Os termos da Doação foram incorporados às Falsas Decretais, supostamente obra de Isadore Mercator, e às Decretais de Graciano. O documento foi citado com frequência pelos papas para afirmar seus direitos sobre os estados papais e, a partir de Leão IX (1048 a 1054), sua reivindicação de primazia sobre a Igreja Ortodoxa Oriental.
No prólogo de sua transcrição da Doação, Leão IX diz: [4]Mas talvez, diz Leão, ainda reste algum escrúpulo em relação à sua dominação terrena (isto é, a do papado) e para que não suspeitem, nem de leve, que a Santa Sé Romana procura reivindicar e defender sua inabalável honra com fábulas tolas e antigas, apresentaremos aqui alguns privilégios que foram confirmados pela mão do referido Constantino, com uma Cruz de Ouro colocada sobre o venerável corpo do portador da chave celestial, pelos quais a verdade será confirmada e a vaidade será confundida: e para que todos os membros da Mãe Católica vejam que observamos a disciplina de São Pedro, que em sua epístola diz o seguinte sobre si mesmo: ‘Não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, mas vos demos a conhecer o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, sendo testemunhas oculares de sua majestade’. Assim, nós vos inculcamos coisas que não são conhecidas tanto por relatos quanto por visão e sentimento; portanto, sendo informados disso, saibam que o mesmo glorioso príncipe, no privilégio acima mencionado, após uma clara e perfeita confissão da fé cristã e um curioso louvor de seu batismo, promulgou assim a dignidade especial da Igreja Romana.
Notas e referências
1. Frank K. Flinn, Encyclopedia of Catholicism. New York: Facts On File, 2007, Art. “Donation of Constantine”, p. 236.
2. The Catholic Encyclopedia. Art. “Donation of Constantine“.
3. Jean Edne Auguste Gosselin, The Power of the Pope During the Middle Ages. Vol. I. London: C. Dolman, 1853, p. 318.
4. Citado em Michael Geddes, Several Tracts against Popery. London, 1715, p. 18 e 19.
Fonte: Blog Três Mensagens