Podemos considerar os males que ocorrem na vida das pessoas como resultados do destino?

Há pessoas que não se constrangem em acusar a Deus pelos males que acontecem. É certo que Deus não apenas disciplina e corrige os Seus filhos errantes (Ap 3:19), mas também castiga e destruirá, finalmente, a todos os ímpios impenitentes (Ml 4:1; Jd 5-7; Ap 20:11-15). Mas essa disciplina e esse castigo são sempre a reação divina, misericordiosa e justa, à manifestação destrutiva do pecado (Rm 6:23). Assim, não podemos jamais responsabilizar a Deus pelos males que existem no mundo.

Ao longo das Escrituras encontramos inúmeros incidentes em que pessoas, fazendo uso do seu livre-arbítrio, afastaram-se do plano de Deus, e acabaram tendo que suportar as desastrosas conseqüências de suas próprias ações. Foi assim que o pecado entrou no mundo (Gn 3), a despeito das advertências divinas para evitar esse mal (Gn 2:15-17). Foi também assim que muitos idólatras israelitas acabaram perdendo a vida (Êx 32), em decorrência de sua atrevida desobediência às leis divinas (Êx 20:1-6). E será pela obstinada recusa de aceitar o convite divino à salvação que muitos se perderão, apesar da vontade de Deus ser que “nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (Pe 3:9). O princípio da escolha e de suas conseqüências é claramente enunciado nas palavras “aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6:7).

Existem males que nos sobrevêm, e que não podem ser qualificados como castigo divino nem como resultado de nossa imprudência pessoal. Eles ocorrem devido à própria presença do pecado (2Tm 3:1-7) e à atuação das forças demoníacas (Ef 6:10-12). Os sofrimentos de Cristo (Mt 26 e 27) e do apóstolo Paulo (2Co 11:23-27) confirmam essa realidade (ver Jo 15:20; 16:33). Mas, além da maravilhosa promessa de que Deus não permite que ninguém seja tentado além de suas forças (1Co 10:13), temos também a confortadora certeza de que Ele é poderoso para transformar males em bem, de forma que “todas as coisas” cooperem eventualmente para o nosso próprio bem (Rm 8:28).

Num mundo habitado por criaturas morais, dotadas de livre-arbítrio, Deus não predetermina ou predestina tudo o que acontece. Portanto, não podemos culpar o “destino” pelas conseqüências de nossos próprios erros ou pelos males provocados pelos poderes das trevas, antagônicos à vontade divina. Mas, como disse alguém, apesar de Deus nunca ter prometido “eliminar todas as tempestades de nossa vida, Ele nos deu a certeza de estar conosco em meio às tempestades”. E é exatamente esse senso da presença de Deus que dá estabilidade e segurança ao cristão, em meio aos problemas da vida.

Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, março/abril de 2000. p. 21.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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