Nós estamos vivendo em uma época extraordinária da história da redenção!
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, assumindo a função de um poderoso mensageiro celeste, cuja obra abarca a Terra e o mar, anuncia em Apocalipse 10, por meio de um juramento solene, que não haverá mais um período definido de tempo que nos separe da consumação do mistério de Deus!As grandes cadeias proféticas da Bíblia já se cumpriram. Desde que nosso Sumo Sacerdote entrou no Lugar Santíssimo do santuário celestial, em 1844, “já não haverá demora” (Apocalipse 10:6).
Esperança em meio à crise
Não há dúvida de que a comissão de nosso Senhor será cumprida. As profecias são também promessas que garantem que a igreja de Deus será capacitada com extraordinário poder divino para cumprir o papel de “reparador de brechas e restaurador de veredas” (Isaías 58:12). Esse é um assunto dos mais vitais, a respeito do qual voltaremos a tratar oportunamente. Por agora, queremos enfatizar o necessário preparo individual em face de nossas responsabilidades diante de Deus, num momento crucial da história da salvação, quando Cristo está exercendo em Seu santuário a dupla função de Sacerdote e Juiz.
Ora, já é fato bem estabelecido o que a derradeira obra de Cristo no local do trono de Deus deve significar para o crente. Nosso Sumo Sacerdote não está ocupado com formalidades. No santuário do Céu, a obra de Cristo é viva, dinâmica, transcendental e relacionada com assuntos eternos. Ali, Ele dirige os rumos da batalha e o destino de Sua igreja em direção a um glorioso desfecho! Não há da parte de Cristo nenhuma indiferença nem tampouco uma atitude passiva frente à dramática luta de Seus filhos contra os poderes das trevas. Ele está ativamente empenhado no conflito, e nos provê amplos recursos a fim de vencermos como Ele venceu!
Não é de admirar que as promessas do Apocalipse sejam destinadas apenas aos vencedores. A vitória de Cristo mediante Sua vida perfeita, Sua morte na cruz e Seu ministério sacerdotal no templo de Deus é a garantia da nossa vitória! Sua intercessão junto ao trono do Pai no poder de Sua oferta sacrifical pode salvar totalmente o pecador penitente que aceita, pela fé, a Sua justiça imaculada. Por intermédio do juízo investigativo, nosso amado Salvador declara finalmente dignos da vida eterna os que “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14)!
Assim, em virtude da realidade da obra de Cristo no santuário celestial, o crente tem essa esperança, a qual é como “âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu” (Hebreus 6:19-20)! Não estamos sozinhos na luta renhida que temos de travar! Conquanto haja muitos desafios e obstáculos que pareçam intransponíveis, “Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hebreus 9:24). Não é esse um assunto que deve cativar cada fibra de nosso ser e motivar-nos a triunfar como Cristo triunfou?
Advertência em face do tempo
Mas essa é também uma mensagem de advertência. A atitude solene e o senso de urgência do anjo portador do evangelho eterno (Apocalipse 14:6), motivado pelo início do juízo no Céu, indicam a suprema necessidade de desenvolvermos em nosso caráter os elementos de força, valor, fé em Deus e absoluta confiança nEle enquanto a porta da graça ainda nos é franqueada. A natureza do tempo em que vivemos requer de nós tal atitude, a qual é fruto de uma relação íntima com o Cristo vivo, que, do santuário celestial, dirige o destino do mundo e o progresso de Sua igreja.
Desde 1844, quando se cumpriu a grande profecia dos 2.300 dias/anos (Daniel 8:14), nosso Sumo Sacerdote tem estado ativamente empenhado em purificar Seu povo e o Seu santuário dos registros de pecados que contaminam os lugares santos. Quanto tempo Cristo precisará para levar a termo a solene obra que então decidirá eternamente o destino de cada alma? Haverá nosso Senhor já passado para o caso dos vivos?
