Vamos falar de mais um contraste da epístola aos Romanos. Trata-se de um homem que deseja acertar, mas sempre erra. Quem é este homem? De quem Paulo está falando? Há muita controvérsia entre teólogos sobre a identidade do homem de Rom. 7.
O grande clímax de Rom 5:20 apresenta duas objeções: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.” A 2ª objeção foi analisada em 1º lugar no capítulo 6; e a 1ª objeção será agora analisada, em 2º lugar, no cap. 7. Você notou que ele inverteu a posição das respostas, porque ele tinha que estabelecer as verdades do cap. 6, antes que pudéssemos entender o cap. 7. Ambos os capítulos estão intimamente relacionados. De fato, não podemos entender plenamente o cap. 7, sem antes estudarmos o cap. 6.
Perguntaram a um famoso pregador e teólogo inglês por que ele não pregava sobre Romanos. A resposta dele foi muito sábia. Ele disse: “Quando eu entender o capítulo 6, eu estarei preparado para pregar em Romanos!” Esta é a realidade: sem entender o capítulo 6, não podemos compreender o capítulo 7. Não podemos pregá-lo sem conhecer o seu conteúdo e significado, sem cair em erro. Mas aqui se encontra a maior revelação sobre o homem e o pecado, em toda a Bíblia. Não prometo que será um assunto fácil. Mas o resultado compensa a dificuldade.
Qual é o seu assunto? Paulo vai tratar do lugar da lei. Ele falou tanto que o homem é justificado pela fé, e isso independente da lei e das suas obras, que poderiam surgir algumas dúvidas referentes à lei: Porventura Paulo está diminuindo a importância da lei? Estaria ele dizendo que a lei não tem significado, não tem importância? Estaria ele querendo dizer que a lei foi colocada de lado, em plano secundário? Qual é a importância, qual é o lugar, a posição exata da lei?
I – O DOMÍNIO DA LEI (7:1-6)
Tendo esta visão geral, vamos estudar em Romanos 7, e começando no V. 1: “Porventura ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida?” Esta é a sua 1ª proposição: “A lei tem domínio sobre o homem durante toda a sua vida, (mas não depois dela).”
E ele passa agora às provas, conforme o seu costume inalterável. Este é o seu método infalível: primeiro ele estabelece um ponto, dá a sua proposição, a sua tese; logo a seguir, ele passa às provas. Compreender isto é fundamental para entendermos as mensagens do apóstolo Paulo.
A lei tem as suas limitações. Ele prova essa tese pela instituição do casamento. Vs. 2-3: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.” Ou seja, pela lei do casamento, a esposa está ligada ao marido por toda a sua vida, mas não depois disso. Na morte dele, a esposa está livre da lei. Não será condenada, e está livre para casar com “outro homem”.
Ora, não foi isto o que aconteceu conosco, em relação a Cristo? Paulo completa, no V. 4: “Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, Aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.”
O que significam estas palavras? Vamos entender a analogia do casamento. Alguns estudiosos dizem que estávamos casados com a lei, que o casamento é entre o cristão e a lei. Mas a Bíblia nunca ensinou isso. O contexto do cap. 7 está baseado no cap. 6 e, portanto, não podemos esquecer esse capítulo em nossa interpretação do cap. 7. É o método da antecipação, como Paulo sempre faz.
Quem é a mulher? A mulher casada representa a Igreja, que somos nós. A lei conjugal é a lei dos Dez mandamentos (7:7). Quem é o marido? O marido representa o “nosso velho homem”, com quem estávamos unidos, “casados”. Mas o “nosso velho homem”, Adão em nós, morreu na cruz de Cristo, sendo crucificado (Rom. 6:6), e assim ficamos livres da “lei conjugal” para casarmos com outro homem (7:4), “o novo homem” que é Jesus Cristo, “Aquele que ressuscitou dentre os mortos”, e agora pertencemos a Ele, pela fé.
Este é o mais estupendo fato com respeito ao nosso relacionamento com Jesus Cristo: nós estamos unidos, “casados” com Ele, num estreito relacionamento, numa união ímpar, em íntima ligação com o nosso Salvador. Poderia haver algo mais? Estamos livres da lei porque estamos relacionados a Jesus. A lei não pode mais nos condenar. Este é o grande fato que deve emocionar a cada cristão.
Mas qual é o resultado de um casamento? O que se espera logo de um casamento? Filhos. Esses são os frutos. E os frutos na vida do cristão são os frutos do Espírito Santo: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. (Gál. 5:22-23). Esses são os frutos que vão produzir a conversão de pecadores, que se transformarão em outros filhos de Deus. E assim como a videira está nas varas e as varas estão na videira, produzindo frutos, quando nós estamos casados, unidos a Jesus Cristo, unidos pela fé, nós vamos produzir frutos.
