“Quando pois virdes que a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo (aquele que lê, entenda:) Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes…Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mateus 24: 15, 16, 21).
Qual o significado dessa profecia, isso realmente afeta os cristãos no mundo de hoje?
Uma das profecias mais interessantes da Bíblia diz respeito a abominação da desolação. O elemento que faz esta profecia especialmente intrigante é que Jesus a identifica como um sinal específico de que o fim está próximo.
Foi em resposta à pergunta dos discípulos: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua vinda e do fim do mundo?” que Jesus falou da abominação da desolação. Ele disse: “Quando pois virdes que a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo (aquele que lê, entenda:) Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes…Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mateus 24:3,15-21).
Cristãos de muitos quadrantes reconhecem este texto como um sinal definitivo e peculiar referente aos últimos dias. No entanto, embora a maioria deles concorde que a abominação da desolação seja um sinal importante, eles parecem não conseguir chegar a um acordo sobre a sua natureza específica. Mesmo pregadores são lançados num pântano de confusão – procurando por algo que ninguém está muito certo a respeito.
Naturalmente, alguns acreditam que sabem a identidade da abominação da desolação. Alguns ensinam que esta profecia foi cumprida quando Antíoco Epifânio interrompeu o serviço de sacrifícios do santuário entre 168 e 165 aC. A abominação eles apontam para o porco que Antíoco tinha oferecido sobre o altar no templo. Outros acreditam que a abominação da desolação se refere a um tempo futuro quando um anticristo ateu irá subverter o templo de Jerusalém e usá-lo como seu trono. Depois há aqueles que acreditam que a abominação da desolação eram as normas romanas que foram adoradas em Jerusalém em 70 dC, no tempo de sua destruição por Tito.
Então o que é exatamente a abominação da desolação? É qualquer uma dessas alternativas? Trata-se de todas elas ao mesmo tempo? Ou seria possível que nem todas essas interpretações estejam corretas? A resposta a estas questões são de vital importância. Jesus indica claramente que a nossa vida poderia estar em jogo nesta matéria.
Jesus nos diz que o nosso estudo sobre a abominação da desolação deve centrar-se no livro de Daniel (Mateus 24:15). Quando fazemos um estudo mais cuidadoso deste livro, descobrimos que a abominação da desolação pode ser dividida em três partes. Essas partes são: a abominação da desolação nos dias de Daniel (que envolvem o primeiro templo), a abominação da desolação no tempo de Jesus (que envolvem o segundo templo) e, finalmente, a abominação da desolação no tempo do fim (envolvendo toda a igreja cristã). As questões que entram em jogo na abominação da desolação como tratado no livro de Daniel permanecem consistentes em cada uma das três fases. Portanto, elas são tipos, ou exemplos, umas das outras.
A Primeira Abominação
A chave que destrava o mistério desse evento profético é encontrada nos dois primeiros versos de Daniel. “No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus” (Daniel 1:1-2). Nestas duas curtas sentenças Daniel fornece um quadro histórico conciso para o restante do livro que se segue.
Um estudo adicional do prólogo de Daniel revela a abominação da desolação sendo existente em seu tempo e levada para o cativeiro de Jerusalém. O Cronista revela a razão dos reis judeus cairem perante a Babilônia. “Tinha Jeoaquim vinte e cinco anos quando começou a reinar … e ele fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus”. Foi por causa da vida iníqua de Jeoaquim que Deus permitiu que ele fosse levado cativo.
A característica importante desta situação é que as más ações de Jeoaquim são descritas da seguinte maneira: “Ora, o restante dos atos de Jeoaquim, e as abominações que praticou, e o que se achou contra ele, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar” (2 Crônicas 36:5-8). Foram precisamente as abominações de Jeoaquim, que levaram a ele e sua cidade perderem a proteção de Deus e, portanto, cairem perante Nabucodonosor.
Infelizmente Joaquim, seu filho, não fez muito melhor. A Escritura nos diz que ele também fez “o que era mau aos olhos do Senhor”. Por conseguinte, ele também foi levado cativo para a Babilônia, e “Zedequias, seu irmão” foi colocado como rei sobre Judá e Jerusalém (v. 9-11).
