Sardes foi fundada no século 12 a.C. No passado, foi a capital da antiga monarquia lídia, um dos reinos mais ricos do mundo antigo. A antiga cidade de Sardes foi construída sobre um platô de rochas que se erguiam a 500 metros da planície. Era considerada uma fortaleza impenetrável, mas em 1402 foi invadida e destruída por Tamerlane e nunca mais voltou a ser reconstruída. O período relacionado à igreja de Sardes vai do ano 1517 d.C. ao ano 1821 d.C. – pouco mais de 300 anos. A palavra Sardes quer dizer “remanescentes” ou “aqueles que estão escapando”.
Apocalipse 3:1: “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”
Jesus Se identifica como o Espírito Mensageiro. Mais uma vez, deixa claro que é onisciente e conhece todas as obras do Seu povo. Sardes teve um bom começo, pois carregava a bandeira das verdades bíblicas; trouxe o espírito da Reforma. Começou com uma história de glória e terminou em completa ruína.
1 João 5:12: “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” Jesus Se referiu a Sardes como igreja que tem nome de que vive mas está morta, porque o povo daquela época estava aos poucos se afastando dEle.
Apocalipse 3:2 e 3: “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.”
A estratégia de Satanás que antes era na forma de perseguição contra o povo de Deus, passou a ser “unir-se” à igreja. Foi nesse período, após a Reforma de Martinho Lutero, que houve proliferação de denominações religiosas. Jesus está pedindo para o povo guardar a verdade, mas Satanás percebeu que poderia entrar na igreja e deturpar a doutrina, causando assim separação e confusão.
Sardes simboliza a igreja da Reforma, cobrindo os séculos dezesseis, dezessete e a maior parte do século dezoito. O protestantismo foi fundado em protesto contra as doutrinas e práticas corruptas do romanismo, mas a falta de conhecimento das Escrituras produziu debilidade espiritual e conformidade com o mundo.
Apocalipse 3:4 e 5: “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos.”
As pessoas que não se contaminaram são aquelas que, mesmo em meio à confusão de diversas denominações, se mantiveram fiéis à Palavra de Deus. Jesus afirma que esses fiéis ganhariam vestes brancas e teriam seus nomes no livro da vida.
Apocalipse 19:8: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Os fiéis herdarão a Justiça de Cristo.
Apocalipse 3:6: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Todo ser humano deve ouvir o que Deus diz.
Igreja de Filadélfia
Filadélfia se localizava em uma vasta colina entre dois vales férteis. Esta igreja recebe elogios e nenhuma falha é mencionada. Esse tempo representa um período missionário, quando pregadores falavam sobre a mensagem de um grande despertamento.
O período relacionado à igreja de Filadélfia vai do ano 1821 d.C. ao ano 1844 d.C. – o mais curto entre todos os outros.
Apocalipse 3:7: “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.”
Jesus Se identifica como aquele que tem a chave de Davi. Quer dizer, aquele que tem toda autoridade e poder.
Apocalipse 3:8: “Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome.”
Jesus afirma que para aqueles que se mantivessem fiéis Ele abriria uma porta e ninguém fecharia. Mas que porta é essa?
Apocalipse 11:19: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da Sua aliança foi vista no Seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.”
Porta da graça, salvação. Não era uma porta para o Céu, mas uma porta aberta no Céu. No santuário celestial, onde Jesus ministrava no lugar santo, foi aberta uma porta e Ele passou ao lugar santíssimo.
Nesse momento da história, através da nova luz, novas verdades foram apresentadas, como, por exemplo, a guarda de todos os dez mandamentos apresentados em Êxodo 20. Quando a porta no Céu se abriu, as portas das igrejas protestantes se fecharam.
Apocalipse 3:9: “Eis que Eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que Eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que Eu te amo.”
Jesus está Se referindo aos que dizem ser Seus seguidores, mas não são. O grande perigo atual está nas igrejas que pregam, digamos, 95% da verdade. Por ocultar os 5% restantes elas automaticamente deixam de ser de Cristo. Lembre-se sempre que para saber se você está no lugar certo é preciso que a igreja pregue 100% das verdades bíblicas.
Apocalipse 3:10: “Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra.”
Promessa de Deus para os filhos fiéis que iriam passar por aflições. Tempo de angústia. Deus promete proteção na hora da dificuldade.
Apocalipse 3:11: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”
É a primeira vez no Apocalipse que Jesus coloca Sua volta como fato iminente. Não é mais apenas uma promessa, mas o próprio Filho de Deus fala com clareza que Sua segunda vinda está próxima.
Apocalipse 3:12: “A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do Meu Deus, e também o Meu novo nome.”
Jesus promete ao filho fiel e vencedor três bênçãos especiais.
Apocalipse 3:13: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.”
Ouça o que Deus diz!