Mas, por que vamos dar frutos? Porque é impossível ser diferente. V. 5: “Porque quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.” Paulo disse aí que é impossível viver sem dar frutos: ou frutificamos para a vida, ou para a morte. Se antes “as paixões pecaminosas operavam em nossos membros”, o que deve acontecer com o cristão? As “paixões santas” também vão operar em nossas faculdades físicas, mentais e espirituais.
O que são paixões? Todos conhecemos o seu significado. São desejos fortes, fortes inclinações, tendências para o bem ou para o mal. Mas paixões não são pecado. Deus criou a Adão com muitas paixões, mas todas elas eram santificadas e controladas. Mas quando o pecado foi introduzido, as paixões naturais se tornaram corrompidas e pecaminosas. Então, a lei (dada antes do pecado), pôs em relevo a pecaminosidade das paixões praticadas pelo homem.
Então, o apóstolo chega ao clímax desta seção, dizendo: V. 6: “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito” – agora a nossa vida é nova porque nós servimos “em novidade de espírito e não na velhice da letra.” O novo está em contraste com o velho; “velhice da letra” significa a nossa antiga tentativa de guardar a lei para nos salvarmos. Mas agora se nós estamos libertos da condenação da lei, podemos viver em novidade de vida, pelo poder do Espírito Santo. Unidos a Cristo, podemos frutificar servindo não pela “letra da lei”, como legalistas, mas conforme o Espírito em novidade de vida (V. 6).
Desse modo, se no cap. 6 Paulo disse que “o pecado não terá domínio sobre vós” (Rom. 6:14), aqui no cap. 7, ele disse que a lei não tem mais domínio sobre nós (7:1). Por quê? Porque a lei não tem mais domínio após à morte. Ora, o capítulo 6 provou que nós estamos legalmente mortos. Em consequência, a lei não tem mais domínio sobre nós. Estamos “libertos da lei” (7:6): ela não pode mais nos condenar. No cap. 6, nós fomos legalmente mortos para o pecado (6:2); no cap. 7, nós fomos legalmente mortos para a lei (7:6). Portanto, a nossa união com Cristo é legitima, e judicialmente legal.
II – A FUNÇÃO DA LEI (7:7-13)
Mas Paulo imagina alguém que poderia objetar ao chegar no seu clímax; alguém poderia dizer: “Mas Paulo, se a lei põe em realce as paixões pecaminosas, então, você está dizendo que a lei é pecado!” diria alguém que raciocina, um bom judeu, um bom fariseu, ou um legalista de nossa igreja: “Não posso concordar, porque você está dizendo que a lei promove o pecado, a lei põe em realce o pecado, as paixões pecaminosas. Portanto, você está dizendo que a lei é a mesma coisa que pecado.”
Paulo responde a esta objeção, fazendo uma pergunta que ele mesmo responde enfaticamente, dizendo no V. 7: “É a lei pecado? Não, de maneira nenhuma!”; uma coisa é lei, outra coisa é pecado. Há uma diferença marcante entre lei e pecado; não vamos confundir os termos.
O que faz a lei? Há um objetivo na lei, porque “eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; ” Há um propósito na lei que é tornar o pecado conhecido, é colocar o pecado em evidência.
Portanto, esta é a 2ª proposição: “A lei revela o conhecimento do pecado.” E Paulo, pela primeira vez nesse capítulo tão famoso, introduz a palavra “eu”, contando a sua própria experiência. Ele diz: “Eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei, pois eu não teria conhecido a cobiça se a lei não dissera: Não cobiçarás..” Paulo não conhecia o verdadeiro significado da lei, até que se confrontou com o 10º mandamento, que revelou o pecado da cobiça, que é a base de todos os outros pecados. A lei não pode justificar. Só pode mostrar o pecado. A lei revela o pleno conhecimento do pecado (3:20).
Mas o que faz o pecado? V. 8: “Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência.” Ora, se a lei revela o pecado, o pecado revela mais pecado ainda, através da própria lei. Portanto, o problema é o pecado, não é a lei.
Hoje se pode constatar como a publicidade de crimes está enchendo o mundo de mais crimes. Dê uma grande ênfase de como os pais lançaram uma criança pela janela abaixo, e na outra semana, virão outros pais lançando outras crianças pela janela, ou maridos jogando a esposa escada abaixo, ou jovens matando as namoradas. O pecado, o crime, a violência e a cobiça atraem mais pecado ainda. A aprendizagem é instantânea. O grande problema da pornografia, dos crimes, da violência, dos filmes exibindo tudo isso é que o pecado gera mais pecado ainda, enchendo o mundo de mais pecado, imoralidade e truculência.
