Música Sacra para a Igreja de Hoje

Fábio Henrique Trovon de Carvalho, em seu artigo “Música na IASD: Questão de Gosto?“, conta-nos que certa vez teve a oportunidade de participar de uma convenção de vendas onde, entre outros palestrantes convidados, estavam presentes André Azevedo e Klever Kolberg, brasileiros que competem e já vencerem o rally mais famoso do mundo: Paris-Dakar. Entre as inúmeras comparações dos desafios do rally com a realidade das empresas, uma colocação chamou-lhe muito a atenção.

O maior drama enfrentado por um piloto no deserto é desviar-se da rota, ficar perdido. Se isso ocorre, o sucesso no rally pode estar comprometido, pois perde-se tempo, gasta-se combustível em excesso e, pior, consome-se mais água que o necessário.

Ao final de vários relatos de situações desse tipo, houve uma pausa solene e, após, eles concluíram: “Perder-se no deserto é o pior dos mundos. Mas existe uma coisa que é ainda pior.” Nesse momento a platéia ficou paralisada, tentando imaginar o que poderia ser pior. E eles concluíram: “Pior que estar perdido no deserto é estar de fato perdido SEM SABER QUE ESTÁ PERDIDO!”

Religião de Fachada

Vamos analisar esta questão à luz das importantes revelações e orientações que encontramos no livro de Amós. Nos tempos do profeta, Israel passava por um período de grande prosperidade econômica, política e militar, comparadas somente ao período de Davi e Salomão. Com isso, as pessoas viviam no luxo e eram indolentes. Imoralidade, sincretismo religioso, negócios fraudulentos, injustiças, exploração dos pobres e necessitados, etc, compunham o dia-a-dia dos israelitas.

Viviam uma religião de fachada, apesar de oferecerem abundância de sacrifícios e ofertas (traziam o dízimo a cada 3 dias! – Amós 4:4). Apesar de todos esses erros, estavam tão cegos e com a mente tão embotada, que: (1) acreditavam que nenhum mal os atingiria e (2) acreditavam que um futuro ainda mais glorioso e brilhante os aguardava.

Pobre nação israelita! O que Deus esperava de Seu povo escolhido? “Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei. Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Amós 5:4 e 14) Deus esperava ardentemente que o povo se arrependesse, voltasse a uma comunhão completa com Ele e VIVESSE!

Sendo nós, os cristãos modernos, os herdeiros das promessas dadas ao povo de Israel; sendo nós o Israel espiritual, e vivendo nós no tempo dos últimos dias da história deste mundo, o que Deus esperaria de nós hoje? “Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.” (II Pedro 3:11-13)

Afinal de contas, não é esta a bendita esperança de todos os cristãos? Nós também não “aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça”? A condição para tal é uma vida de “santidade e piedade”, como vimos. É exatamente isso que Deus espera daqueles que herdarão a nova terra: uma vida santa aqui neste mundo de pecado. Não apenas em alguns aspectos, mas em TODAS as áreas de nossa vida. E isso inclui relacionamentos pessoais, ética profissional, domínio próprio, mordomia, etc. De forma geral, a vida cristã é caracterizada pelo grau e tipo das influências interpessoais que damos e recebemos. No âmbito destas influencias podemos incluir, certamente, o tipo de música que ouvimos e produzimos.

O Que É Santo e o Que Não É?

Infelizmente, vivemos em uma sociedade onde a distinção entre sacro e profano tem gradualmente sido diminuída, a ponto de quase extinguir-se. Da mesma forma como para o povo israelita, o sagrado lugar de adoração tornou-se para muitos um lugar de entretenimento secular.

Como isto se deu? Quais são as causas desta mudança tão drástica e tão perigosa? As causas para este fenômeno podem ser facilmente traçadas na história. Para um estudo aprofundado do tema, recomendo o livro “O Cristão e a Música Rock“, do Dr. Samuele Bacchiocchi, ao qual recorro para apresentar um resumo nos parágrafos seguintes.

