Profecias que revelam a hora do juízo – Introdução

Salvação e juízo são eventos que se complementam dentro do programa divino de redenção, pois são reflexos dos atributos de misericórdia e justiça presentes no caráter de Deus.

A cruz é a manifestação visível desses atributos. Nela encontramos a expressão divina de amor e graça e de juízo sobre o pecado (João 12:31-33).

Na cruz, amor, justiça e juízo permanecem inseparáveis.

O amor que redime também exige um tratamento adequado para o problema do mal, uma ação divina que ponha um fim a sua existência e devolva paz e estabilidade ao Universo. Por isso, a atividade realizada por Cristo no santuário celestial com base em Seu sangue (Hebreus 1:3; 8:1-2; 9:24) provê não somente perdão e reconciliação, mas também erradicação do pecado e restauração de tudo o que foi perdido por causa dele (Apocalipse 20:11-14; 21:1-5).

Gerhard F. Hasel observa que o tema do julgamento é tão predominante na Bíblia quanto o tema da salvação. Ambos são temas gêmeos, que se entrelaçam como fios desde o Gênesis até o Apocalipse e que refletem as características gêmeas da misericórdia e da justiça na natureza de Deus. Assim, não podem e não devem ser dissociados, pois, do contrário, perderiam sua plenitude e mútua complementaridade.

O juízo merece cuidadosa atenção porque envolve questões como (a) justiça divina num mundo injusto (teodiceia), (b) retribuição pelas ofensas, (c) sofrimento de inocentes, (d) a resolução do conflito entre o bem e o mal e (e) o término do pecado e do sofrimento.

Mas acima de tudo, o juízo final justifica o Criador – Seu caráter, lei e governo – na mente de todas as inteligências criadas, leais ou perdidas, obtendo por meio disso paz e segurança eternas para o Universo. É por isso que o juízo é retratado nas Escrituras como parte essencial do “evangelho eterno”. (1)

Um dos grandes propósitos da mensagem do juízo proclamada pelo primeiro anjo (Apocalipse 14:6-7) é dirigir a atenção do povo de Deus para os atos finais de Cristo no santuário celestial.

Em vista da decadência moral e espiritual de nosso tempo e da indiferença à lei de Deus demonstrada por aqueles que desejam obter liberdade à custa da obediência, compreender o juízo divino deveria levar-nos a uma preparação mais decidida para a vinda de nosso Senhor, de modo que esse dia não nos surpreenda como um ladrão (Mateus 24:42-44).

Em contrapartida à escuridão e confusão que dominam o mundo, o juízo de Deus oferece esperança e certeza ao crente, pois é a derradeira fase da história da redenção que culmina com o glorioso retorno de Cristo.

O julgamento divino oferece apenas duas possibilidades: libertação, justificação e redenção, ou condenação e castigo. A primeira tem como resultado o estabelecimento do reinado soberano de Deus e o triunfo de Seu povo; a segunda expõe e destrói para sempre os poderes satânicos e apóstatas.

Nos próximos artigos vamos examinar sucintamente duas importantes profecias do livro de Daniel que revelam quando o juízo pré-advento começou. Ambas esclarecem a natureza, as implicações e a urgência da mensagem do primeiro anjo para os nossos dias.

Notas e referências

1. Gerhard F. Hasel. “Julgamento Divino”. Em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Raoul Dederen (Ed.). Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 904.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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