Um pastor me disse que Deus determinou antecipadamente quem vai ser salvo

Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (I Jo 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino, que é absoluto mas não-causativo, não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.

A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Mc 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas…” (Is 55:1) e “Vinde a Mim, todos…” (Mt 11:28). O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34 e 35).

Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Tm 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pe 3:9). Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17:30), se nem todos pudessem se arrepender?

Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a conseqüência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação.

A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas conseqüências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna.” – Mais Perto de Deus (São Paulo: Mundo Cristão, 1980), pág. 132.

Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Ef 1:314), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

O Novo Testamento esclarece que mesmo os eleitos do Senhor podem cair da salvação, ao se afastarem de Cristo (Hb 6:4-6). Por essa razão, o apóstolo Paulo declarou: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Co 9:27). E é pelo mesmo motivo que Cristo disse que somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13).

Portanto, embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não.

Fonte: Alberto Timm, Sinais dos Tempos, dezembro de 1997, p. 28.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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