04. ELLEN WHITE – PROFETA OU COPISTA?

O jornal The Tribune de Chicago escrito em 23 de novembro de 1980 cita as palavras de Walter Rea: “Ellen G. White foi uma plagiadora”. Há qualquer fundamento nesta acusação? Muitos críticos têm se levantado apregoando que Ellen White foi uma plagiadora e copista? ( UMA FOTO DELEA) Dizem que pelo fato de haver em seus livros materiais de outros autores, seu conteúdo não é original e suas mensagens não são divinas. 

Se assim for, sua autoridade como profeta deve ser questionada. Nesse artigo vamos analisar o uso de outras fontes pelos escritores bíblicos bem como nos tempos de Ellen White e o conteúdo divino de suas mensagens mesmo tendo usados outras fontes.  

I PARTE – O QUE É PLÁGIO?

Plágio, como geralmente se entende, inclui (É o ato de um autor fazer extrações dos escritos de outro sem mencioná-lo,  é a prática de fraude por fazer material de outro passar como se fosse seu, é o ato de privar o autor original de reconhecimento e de seus justos benefícios financeiro). 

 

No tempo que Ellen White viveu embora não fosse tão rígido o controle do uso de outras fontes como hoje, já havia conhecimento do plágio. Em 1864 Urias Smith escreveu um editorial na Review que dizia: “Plágio: esta é uma palavra usada para expressar ‘roubo literário’, ou o ato de tomar as produções de outrem e fazê-las passar por sua própria. 

 

O editor de Youth’s Instructor em1895 expressou seu desgosto por ter sido ludibriado por alguns colaboradores do periódico. Ele protestou energicamente: “De boa fé temos recebido artigos como se fossem originais, que posteriormente, para grande decepção de nossa parte, verificou-se terem sido copiados na íntegra de escritos alheios”.

Embora tivessem conhecimento do plágio como roubo literário, os escritores daquele tempo não estavam tão preocupados como os eruditos atuais sobre o uso de aspas, menção do material usado, uso de uma fraseologia ou de um pensamento dito melhor por outro autor e assim por diante. 

Veja o que um historiador disse: “Não era raro que os escritores de um século atrás, tanto religiosos quanto seculares, fizessem empréstimos uns dos outros sem fazer menção específica do autor. History in the United States 1800-1860 (Johns Hopkins Press, 1970), George Callcott. Ainda acrescentou: “O historiador do início do século dezenove não sentia necessidade de provar sua originalidade, e não teria compreendido porque deveria fazer questão de retrabalhar um material quando o que ele queria dizer já havia sido melhor dito por um outro. … “Os historiadores em geral se sentiam lisonjeados e não insultados quando suas palavras eram usadas por outrem. 

É notável nesse período a ausência de rivalidade por erudição, e os escritores que faziam empréstimos um do outro continuavam a manter as melhores relações”. – pp. 134-136. Em 1873 W. F. P. Noble publicou seu excelente livro, The Prophets of the Bible, com o seguinte prefácio: 

“Ao preparar estes esboços, o autor livremente se utilizou de qualquer material que servisse ao seu objetivo. Reconhece ele sua dívida para com vários autores que trataram deste mesmo grande tema em qualquer de seus aspectos. Estiveram perante ele as obras de muitos autores e foram usadas tanto quanto podiam ser úteis para seu propósito. 

Esforçou-se ele por trazer a essência de vários livros perante uma classe de leitores que não têm acesso a essas fontes; e com este fim em vista, foi incorporada qualquer citação de outros autores que parecia Provavelmente comunicar interesse adicional à leitura das Escrituras; isto foi feito na medida em que o espaço permitia. “Não achou ele necessário, no desenvolvimento deste plano, sobrecarregar as páginas com referências marginais, ou o texto impresso com aspas, mas julgou ser suficiente fazer esta menção geral no início”. 

Raymond Cottrell declara que quando estava trabalhando no Comentário Bíblico Adventista, teve ocasião de comparar, um com o outro, trinta comentários sobre I Coríntios. Para seu assombro descobriu ele que muitos desses respeitados comentaristas haviam “copiado significativas quantidades de material uns dos outros, sem mencionar a fonte uma só vez” (The Literary Relationship Between the Desire of Ages, by Ellen G. White, and The Life of Christ, by William Hanna”, p. 6). 