Durante a época da igreja primitiva foi preciso uma teologia que enfatizasse a transcendência de Deus, como forma de contrapor-se às religiões pagãs dos povos bárbaros que cercavam o Império Romano. Com a hierarquização do clero e o surgimento do sacerdócio, este aspecto foi enfatizado mais ainda. Deus tornou-se distante do indivíduo, só atingível por meio de intermediários (sacerdotes, santos) e através de rituais específicos (confissão, penitencias, etc.) e usando uma linguagem específica (o latim). Este conceito refletiu-se claramente na música sacra do período. Uma música afastada do cotidiano do povo, só cantada pelo clero estabelecido e de um caráter místico, transcendental.

Com a vinda da reforma no século XVI, a religião foi novamente trazida para perto do povo comum. Deus passa a ser visto e pregado como um Salvador compassivo, que está ao alcance da oração saída de um coração arrependido. “Deus por nós” é o moto que impulsiona a pregação desta nova teologia. Da mesma forma que no período anterior, houve reflexos imediatos na música sacra e na liturgia da adoração. O culto passou a ser celebrado na língua do povo, a congregação passou a participar ativamente da adoração através de músicas especialmente compostas ou adaptadas para esta finalidade. Um novo influxo de entusiasmo espiritual percorre a sociedade da época e a Reforma Protestante conquista o mundo ocidental.

Mas o pendulo não encontra um ponto de equilíbrio. O humanismo é um movimento ideológico que iniciou no século XVI com o ressurgimento cultural do Renascentismo e ganhou impulso crescente até nossos dias. Poderíamos resumir o humanismo como uma mudança no foco, da divindade para a humanidade. Durante os séculos XVII e XVIII o humanismo, despertado pela reforma protestante, estabelece firmemente as suas raízes a passa a moldar a sociedade da época. Se durante a Idade Média Deus e a Igreja eram o centro da sociedade, agora os movimentos filosóficos colocam o homem cada vez mais como sendo o centro de tudo.

O grande resultado espiritual deste movimento humanístico foram os movimentos de reavivamento espiritual ocorridos na Europa e Estados Unidos no final do século XVIII e começo do século XIX. Sendo um reavivamento com bases em uma filosofia humanista, o conceito de Deus foi novamente alterado para refletir os novos valores da sociedade. A visão agora é “Deus conosco”ou “Deus em nós”. Novamente, a mudança no conceito de Deus leva a alterações profundas na música utilizada na adoração. Nas reuniões campais destes movimentos de reavivamento começa a ocorrer uma coisa até então inédita: Instrumentos de percussão são admitidos nos cultos.

Nunca, em toda a história, desde o estabelecimento do Templo de Jerusalém, por Salomão, houve instrumentos de percussão na adoração a Deus. Nem no Templo, nem nas sinagogas espalhadas pelo território israelita, nem na igreja primitiva, nem nas catedrais góticas, nem nas igrejas luteranas ou calvinistas, nunca! Mas o conceito de que Deus está “em mim”, permite que Ele seja adorado com a música que agrada ao meu gosto. Porque, se vou adorar, adoro o Deus que conheço. Se o Deus que conheço é igual a mim, Ele vai aceitar um louvor baseado em músicas de acordo com o meu gosto pessoal.

Em decorrência desta alteração profunda na música, o próprio conceito de culto é alterado. Ocorrem fenômenos de “êxtase espiritual”. Pessoas buscam um “clímax” emocional, como demonstração de terem alcançado o espiritual. Este movimento acabou levando ao surgimento de um cristianismo onde a ênfase é a busca de uma ligação com Deus através de uma experiência altamente emocional.

Charlie Peacock, um artista premiado, compositor, e produtor de Música Cristã Contemporânea, em seu livro At the Crossroad: An Insider’s Look at the Past, Present, and Future of Contemporary Christian Music, reconhece que a alteração do conceito de Deus e as implicações desta alteração na adoração. Ele escreveu: “Enfatizando a obra e os dons do Espírito Santo, e especialmente o profetizar em revelação espontânea e o falar em línguas, o enfoque mudou do conhecimento de Deus através de Sua Palavra, para o conhecimento de Deus através da experiência. Isto, por sua vez, mudou o enfoque do pensamento para o sentimento, de forma que, para muitos crentes, sua experiência tornou-se a medida da verdade, tanto quanto a certeza da Palavra da Verdade…. Para alguns cristãos, o desejo por experiências carismáticas eclipsou gradualmente seu desejo em aprender de Deus pela Bíblia” .

