034. OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E O SEGURO DE VIDA

 

Desde seus primeiros anos, os adventistas do sétimo dia têm discutido sobre a participação ou não de membros da igreja em planos de seguro contra perda, com atenção dada ao seguro de vida.

Apesar de a Igreja como um todo não ter tomado uma posição, muito menos ter feito disso um teste de disciplina, muitos membros creram que a Igreja desencorajou fazer seguro de vida, por ser tal prática supostamente incompatível com o tipo de confiança na providência que marca o cristão dedicado. Ministros têm incluído freqüentemente em suas apresentações públicas testemunhos contra seguros e têm encorajado os crentes, tanto antigos como novos, a abandonarem seguros já existentes.

Muitos pioneiros adventistas, apesar de saberem que a Bíblia não aborda diretamente o assunto de seguros, pediram que nenhum tipo de seguro fosse feito por cristãos. Por exemplo, em 1860 Roswell F. Cottrell, autor e líder proeminente, citou os seguintes textos da Bíblia como apoio para a sua posição:

 

Quem fica por fiador de outrem sofrerá males” (Provérbios 11:15). “Não toqueis em coisas impuras” (2 Coríntios 6:17). “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação” (Salmos 146:3). “O Senhor os ajuda e os livra dos ímpios e os salva, porque nEle buscam refúgio” (Salmos 37:39 e 40). “Feliz o homem que em Ti confia” (Salmos 84:12).

Apesar de concordar com a posição geral de Cottrell, James White tinha reservas sobre a aplicação do texto, e expressou sua preocupação quanto às conseqüências através das seguintes palavras:

“Quanto ao seguro, dizemos [no Vol. XV, nº 23], ‘Com respeito ao seguro não temos nada a declarar no momento. Até agora não asseguramos nossos próprios prédios e se a igreja concordar em não assegurar os bens da igreja, seremos processados.’ Por isso as fortes razões do Irmão RFC são um lado da principal questão em debate. Mas esperamos que todos considerarão cuidadosamente suas evidências e conexões, para que vejam por si mesmos a quantidade de testemunhos diretamente contra o seguro . A verdade prevalecerá.” – Ibidem.

Enquanto a discussão anterior entre os líderes adventistas tratava de seguro de todos os tipos, os riscos envolvidos os levaram posteriormente a aceitar o princípio do seguro de bens contra fogo, tempestade e roubo. A mudança de atitude surgiu por volta de 1860, quando a igreja estava consentindo na incorporação legal a fim de manter os bens da Igreja. Naquela época o risco de incêndio era muito ameaçador, porque o aquecimento era produzido por fogões à carvão ou à lenha e a luz era de lâmpadas à óleo.

A aceitação de Ellen White com respeito ao seguro de proteção aos bens é registrada em suas cartas. Em 1880 ela escreveu ao seu filho, William C. White: “Quero que você providencie para que a casa em Healdsburg seja assegurada. Fale com Lucinda sobre isso. Estou preocupada com isso” (Carta 17, 1880). Quatro anos mais tarde ela escreveu: “Irmão Palmer diz que lhe escreveu sobre o seguro. Se a casa não está no seguro, isso deve ser feito imediatamente” (Carta 53, 1884).

Este conselho estava em harmonia com suas repetidas instruções de que todos os passos deveriam ser tomados para salvaguardar as propriedades. Enquanto ela ainda estava viva, seu filho, William C. White, respondeu a uma inquirição com respeito a seguro contra fogo:

“Não encontramos nos escritos da Mamãe nenhuma condenação da prática do seguro em nossas propriedades contra fogo. Mamãe sempre considerou isso muito diferente de seguro de vida. Ela mantêm seus imóveis corretamente assegurados, e tem encorajado algumas de nossas instituições a fazer o mesmo” – Carta de W. C. White, em 5 de agosto de 1912.

Ellen G. White e o Seguro de Vida 

 

No entanto, o seguro de vida foi visto sob uma luz diferente. De um modo geral, os que assumiram uma posição contra o seguro de vida, o fizeram baseados nas declarações de Ellen White, iniciando com o seu artigo de duas páginas, “Seguro de Vida”, publicado primeiramente em 1867 em Testimony nº 12. Por ser sua mais antiga e mais extensa explanação sobre o assunto, é reproduzida de maneira completa aqui:

“Foi-me mostrado que os adventistas que guardam o sábado não devem se envolver em seguro de vida. Esse é um comércio  com o mundo que Deus não aprova. Os que participam nesses empreendimentos estão se unindo ao mundo, enquanto Deus chama Seu povo para sair dele e ser separado. O anjo disse: ‘Cristo o comprou através do sacrifício de Sua vida. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora pois glorificai a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, que é de Deus.’ ‘Porque estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é vossa vida, aparecer, então vós também aparecereis com Ele em glória.’ Aqui está o único seguro de vida que o céu aprova.

