Oito Maneiras de Lidar com a Culpa

De quando em quando, cada um de nós se engana, comete erros, ou diz algo que não devia ter dito. 0 resultado é sentimento de culpa. Quando a culpa não é administrada adequadamente, seu impacto pode ser danoso. Sentimentos de culpa reduzem a confiança, destroem a auto-estima e a qualidade de vida.

Podem também destruir relacionamentos. A seguir, desejo mencionar oito maneiras de lidar criativa e realisticamente com a culpa:

Reconheça a culpa como um sinal de alerta. Permita que a culpa seja uma ferramenta positiva em alertá-lo de que alguma coisa pode estar errada. Toda vez que a culpa o leva a pensar no problema pela segunda vez e a mudar o comportamento, ela se toma um aliado, não um inimigo. Pense no exemplo do cantor e compositor Neil Diamond. Em 1972, quando se encontrava no auge da carreira, Diamond sumiu do cenário e se isolou por quatro anos. O motivo foi uma consciência pesada. “Casei uma vez, tive dois filhos e estava para me casar pela segunda vez, quando parei para pensar: Espere. É melhor parar um pouco e olhar o que estou fazendo e para onde estou indo. Não quero que este casamento termine em divórcio”, explicou. Como resultado, ele interrompeu sua carreira por 48 meses. “Foi o mais importante período de minha vida”, disse. “Despendi quatro anos para conhecer meus filhos, minha esposa e a mim mesmo.” Ao responder ao sinal de alerta da culpa, Diamond não apenas evitou a repetição do mesmo erro, mas saiu dessa fase mais feliz e equilibrado. Disse que se sentia livre e mais amistoso.

Reconheça o valor da culpa. Sentimentos de culpa têm muita importância quando as pessoas reagem positivamente, corrigindo seu comportamento inadequado, ofensivo, prejudicial ou destrutivo. A culpa abre o caminho para crescimento, aprendizado e maturidade. “As pessoas que fazem coisas erradas, prejudicando a si mesmas e aos outros, devem assumir a culpa“, diz o rabino e escritor Harold Kushner. “Se a culpa as leva a fazer o bem, a evitar o mal, tornando-as mais cuidadosas e prudentes, é uma culpa construtiva.”

Tome tempo para analisar a culpa. Os sentimentos de culpa podem ser corrigidos, reduzidos e mesmo eliminados, após cuidadosa análise. Essa foi uma estratégia eficaz para Susan, executiva de uma agência de propaganda, na costa ocidental norte-americana. Como mãe que trabalhava fora, sentia-se culpada toda vez que sua filha de oito anos adoecia na escola. “Acusava a mim mesma por trabalhar fora e sentia-me culpada por não estar em casa com ela”, disse. Susan, entretanto, aprendeu a analisar sua culpa da seguinte maneira: “Após a primeira onda de culpa, eu me acalmei e passei a olhá-la de frente. Fiz duas perguntas a mim mesma: ‘É necessário abandonar meu emprego?’ A resposta foi não. ‘Existe uma alternativa para meu problema?’ A resposta foi também não. Refleti por longo tempo, e cheguei à mesma conclusão: é difícil trabalhar o dia todo e cuidar de uma criança ao mesmo tempo, mas as outras opções não são convidativas.” Ao analisar sua culpa, Susan conseguiu reduzi-la, não permitindo que ela prejudicasse sua vida ou a de sua filha.

Responda racionalmente. Depois de analisar sua culpa, responda apropriada e racionalmente. Se você cometeu alguma falta ou fracassou a ponto de se sentir culpado, tome medidas corretivas. Peça perdão e faça as devidas reparações, se possível. Não permita que seus sentimentos de culpa o levem a extremos, como aconteceu a um homem cujo irmão faleceu. Na sepultura de seu irmão, ele mandou colocar, como lápide, a réplica de uma MercedezBenz, com limpador de párabrisa e antena de TV. 0 carro foi esculpido numa pedra de grande valor, trazida de uma pedreira de Vermont. O escultor trabalhou um ano em sua obra de arte. 0 gasto chegou a 120 mil dólares. Qual a razão para essa suntuosa lápide? A culpa. Por anos ele havia prometido comprar um carro para seu irmão, mas não tomara tempo para fazê-lo. Quando seu irmão morreu, um sentimento de culpa tomou conta de sua alma, devido a sua negligência. Sua resposta, entretanto, foi extremista e irracional. Em seu caso, uma resposta mais saudável e racional teria sido fazer uma doação para fins caritativos, em memória de seu irmão, combinado esse gesto com a decisão de cumprir as promessas e obrigações assumidas dali para a frente.

Ponha sua culpa nas mãos divinas. Convide a Deus para remover a mancha da culpa de sua vida. Uma das grandes passagens sobre o perdão divino é o Salmo 51, escrito por Davi, após ter ele reconhecido a hediondez de seu adultério com Bate-Seba. A oração de Davi é um modelo para todos nós. “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade”, ele escreveu. “Purifica-me,… e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve” (Sal. 51:1-7). 0 salmo é um reconhecimento de que há coisas que não somos capazes de fazer por nós mesmos. Uma delas é sentir-nos completos, saudáveis e limpos novamente. Todos nós precisamos do auxílio divino para erguer o fardo do pecado e da culpa.

Lembre- se de que você não é perfeito. “Infeliz a pessoa que não pode perdoar a si mesma”, disse o escritor romano Publilius Syrus. Lembre-se: você não é perfeito. Não gaste tanto tempo recriminando-se sentindo-se miserável. Aceite o perdão de Deus, e perdoe a si mesmo também. Relembre este conselho de C. S. Lewis: “Se Deus nos perdoa, devemos perdoar a nós mesmos. Do contrário, é o mesmo que estabelecer a nós mesmos como um tribunal mais alto do que Deus.”

Aprenda da experiência. Não há sentido em repetirmos os mesmos erros. Tire lições dos erros passados. Decida não cometê-los mais.

Esqueça a culpa e vá em frente. Uma vez que você deu todos os passos necessários para fazer reparos e endireitar o comportamento, descarte a culpa, esqueça-a e vá em frente. “Uma das mais importantes habilidades é a capacidade de esquecer”, afirma o escritor Norman Vincent Peale, no livro (Guide to Confident Living – Guia Para um Viver Confiante). “Para ser feliz e bem-sucedido, você deve cultivar a habilidade de dizer a si mesmo: esqueça!” Não deixe a culpa atormentar sua vida. Não se envolva com o que passou. Aprenda sua própria lição, seja sábio, evite ressuscitar erros e vá em frente.

Usando essas estratégias, você poderá administrar os sentimentos de culpa de uma maneira construtiva que o levará a maior alegria e maior qualidade de vida. Além disso, você discernirá a diferença entre a culpabilidade sã, que funciona como sinal de alerta, quando algo está errado, e a culpabilidade mórbida, que tira a alegria de viver.

Texto de autoria de Victor M . Parachin, pastor e escritor norte-americano. Publicado na Revista Adventista de janeiro/98.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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