Em 1920 a Review and Herald publicou o Livro de Texto para o 3º Grau, de W. W. Prescott, The Doctrine of Christ, que trazia aspas, mas não referências em mais de 700 dos 1000 parágrafos de material citado de outras fontes. O que os editores atuais não conceberiam por um momento era aparentemente perfeitamente aceitável em 1920. 

Prescott acrescentou: “Em todas as citações nas notas tiradas do espírito de profecia há as devidas referências do livro e da página. As outras citações foram selecionadas de muitas fontes, mas como estas não são citadas como autoridades, mas apenas utilizadas para a expressão de pensamento, não se deu as referências”.  – The Doctrine of Christ, p. 3. 

A igreja Adventista do Sétimo Dia, ao ser atacada por Walter Rea de que Ellen White foi uma mentira branca, contratou o Dr. Vincent Ramik um advogado católico Romano, especialista em direitos autorais e pediu que ele examinasse as obras de Ellen White para ver se houve plágio e ou má fé em seus escritos. 

Após mais de 300 horas de pesquisa ele chegou a seguinte conclusão: “Depois de ler os livros de Ellen White e considerar os princípios legais chego a conclusão que em vez de ser um acusador dela, sou seu defensor. Ele continuou: “Ela usou materiais de outros autores de maneira ética bem como legal. O importante é que ela melhorou o material selecionado e o deixou substancialmente mais bonito e mais completo do que a soma das partes pesquisadas. “Eu penso disse ele que seus críticos falharam em ver isso.” Citado em Adventists Affirm 2002, vol. 15. pág. 23.   

É fato que Ellen White verdadeiramente usou obras de outros até certo ponto enquanto empenhada em seus escritos, mas não há nenhuma evidência de intenção de fraude por parte dela, nem há evidência de que qualquer outro autor fosse alguma vez privado de seus legítimos benefícios por causa das atividades dela. Nenhum editor ou autor em qualquer parte já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos. (Veja Brief Statements Regarding the Writings of Ellen G. White* <#_ftn1> , p. 14; veja também F. D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics, pp. 403-467.

II PARTE – O USO DE EMPRESTIMO DE AUTORES SECULARES É ERRADO?

É errado o profeta usar material secular em seu material? A resposta é não. Tanto os escritores bíblicos como Ellen White usaram material secular em seus escritos.  

EXEMPLOS: Miquéias (4:1-3) extraiu de Isaías (2:2-4). O escriba que compilou II Reis (18-20) também extraiu de Isaías (36-39). Mateus e Lucas extraíram extensivamente de Marcos bem como de outra fonte comum. Nenhum deles fez referência ao autor de quem se utilizaram. (Veja o Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pp. 178, 179). 

 

Paulo citou os poetas gregos Aratus (Atos 17:28), Epimênides (Tito1:12), e Menander (I Coríntios 15:33). 

 

Judas citou o assim chamado “livro de Enoque” (Judas 14, 15). 

 

TIAGO USOU MATERIAL DE ECLESIÁTICO “Sede prontos para ouvir, e tardios em responder”. – Eclesiástico 5:11 (cf. Tiago 1:19). 

João, o Revelador, aparentemente extraiu muitas linhas do livro de Enoque. Note as seguintes citações que aparecem no livro de Enoque e no Apocalipse de João. 

“Todos eles foram julgados e considerados culpados e lançados dentro deste inferno de fogo”. – Enoque 90:26 (cf. Apoc. 20:15). 

“E o primeiro céu partirá e passará, e aparecerá um novo céu”. – Enoque 19:16 (cf. Apoc. 21:1). 

“Seus nomes serão apagados do livro da vida”. Enoque 108:3 (cf. Apoc. 3:5). 

Sabe-se que o livro de Enoque estava em circulação já na metade do primeiro século AC, uns 50 anos antes de João escrever o livro do Apocalipse. A evidente escolha, por parte de João, da linguagem de um autor anterior desconhecido, não é razão para questionar a inspiração de seu próprio livro. Estas frases, previamente escritas por outro, ajudaram- no a dizer o que ele queria, e ele, portanto sentiu-se em liberdade para usá-las. 

 

Lucas fez considerável investigação em fontes disponíveis antes de escrever seu evangelho. Diz ele: 

“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram… igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.” Lucas 1:1, 3, 4. 