Nos V. 9-12, Paulo continua na mesma argumentação, ampliando o assunto, afirmando que no passado, ele confiava em sua própria justiça, julgando-se correto em todas as coisas. Mas quando teve uma revelação da lei em seu caráter espiritual, e aquela mesma lei que servia de fonte de vida se tornou um martírio, provocando a sua completa morte espiritual. Mas na realidade, ele diz que isso foi motivado pelo pecado, não pela lei, porque a conclusão é esta: a lei é “santa, justa e boa”. Ela apenas cumpriu o seu papel. Nada mais.
III – O HOMEM DA LEI (7: 13-25)
Mas alguém poderia chegar a uma conclusão errônea, dizendo: “Bem, se isso é verdade, que a lei ressalta o pecado e gera a morte, então será que esta coisa que é tão santa, justa e boa se tornou em uma coisa má? Se a lei faz todas estas coisas, então ela não pode ser boa; mas, pelo contrário, é má, é ruim, e promove até a morte.” Um bom fariseu não poderia concordar com isso.
Agora, Paulo prepara a resposta a esta 3ª objeção, e ele mesmo faz a pergunta: V. 13: “Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum!” É impossível que a lei, sendo boa, seja má, ao mesmo tempo. “Pelo contrário; o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte [espiritualmente], a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.” Novamente, o problema não é a lei, mas é o pecado. Portanto, temos a 3ª proposição: “A lei não pode santificar por causa do pecado.” O problema é o pecado. Este sim, é a coisa ruim, má; é a pior miséria que já existiu em todo o universo.
Paulo está introduzindo um novo conceito. Se até aqui ele provou que a lei não pode justificar; agora ele prova que a lei não pode santificar, porque a lei não tem o objetivo de santificar; porque como a lei não pode justificar, a lei também não pode santificar. O objetivo da lei é revelar o pecado.
Os judeus diziam: “– Para você se santificar, você precisa da lei, porque a lei vai dizer exatamente aquilo que você precisa fazer e aquilo que você não deve fazer.” E então o fundamento da santificação, dizia um bom judeu, é a lei. “– Se você não tem a lei, você não pode ser correto, justo, perfeito, porque a lei é o fundamento da santificação.”
Agora o apóstolo diz: “Não, de modo nenhum, isso não pode acontecer. Sabe por que a lei não pode santificar? Por causa do pecado.” Mas então, o problema não é a lei, é o pecado.
E aqui nós estamos entrando na 3ª seção, a mais importante, em que os teólogos têm debatido por muitos séculos; e eu gostaria de apresentar estes pontos a fim de que você possa ser esclarecido e com muito mais alegria pela certeza da salvação.
Vamos ler o V. 14: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” Aqui está a grande razão porque a lei não é o problema; o grande problema sou “eu” e o pecado. A lei é espiritual; mas eu sou carnal. Este é o problema. Paulo introduz novamente, o pronome “eu”, e acaba complicando aquilo que ele queria facilitar. Entretanto, esta é a maior revelação do conhecimento entre o homem, a lei e o pecado, que muitos ainda não entenderam.
Certa vez, em um debate bíblico entre dois cristãos de diferentes denominações, no Rio de Janeiro, um era a favor da lei e o outro era contra. Um defendia que, apesar da nossa salvação pela fé, nós temos ainda o dever de guardar a lei. O outro tentava por todos os meios anular a importância da lei, negando as suas funções mais claras. E para ilustrar isto, ele disse: “Conforme Rom. 7:14, disse Paulo: “A lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal”. E concluiu: É por isso que não podemos guardar a lei: a lei é espiritual e nós somos carnais!” Ora, será que os cristãos são carnais, ou já foram convertidos em homens espirituais? (Gál. 6:1).
A grande questão é esta: Quem é esse homem? Paulo introduz um homem hipotético, na pessoa dele; ele personifica esse homem. E os grandes teólogos tem debatido sobre esta questão: Quem é o homem de Rom 7:14, eles perguntam? E as respostas são variadas. Seria Paulo? Se for Paulo, em que época de sua vida ele está se descrevendo? Antes, durante ou depois de sua conversão?
Qual é a situação deste homem: V.15: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.” Esta é a situação: Ele não faz o que quer; ele faz aquilo que ele odeia. Ele odeia o pecado, mas comete o pecado. Esta é a situação.
