A associação Portas Abertas revelou que todas as igrejas protestantes evangélicas na Argélia estão agora fechadas. Esse cenário foi destacado no recente “Índice Mundial de Perseguição dos Cristãos”, publicado anualmente desde 1993. Desde 2019, as 47 igrejas protestantes evangélicas do país enfrentam crescente repressão. O pastor Youssef Ourahmane, vice-presidente da Igreja Protestante da Argélia (EPA), foi condenado a um ano de prisão em maio de 2024 por conduzir cultos não autorizados. Durante uma apresentação do relatório em Paris, Guillaume Guennec, representante da Portas Abertas, enfatizou que a situação se deteriorou consideravelmente para os 60.800 cristãos evangélicos e 42.900 pentecostais na Argélia.
O pastor Ourahmane já havia alertado sobre os desafios enfrentados pela comunidade cristã em sua visita a Paris em 2019, mas desde então o quadro se agravou. Até maio do ano passado, quatro das 47 igrejas da EPA permaneciam abertas; atualmente, nenhuma delas está acessível. Guennec observa que “a Argélia era o único país na região do Norte da África onde os cristãos convertidos podiam se reunir em suas próprias igrejas”.
Vale destacar que a situação é bastante diferente para as comunidades católicas no país. Essas igrejas permanecem tranquilas, principalmente porque são frequentadas por expatriados – cerca de 7 mil pessoas. Por outro lado, as igrejas protestantes, compostas majoritariamente por argelinos que se converteram do islamismo, enfrentam um ambiente hostil e são forçadas a operar clandestinamente devido ao endurecimento das políticas governamentais.
Atualmente, cerca de vinte cristãos convertidos estão sob processo judicial na Argélia. No contexto da violência religiosa na África subsaariana, os cristãos são frequentemente alvos de ataques jihadistas.
O relatório revela que o Nigeria continua a ser um foco crítico, com 3.100 cristãos mortos apenas em 2024.
Fonte: Outra Leitura
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