À esquerda, detalhe do brasão de Gregório XIII na Cappella Gregoriana. À direita, detalhe do símbolo heráldico no monumento a Gregório, de 1723, do escultor italiano, Camillo Rusconi (Imagem: Roberto Piperno).

O dragão como símbolo de Roma pagã

O poder simbolizado pelo dragão em Apocalipse 13:2 é previamente identificado no capítulo 12. No verso 1, João descreve uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas na cabeça.

Já observamos que mulher em profecia simboliza igreja.

Uma mulher impura representa uma igreja corrupta ou apóstata, como em Ezequiel 23:2-4 (que descreve a igreja judaica em seu estado de apostasia), e Apocalipse 17:1-5, 15 e 18 (que descreve a Igreja de Roma e suas associadas).

Uma mulher virtuosa representa, por outro lado, uma igreja moral e espiritualmente pura, como no texto em consideração.

Considerando as características singulares dessa mulher, somente um período da história da igreja pode estar aqui representado, e este se refere, sem dúvida, ao início da dispensação cristã.

A luz do sol é um símbolo apropriado da glória e da justiça de Cristo, tal como reveladas no evangelho; a lua sob os pés representa o firme fundamento da fé nas promessas de Deus, sobre as quais a igreja descansa (Salmo 89:34-37); as doze estrelas na coroa são uma alusão aos doze apóstolos, os quais nosso Salvador escolheu para representar a continuidade das doze tribos de Israel na organização da igreja.

Em seguida, João descreve um grande dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, e sobre as cabeças sete diademas (Apocalipse 12:3).

O dragão se põe diante da mulher que estava para dar à luz a fim de lhe devorar o filho quando nascesse (verso 4).

O filho é descrito no verso seguinte como sendo “um varão que há de reger as nações com vara de ferro” e que “foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Estas declarações se aplicam, sem dúvida, a nosso Senhor Jesus Cristo (Salmo 2:6-9; Efésios 1:20-21; Hebreus 1:3-4; 8:1; Apocalipse 3:21).

O dragão simboliza, em última instância, a “antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (verso 9), mas foi por intermédio de Roma pagã que o inimigo de Deus procurou “devorar” Jesus assim que Ele nasceu. Herodes, governador romano, foi quem investiu contra a vida de nosso Salvador por ocasião de Seu nascimento em Belém (Mateus 2:1-16). Roma era então o poder dominante (Lucas 2:1).

“Não é sem razão”, escreveu Uriah Smith, “que Roma pagã seja considerada entre os comentaristas protestantes como o poder simbolizado pelo grande dragão vermelho. E por ser isso um fato, é digno de nota que durante o segundo, terceiro, quarto e quinto séculos da era cristã, o dragão tenha sido, ao lado da águia, o principal estandarte das legiões romanas, e que fosse pintado de vermelho” (Uriah Smith, The United States in the Light of Prophecy, 1874).

E não é de admirar que, tendo recebido do dragão – Roma pagã – seu poder, trono e grande autoridade (Apocalipse 13:2), o papado tenha preservado também o símbolo que um dia representou a força de seu maior benfeitor.

Estátua de Gregório XIII, do escultor italiano do séc. XVI, Pietro Paolo Olivieri.
Ao lado da figura do papa vemos um dragão (Imagem: Roberto Piperno).

 

Brasão de Gregório XIII na Sala dos Mapas no Palácio do Vaticano (Imagem: Roberto Piperno).

 

À esquerda, detalhe do brasão de Gregório XIII na Cappella Gregoriana.
À direita, detalhe do símbolo heráldico no monumento a Gregório, de 1723,
do escultor italiano, Camillo Rusconi (Imagem: Roberto Piperno).

 

 

Para mais informações, clique aqui.

[Esta página foi revisada em 31 de agosto de 2019]

 

Fonte: Blog Três Mensagens


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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