O poder simbolizado pelo dragão em Apocalipse 13:2 é previamente identificado no capítulo 12. No verso 1, João descreve uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Já observamos que mulher em profecia simboliza igreja.
Uma mulher virtuosa representa, por outro lado, uma igreja moral e espiritualmente pura, como no texto em consideração.
Considerando as características singulares dessa mulher, somente um período da história da igreja pode estar aqui representado, e este se refere, sem dúvida, ao início da dispensação cristã.
A luz do sol é um símbolo apropriado da glória e da justiça de Cristo, tal como reveladas no evangelho; a lua sob os pés representa o firme fundamento da fé nas promessas de Deus, sobre as quais a igreja descansa (Salmo 89:34-37); as doze estrelas na coroa são uma alusão aos doze apóstolos, os quais nosso Salvador escolheu para representar a continuidade das doze tribos de Israel na organização da igreja.
Em seguida, João descreve um grande dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres, e sobre as cabeças sete diademas (Apocalipse 12:3).
O filho é descrito no verso seguinte como sendo “um varão que há de reger as nações com vara de ferro” e que “foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Estas declarações se aplicam, sem dúvida, a nosso Senhor Jesus Cristo (Salmo 2:6-9; Efésios 1:20-21; Hebreus 1:3-4; 8:1; Apocalipse 3:21).
O dragão simboliza, em última instância, a “antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (verso 9), mas foi por intermédio de Roma pagã que o inimigo de Deus procurou “devorar” Jesus assim que Ele nasceu. Herodes, governador romano, foi quem investiu contra a vida de nosso Salvador por ocasião de Seu nascimento em Belém (Mateus 2:1-16). Roma era então o poder dominante (Lucas 2:1).
“Não é sem razão”, escreveu Uriah Smith, “que Roma pagã seja considerada entre os comentaristas protestantes como o poder simbolizado pelo grande dragão vermelho. E por ser isso um fato, é digno de nota que durante o segundo, terceiro, quarto e quinto séculos da era cristã, o dragão tenha sido, ao lado da águia, o principal estandarte das legiões romanas, e que fosse pintado de vermelho” (Uriah Smith, The United States in the Light of Prophecy, 1874).
E não é de admirar que, tendo recebido do dragão – Roma pagã – seu poder, trono e grande autoridade (Apocalipse 13:2), o papado tenha preservado também o símbolo que um dia representou a força de seu maior benfeitor.
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[Esta página foi revisada em 31 de agosto de 2019]
Fonte: Blog Três Mensagens