Lucas não adquiriu suas informações através de sonhos ou visões, mas através de sua própria pesquisa. E, contudo, conquanto o material no evangelho de Lucas não tenha sido dado por revelação direta, foi não obstante escrito sob a inspiração divina. Ele não escreveu para contar algo de novo a seus leitores, mas paro assegurá-los do que era verdadeiro: “para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído”. O que Lucas escreveu não era original, mas baseado em outros. Deus guiou a Lucas no uso das fontes certas. (Veja o Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, p. 669). 

Alguns dos paralelos entre os livros apócrifos e o Novo Testamento são dados abaixo. A maioria das citações é da Revised Standard Version of the Apocrypha. Para exemplos adicionais, veja An Introduction to the Apocrypha de Bruce Metzger, pp. 151-173. 

O PRÓPRIO JESUS USOU OUTRAS FONTES: VEJA ALGUNS EXEMPLOS: “Acautela-te, não faças nunca a outro o que não quererias que outro te fizesse”. – Tobias 4: 16 (cf. Mat. 7:12). 

“Não tagareleis na assembléia dos anciãos, nem useis de repetições em vossas orações”. – Eclesiástico 7:14 (cf. Mat. 6:1). 

“Perdoa ao teu vizinho o mal que ele cometeu, e entre teus pecados te serão perdoados quando orares”. – Eclesiástico 28:2 (cf. Mat. 6:14,15; Mar. 11: 25). 

Como você pode perceber, estas citações aparecem em livros não inspirados e foram incorporadas nos escritos de Mateus e Tiago. Isso nos mostra que os escritores bíblicos dirigidos pelo Espírito Santo, selecionaram material de outros autores e acrescentaram ao seu material. O material dos demais autores, não eram inspirados. Mas ao ser incorporados no material inspirado, o novo produto é inspirado totalmente e não parcialmente. Isso foi praticado tanto pelos escritores bíblicos como por Ellen White. 

CONCLUSÃO:

A conclusão a que chegamos é a seguinte: 

1)     A Igreja Adventista do Sétimo Dia ensina a inspiração do pensamento e não a inspiração verbal.

Em 1867 Ellen White escreveu: “Embora eu seja tão dependente do Espírito do Senhor para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam ditas por um anjo.”  

Ellen White estava dizendo, em realidade: “O palavreado exato de meus testemunhos não me é dado por Deus. Às vezes são-me mostradas cenas sem quaisquer palavras. Ao escrever, tenho de eu mesma escolher as palavras e expressões. As palavras são minhas, não de Deus”. Era precisamente porque Deus não ditava Suas mensagens palavra por palavra que ela sentia a necessidade de ajuda de outros escritores para se expressar da melhor maneira possível.

Em 1883 a Igreja Adventista do Sétimo Dia decidiu: 

“Considerando que cremos ser a luz que Deus deu a Seus servos provir pela iluminação da mente, dessa forma comunicando os pensamentos, e não (exceto em raros casos) as próprias palavras nas quais as idéias devem ser expressas; portanto: 

“Ficou resolvido que na republicação desses volumes sejam feitas as mudanças verbais que removam as imperfeições acima referidas, tanto quanto possível, sem em qualquer medida mudar o pensamento. 

2-      Ellen White fez empréstimos literários de outros autores tanto religiosos como seculares respeitando as leis e os costumes da época. Ela seguiu o padrão bíblico usado por Jesus e os demais escritores bíblicos.  

3-      Ellen White cumpre os requisitos de um profeta verdadeiro. Portanto os Adventistas do Sétimo Dia crêem no Dom profético visto na pessoa dela como cumprimento profético de Joel 2 e Apocalipse 12. 

4-      Ao usar esses materiais, eles não estavam admitindo que esses materiais eram inspirados. Porém, ao ser incorporado ao seu material, todo material tornava-se inspirado. 

5-      Nenhum editor ou autor em qualquer parte já processou ou ameaçou processar Ellen White sob a alegação de que direitos autorais ou editoriais houvessem sido infringidos.

Portanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia crê no Dom de profecia e crê que este Dom foi manifesto na vida de Ellen White como cumprimento de Joel capítulo 2 e Apocalipse 12 porque ela cumpre todos os requisitos de um verdadeiro profeta.    

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