“O seguro de vida é uma norma mundana que leva nossos irmãos a se envolverem, e abandonarem a simplicidade e pureza do evangelho. Cada um desses desvios enfraquece a nossa fé e diminui nossa espiritualidade. Disse o anjo: ‘Mas vós sois uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.’ Como povo pertencemos ao Senhor de maneira especial. Cristo nos comprou.

“Anjos de extremo poder estão ao nosso redor. Nem um pardal cai sem que o nosso Pai celestial note. Até mesmo os cabelos da nossa cabeça estão contados. Deus tem feito provisões para Seu povo. Ele cuida do Seu povo de maneira especial, e estes não deveriam desconfiar de Sua providência, participando de empreendimentos do mundo.

“Deus tem a intenção de que preservemos a nossa simplicidade e santidade peculiar como um povo. Os que se envolvem nessas praxes mundanas, investem meios que pertencem ao Senhor, que Ele nos confiou para usar em Sua causa. Porém poucos receberão algum retorno do seguro de vida, e sem as bênçãos de Deus, mesmo estes terão prejuízo em vez de benefício.

“Satanás está constantemente apresentando tentações ao povo escolhido de Deus, para atrair suas mentes do solene trabalho de preparação para as cenas do futuro. Ele é, no sentido mais profundo da palavra, um enganador, um habilidoso sedutor. Ele encobre seus planos com coberturas de luzes emprestadas do Céu. Ele tentou a Eva a comer do fruto proibido, fazendo-a crer que teria muitas vantagens por causa disso.

“Satanás leva seus agentes a introduzir variadas invenções e direitos de patentes e outros empreendimentos, para que os guardadores adventistas do sábado, que têm pressa de ficar ricos, caiam em tentação, tornem-se seduzidos, e embrenhem-se em muitas tristezas. Ele está bem alerta e empenhado diligentemente em levar o mundo ao cativeiro. Através da força do mundanismo, ele mantém um atraente estímulo para levar os imprudentes que professam crer na verdade, a unirem-se aos mundanos. A lascívia no olhar, o desejo de emoção e diversão, é uma tentação e uma armadilha ao povo de Deus.

“Satanás tem muitas tramas sutis e redes perigosas, que aparentam inocência, mas pelas quais está se preparando habilidosamente para enfeitiçar o povo de Deus. Há shows alegres, diversões, leituras frenológicas e uma variedade interminável de empreendimentos que surgem constantemente, planejados para levar o povo de Deus a amar o mundo e as coisas que há no mundo.

“Através da união com o mundo, a fé se enfraquece, e recursos que poderiam ser investidos na causa da presente verdade são transferidos para as fileiras do inimigo. Através desses diferentes canais, Satanás está habilidosamente desperdiçando as posses do povo de Deus, e por causa disso a indignação do Senhor está sobre eles.” – Testimonies, vol. 1, pp. 549-551.

Uma leitura cuidadosa nos habilita a ver as cinco razões dadas por Ellen White para opor-se ao seguro de vida:

1.      Sobrecarrega excessivamente os crentes com as coisas do mundo.

2.      Encoraja um espírito mundano e secular, contrários à simplicidade e sinceridade do serviço cristão.

3.      Diminui o senso da providência de Deus.

4.      Representa uma negação à verdadeira mordomia para com Deus, por desviar seus fundos em aventuras arriscadas, na esperança de ganho.

5.      Manifesta ganância como a especulação em direitos de patentes e invenções.

 

Baseado nessa análise de Ellen White, é óbvio que ela considera a participação em seguro de vida tanto uma ameaça à experiência espiritual, como inconveniente, por ser uma aventura especulativa.

Após seu artigo inicial de 1867, Ellen White fez somente referências ocasionais ao seguro de vida em seus escritos. Outra declaração sua foi dirigida a N. D. Faulkhead, um proeminente obreiro na Austrália, que além do seu profundo envolvimento com a Maçonaria, fez um seguro no valor de 200 libras. Ellen White, ao instar-lhe a romper sua conexão com a Maçonaria, também o aconselhou a cancelar seu seguro de vida. Respondendo ao seu apelo, Faulkhead escreveu: “Também vi sabedoria em seu testemunho concernente ao seguro de vida. Eu tinha um seguro em um dos escritórios da cidade, e com a ajuda de Deus eu o descontinuei também.” – N.D.Faulkhead para Ellen G. White, 18 de setembro de 1893.

