Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Efésios 6:11.
Quando eu era menino, vi alguém armando uma arapuca sob uma frondosa jabuticabeira. Permaneci a certa distância, para ver o que iria acontecer. Minutos depois, um pássaro, atraído pela isca apetitosa, foi aprisionado. Como a pessoa que armara a arapuca não estava por perto, soltei o pássaro e saí correndo. Senti-me feliz ao vê-lo voar com a liberdade que o Criador lhe dera.
Lúcifer armou uma arapuca no Céu e pegou a terça parte dos anjos. O próprio anjo de luz caiu. Usando de Sua autoridade, Deus expulsou o armador da cilada, juntamente com os anjos rebeldes. Não satisfeito com o estrago que havia feito nas cortes celestes, o inimigo armou outra arapuca, desta feita, no galho de uma árvore, no Éden. A isca era uma combinação perfeita: o fruto e uma serpente alada. A atração consistiu em despertar na mente de Eva o desejo de saber o que Deus sabia. “Sereis como Deus”, o inimigo insinuou. Gênesis 3:5.
Eva caiu. Ao vê-la na arapuca, Adão entrou para fazer-lhe companhia. Logo se deram conta de que estavam numa enrascada.
Graças a Deus, porém, veio ao mundo o Libertador, Jesus Cristo. Ele veio na “plenitude do tempo”, ou seja, na hora certa. Gálatas 4:4. Pagou um preço muito elevado para nos libertar da prisão do pecado. O apóstolo Paulo, ao sentir as consequências do pecado, exclamou: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7:24. Mas, no capítulo 8, considerado a “catedral da justificação pela fé”, ele acrescenta: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (versos 1 e 2).
O fato de existir um libertador não nos deve levar à ilusão de experimentar a isca do pecado. Jesus está sempre disposto a nos tirar da cilada, pois nos ama profundamente, e veio ao mundo para dar liberdade aos cativos. Mas a sua principal função é nos livrar de cair em tentação. Por isso, disse aos discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mateus 26:41. Pedro negligenciou a vida devocional, e não percebeu a arapuca do inimigo. Ao dizer “Não conheço esse homem!” (Mateus 26:74), o galo cantou para dizer que ele havia caído na armadilha.
Vigiar não significa apenas conhecer o perigo, mas fugir dele.
Pergunta para Reflexão:
Já que fomos libertos por Cristo, por que não permanecermos nEle?
Rubens S. Lessa, A Esperança do Terceiro Milênio, pág. 110.