A Bíblia continua a registar que não só Zedequias veio a ser tão mal como seus dois antecessores, mas, “Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém” (v . 12-14). Líderes políticos e religiosos de Deus, assim como o povo, adotaram cultos pagãos como seus. Eles fizeram isso em detrimento da verdade revelada por Deus. Observe onde estas abominações foram cometidas: “e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém” (v. 14). Estas abominações estavam no lugar consagrado a Deus como santo, a “casa do Senhor”. Os líderes religiosos da época tinham propositadamente levado as pessoas a adotarem práticas de culto pagão e as incorporarem na adoração prestada a Deus. E ao substituirem os mandamentos de Deus pelos vãos conceitos dos homens, os líderes da herança de Deus provocaram Sua ira. O povo rejeitou os apelos de Deus ao arrependimento e à reforma e foram deixados a colherem as conseqüências. “Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário…” (v. 17).
Este julgamento foi sentido não apenas no derramamento de sangue, mas na destruição completa da cidade e do santuário (v. 19). Isso tudo foi feito “para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (v. 21). O resultado do povo de Deus praticar as abominações religiosas dos gentios foi a desolação de sua terra, da cidade e do santuário.
A Quebra do Sábado Trouxe Desolação
O que eram estas abominações que resultaram em tal desolação? Uma vez que tudo isso foi feito “para cumprir a palavra do Senhor pela boca de Jeremias”, então Jeremias deve ser capaz de nos dizer que substituições no culto tinham sido feitas. Em Jeremias 17, é dito ao profeta para ficar na porta das pessoas e profetizar. Debaixo de um mandato divino, Jeremias disse ao povo que se honrassem o sábado do sétimo dia de Deus a sua cidade pemaneceria para sempre, e que esta obediência fiel os conduziria em tal relacionamento com Ele, que seriam usados para converter as nações pagãs ao redor (Jeremias 17:19-26).
Por outro lado, se não guardassem o dia santo, Deus permitiria sua cidade ser desolada. “Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará” (Jeremias 17:27).
Infelizmente, os judeus preferiram continuar quebrando o sábado de Deus e, portanto, inauguraram sua própria destruição e cativeiro. A abominação que os levou à desolação foi a quebra do sábado. Assim, vemos a importância de 2 Crônicas 36:21: “para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram”.
Ezequiel, que viveu durante o mesmo tempo, também nos diz sobre as abominações que o povo de Deus estava praticando no lugar santo. Em Ezequiel 8, o profeta foi levado pela visão para o portão do pátio interno. Deus passou a mostrar a seu servo os cada vez maiores ultrajes que Seu povo estava cometendo. Nos versículos 5 e 6 Ele fala de uma imagem que lhe provocava ciúmes “Filho do homem, olhe para o norte”. Olhei para o lado norte, e vi, junto à porta do altar, o ídolo que provoca o ciúme de Deus”. Em uma escalada de indignação, animais impuros tinham sido levados para a casa de Deus, as mulheres choravam por Tamuz e a maior abominação de todas foram os 25 homens que “de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente” (Ezequuiel 08:16).
Deus tinha instruído os judeus para construírem o templo de uma forma que desencorajaria a imitação de seus vizinhos pagãos no culto ao sol. A arca da aliança, o ponto focal do culto dos judeus, foi colocada na extremidade ocidental do tabernáculo. Assim, os filhos de Israel deviam voltar-se para o oeste, de costas para o sol nascente, quando adoravam o verdadeiro Deus. No entanto, a entrada do paganismo entre o povo de Deus tinha crescido a tais proporções que os homens principais de Judá estavam realmente virando as costas para o templo de Deus. Este foi um ato significativo de apostasia.
Tanto Ezequiel como Jeremias listam as práticas pagãs que foram sendo incorporadas ao culto de Deus. A quebra do segundo mandamento pela adoração aos ídolos, a adoração de animais impuros, a adoração à Tamuz, o deus mitológico dos pagãos, ou a quebra do santo sábado de Deus para adorar o sol no dia consagrado a ele, todas essas práticas foram classificadas por Deus como abominações. Foi porque os judeus persistiram em justificar o seu próprio rumo e continuaram com estes costumes pagãos que Deus permitiu a desolação de sua cidade.