Mas os versos 16 e 17 revelam mais 2 afirmações. V. 16: “Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.” Primeira: Consinto com a lei; a lei é santa, justa e boa. V. 17 – A segunda afirmação: “Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.” Mas que tremenda afirmação! Agora chegamos a um ponto difícil. Ele acabou de dizer que aquilo que ele faz de errado, é ele quem faz (verso 16). De repente, no verso 17 ele diz: “Não, aquilo que eu faço, realmente não sou eu, mas o pecado que habita em mim.”
Afinal, quem é o responsável? Estamos livres da responsabilidade? Se isso é assim, então, nós vamos dar razão aos psicólogos que dizem que nós não somos culpados, porque não somos responsáveis, somos humanos, e todo ser humano comete erros, e não existe pecado; o que existe é erro humano, e isto é herança de todos. Não precisamos adoecer por causa da culpa, porque não cometemos pecado. Pecado é um mito alimentado pelas gerações passadas do tempo da Idade Média. Nós apenas cometemos erros, falhas que todos cometem.
Teria Paulo a intenção de se desculpar, dizendo que ele não é o responsável pelos seus maus atos? Estaria Paulo se eximindo da culpa? Colocando a culpa no próprio pecado que habitava nele? A resposta está nos V. 22-23: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.”
O que é que ele quer dizer? No “homem interior”, ou seja, na minha mente, eu tenho prazer na lei de Deus; mas eu encontro nos meus membros, na minha carne, na minha natureza pecaminosa, eu encontro uma lei, um princípio que faz guerra comigo mesmo; o princípio pecaminoso que está no corpo, habita com a natureza pecaminosa faz guerra contra a lei da minha mente, o princípio espiritual, e, como eu não encontro uma saída, eu sou escravo da minha própria natureza. Esta é a pior escravidão.
Paulo está falando de duas vontades em conflito dentro de si mesmo. Uma vontade vem do “homem interior”, que é a mente que tem prazer na lei de Deus; a outra vontade procede da “lei do pecado”, ou o princípio do pecado, que está em sua natureza, que todos têm, que nos impele para o mal. Então, esse homem tem um “eu” que fica dividido entre duas vontades, uma espiritual e outra carnal. “Neste caso, quem faz isto já não sou eu (em minha vontade espiritual), mas o pecado (a minha vontade carnal) que habita em mim.” (7:17). Ambas as vontades residem neste ser; no final da luta, a vontade de pecar domina o “eu” desse homem, e ele chega a dizer consigo mesmo: “Agora, eu quero pecar!” enquanto que o seu ser espiritual clama em desespero.
Paulo fala de uma luta interna, que acontece com este homem aqui descrito. Ele quer fazer o bem, ele ama o bem, ele tem prazer na lei, mas ele acaba cometendo o pecado que ele odeia. Há uma luta, uma batalha mental, entre o “eu” espiritual que quer fazer o bem, e a vontade carnal que deseja praticar o mal. É uma luta ingente entre o homem interior e a natureza pecaminosa. E esta natureza leva esse homem a fazer certas coisas que ele jamais gostaria de fazer. Esta é a verdadeira escravidão.
Seria isto uma luta da natureza espiritual contra a natureza carnal? Há uma teoria muito em voga, lançada pela Bíblia de Scofield, que diz o seguinte: o cristão tem duas naturezas: uma carnal e outra espiritual, que lhe foi implantada na conversão. E estas duas naturezas entram em conflito, procurando cada qual vencer a outra. Então, os pregadores evangelistas ilustraram isto, colocando dois cães fortes lutando entre si. Então, perguntam para o auditório: “Qual dos dois cães vai vencer?” Lógico, aquele que estiver mais bem alimentado.
É uma teoria muito bonita, muito interessante, que tem sido pregada por algum tempo, e emocionado a muitas pessoas, mas não tem apoio bíblico. A Bíblia nunca disse que temos duas naturezas. Paulo fala da mente lutando contra a sua natureza; nunca falou em duas naturezas, uma espiritual e outra carnal. Ele sabe que o homem não pode ter duas naturezas, porque natureza significa a essência, o cerne do homem, e ele não pode ter duas essências.
Qual é a mensagem de Paulo? Ele fala da transformação do homem carnal, em homem espiritual (“sois espirituais” – Gál. 6:1). Ele fala em recebermos a vida espiritual, porque estávamos mortos espiritualmente (Efé. 2:1), e recebemos a vida. A nova vida espiritual foi implantada em nossa única natureza, produzindo uma nova tendência, uma inclinação espiritual que luta contra a natureza carnal. Portanto, a luta é entre duas tendências, não entre duas naturezas, porque temos apenas uma natureza que em santificação está sendo transformada, dia a dia (Rom. 12:2; Luc. 9:23).