Desde que nosso Sumo Sacerdote entrou no Santo dos Santos do santuário celestial, passaram-se pouco mais de 170 anos. Parece-nos um período de tempo muito longo, se comparado à nossa curta existência neste mundo. Representa, porém, apenas uma pequena fração de tempo em relação ao maior período profético das Escrituras! Precisaria Cristo de mais 170 anos para concluir Sua obra de purificação do santuário no Céu?
O aumento da impiedade no mundo, a degradação do que restou da dignidade humana, a escalada sempre crescente da violência, o complicado jogo de poder entre as nações, os desafios à governabilidade por motivação religiosa, especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, as mudanças climáticas, a revolução cultural, os rumos, enfim, que tem tomado o mundo, tudo isso indica com insofismável clareza que não resta muito tempo. O Espírito Santo não agirá para sempre nos homens. Em breve Cristo concluirá Sua obra de mediação e purificação do santuário celestial para vir buscar o Seu povo, “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12).
A obra divina de julgamento é conclusiva e definitiva em suas consequências. Quando o Senhor Jesus finalmente encerrá-la, proferirá a grave e solene sentença: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Apocalipse 22:11). Quão tremendo é esse veredito procedente do trono de Deus, o qual decidirá irrevogavelmente o futuro de cada pessoa!
Senso de urgência e necessidade
Compreendemos, então, o ímpeto do primeiro anjo de Apocalipse 14, que, movido pelo início da obra de julgamento no local do trono de Deus, proclama em grande voz o evangelho eterno a cada nação, tribo, língua e povo! Tal verdade – o evangelho original e inalterável de Cristo – deve despertar nossas faculdades espirituais adormecidas e favorecer uma completa reforma de vida, uma mudança radical nas ideias e teorias, hábitos e práticas.
A pregação de reavivamento tem sido a nota tônica do evangelho eterno. A mensagem de João Batista era: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:2). A mensagem de Cristo para o povo advertia: “Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13:5). A mesma mensagem foi ordenada aos apóstolos. E Deus deseja que a antiga mensagem evangélica seja pregada hoje: tristeza pelo pecado, arrependimento, confissão e abandono dos maus caminhos. Nesse sentido, o evangelho eterno é o evangelho como sempre tem sido. A diferença é que há agora uma razão adicional para obedecermos ao apelo da graça: o início do juízo pré-advento!
Assim como no Dia da Expiação típico o israelita necessitava realizar uma obra em favor de si mesmo, a qual consistia em um profundo exame de coração, a fim de identificar qualquer coisa que pudesse separá-lo de Deus e privá-lo dos benefícios da expiação, devemos nós hoje, em face do juízo no Céu, examinar a própria vida e colocá-la em dia com os reclamos divinos, de modo que não sejamos achados em falta quando nosso caso for apresentado perante o tribunal celeste. Nada deve ser mais importante do que ordenar a vida com Deus.
Por meio da oferta de Si mesmo, Cristo abriu um novo e vivo caminho pelo qual os cristãos tem acesso ao santuário celestial, ao próprio trono de Deus mediante a fé (Hebreus 10:19-22). Esse pleno acesso ao Céu obtido por Cristo permite a nossa reconciliação com o Senhor, pois Ele nos representa como Sumo Sacerdote perante o Pai, reclamando Seus méritos em favor daqueles que O buscam. Há, porém, certas condições que precisam ser satisfeitas para nos aproximarmos de Deus no santuário celestial, isto é, para termos íntima comunhão com o Senhor.
Quatro condições essenciais
O apóstolo Paulo, escrevendo sobre o privilégio que os crentes têm do pleno acesso ao trono de Deus por meio de Jesus Cristo, destaca quatro condições que o adorador deve cumprir para se beneficiar desse encontro:
Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. (Hebreus 10:22)
Aproximar-se do Senhor com um coração sincero é a primeira condição para termos íntima comunhão com Deus. Essa sinceridade é essencial no exame de consciência na presença do Senhor. Nesse espaço íntimo do ser com Deus não há lugar para indulgência própria ou escusa para o pecado. A alma examina humildemente a si mesma a fim de revelar-se exatamente como ela é à luz do caráter de Cristo. Contudo, não se desespera frente à sua condição, pois confia no Salvador como sua justiça, santificação e redenção.