 

A irmã White escreveu-lhe em resposta, dizendo: 

“Sua carta foi recebida e lida com profundo interesse. Estou muito agradecida ao nosso bondoso Pai celestial que lhe deu força através de Sua graça para se libertar da Maçonaria. … Alegro-me também que você se desfez do seguro de vida. …

“A certeza do céu é o melhor seguro de vida que você pode ter. O Senhor prometeu Sua guarda neste mundo, e no mundo porvir Ele prometeu nos dar a vida imortal.” – Carta 21, 1893.

As subseqüentes referências de Ellen White sobre o seguro de vida não refletem nenhuma explanação filosófica adicional, mas há vários usos metafóricos do termo “seguro de vida”, freqüentemente relacionado à convicção encontrada em 2 Pedro 1:10 e 11. Ela escreveu por exemplo:

“Ninguém precisa perder o sono devido a documentos de seguro de vida. Seu direito como herdeiro de Deus, e co-herdeiro com Jesus Cristo, é de uma herança incorruptível, imaculada e que não se desvanecerá.” Ms 63, 1899.

Uma revisão das declarações de Ellen White leva-nos à conclusão de que o seguro de vida, como era praticado na sua época, era contrário aos princípios cristãos, tanto do ponto de vista espiritual como administrativo.

Práticas de Seguro no Final do Século Dezenove 

O período após a Guerra Civil foi uma fase de rápida expansão e inovações tecnológicas nos Estados Unidos. Essa época foi descrita corretamente como um período de oportunismo crescente e de especulação, completamente não regulada pelo Governo. Práticas de monopólio e a industrialização se concentravam no acúmulo de vastas fortunas pessoais, quase que sem imposto. Os esquemas para enriquecer rapidamente eram muito comuns, geralmente resultando na perda do investimento. Foi um tempo bem caracterizado pela famosa sátira de P. T. Barnum: “Os trouxas nunca acabarão.”

A emergente indústria de seguros estava totalmente inserida no espírito da época, e se constituía num envolvimento de alto risco. Embora grupos de ações de seguro subcapitalizados prometessem rápido enriquecimento, faliam freqüentemente sem aviso prévio, deixando suas apólices sem valor. Ao as companhias tratarem com seus clientes, eram freqüentemente injustas e muitas vezes cometiam fraude. Seguros de vida feitos em nome de pessoas totalmente desconhecidas eram apresentados ao público, como publicidade, e as pessoas eram encorajadas a investir nessas companhias, na esperança de lucrar com a morte do assegurado

Os abusos de tal sistema levou o público a exigir regulamentos do Governo. No início de 1906, leis reguladoras federais e estaduais foram designadas para coibir fraudes e exigir das companhias de seguro regras e práticas corretas.

As companhias de seguro atuais, reguladas criteriosamente pela lei e agências governamentais, diferem em aspectos importantes daquelas do final do século dezenove. O conselho de Ellen White contra investimentos em seguros de vida deve ser entendido no contexto e nas práticas de sua época, para compreendermos propriamente o significado de suas palavras.

Provisão para o Tempo de Necessidade 

Ambos, as Escrituras e os escritos de Ellen White, consideram um mandato divino a responsabilidade cristã de planejar e prover para os seus entes queridos. Tanto na fé como na prática, a Bíblia atribui uma responsabilidade primária tal cuidado com os parentes próximos. Baseado na autoridade do quinto mandamento, “Honra teu pai e tua mãe”, o apóstolo Paulo salienta a importância deste princípio de maneira enfática. Ele escreveu:

“Mas se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus…. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Tim. 5:4, 8).

Jesus reforçou o mesmo princípio, referindo-se a isto como o “mandamento de Deus” (Mat. 15:6).

Repetidamente Ellen White enfatizou a importância de planejar para as necessidades futuras. Exemplos de tal conselho incluem o seguinte:

“Poderias ter hoje capital para usar em caso de emergência e ajudar a causa de Deus, se tivesses economizado como devias. Cada semana, uma parte de teu salário deve ser reservada, e de maneira alguma tocada, salvo no caso de real necessidade para devolver ao doador como oferta a Deus. …

“Os recursos que tens conseguido não têm sido sábia e economicamente gastos, de maneira a deixar margem para, no caso de vires a ficar doente, não ficar tua família privada dos meios para o seu sustento.” – O Lar Adventista, pp. 395 e 396.

“Se você e sua esposa tivessem entendido ser um dever que Deus lhes deu, negar seus gostos e desejos, e fazer provisões para o futuro, em vez de meramente viver o presente, … sua família poderia ter tido conforto na vida.” – Testimonies, vol. 2, p. 432.