E então, esse homem na sua luta chega ao desespero e diz: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
A QUEM SE REFERE o apóstolo Paulo? Esta é a grande questão. Será que Paulo está falando do ímpio ou do justo? Do cristão ou do homem não regenerado? Ou de um meio termo? De quem ele realmente está falando: Como podemos nós descobrir isso?
Vamos fazer uma análise rápida sobre este ponto.
1) Em 1º lugar: Vamos supor que este homem seja o ÍMPIO – será este o homem descrito aqui, o ímpio?
O V. 14 parece favorecer este conceito: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” Alguns dizem: Aqui está: o homem carnal é o ímpio; então, o apóstolo Paulo está se referindo ao ímpio. Ele diz que esse homem é “vendido à escravidão”, é “carnal” e é escravo do pecado. Só pode ser a descrição do ímpio!
Mas acontece que o ímpio nunca reconhece isso. Ele não diz “eu sou carnal”, “eu sou ímpio”, “eu sou escravo”. Os judeus, os próprios judeus disseram: “Nós nunca fomos escravos de ninguém” (João 8:33). O ímpio não sabe que a lei é espiritual, e não sabe que ele é vendido, e não sabe que ele é escravo, e não sabe nem o que é pecado.
Portanto, ele não diz assim: 7:15 – “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.” O ímpio não detesta aquilo que faz; pelo contrário, ele ama, ele aprecia, ele não odeia o pecado.
Verso 22: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus.” Podem essas palavras se referir ao ímpio? Não podem, porque ele não tem prazer na lei de Deus.
Verso 23: “mas vejo nos meus membros, outra lei que guerreando contra a lei da minha mente” – há uma guerra interior. Mas o ímpio não está em conflito; ele é coerente consigo mesmo. Ele ama o pecado, ele pratica o pecado, ele defende o pecado, e ele é capaz até de responder as questões de sua consciência, a fim de abafar a sua voz. Ele racionaliza, e fica em paz consigo mesmo, está confiante.
Verso 24: “Desventurado homem que sou!” O ímpio está feliz, basta ler por exemplo Jó 21, e os Salmos 37 e 73, que foi o grande problema do patriarca Jó, Davi e Asafe: Como é que os ímpios são tão felizes, são tão prósperos sendo tão ímpios?
2) em 2º lugar: Seria o CRISTÃO o homem descrito neste capítulo? Poderia ser um homem considerado justo e santo?
Temos a favor desta posição o V. 22: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus.” Então, muitos dizem: “– Ah, aqui está: Paulo está falando do cristão, porque de acordo com o Salmo 1: 2, o cristão é alguém que tem prazer na lei de Deus”. E então, em uma forma simplista, tomam um texto em comparação com outro texto sem examinar o contexto, o que dá na realidade uma interpretação errônea. “Um texto fora do contexto é apenas um pretexto”, disse alguém sabiamente.
Os que apóiam esta idéia de que este homem é o cristão, citam o Salmo 1, mas esquecem que lá se apresenta o homem justo como sendo o homem vitorioso em sua experiência, mas este não é o caso aqui. O homem de Romanos 7 não é um vitorioso; ele sempre erra. Aqui está o homem que tenta acertar, mas sempre fracassa. Este é o homem de Romanos 7. O Salmo 1:1 fala de um homem bem-aventurado; Rom. 7 fala de um desventurado! (v. 24).
Poderia o V. 23 ajustar-se ao cristão? “mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado, que está nos meus membros.” Aqui se fala de um homem que não pode se libertar, não sabe como se libertar, e ainda desconhece quem pode libertá-lo. Isso diz o V. 24: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Este homem não conhece o seu Libertador. Ele, em desespero, em angústia, escravizado, ele também está sem esperança, e só vê a morte como o seu destino.
Entretanto, o cristão tem esperança. E o apóstolo nos apresentou até aqui uma mensagem de esperança e vitória e certeza de salvação, o que acontece com o cristão. Apesar da fraquezas que nos são tão próprias, apesar da luta interior que também enfrentamos, nós temos a certeza e a segurança da salvação. Mas este homem daqui está (1) em desespero e (2), ele é completamente ignorante do seu Libertador. Ele não pode ser um cristão.
E o versículo 25? Alguém diria: “Mas no verso 25 temos a resposta, onde o cristão achou a solução.” Vejamos: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.”
