Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Heb. 11:8.
Todos nós admiramos e exaltamos a fé e coragem de Abraão, mas não estamos certos de que deixaríamos nossos parentes e nossas propriedades para ir a um lugar desconhecido, nas circunstâncias atuais. É fácil admirar o casaco remendado de Tiago White, mas nem sempre estamos disposto a usá-lo. É fácil exaltar a coragem dos missionários que deram a vida no interior das selvas Africanas, mas poucos aceitariam esse desafio nesta época de tanto comodismo.
Abrão tinha fé genuína, e a prova foi sua pronta obediência. Através de uma fé dinâmica, ele recebeu a justificação. Muitos, porém, têm uma compreensão incorreta da justificação pela fé. Acham que podem ser justificados pela fé sem as obras correspondentes. Não pode haver fé genuína sem as obras. Mas nem as obras e nem a fé morta podem levar à justificação. A justificação ó pode ser obtida através da fé genuína, que opera por amor e purifica a alma. (Gál. 5:6)
Cometemos um grave erro ao pensarmos que nossa posição diante de Deus depende de nossas boas ou más obras. Paulo joga por terra essa pretensão ao dizer: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo e ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé.” Filip. 3:8 e 9.
Durante um curso de colportagem, preguei sobre fé e obras. Terminada a reunião, um colportor, já idoso, aproximou-se de mim e desabafou: “Procuro fazer tudo certinho, mas não tenho certeza de que Deus me aprova. Sempre acho que estou em débito para com Ele.” Aquele colportor estava equivocado, mas disse uma coisa certa, ao mencionar que não podia pagar sua dívida para com Deus. Ele, porém, ignorava fato de que Jesus já havia pago a nossa dívida na cruz do calvário. Então lhe disse que era necessário aceitar, pela fé, o cancelamento de sua dívida e viver como uma pessoa livre, de cabeça erguida.
A justificação e a santificação designam duas fases da salvação: a justificação é o que Deus faz por nós; a santificação é o que Deus faz em nós.
Pensamento para Reflexão
Sem fé em Cristo, não há justificação, e muito menos santificação.
Rubens S. Lessa, A Esperança do Terceiro Milênio, pág. 115.