Através de sua vida Ellen White promoveu, como deveres cristãos, a prática da diligência, trabalho honesto, exercício da previdência, auto-negação e generosa benevolência para a causa do Senhor. Ela encorajou a aquisição de posses de qualidade, e o cuidado delas. Falou em favor de compra de casas, onde isto é possível, e aprovou o acúmulo de reservas razoáveis para uso em necessidades. Ela aconselhava que tais reservas estivessem disponíveis não somente para necessidades pessoais, mas também para expandir a obra de Deus e atender àqueles, fora da família, que estivessem em dificuldades. Ela via favoravelmente a aquisição de uma casa modesta, mas confortável, para a aposentadoria, e falou do respeito próprio que resultaria de se haver planejado para o futuro. (Ver Testimonies, vol. 7, pp. 291 e 292.)

Conclusão 

Procurando entender os ensinamentos das Escrituras e os escritos de Ellen White sobre o seguro de vida, muitos adventistas têm-se concentrado nos seus avisos contra o seguro, negligenciando seus testemunhos que visam também fazer provisões para tempos de necessidade. O efeito tem sido privar os membros de benefícios dessa natureza, que um planejamento prudente poderia suprir.

Sob as atuais condições, as perguntas fundamentais são: As apólices de seguro oferecem um método para suprir as necessidades de emergência que são compatíveis com os princípios cristãos? Podem elas ajudar a resolver as crises surgidas pela deficiência ou morte do provedor, sem enfraquecer a fé ou o comprometimento da confiança na providência de Deus? Podem elas auxiliar a cumprir a responsabilidade, dada por Deus, de proteger os sobreviventes inocentes de tragédias, neste perigoso mundo? Podem elas preencher a lacuna criada pelos reduzidos laços familiares deste mundo moderno, à medida em que o individualismo aumenta e os programas governamentais desfazem os antigos vínculos?

Uma comissão de estudo da Associação Geral, e o Ellen G. White Estate, conduziu uma detalhada pesquisa do seguro de vida, resumida em um relatório de 50 páginas publicado em 1957. Suas proposições, baseadas em cuidadosa investigação, provêem uma sólida interpretação dos princípios envolvidos, e devem ser levados em consideração para se chegar à uma conclusão. Estes princípios incluem o seguinte:

1.      O Espírito de Profecia aconselha, sem hesitação, e ensina, decididamente, que o cristão deve fazer provisão para os “maus dias”. Devemos reconhecer que virá tempo quando o salário será reduzido ou cessado; e olhando para o futuro, devemos, se possível, ter uma quantidade razoável de propriedades, e reserva monetária, para suprir tais necessidades, a fim de que não fiquemos dependendo da caridade alheia.

2.      É apropriado ter a segurança de uma modesta moradia, e um investimento financeiro moderado – aplicado no banco, investido na obra do Senhor, ou aplicado em outro investimento seguro.

3.      É adequado nos beneficiarmos da proteção oferecida pelo seguro de incêndio e de automóveis.

4.      Em qualquer provisão que fizer para o futuro, o cristão tem de estar sempre ciente do cuidado especial e amoroso de Deus sobre Seus filhos, e não se esquecer das necessidades da obra de Deus.

5.      A família e a igreja têm responsabilidade para com seus membros, em tempo de  necessidade e de luto. O cristão deve partilhar o fardo do seu próximo para que ninguém sofra.

6.      A extensão da provisão que deve ser feita para os dias de necessidade, e como isso deve ser efetuado, fica a critério do indivíduo, para resolver cuidadosamente e com oração, com o coração entregue a Deus, e com a determinação de que o cumprimento dessas responsabilidades seja dado, passo a passo, em harmonia com a vontade de Deus.

7.      Os conselhos dados sobre o seguro de vida pelo Espírito de Profecia na década de 1860, foram dados num período em que seguro de vida não era corretamente regulamentado, e muitas vezes era manipulado em função de interesses de “caloteiros”, como um jogo desonesto num esquema de rápido enriquecimento.

8.      Apesar dos conselhos do Espírito de Profecia entre os anos de 1867 e 1909 terem continuado a ser consistentes em desencorajar seguro de vida, deve ser reconhecido que nos Estados Unidos tal seguro ficou sob o controle de leis bancárias estaduais somente a partir de 1906. Até 1910 algumas companhias ainda estavam envolvidas em práticas duvidosas e freqüentemente desonestas. Entretanto, após 1909, não houve declarações de Ellen White sobre seguros de vida.