Laodicéia
Laodicéia era uma cidade muito rica. A confiança nas riquezas era tanta que seus habitantes não aceitaram ajuda de Roma para reconstruir a cidade, depois que um terrível terremoto a destruiu. Sua riqueza vinha principalmente do comércio e dos juros bancários. O período relacionado à igreja de Laodicéia vai do ano 1844 d.C. até os dias de hoje. Isso significa que as mensagens de Jesus para este período são para você e para mim – a mensagem é para nós, que levamos a bandeira das verdades bíblicas; povo cristão que guarda os dez mandamentos e têm o testemunho de Jesus.
Apocalipse 3:14: “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.”
Jesus Se apresenta como o “princípio da criação de Deus”. A palavra usada no original, em grego, é Arché, que significa “origem ou agente da criação”.
Apocalipse 3:15 e 16: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.”
Só esses dois versículos dariam um sermão, tamanha a importância do conteúdo. Jesus começa a mensagem com palavras extremamente fortes. Ele diz conhecer tudo o que você e eu. Conhece o que está em nosso íntimo. Conhece as intenções do nosso coração. Em seguida, diz que se não somos frios nem quentes, somos pessoas mornas. E afirma que preferiria uma das duas condições, menos a mornidão.
Jesus está falando aqui sobre a mornidão espiritual em que vivemos nos dias de hoje. Estamos dentro da igreja, guardamos os mandamentos, temos o testemunho de Jesus, cremos em Sua volta, mas pelo fato de termos a verdade, achamos que não precisamos mais trabalhar.
A mensagem aqui é para todos os cristãos de nome. Aqueles que falam muito bonito, mas que não vivem os ensinos da Palavra. São os cristãos de banco, que ouvem as lindas pregações e os louvores, mas não falam mais de Deus para ninguém. São os cristãos que se tornaram indiferentes espiritualmente.
Jesus usa uma série de adjetivos fortes e negativos para Se referir ao povo morno. É um recado para todos aqueles que se acham bons a ponto de não precisarem de Deus. São aqueles que dizem ser conhecedores da verdade, arrogantes e presunçosos. A mensagem é para as pessoas que têm a pretensão de imaginar ser algo que não são.
Frio – É um estado desconfortável o bastante para saber que há algo errado. São as pessoas que desconhecem as verdades bíblicas, que vivem a vida conforme sua vontade.
Quente – Esta condição representa uma igreja pronta a fazer o bem. Repleta do primeiro amor, do temor, adoração. Cheia de louvor, alegria e sabedoria.
Morno – Mistura de quente e frio. Mistura de mundanismo e religião, o que é nauseante para Cristo. Religiosa o bastante para não desprezar o Seu nome, mas mundana demais para assumir uma posição firme ao lado dEle.
O problema não é doutrinário, mas comportamental.
É uma mensagem de Deus para acordar todo cristão que se encontra nessa condição de mornidão.
Apocalipse 3:17: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.”
Os presunçosos e arrogantes Jesus coloca nas condições de:
Desgraçados: dignos da misericórdia de Deus.
Miseráveis: dignos de pena.
Pobres: pobreza espiritual, falta de dedicação, trabalho, oração.
Cegos: falta de visão. Cegos para as necessidades alheias, para a necessidade da pregação do evangelho.
Nus: despidos, desprovidos das vestes de glória e beleza que devem adornar a igreja de Deus.
Apocalipse 3:18: “Aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.”
Através do Seu inexplicável amor, Jesus dá a receita para os que necessitam de cura. Chama Seu povo para comprar (de graça) dEle ouro e roupas brancas.
Jó 23:10: “Porém Ele sabe o meu caminho; provando-me Ele, sairei como o ouro.” Jesus nos convida a nos purificarmos e a refinarmos a fé.
Apocalipse 19:8: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.”
Os fiéis herdarão a justiça de Cristo. Jesus nos chama para nos despirmos de nossa própria justiça e vestirmos a dEle.
Atos 10:38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.” O colírio é o Espírito Santo.
Efésios 1:18: “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” O trabalho do Espírito Santo é iluminar nossa mente, abrir nossos olhos para que enxergamos o que Deus tem para nos mostrar.
Apocalipse 3:19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”
A repreensão de Deus são expressões de amor, porque por meio delas Ele espera que nos voltemos para Sua verdade.
Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”
Um dos mais lindos versículos da Bíblia. É interessante notar que anteriormente Jesus também fala de uma porta. Mas Ele tinha a chave para abri-la. Aqui Jesus afirma que Ele está à porta e precisa bater, logo, entende-se que Ele está do lado de fora.
Esta porta representa o seu e o meu coração. Jesus está ali, a todo o momento, batendo para que possamos abrir.
Jesus não força a entrada pela porta do nosso coração. Ele valoriza nossa liberdade de escolha. Respeita nosso livre-arbítrio.
Apocalipse 3:21: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.”
Os que abrirem o coração a Jesus estarão ao lado dEle no Céu.
Apocalipse 3:22: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”
(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga)
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