Weleson Fernandes A Escrita que Proclama o Evangelho
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Estudos mostram que 80% de todos os ataques cardíacos antes dos 65 anos de idade poderiam ser prevenidos, controlando-se os fatores de risco. O principal fator que não podemos controlar é o histórico familiar. O material genético é transmitido de geração a geração. Se você tem defeito nesse material, é possível que esteja mais suscetível a um ataque cardíaco. Se em seu histórico familiar existem parentes que sofreram ataque cardíaco, você precisará se esforçar um pouco mais para diminuir seus riscos, trabalhando com aquilo que pode controlar.
Outros dois fatores de risco que estão fora do seu controle são idade e sexo. Quanto mais velhos ficamos, mais chances temos de sofrer ataque cardíaco. Homens com idade superior a 45 anos e mulheres com mais de 55 anos são os mais predispostos. Aos 65, ambos os sexos se tornam suscetíveis.
Controle
Embora a pessoa possa ter predisposição genética, existem cinco fatores que ela pode modificar para evitar o ataque cardíaco: fumo, colesterol elevado, diabetes, hipertensão e obesidade. Outros fatores que facilitam a chance de se ter um ataque cardíaco são: estresse, baixo nível de antioxidantes (encontrados em frutas e verduras), altos níveis de homocistina e inflamação crônica. Porém, abandono do cigarro (fumar aumenta em 50% a chance de ataque cardíaco), alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso, controle da pressão e do colesterol são medidas que podem reduzir incrivelmente a chance de se ter um ataque cardíaco. Então, por que não vemos as pessoas fazendo essas coisas? Vejamos algumas razões:
Falta de conhecimento e estresse
Lembre-se: algumas pessoas não possuem acesso à informação necessária sobre o cuidado do corpo. E a sociedade também não ajuda. Ainda encontramos propagandas de cigarro, mesmo que sutis. Lanchonetes esperam os consumidores em cada esquina. Vivemos em um mundo totalmente mecanizado, em que a importância da prática de atividade física é minimizada. Há uma crença geral de que a medicina moderna oferece uma pílula para consertar tudo.
Estresse é o nosso sobrenome. Ficamos acordados até tarde, trabalhamos duro, acumulamos tarefas e tentamos manter a agenda familiar. Celulares, internet e televisão geram sobrecarga de informações. Como lidamos com isso? Desenvolvendo maus hábitos como o de fumar, se empanturrar de comida, ingerir bebidas alcoólicas e, geralmente, perder o bom senso. É impossível se tornar uma pessoa centrada e sem estresse, quando a sociedade impõe tantos obstáculos.
Desejo e motivação
Como se automotivar para mudar os fatores de risco? Acreditando em um Deus que criou o mundo e preparou leis que o governam. Por exemplo, crendo ou não na lei da gravidade, se você pular de um avião, sem paraquedas, haverá consequências. Da mesma forma, se violar as leis da saúde, também vai sofrer. Sua química corporal mudará e doenças se desenvolverão.
Creio definitivamente que Deus tem o poder de curar. Existe a cura repentina, mas, às vezes, a cura acontece vagarosamente. E é assim que Ele nos dá o poder de mudar. Na verdade, esse poder incrível altera a química do corpo – como um remédio – mas não custa caro e não tem efeitos colaterais.
Deus nos deu o poder do exercício físico, da boa alimentação, menos estresse e pressão arterial controlada. Sim, Ele pode nos dar capacidade de aprender como usar o descanso, que é um de Seus potentes antídotos contra a doença do coração.
O livro do Gênesis mostra o Deus do Universo que trabalhou seis dias para criar o mundo e, no sétimo dia, descansou. Como a gravidade, descansar é uma lei universal que, quando violada, gera sérias consequências. O descanso muda a química do corpo para melhor, diminuindo o risco de ataque cardíaco.
Dúvidas
Nestes dias, pode não estar “na moda” escrever que Deus é a solução para doenças cardiovasculares crônicas. Entretanto, a menos que realmente compreendamos o problema, não conseguiremos descobrir soluções duradouras.
O verdadeiro culpado por hipertensão e doenças do coração é o estilo de vida. Acredito que Deus tem as respostas para nossos maus hábitos, pois sabe muito melhor do que nós o que faz bem para o organismo humano.
Nessa sociedade comercializada, é difícil saber em quem ou no que acreditar. Diariamente aparecem novos tipos de dieta. As propagandas prometem: “Este suplemento é a cura. Este medicamento é maravilhoso!” Pouco tempo depois, descobrimos que os mesmos produtos foram retirados do mercado e seus criadores foram processados.
“Este tratamento pode prevenir o envelhecimento”, dizem outros. “Esta cirurgia cura o problema. Esta erva ajudará a pensar melhor.” “Os dados mostram que esta invenção previne o câncer!” A lista continua. Como acreditar no que dizem?
Descanso e alegria
Temos liberdade para fazer boas escolhas, mudando dessa forma a nossa química para melhor. As Escrituras Sagradas também oferecem sugestões profundas para tratamento e prevenção de doenças.
Falamos anteriormente sobre o descanso. No mundo atual, estamos sempre ocupados com algo. Mas, se o descanso é importante para o dono do Universo, que até o transformou em uma lei natural, seguramente deve ser um tratamento para doenças e para manter o corpo que Ele criou.
Há alguns anos, os americanos dormiam nove ou mais horas por noite. Hoje a média é de somente sete horas, e sempre esse descanso é considerado deficiente. Por que isso acontece? Alguns costumam fazer refeições pesadas à noite. Outros ficam em frente da televisão até tarde da noite, acessam a internet ou consomem bebidas estimulantes (incluindo cafeína). Os padrões do sono foram modificados. O descanso é perturbado. Nossa química é alterada. As doenças do coração ficam escondidas na escuridão como em um pesadelo.
Precisamos descansar para restaurar o corpo e substituir as células cansadas. Isso acontece porque precisamos nos livrar dessa sobrecarga sensorial que bombardeia constantemente nosso organismo. O descanso nos ajuda a lidar com o estresse e diminui os danos que ele provoca, além de melhorar nosso sistema imunológico.
Um dos meus textos favoritos na Bíblia, que ensina a mudar a química, está em provérbios 17:22: “O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos.”
Os cientistas descobriram que as pessoas felizes produzem altas doses de uma substância chamada endorfina. Essa maravilhosa endorfina age contra os hormônios do estresse. Se você diminui o estresse, o risco de ataque cardíaco também cai. Como cardiologista, desafio você a não ter medo de sorrir e ser feliz. Será maravilhoso para seu coração.
James Marcum é cardiologista comportamental no The Chattanooga Heart Institute
