“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, a cada nação, e tribo, e língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).
O amor é uma qualidade essencial do caráter de Deus, um atributo que constituí a própria natureza da Divindade (I João 4:8).
Esse amor divino, presente em cada ato da criação, é revelado também na abundante graça redentora oferecia ao homem desde que o pecado passou a fazer parte da experiência humana.
O infinito amor de Deus expresso no plano da salvação é revelado no evangelho – a boa nova de que Jesus, o Filho de Deus, nos salva do pecado e nos traz de volta à comunhão com Ele, a Palavra viva (João 1:1-5, 12-14).
Foi por meio de Jesus Cristo que o plano da redenção deixou de ser uma sombra dos bens vindouros, manifestada nos ritos do antigo santuário hebreu, para tornar-se realidade presente no mundo (Hebreus 8:1-6). A essência do evangelho reside no fato de que a graça divina está ao alcance de todo aquele que reconhece a Jesus como seu Salvador pessoal.
É de grande significação que a mensagem de Cristo expressa no evangelho possua tanto um cumprimento histórico e presente, como uma consumação cósmica e futura. O Apocalipse é o elo final e glorioso desta contínua revelação de Cristo através do evangelho eterno.
O evangelho na perspectiva do Apocalipse
O anjo que voa “pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno” se distingue pela natureza, alcance e urgência de sua obra: a figura do anjo testifica da glória que cerca a sua mensagem; a extensão de seu voo, da importância mundial de sua missão; e o anúncio com “grande voz”, do caráter iminente de seu apelo em face das condições aflitivas do mundo pouco antes da volta de Jesus.
Esse anjo representa, naturalmente, os servos de Deus comprometidos com a proclamação final do evangelho (Marcos 16:15-16). Embora anjos de Deus estejam empenhados na mesma obra (Hebreus 1:13-14), a tarefa de anunciar ao mundo as boas novas da salvação foi especialmente confiada aos seguidores de Cristo (Mateus 28:18-20; Atos 1:8).
Por meio das mensagens dos três anjos, o evangelho é apresentado em sua dimensão mais ampla.
Vale notar que a expressão “evangelho eterno” é usada somente em Apocalipse 14:6. A Bíblia revela os múltiplos aspectos do evangelho recorrendo a diferentes expressões (como em II Coríntios 9:13, Mateus 24:14, Efésios 1:13, Atos 20:24, Romanos 10:15, entre outros textos), mas “evangelho eterno” só se usa em Apocalipse 14:6, para sublinhar o fato de que existe apenas um único evangelho (conforme Efésios 4:4-6).
O apóstolo Paulo descreve esse evangelho como “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16, ver também I Coríntios 1:18).
Isto significa que o evangelho não é um tratado teórico sobre salvação, mas a Palavra viva que revela ao mundo um Salvador real, capaz de redimir o pecador arrependido e convertê-lo em uma nova criatura (II Coríntios 5:17).
O evangelho é eterno porque constitui a plena expressão do imutável propósito de Deus em favor da humanidade. E a despeito do que possam fazer os homens, a verdade eterna permanece inalterável, visto que em Cristo “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).
Nisto reside o fundamento de nossa fé e a solidez de nossa esperança!
O evangelho é o grande tema de que se ocupam as Escrituras, particularmente o Apocalipse. Será de grande proveito para nós considerarmos o seu significado à luz da revelação de Deus! Esperamos alcançar este objetivo em nossos próximos posts.