Daniel concorda que foram os pecados cometidos pelo povo de Deus que causaram a sua desolação. “Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte,… por causa dos nossos pecados e por causa das iniqüidades de nossos pai….sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto….abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação…” (Daniel 9:16-18). É importante notar que as abominações foram feitas pelo povo apóstata de Deus. Isto, por sua vez, resultou na perda de sua proteção divina trazendo seus juízos e castigos na sua desolação. Este cenário da abominação da desolação nos dias de Daniel, envolvendo o período do Primeiro Templo judaico, prefigura as duas outras abominações da desolação profetizadas em Daniel. A próxima que iremos analisar é a que diz respeito ao período do Segundo Templo judaico.
O Segundo Templo Desolado
Após sua libertação do cativeiro babilônico e reconstrução da cidade e do templo, os líderes judeus construíram um monte de regras e regulamentos concebidos para protegê-los de repetirem os pecados que levaram à sua escravidão. O sábado do sétimo dia, o quarto mandamento, tornou-se um objeto especial de reforma. Os judeus fundamentavam, que uma vez que foi a transgressão do sábado que os levaram ao cativeiro, seria necessário definirem em pormenor a forma como o sábado deveria ser observado.
Mais de 500 regras relativas à guarda do sábado acabaram surgindo. Algumas dessas leis sabáticas eram tão ridículas quanto esta: não se pode deixar um ovo no sol no sábado, porque o sol pode cozinhar o ovo, e cozinhar no sábado é uma violação do quarto mandamento. Claro, isso só resultou em um sistema de puro legalismo. No passado as pessoas começaram a acreditar que a graça diante de Deus dependia de quão bem elas obedeciam as tradições de seus antepassados.
Finalmente, o povo foi levado mais uma vez a desobediência. Jesus dizia que, apesar de sua aparente religiosidade ainda estavam quebrando a lei de Deus, da mesma forma que seus antepassados durante os dias de Isaías e Daniel. “Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens… Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição…invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes” ( Marcos 7:6-13). Mais uma vez as pessoas se viram imersas em adoração vã e rebelde.
Apesar de sua apostasia manifestar-se em legalismo, em vez de relaxamento, ela ainda era baseada no mesmo princípio sobre o qual todas as religiões pagãs são baseadas – que o homem pode se salvar por suas próprias obras. Jesus, como Jeremias, repreendeu o sistema religioso vigente e chamou-lhe de abominação. “Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação” (Lucas 16:15).
Jesus expressou seu descontentamento para com essas abominações em numerosas ocasiões. A mais notável foram as duas vezes em que Ele purificou o templo. Nessas vezes Ele expressou sua raiva contra a profanação de seu santo lugar. A controvérsia entre Jesus e os judeus girava sobre a religião. Os líderes religiosos odiavam Jesus, porque Ele não se parecia com o Messias, Ele não respeitava as suas tradições e principalmente Ele não guardava o sábado, da forma que eles pensavam que deveria ser guardado. Esta última questão enfureceu os judeus e os levou a procurar a morte de Jesus (cf. João 5:10-16, Mateus 12:1-4, Marcos 3:1-6).
Apesar da resistência dos líderes religiosos, Jesus procurou novamente trazê-los ao arrependimento e reforma. Muitas vezes Ele os repreendeu por seus caminhos errados apontando-lhes o caminho para a verdadeira religião imaculada que é de grande valor aos olhos de Deus. No entanto, endureceram seus corações e não aceitaram as ondas da misericórdia de Deus.
Assim Jesus entrou em Jerusalém pela última vez, seu olhar profético viu as conseqüências da rebeldia constante do povo. Com o coração aflito e lágrimas rolando pelo rosto, ele profetizou o castigo que viria a cidade: “dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados, e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação” (Lucas 19:41-44).