9.      Vários planos de poupança e seguro que hoje são definidos como “seguro de vida”, protegidos por leis estaduais legisladas cuidadosamente, e sujeitos à inspeção rigorosa de autoridades governamentais, são geralmente considerados seguros-investimentos, e são mais sólidos do que muitos outros investimentos.

10. Na maioria dos assim chamados planos de seguro, como são designados hoje, o princípio de reservar algo para dias de necessidade, e também de partilhar o fardo com o próximo, está sendo executado. O círculo atinge, além da família ou igreja, um grande número de pessoas, equilibrando assim as responsabilidades, e minimizando as despesas.

11. Seguro de saúde é também outra maneira de nivelar o que poderia resultar em altas despesas. Nesse caso também, um grande número de pessoas dividem as responsabilidades uns com outros.

12. Seguro para funerais, igualmente, é uma forma de prover os recursos necessários para a morte, através do pagamento adiantado por um período de anos.

13. Institutos funerários dos quais um grande número de pessoas participa, seja por pagamento mensal, ou taxa por ocasião da morte de um membro, são uma maneira de dividir sistematicamente os gastos, de tal maneira que levamos as cargas uns dos outros. Através de um plano bem organizado fazemos a provisão apropriada para uma despesa que tem de ser paga.

14. Os institutos de previdência social (o INSS, no Brasil) são reconhecidos pela Igreja como um plano, através do qual o empregador e o empregado se unem em economizar, sistematicamente, para um fundo que estará à disposição em tempo de necessidade, seja na aposentadoria ou morte.

15. Esses diferentes planos proporcionam exatamente para os membros leigos o que a Denominação (IAJA) – por conselho do Espírito de Profecia – tem fornecido por muitos anos para ministros e outros funcionários da Denominação (IAJA). Esse é um plano no qual uma porcentagem regular da folha de pagamento de várias organizações de trabalho é acumulada num fundo centralizado que é para ser desembolsado em pagamentos mensais ao aposentado, ou ao trabalhador incapacitado, ou a suas viúvas, em situações de dificuldade, para gastos extras com médico e funeral.

16. Apesar de oficialmente não encorajar nem desencorajar seus membros quanto a diferentes tipos de seguro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, através de votos da Comissão da Associação Geral em Concílio Anual, aprovou formalmente planos de seguridade social e de benefício para sobreviventes.

17. Na escolha do método empregado para prover “um capital para usar em caso de emergência” (O Lar Adventista, p. 395), seja qual for o método, um cuidado especial deve ser tomado em buscar e seguir os conselhos dos mais experientes, em quem se pode confiar para obter uma direção segura.

18. Independente da reserva que o provedor faça em preparo para o dia de adversidade financeira ou renda reduzida, ele deve guardar-se cautelosamente contra atitudes que podem levá-lo ao amor ao dinheiro, ou a colocar sua confiança naquilo que ele criou com suas próprias mãos, prejudicando, assim, uma íntima comunhão com seu Criador e Redentor.

19. O Senhor, através da orientação do Espírito de Profecia, nos deu muitos conselhos e diretrizes a respeito de nossa responsabilidade financeira de mordomia, deixando claro nossas obrigações para com Deus, para com nossa família, para com nossos irmãos da Igreja e nosso próximo. Esses conselhos devem ser cuidadosamente estudados, reestudados e absorvidos, para que acumulemos tesouro no Céu, e não sejamos seduzidos pelos enganos de Satanás.

Com base nas considerações feitas, foi VOTADO: 

 

1.      Advertir todos os crentes, especialmente aqueles que têm a responsabilidade financeira da família, a efetuar uma reserva bem planejada para situações de emergência que podem afetar a eles próprios e suas famílias.

2.      Assegurar-se de que os seguros de vida não têm nenhum conflito com os princípios cristãos como meios legítimos de prover para tempos de necessidade.

3.      Ponderar que as decisões quanto à extensão de como o seguro será usado para contribuir para o planejamento financeiro da família, é uma questão de consciência pessoal, e que a Igreja não deve tomar qualquer posição oficial nesse aspecto.

4.      Aconselhar que o ato de economizar para o futuro não dá qualquer direito ao exercício da ganância.

5.      Recomendar àqueles que planejam para o futuro, através de seguros, a evitarem que motivos egocêntricos venham a ser parte de seu planejamento.

6.      Educar os membros da Igreja, através do ministério da mordomia, no que concerne a sólidos princípios em planejamento financeiro familiar.

7.      Não tomar qualquer medida, como Igreja, quanto a estabelecer ou promover qualquer forma de seguro de vida em comum para os membros.

(Concílio Anual da Associação Geral – 1985) 

 

Fonte: Mais Relevante

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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