Estas palavras poderiam se referir ao cristão? O que é que significam? A 1ª frase não é uma declaração de vitória deste homem que a seguir se declara um escravo; porque se ele estivesse na condição de vitorioso, nunca diria que é escravo. Portanto, esta frase é apenas uma explicação parentética do apóstolo Paulo, como escritor. Ele parece estar tão ansioso por responder qual é a solução que, antes de chegar o tempo, ele extravasa este louvor, e dá graças a Deus por Jesus Cristo. Mas isto é apenas uma antecipação de Paulo, não é uma descoberta do homem derrotado e escravo. Mas finalmente, o apóstolo continua a descrição deste homem, afirmando que ele ainda está escravizado. Ademais, Paulo sempre se antecipa a si mesmo num capítulo como preparação para o próximo; este é o seu método, em todas as suas epístolas teológicas.
O versículo 14 é o mais forte contra a teoria de que este homem seja o cristão: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.”
1) Em 1º lugar: O cristão não é carnal; o cristão é espiritual. O apóstolo Paulo diz: “vós que sois espirituais” (Gál. 6:1).
2) Em 2º lugar: O cristão não é vendido. Porque a Bíblia diz em muitos lugares que nós fomos comprados pelo sangue de Cristo (Apo. 5: 9). Não somos vendidos, somos comprados.
3) E em 3º lugar: Ele não está na escravidão. Os cristãos foram “libertados do pecado”, já não são mais “escravos do pecado” (Rom. 6:18, 20). O cristão tem uma luta contra a natureza pecaminosa, mas ele é “mais do que vitorioso” (Rom. 8:37), não um derrotado.
4) E poderia acrescentar: O pecado não “habita” nele. Em Rom 7: 17, Paulo fala desse homem, dizendo: “o pecado habita em mim”. Mas falando depois do cristão, ele diz: “O Espírito de Deus habita em vós”! (8:9). Se este homem diz que o pecado habita nele, o cristão diz: “O Espírito Santo habita em mim!”
5) Ademais: O cristão não é desventurado ou miserável (7:24). O cristão é bem-aventurado (Sal.1:1)!
Conclusão: Este homem aqui descrito como sendo carnal, derrotado; carnal porque vive na carne; derrotado, porque sempre perde a luta, ele nunca vence; escravizado por causa do pecado, prisioneiro das suas próprias tendências pecaminosas; habitando no pecado e o pecado habitando nele; miserável, ignorante do seu Libertador; desesperado até à morte – este homem não pode ser o cristão.
O quadro apresentado é um quadro tétrico que não é o quadro de um cristão. Basta você ler em Heb. 11, sobre Abraão, Jacó, Moisés, e tantos outros vitoriosos cristãos do passado, todos com muitos problemas, mas se tornaram vencedores. Jacó que teve muitas lutas, se tornou um vitorioso de tal sorte que o seu próprio nome passou, de enganador, a ser Israel, que significa vencedor. O próprio Paulo que disse: “Tudo posso nAquele que me fortalece!” Ou Davi, o homem “segundo o coração de Deus”. Romanos 7, portanto, não se refere ao cristão.
O cristão peca ocasionalmente, mas este homem aqui está pecando sempre. O homem de Romanos 7 sempre erra freqüentemente, ele nunca acerta.
E isso me faz lembra daquele explorador que foi para a África, a fim de ganhar muito dinheiro. Era um grande explorador, e ele soube que em determinado lugar da África havia uma tribo muito rica. E eles estavam escavando ouro. E este homem chegou para eles e disse o seguinte: “Os senhores estão trabalhando demais para cavar o ouro. Eu posso mostrar um modo fácil de vocês conseguirem ouro. É uma fórmula maravilhosa que, segundo ela, vocês podem fabricar ouro – nunca falha! Mas vocês têm que me dar uma certa quantia em dinheiro, e depois que eu receber o meu salário, eu posso lhes dar a fórmula.”
Então, disse o cacique: “Nós estamos interessados. Mas acontece que nós vamos deixar você preso, e então nós verificar se esta fórmula vai dar certo, porque se não der certo, nós vamos levar você à morte. Você ainda quer fazer negócio?” Ele disse: “Eu faço.”
Então ele ajuntou todas as pessoas da vila e o explorador mandou que colocassem um grande caldeirão e uma fogueira embaixo, e colocou água, e colocou areia, e começou a mexer dentro daquela grande panela. “É bem assim que se faz ouro.” Ele continuou a mexer, e os homens estavam olhando. “Vamos ver, incrédulos, se vai sair ouro daqui.”
