Pecado Contra o Espírito Santo e Pecado para a Morte

A resposta à pergunta “O que é o pecado contra o Espírito Santo?” é muito conhecida, portanto relativamente fácil de ser dada.

A leitura das palavras de Cristo em Mateus 12:31 e 32 tem preocupado a muitos cristãos sinceros temerosos de terem cometido este pecado.

O conhecimento do trabalho do Espírito Santo ajuda na compreensão do que Cristo quis dizer.

O Espírito Santo é o mais poderoso agente divino para influenciar o ser humano; e o meio pelo qual Deus opera, rogando, suplicando que retorne à senda cristã. Se o homem rejeita voluntariamente o Espírito, propositadamente ele se desliga do meio de comunicação com o céu, e a pessoa ultrapassa os limites do perdão como nos diz Marcos (3:29).

Conforme as Escrituras há três estágios progressivos para se chegar ao estado de não haver mais perdão.

1º) Entristecer o Espírito Santo (Efés. 4:30), pela continuação de uma vida que impeça a Sua operação.

2º) Resistir ao Espírito Santo como fizeram os judeus (Atos 7:51).

3º) Suprimindo o Espírito (I Tes. 5:19) até que a alma perde a sensibilidade (Efés. 4:19) e o Espírito se afasta.

Pecado contra o Espírito Santo não é um ato, ou um pecado tão repelente que Deus não possa perdoar, mas um estado do coração pecaminoso, que se opõe de maneira determinada e voluntária aos apelos que são feitos.

O pecado contra o Espírito Santo pode ser sintetizado nesta simples frase: é o pecado do qual o homem não se arrepende. O pecado mais comum contra o Espírito Santo é a persistente negligência em ouvir o Seu convite para o arrependimento.

Este pecado é imperdoável, não porque Deus não queira perdoá-lo, mas porque o pecador se colocou numa posição em que não tem mais o desejo de receber perdão. A Bíblia é muito clara ao garantir-nos que por mais abjeta que seja a transgressão, se o infrator se arrepender, pedir o perdão divino este lhe será concedido. Quando o Espírito Santo é rejeitado por tanto tempo, que o homem não pode mais ser alcançado por Sua influência, também não há mais esperança de salvação.

O pecado contra o Espírito Santo ou o pecado imperdoável é aquele sobre o qual o pecador não deseja receber perdão.

O contexto histórico de Mat. 12:31-32 nos ajuda a compreender melhor o que Jesus queria dizer por pecado imperdoável. Segundo a narração de Mat. 12:22-30 a multidão estava admirada do milagre que Jesus efetuara, mas este ato divino provocou uma reação negativa nos fariseus, que procuravam desacreditá-Lo diante do povo. Acusaram-no de expulsar os demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios. Em seu ódio a Cristo, aqueles líderes religiosos em vez de reconhecerem que os milagres eram realizados pelo poder do Espírito Santo, preferiram atribuir este poder a Satanás. A rejeição de Cristo torna-se a base para o pecado imperdoável. Cada passo dado na rejeição de Cristo é um passo dado no sentido da rejeição da salvação, um passo dado para o pecado contra o Espírito Santo.

Adão Clarke diz claramente: “Quando a pessoa obstinadamente atribui ao demônio o que ela tem completa evidência de que apenas poderia ser realizado pelo Espírito de Deus, ela comete o pecado contra o Espírito Santo”.

Segue-se parte da resposta dada à pergunta: O que é o pecado imperdoável?

“Se há um pecado imperdoável é justamente o que atribui a Deus o que Satanás faz, e a Satanás o que Deus faz. Se o homem cortar o único meio pelo qual Deus se comunica com ele e o salva, a última esperança de livramento terá de ser abandonada.

“A pessoa que teme ter já cometido o recado imperdoável, tenha esta certeza: Qualquer pessoa que tem um coração brando e que sente tristeza pelo pecado, tem por si o Espírito Santo, e ainda não cometeu o pecado imperdoável, tem, com isso, a melhor prova de que ainda não o fez; porque é sinal de que o Espírito Santo está trabalhando em seu coração para convencê-la a e trazê-la ao arrependimento. Esta é a sua primeira obra (S. João 16:7, 8)”. O Atalaia, setembro de 1930, pág. 24.

Conclusão

Todo o pecado é perdoável quando a pessoa o reconhece e roga a Deus que lhe perdoe.

Pecado imperdoável é a contínua rejeição da graça divina, o não atendimento aos apelos do Espírito para que a pessoa se arrependa. É o ato de colocar-se fora da influência dos apelos do Espírito Santo.

Que é “pecado para morte” de acordo com I João 5:6?

“Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte e por esse não digo que rogue”.

A que pecado se refere João na sua primeira carta, capítulo 5:16? Seria o pecado de imoralidade, o pecado da apostasia, a blasfêmia contra o Espírito Santo?

João não especifica os pecados para a morte e os pecados que não são para a morte.

Ele classifica todos os pecados em dois grupos: os que são “para morte” (imperdoáveis), e os que “não são para morte” (passíveis de perdão).

Teólogos católicos baseados nesta passagem têm classificado os pecados para a morte (mortais) e os pecados não para a morte (veniais). Pecados mortais seriam os pecados graves, deliberados, que levam o pecador à morte espiritual, enquanto os pecados veniais seriam as faltas leves, cometidas sem reflexão.

João não se refere nesta passagem a um pecado específico, como a violação de um dos Dez Mandamentos. A palavra pecado no grego aparece sem artigo, dando-lhe assim um sentido indefinido.

Muitos comentaristas (inclusive o SDABC) se inclinam a crer que haja aqui referência ao pecado imperdoável de Mat. 12:31 e 32.

Eis duas notas bíblicas explicativas:

“Sobre este pecado de excepcional gravidade, os destinatários da epístola deveriam estar bem informados. Poderia ser o pecado contra o Espirito, contra a verdade (cf. Mat. 12:31) ou a apostasia dos anticristos (I João 2:18-29; Heb. 6: 4-8).” – Bíblia de Jerusalém.

“Este pecado corresponde ao ‘pecado eterno’ contra o Espírito Santo”. – Bíblia Vida Nova.

No SDABC há proveitosas explicações sobre esta passagem.

Texto de Autoria de Pedro Apolinário extraído da Apostila Leia e Compreenda Melhor a Bíblia.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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