Depois de ensinar no templo durante vários dias, Jesus deixou o recinto pela última vez. Novamente ele foi estrangulado com uma angústia por ver o resultado final da apostasia do Seu povo. Ele exclamou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!, Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a casa de vocês ficará deserta” (Mateus 23:37,38).
Em ambas as ocasiões, Jesus colocou a culpa sobre o povo, ao afirmar, “não conheceram o tempo da sua visitação” e “vós não o quisestes”. Como resultado de não responderem ao chamado de Deus para abandonarem suas abominações, o templo seria desolado. Esta profecia foi cumprida em 70 dC, quando os exércitos romanos de Tito queimaram o templo e o colocaram ao chão. Esta segunda desolação do templo é perfeitamente paralela a sua primeira destruição. Em ambas as ocasiões as abominações foram causadas pelo povo apóstata de Deus e a desolação foram atos de julgamento realizados por um exército pagão.
Esta desolação de Jerusalém foi profetizada por Daniel, sendo o resultado de as pessoas rejeitarem o Messias, o príncipe. Um estudo cuidadoso de Daniel 9:25-27 mostra que seja este o caso. No versículo 25 o Messias é prometido a Israel e o restabelecimento da cidade também é previsto. Mas então, ameaçadoramente, a condenação é profetizada novamente. O versículo 26 fala do Messias sendo morto por seu próprio povo e de como este ato causaria a devastação da sua cidade e do santuário novamente.
Como Daniel ouviu Gabriel retransmitir esta profecia, isto foi para sua mente uma repetição do que tinha visto acontecer a Jerusalém da época. A profecia indica que a história iria se repetir, e foi exatamente isso que aconteceu. As abominações que o povo de Deus cometeram resultou, em 586 aC e 70 dC, na destruição do seu santuário e da cidade – primeiramente por Nabucodonosor, em seguida, por Tito.
Porque Israel rejeitou o Messias, perdeu seu lugar como o povo favorecido de Deus. Jesus previu que isso aconteceria, dizendo: “o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mateus 21:43). Israel perdeu sua franquia do evangelho por seu próprio pecado obstinado.
Quem seria a nova nação a receber o reino de Deus e produzir os seus frutos? A Bíblia dá uma resposta clara e concisa na carta do apóstolo Pedro para os conversos gentios, que “antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus”. Dos convertidos ao cristianismo, o novo povo de Deus, ele ainda diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9-10).
Na nova dispensação Deus concede aos cristãos convertidos todos os privilégios e as promessas que foram feitas para a semente literal de Abraão (cf. Gálatas 3:26-29). Agora os cristãos convertidos assumem o papel de Israel e a igreja cristã absorve o status do templo ou santuário de Deus. As Escrituras deixam isso bem claro em textos como Romanos 2, 28,29 2:05, Efésios 2:11-13, 19-22 e 1 Pedro.
A Desolação Final
É a partir deste princípio do Novo Testamento do Israel espiritual, que Daniel fala da abominação da desolação no terceiro e último tempo. Essas referências podem ser encontrados em Daniel 8:13, 11:31 e 12:11. Perspicazes estudantes de história profética percebem que estes versos previam a formação e ascensão do poder papal. É um fato incontestável da história que o papado trouxe para dentro da igreja cristã, a mesma prática do paganismo antigo pela qual Jerusalém foi destruída. Basta um pequeno estudo para vermos como o culto à imagens, o culto à Tamuz, e o culto ao sol foram introduzidos ao cristianismo durante a Idade das Trevas. Muitas destas abominações ainda estão entre nós sob a forma de estátuas, velas para os santos, rosário, serviços do amanhecer da Páscoa e culto de domingo.
Isso não quer dizer que a apostasia papal exonera o protestantismo. A maioria das igrejas protestantes aderiram à apostasia, continuando com a prática de abominações que têm suas raízes firmadas nas religiões pagãs antigas, que foram criadas para destruir a verdade de Deus. Tanto o catolicismo como o protestantismo têm estimulado abominações no lugar santo de Deus, Sua igreja. A igreja cristã é o espelhamento do Israel literal. Nós estamos repetindo muitos dos mesmos pecados e conseqüentemente colheremos a mesma punição de desolação, a menos que estejamos dispostos a ler a escrita na parede e fugirmos da Babilônia.