E então ele, de repente, disse: “– Mas olha, que pássaro é aquele?” e nesse momento, colocou um pedaço de ouro lá dentro da panela. E aí continuou mexendo, mexendo. “Está pronto. Está fabricado o ouro. Pode ver que aí dentro tem ouro!” Aí derramaram a água e procuraram e viram que lá havia um pedaço de ouro no fundo com a areia.
E eles ficaram muito interessados. “Mas que coisa maravilhosa! Que coisa muito interessante! Como é que é a fórmula?” “Ah, vocês têm que me dar o dinheiro.” “Está bem, nós concordamos em lhe dar o dinheiro; mas o senhor vai ficar preso aqui, porque nós vamos experimentar, e se a fórmula não der certo, então o senhor será morto.”
“Muito bem, só que tem um detalhe: todos têm que fazer aquilo que eu mandar.” “Ah, sim muito bem. Então vamos fazer de novo.” Colocaram água naquele caldeirão, colocaram fogo embaixo, colocaram areia e começaram a encher. “Venha o primeiro homem, venha você.”
“Muito bem. O que é que eu devo fazer?” Então, o explorador disse: “Você deve fazer o seguinte: Você nunca deve pensar em macacos; no momento em que você pensar em macacos, vai estragar tudo, você não vai conseguir fazer ouro.” “Ah, muito bem, está certo.”
Então veio o primeiro, começou a mexer e a mexer. “Bem, o que eu preciso fazer? Bem, eu preciso não pensar em macacos. Mas já pensei, então não deu certo. Comigo não dá certo. Chama um outro.” E chamou um outro; e outro começou a mexer e mexer. “O que eu tenho que fazer?” “Você não pode pensar em macacos.” “Pensar em macacos? Sim, mas é nisso que eu estou pensando agora. Mas então, eu não consegui.” “O próximo…” disse o cacique. “Venha mexer aqui…”
Então, o explorador falou: “Com licença, os senhores estão tentando, tentando. Mas eu não sou culpado de vocês não fazerem exatamente como eu ordenei. No dia em que vocês pararem de pensar em macacos no momento em que estão mexendo o caldeirão, então vai sair o ouro.”
Será que esta é a vida do cristão? Ele tenta não pensar em macacos? Ele tenta não pensar no pecado e só vive pensando em pecado? Será que esta é a nossa vida que se resume em querer fazer e não fazer? Não, a vida do cristão não é uma vida de escravidão. Ele já foi liberto do pecado. Embora não seja perfeito, ele é perfeito em muitos detalhes. Embora peque ocasionalmente, no entanto, ele alcança a vitória, e vence muitas batalhas. Em Cristo estamos “aperfeiçoados” diante de Deus (Col. 210). Em Cristo “somos mais que vencedores” (Rom. 8:37).
Muitos cristãos usam o Romanos 7 para desculpar o pecado. Mas isso é negação da fé. Esse é o evangelho dos pessimistas, que não confiam no poder de Jesus e dizem: “É, nós somos assim mesmo.”
Num círculo de pastores, quando se comentava sobre a vida cristã, de repente alguém disse: “É, nós somos vendidos, vendidos à escravidão do pecado.” Isso está errado. Outro pastor chamava e cumprimentava os irmãos de sua igreja dizendo: “Boa tarde, meu querido miserável!” e todos já sabiam que ele se referia a Rom. 7:24.
Se o homem de Rom 7 não é o cristão; se ele não é o ímpio, a quem se refere o apóstolo Paulo? Quem mais poderia ser esse homem tão complexo?
3) O apóstolo Paulo está descrevendo um HOMEM CONVICTO DO PECADO. Este é o homem da lei.
Paulo está falando da lei, ele está respondendo a uma objeção. Esta objeção foi levantada em 5:20. Ele começou a falar sobre a lei em 7:1; ele continuou em 7:7; ele continua em 7:13, e mostra que esta lei não pode justificar, esta lei não pode santificar. O problema realmente é este. Em seu contexto, ele fala da lei e do pecado na vida de um homem que está experimentando uma intensa convicção do pecado.
Despertado pelo Espírito Santo, ele compreende a espiritualidade e a santidade da lei, mas ele não sabe mais nada; ele está ciente da impossibilidade de ele guardar esta lei, e inconsciente do seu Libertador. Ele está tentando guardar a lei com sua própria força, e ele descobre que não pode. E, portanto, se sente condenado, escravizado e se desespera, porque não sabe onde encontrar o socorro e a libertação.