A segunda condição é ter plena certeza de fé, ou seja, não duvidar de que teremos acesso a Deus, porque Cristo, como precursor, entrou por nós no santuário celestial, assumindo o mais elevado sacerdócio (Hebreus 6:20)! O pecador que se aproxima de Deus deve demonstrar uma fé inabalável no poder de Cristo para purificar a alma de todo pecado e capacitá-lo a viver uma nova vida (I João 1:9; Romanos 6:4). Uma vez que a “fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17), a dúvida e a incredulidade não deveriam ter lugar no coração do crente que busca a Cristo nas Escrituras como a um tesouro escondido e deseja valer-se de Seus divinos méritos.
Aproximar-se do trono de Deus com o coração purificado da má consciência é a terceira condição, cuja linguagem remete ao santuário levítico. O sangue aspergido sobre o povo, que simbolizava o sangue da aliança (Êxodo 24:8), purificava-os ritualmente, mas não podia purificar sua consciência (Hebreus 9:9, 13). Em contraste, a purificação do verdadeiro santuário é também uma purificação da consciência, efetuada pela virtude do sangue de Cristo (Hebreus 9:14). Purificar a consciência das obras mortas significa substituir o velho coração e seus desejos carnais que orientam a vida por um novo coração, regido pela mente e caráter de Cristo (Romanos 6:6; Efésios 4:22; Colossenses 3:9-10).
A quarta e última condição para uma comunhão íntima com Deus no santuário celestial é apresentar-se diante dEle com o corpo lavado com água pura, uma evidência externa de que houve uma transformação interna realizada pelos méritos de nosso grande Sumo Sacerdote. O batismo por imersão é uma parte dessa experiência, mas a purificação que se menciona aqui vai muito além da profissão de fé. Diz respeito também à santificação “por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:26-27).
Quando o caso de cada professo filho de Deus houver passado pelo escrutínio divino diante do tribunal celeste, quando o Senhor pronunciar a sentença final que decidirá o futuro eterno de cada alma, não haverá mais oportunidade de salvação. Tudo então estará para sempre decidido. Na ocasião de Sua gloriosa vinda, Cristo não virá buscar pecadores, mas pessoas santificadas pelo poder de Sua Palavra. Como tem sido desde o início do plano da salvação, o evangelho é um chamado para o perdão e a santificação, “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).
Colocando a vida em harmonia com o tempo
Nós precisamos pensar: Em que medida eu tenho me beneficiado do ministério sumo sacerdotal de Cristo no local do trono de Deus? Estou cooperando decididamente com o Espírito Santo para desenvolver minha salvação com temor e tremor (Filipenses 2:12)?
Que declaração se fará quando o meu nome for lido perante o tribunal de Deus: “Purificado de todos os pecados diante do Senhor” ou “Pesado foste na balança e achado em falta”?
Hoje, o Senhor ainda é nosso Mediador e Juiz no tribunal celeste. Ainda podemos apresentar o nosso caso diante de Deus e reclamar a perfeita justiça de Cristo em nosso favor. Ainda é possível viver em conformidade com os Seus mandamentos por meio das provisões de Sua preciosa graça.
Nosso nome ainda pode ser aprovado no juízo que confirmará quem serão os coerdeiros e coparticipantes da promessa em Cristo (Efésios 3:6). Então precisamos dar prioridade àquilo que é mais essencial: a nossa salvação e a salvação das almas que necessitam conhecer a mensagem para este tempo.
Esse é precisamente o espírito que move o anjo portador do evangelho eterno, em Apocalipse 14. Devemos demorar-nos um pouco mais sobre o teor de sua mensagem à luz do juízo pré-advento, pois nossa condição presente e futura depende de nossa resposta ao seu solene apelo.
Fonte: Blog Três Mensagens