É claro que as três ocasiões da abominação da desolação encontradas em Daniel resultaram da apostasia por parte do povo de Deus, mas qual é o sinal que nos diz quando a desolação está proxima?
Em Lucas 21:20 Jesus disse aos Seus discípulos qual seria o último sinal da iminente destruição de Jerusalém. Ele Disse: “quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação”. Este texto não indica que os exércitos sejam a abominação, mas sim que os exércitos foram o instrumento para causar desolação. Através dos exércitos romanos Deus executou “o dia da vingança” contra as abominações de Israel.
Quando os exércitos romanos cercaram Jerusalém, isto foi um sinal de que a maioria dos líderes da cidade e seus habitantes tinham ultrapassado os limites da graça e enchido sua taça de iniqüidade. Para os cristãos que viviam na cidade, isso seria um sinal de que Jerusalém logo sofreria o julgamento de Deus. Tão logo a primeira oportunidade surgiu, os cristãos “fujiram para os montes” (v. 21). Em 66 dC, quando Cestius, o general romano, cercou a cidade, os cristãos sabiam que o sinal prometido havia chegado e tinha chegado a hora de fugirem. Na sua primeira oportunidade para fugir eles fizeram isso, e nenhum cristão morreu na destruição horrível de Jerusalém em 70 dC.
Assim como Deus deu aos primeiros cristãos um sinal de quando deveriam fugir de Jerusalém, Ele também nos têm dado um sinal. Ele têm feito o possível para que cada cristão saiba quando a hora do estágio deste mundo estiver chegando ao fim.
Em Apocalipse 13 e 14, João relata uma lista de presságios que nos dirá o quão perto estamos do fim. O sinal que irá mostrar que as nações encheram sua taça de iniqüidade será quando fizerem uma imagem para o papado, unindo a igreja e o estado. Quanto mais nitidamente isto poderá ser feito pela aprovação de uma lei nacional dominical que ordenará a todos a adoração de um dia de adoração pagão? Esse evento será um cumprimento direto de Apocalipse 13:15-17, e garantirá que o fim dos tempos desta Terra se aproxima.
Um autor descreve os próximos eventos desta maneira: “Como a aproximação do exército romano foi um sinal para os discípulos da iminente destruição de Jerusalém, assim pode esta apostasia ser um sinal para nós que o limite da paciência de Deus é atingido, que a medida de iniqüidade de nossas nações está cheia, e que o anjo da misericórdia está prestes a alçar seu vôo”. Quando as igrejas terem se apostatado em suas abominações, a tal ponto de ser decretada uma lei religiosa, que desloca o santo sábado de Deus para um feriado pagão, podemos deixar nossas cidades, sabendo que um tempo de angústia se aproxima.
A abominação da desolação é um assunto importante nestes últimos dias. Se estudarmos esta profecia com cuidado, veremos que cada um dos seus três cumprimentos se refere a uma apostasia nacional do povo de Deus, que termina com sua trágica destruição. Estamos agora vivendo no tempo da apostasia final da igreja cristã, que torna sem efeito os mandamentos da Lei de Deus. Precisamos ver que estamos no meio da profecia e manter os olhos abertos para a culminação de todas as coisas.
Nossa única proteção contra a abominação da desolação é dar as nossas vidas sem reservas a Jesus, amar os outros como Ele os ama e adora-Lo no caminho que a Sua palavra ensina. O maior mandamento é simplesmente amar a Deus com todo nosso coração, alma e força. Se temos esse amor, será natural que façamos tudo para agradá-Lo e honrá-Lo. Em troca, ele vai nos manter em segurança através da desolação que vai fechar a história desta terra antes que ele volte.
Artigo de Gary Gibbs, escrito para o site Amazing Facts. Traduzido pelo blog http://www.setimodia.wordpress.com, do original “The Abomination of Desolation”