Nicodemos tinha a lei, era mestre de lei, sentia forte convicção do pecado, mas não sabia como se libertar. Jesus lhe disse: “– Nicodemos, é pela cruz, porque importa que o Filho do Homem seja levantado. É pela cruz que há libertação.” Lutero, grandemente convicto do pecado e da lei, mesmo com a Bíblia na mão, não sabia como se libertar. Fazia penitências, foi à Roma a fim de galgar a escada de Pilatos de joelhos e alcançar o perdão e a certeza de salvação, até que compreendeu as palavras de Paulo: “o justo viverá pela fé.”
O próprio apóstolo Paulo era um fariseu convicto da lei; amava a lei, era convicto das exigências da lei. Viveu uma vida irrepreensível diante dos ditames da lei. Mas quando ele chegou ao conhecimento da espiritualidade dessa lei, sentiu-se condenado à morte, até que se encontrou com Jesus. Portanto, em Rom. 7, ele descreve as angústias de como ele viveu com a lei, convicto de sua pecaminosidade, mas sem Cristo. Esta é a descrição do homem da lei, convencido, mas não convertido. Ele tenta acertar, mas sempre falha, porque está buscando a salvação pelas suas obras e seus esforços, confiado em suas próprias justiças, que não passam de “trapos da imundícia” (Isa. 64:6).
Esta é a experiência de muitas pessoas que lêem um livro religioso, ouvem um sermão, assistem uma palestra pela televisão. Então clamam à semelhança daquela multidão que após ouvir o discurso do apóstolo Pedro, disseram: “Que faremos, irmãos?” (Atos 2:37). Convictos do pecado, mas sem saber o que fazer. Como o centurião que não sabendo como lidar com uma situação de perigo diante de um terremoto e seus presos fugindo como pensava, perguntou para Paulo: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” E a resposta veio pronta e sem dilação: “Crê no Senhor Jesus e será salvo, tu e tua casa!” (Atos 16:30-31).
Ou quando alguém faz uma auto-análise e vê a sua vida de miséria, ele está convicto da lei, mas não sabe o que fazer. Ou alguém que conhece os Dez Mandamentos, ouve o Sermão do Monte, ou lê um texto da Bíblia – subitamente eles são levados à convicção pelo Espírito Santo, vêem que o seu estado passado é pecaminoso, que estavam errados, eles perdem a sua própria justiça e se desesperam. Eles podem permanecer assim por alguns dias, ou meses, ou por muitos anos na sua vida. Eles podem passar a vida inteira nesta convicção.
Mas se alguém se encontra assim, o apóstolo Paulo ainda deixou a fórmula da libertação, o meio de escape antes mesmo que essa pessoa leia o capítulo seguinte: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.” (7:25). Harry Orchard, um famoso assassino de vinte pessoas, após tentar matar o governador de Idaho, EUA, foi preso e condenado a 30 anos de reclusão; era um homem perigoso e foi colocado em uma cela especial.
Todos o odiavam, até mesmo os colegas de prisão. Ele cuspia nas pessoas que o visitavam, era desprezado e ele os odiava em troca. Mas um ministro adventista visitou a sua cela, levou um livro preto, e o deixou com a Bíblia. Depois de algum tempo, Orchard resolveu abrir o Livro de Deus e se deparou com a mensagem de Rom. 7. Ficou convicto de que ele era aquele homem e se desesperou, experimentando um terrível conflito interior, um grande embate íntimo, que ele mesmo descreveu em sua autobiografia. Mas, lendo também as palavras finais, pouco depois aceitou a Cristo e se converteu, a ponto de o seu carcereiro no dia de sua morte falar, num funeral impressionante e comovente de 500 pessoas: “Nas suas mãos, eu entregaria até a minha própria vida!” Harry Orchard havia lido Rom. 7:25, e compreendeu a mensagem.
Simpson foi um grande cientista, o homem que descobriu o clorofórmio, o homem que trouxe uma notável contribuição à ciência médica. Em uma festa, reunindo os seus amigos, que lhe davam uma homenagem, ele disse o seguinte: “Amigos, fiz uma descoberta!” E todos pensaram: “Mas que descoberta?” “Fiz uma descoberta maior do que aquela que me valem estas honras: Descobri na Bíblia que eu era um pecador, que tinha necessidade de um Salvador, e descobri em Jesus Cristo o Salvador cujo sangue me purificou dos meus pecados e cuja graça me perdoou.”
Este é o testemunho não de um homem néscio, parvo, mas o testemunho de um cientista. “Eu descobri que sou um pecador”. Aqui está um homem convicto do pecado. Mas então ele acrescenta: “Mas descobri também que Cristo é o meu suficiente Salvador.”
Prezado amigo e irmão, você já fez essa descoberta? “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!”