguagem da postura, gestos, movimentos e expressões faciais. As artes do antigo Oriente Médio ilustram muitos desses gestos. Os gestos das mãos, mencionados na Bíblia, eram também comuns no ambiente de adoração e culto no antigo Oriente Médio.

2. Levantar das Mãos. As expressões “levantar as mãos [yãdím]” ou “levantar as palmas (mãos) [kappayim]” são praticamente sinônimas. São usadas em diferentes contextos e, em alguns casos, expressam significados distintos. “O ato de levantar as mãos” é um gesto que expressa adoração no contexto do culto. Os que ministravam no templo eram exortados assim: “Levantem as mãos na direção do santuário e bendigam o SENHOR!” (SaImos 134:2, NVI).

O gesto indicava que o objeto de louvor era o Senhor e que todo o indivíduo estava envolvido nesse ato. Era também usado para apresentar ao Senhor as orações e súplicas (SaImos 28:2), como se a oração fosse colocada na palma da mão e levantada ao Senhor pedindo-Lhe que aceitasse (SaImos 141:2).

Em outros casos, o gesto aparece para expressar a vontade do adorador de receber do Senhor o que pediu (SaImos 63:4, 5; Lamentações 2:19). Mas o levantar das mãos parece expressar algo profundo, algo relacionado com o coração humano: “Derrame o seu coração como água na presença do Senhor. Levante para Ele as mãos” (Lamentações 3:41, NVI). O levantar das mãos correspondia ao levantar do íntimo do ser adorador ao Deus adorado, em comunhão com Ele.

3. Movimentar as Mãos. Neste caso, o verbo é pãrash (“acenar”), expressando a ideia de que as mãos acenam em frente da pessoa, não necessariamente levantadas. Às vezes, parece que o adorador acena as mãos em direção ao templo, ao Céu (l Reis 8:38, 39, 54; SaImos 44:20) ou ao Senhor (Êxodo 9:33).

O movimentar das mãos era usado, particularmente, durante as orações de súplica (l Reis 8:54; Is 1:15; Êxodo 9:29; Lamentações 1:17) ou quando havia uma profunda necessidade da presença de Deus (SaImos 143:6). No salmo 88:9, lemos: “A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a Ti todo o dia, tenho estendido para Ti as minhas mãos“.

A necessidade do salmista é tão intensa que ele implora pela ajuda do Senhor. Embora em necessidade profunda, o adorador vai ao Senhor e estende as mãos a Ele, pedindo ajuda. Esse gesto mais intenso era uma expressão pessoal de dependência de Deus (SaImos 44:20) e a devoção do coração ao Senhor (João 11:13).

4. E Então? Tanto quanto posso apurar, não há aceno com as mãos durante o culto na Bíblia. O levantar das mãos é comum (cf. l Timóteo 2:8). A Bíblia não prescreve gestos das mãos na adoração, mas os descreve como prática comum aceitável.

A arte dos cristãos primitivos indica que eles costumavam orar com os braços e as mãos estendidas para os lados, formando um crucifixo com o corpo. Hoje, unimos nossas mãos, tanto atrás como na frente do corpo, ou simplesmente as deixamos soltas.

Ocasionalmente, podemos juntar as palmas das mãos e entrelaçar os dedos, uma prática comum entre os antigos romanos e sumerianos. Em outros tempos, as palmas eram colocadas juntas com os dedos estendidos, ato comum no budismo e hinduísmo.

A introdução de novidades em nossas igrejas, influenciadas pelo sistema carismático de adoração, pode perturbar um culto que deveria estar centrado em nosso Criador e Redentor e na Sua Palavra.

Seria melhor seguir as práticas comuns da congregação onde coletivamente adoramos o Senhor.


Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia


Fonte: ADVENTIST WORLD, Fevereiro de 2009.

Autor: Angel Manuel Rodríguez


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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