O Conceito de Deus

Será que o conceito “Deus Comigo” ou “Deus em mim” é anti-bíblico? Se é, porque ele é pregado e enfatizado, com citações bíblicas, em nossas igrejas? Se não é, porque leva a uma busca de experiências emocionais, ao invés de espirituais conforme apontado por Peacock?

Em seu livro “O Cristão e a Música Rock“, o erudito Dr. Samuele Bacchiocchi responde a esta questão nos seguintes termos: O problema é que há um paradoxo inerente na revelação Bíblica de Deus. De um lado, Deus é revelado como um Ser transcendente, “o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo” (Isaías 57:15). Por outro lado, Deus é revelado como um Ser imanente que mora “também com o contrito e abatido de espírito” (Isaías 57:15).

Paul W. Hoon explica no seu artigo “The Relation of Theology and Music in Worship,” que “a adoração cristã apóia-se num paradoxo, de que Deus é igual e ao mesmo tempo diferente do homem; Ele é pessoal, porém Ele é mais que pessoal. Quando o primeiro aspecto é exagerado… Deus se torna um tipo de amigo divino, a adoração se transforma na intimidade de um bate-papo, destituída de reverência e evocando os elementos mais infantis da personalidade humana. Quando o segundo aspecto é exagerado, a adoração perde sua substancialidade e realidade, e tende a se evaporar em estados vagos de devoção mística”.

A falta de um entendimento correto deste paradoxo é a causa de uma certa confusão teológica que ainda não foi plenamente resolvida, nem nos meios acadêmicos, nem para o crente leigo.O que é preciso é que saibamos lidar com este paradoxo divino e saibamos ver uma face do caráter de Deus sem esquecermos a outra. A falta de equilíbrio neste ponto tão fundamental pode levar a uma perda de discernimento entre o sagrado e o profano.

Assim, vemos hoje o nome de Jesus ser transformado em uma mercadoria, e sendo utilizado de formas que, há poucos anos atrás, seriam consideradas sacrílegas. O sociólogo Robert Pattison, no livro “The Triumph of Vulgarity. Rock Music in the Mirror of Romanticism expressa esta questão de forma concisa e eloqüentemente, dizendo: “Forçando igrejas a competirem com base em sua habilidade em excitar os instintos de seus adoradores, o panteísmo vulgar força os campeões das religiões organizadas a abandonarem sua pretensão a uma verdade superior e os transforma em empresários da excitação emocional. Uma vez que Deus se tornou uma mercadoria, usada para a satisfação pessoal, a sorte deles depende dos caprichos do mercado emocional, e sua argumentação para ordenar submissão com base na onipotência ou onisciência se esvai em uma chama de solipsismo [o eu é a única realidade] enquanto seus pastores e xamãs alimentam o sentimento, e não a fé, de seus clientes”.

A perda do discernimento entre o sacro e o profano abre uma brecha enorme para a introdução e aceitação de tendências musicais questionáveis no sagrado serviço de adoração, seja na Igreja, nos aniversários de colégios, congressos, reuniões de jovens, conferências evangelísticas ou qualquer outro lugar. Na falta de uma base concreta para o discernimento, os líderes de jovens, músicos, pastores e a congregação em geral, usam, para decidirem que tipo de música usar, aquilo que está ao seu alcance imediato: o gosto pessoal.

O Gosto Pessoal não é um Parâmetro Aceitável

Analisando de forma precisa a questão do gosto pessoal, Elias Tavares, violinista, regente e professor de música, escreveu o artigo “Música na Igreja: Questão de Princípios“. Estarei me valendo deste artigo nos parágrafos seguintes. Ele se expressa nos seguintes termos: “Creio que um elemento muito importante tem sido perdido quando se discute a música apropriada para a igreja: a música feita na igreja é para mim ou para Deus? Falamos muito do nosso gosto, daquilo que sentimos, como se isto fosse razão suficiente para encerrar a discussão, mas quando o assunto é o culto ao Senhor, Há princípios muito mais profundos envolvidos, e nenhum deles é muito ‘moderno’, nem está na moda. Estes princípios são: adoração, reverência e santidade.”

Por adoração compreendemos um espírito de humildade, de profunda compreensão da diferença entre nós e Deus e o reconhecimento de que Ele nos ama e aceita mesmo assim. Portanto, confiantes mas reverentes, nos aproximamos dEle para dizer-Lhe que O respeitamos e amamos pela Sua atitude conosco.

Por reverência compreendemos a atitude correta do adorador. Adoração e reverência estão profundamente interligadas, mas hoje vivemos dias nos quais a irreverência (em todos os sentidos) é a atitude em moda, e por perdermos o sentido de reverência somos igualmente incapazes de adorar. É fácil constatar isto verificando a maneira como os “adoradores” se comportam na casa de culto, incluindo seus arredores e principalmente atitudes antes e depois do serviço de culto, já que a presença de Deus, que presumidamente santifica o local e é o motivo da adoração e da reverência, deve ser real mesmo antes do inicio e apos o final do serviço de culto.

Afinal que tipo de adoração é esta, que não modifica nossa atitude, e permite que transformemos a igreja em um lugar comum assim que o ultimo hino é cantado e a ultima oração apresentada? Na verdade, o que temos notado é que a Casa de Oração (Isaías 56:7) transformou-se em Casa de Entretenimento.

Conceitos Profundos

Santidade e santificação são conceitos de fácil compreensão superficial, mas cuja profundidade é muito difícil de ser compreendida e principalmente aplicada. Como se viu no parágrafo anterior ela esta também intimamente ligada à reverência e adoração. Na verdade a santificação é o elemento básico de tudo o mais.

Por todas as questões históricas analisadas anteriormente, vemos que estamos vivendo um momento em que os sentimentos pessoais justificam tudo. Se eu gosto de um estilo, posso apresentá-lo a Deus, e Ele será obrigado a aceitá-lo. Se uma música (e/ou letra) me dá uma sensação agradável, faz com que eu me sinta bem, então devo apresentá-la a Deus, porque me ela me faz feliz. Mas, se meu gosto e sentimentos não estão santificados, será que esta adoração me conduzirá ao Senhor, ou apenas a mim mesmo? Afinal adoro e louvo a Deus ou a mim mesmo, meu gosto e meus sentimentos? Não será por isso que não se lê mais a Bíblia? Afinal ela não é uma leitura muito “legal”, não tenta ser popular nem agradar as pessoas.

Perceba que volta o assunto da santificação, e aqui vai uma perguntinha “daquelas”: Devo primeiro me santificar para depois apresentar um culto de adoração, ou o culto de adoração me santifica? (Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?). Qualquer que seja a resposta, vemos que uma música (e/ou letra) superficial, de influencias mundanas, não se aplica a um ambiente de adoração (nem será a oferta de um adorador santificado, nem santifica o adorador). Aliás devem ter notado que evito a palavra “louvor” em relação a música do culto, preferindo “adoração”. É porque “louvor”, embora em seu sentido original seja ótima, esta tão deturpada e rebaixada em sua amplitude e profundidade, que seu uso já não diz muita coisa. Tudo hoje virou “louvor”. Falam até em “Louvorzão” (falta dizer “louvor” a que ou a quem).

E as Boas Intenções?

Outro ponto que me preocupa é a questão da intenção. Nadabe e Abiú tiveram a melhor das intenções quando apresentaram-se diante do Senhor com fogo estranho, e criam estar realmente executando um ato de adoração legítimo, mas foram fulminados por Deus. Caim também tinha boas intenções (afinal estava oferecendo sacrifício, aquele sacrifício que lhe agradava, aquele que ele tinha, o que se alinhava com sua cultura), mas seu sacrifício não foi aceito. E note que Caim ofereceu o melhor que ele tinha. Apenas estava em desacordo com o desejo expresso de Deus.

Quando a arca estava sendo transportada em carro de bois, Uzá (ou Uz, conforme a versão) teve o cuidado de, zelosamente, segurá-la, e por isso foi imediatamente fulminado. Vemos nestes (e há inúmeros mais) exemplos bíblicos que nossos próprios conceitos, gostos e emoções não rendem um ato de adoração aceitável a Deus.

Voltando a Amós, vemos que o coração santificado é fundamental para que nossa liturgia, cerimônias, ofertas e até mesmo a nossa música seja aceita por um Deus santo: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembléias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene.” Amós 5:21-24

A música oferecida a Deus, nos serviços de adoração, deve elevar-nos a Ele de tal forma que possamos nos maravilhar com os lampejos de Sua Santidade e Majestade. Deve criar em nós, tanto executantes quanto ouvintes, o desejo de nos tornar como Ele, ao invés de rebaixa-Lo até nós para que possamos nos divertir com Ele.

Como Definir Música Sacra

Qual é o caminho então? Se o nosso serviço de adoração é dirigido a um Deus Santo, a única música aceitável a esse serviço deve ser de caráter Santo, Sacro. O que é Música Santa, Sacra? Para entendermos, precisamos examinar o que é música.

A definição mais simples e objetiva de música que conheço é: “Música é a expressão de sentimentos através de sons.” Com isso em mente, pode-se observar que a Música Sacra, Santa, de Louvor, transcende a própria definição de música, “pois não somente expressa, mas eleva, inspira, transforma a alma das pessoas”.

Por que a Música realmente Sacra possui esse diferencial de todos os demais estilos musicais? “Pois origina-se em Deus, ao inspirar um instrumento humano, destinado a trazer benefícios espirituais ao próprio indivíduo bem como aos seus semelhantes, e refletir-se novamente a Deus”.

Portanto, não fica difícil concluir que “Música vocal sacra é aquela que une palavras sagradas com música sagrada inspirada por Deus”. Quando pessoas afirmam que a música é somente o “invólucro”, o “embrulho do presente” (são as palavras usadas), é lamentável verificar que, com raras exceções, o impacto da maioria das produções musicais atuais é primeiramente pelo som e ritmo, e não pelas palavras, que são geralmente enterradas por uma avalanche de amplificação sonora.

Música Inapropriada, Engano Satânico

Finalizando, gostaria que refletíssemos sobre a resposta divina aos extraordinários enganos satânicos que varrem o mundo justamente antes do retorno de Cristo – as 3 Mensagens Angélicas de Apocalipse 14.

O objetivo destas mensagens é DESPERTAR e ADVERTIR: despertar-nos para a verdadeira adoração a Deus e advertir-nos contra o engano e a fraude da falsa adoração. Satanás está sendo bem sucedido hoje em promover a falsa adoração, não somente através do dia errado de repouso, mas também através de música inapropriada para o serviço de adoração a Deus.

Para ele, pode não fazer a menor diferença se estamos adorando no dia certo ou errado, desde que estejamos adorando da FORMA errada ou pelas RAZÕES erradas.

Voltando ao texto inicial das nossas considerações: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” – Oséias 4:6.

Por que faltava conhecimento, entendimento e compreensão para o povo? Porque Deus não esclareceu o suficiente estas questões? Eram “pontos cinzentos” de doutrina como afirmam alguns? Não havia revelação direta sobre estes assuntos? Certamente que havia, pois “…o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas – Amós 3:7” e “que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam… – Isaías 46:10”.

O conhecimento era deficiente não porque Deus não houvesse esclarecido, mas porque o povo NÃO TEVE DISPOSIÇÃO para ACEITAR A REVELAÇÃO. De tanto rejeitar a luz divina, o conhecimento se perdeu e o discernimento deixou de existir.

Qual é a nossa disposição individual, como cristãos que aguardam o resplandecente Dia do Senhor na segunda vinda de Cristo a esta terra? Uma vez que a revelação divina está ao alcance de cada um, com ampla base na Bíblia e no Espírito de Profecia – trata-se da “Filosofia de Música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia – Ação Oficial do Conselho de Outono do Comitê da Conferência Geral, 14 a 29 de Outubro de 1972, Cidade do México, México”. Este documento oficial da igreja foi elaborado por uma comissão de músicos, após muito estudo e oração, e cremos que sob a orientação do Espírito Santo, para explicar e consolidar os princípios divinos nesta área tão importante do culto. A luz aí está – alegar ignorância é “estar perdido sem saber que está perdido”. Neste caso, não restará a Deus outra opção a não ser declarar: “Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz.” (Amós 5:18) “Pois dizeis: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.”(Apocalipse 3:17).

Que Deus nos conceda a disposição necessária para andarmos em Seus caminhos e vivermos uma vida santa, em todos os aspectos, inclusive na música, ainda neste mundo.


Este artigo foi escrito com base nos seguintes textos:
Música na IASD: Questão de Gosto?, Fábio Henrique Trovon de Carvalho
O Cristão e a Música Rock, Dr. Samuele Bacchiocchi
Música na Igreja: Questão de Princípios“, Elias Tavares

Autor: Levi de Paula Tavares

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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