06. Jefté Realmente Sacrificou sua filha a Deus?

Consultoria Bíblica

 

 

Esta seja talvez, uma das passagens bíblicas mais difíceis de se explicar. Oferecer a filha virgem em sacrifício a Deus, como diz o texto que Jefté o fez, seria dar espaços a muitas dúvidas na mente de um cristão. 

Jefté realmente sacrificou sua filha a Deus ou não?

Existem duas correntes de interpretação sobre Juízes capítulo 11:

I – Jefté não matou em sacrifício sua filha, porque:

a – este ato estaria indo contra todos os princípios bíblicos. “Não matarás” e Deuterônomio 12:31 diz: “Não farás assim para com o Senhor teu Deus; porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele detesta, fizeram elas para com os seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimam no fogo aos seus deuses”;

b – de acordo com os originais em hebraico, poderia ser traduzido assim o verso 31 de Juízes 11: “será do Senhor, e lhe oferecerei um holocausto”;

c – Jefté não sacrificaria sua filha, pois sabia que Deus não aceitava isto, se tivesse feito tal ato, seu nome não poderia ter aparecido em Hebreus capítulo onze;

d – se Jefté tivesse realmente sacrificado sua filha, teríamos de encontrar na Bíblia alguma reprovação de Deus a Jefté;

e – entende-se então que a filha de Jefté foi dedicada ao Senhor, devotada a perpétua virgindade, como se pode inferir das declarações bíblicas: “chorou por sua virgindade” “ela jamais foi possuída por varão.” 

Ela lamentou não por morrer virgem, mas por passar o resto de sua vida, sem poder conhecer um varão, pois naquela época, a virgindade por toda a vida e a falta de filhos era considerada como desgraças máximas.

Logo, concluímos que a filha de Jefté foi dedicada a Deus, ficando virgem por toda a sua vida, não podendo se casar, nem ter filhos.

II – Jefté realmente sacrificou sua filha, porque:

a – era comum as moabitas e ao povo pagão daquela época sacrificar filhos aos deuses;

b – Jefté fez este voto sem a aprovação do Senhor, foi num momento de crise, pressão emocional, fraqueza e desespero, que levou a tomar atitude muito precipitada;

c – Abraão também ia fazer isto com seu filho Isaque, ficando fácil entender que Jefté também cumpriu a promessa de sacrifício de sua filha;

d – o Rei Moabe, Mesa, sacrificou seu filho primogênito, conforme relatado em II Reis 3:27, era algo relativamente comum para a época;

e – o fato de Jefté ter feito este voto de sacrificar algo, e ter oferecido a sua filha, está relatado na Bíblia não como um exemplo a ser seguido, mas sim como um fato ocorrido, que não nos leva a concluir que isto é algo a ser praticado pelos cristãos que seguem a Deus. 

Outros fatos negativos a Bíblia menciona, que não significa que pelo simples fato de estar na Bíblia é algo que deva ser praticado. Exemplo: o apedrejamento de Estevão, isto não significa que devemos apedrejar os cristãos, tem que se olhar o contexto. 

E o contexto da Bíblia é claro em afirmar que “Não matarás” é um mandamento escrito pelo dedo de Deus, que deve ser sempre respeitado.

Concluímos portanto, nesta segundo hipótese, que Jefté realmente ofereceu sua filha em sacrifício a Deus, e que isto não significa que tenha agido certo, mas sim a Bíblia registrou este detalhe de fraqueza de sua vida, assim como registrou a fraqueza de outros personagens como no caso de Abraão que certa feita, mentiu dizendo que sua esposa era sua irmã.

CONCLUSÃO FINAL

Se Jefté ofereceu sua filha em sacrifício em sistema de celibato ou realmente a matou, não podemos com certeza caracterizar, mas uma coisa podemos ter total certeza: que o ato de oferecer filhos ou filhas em sacrifício a Deus, tirando a vida deles, é totalmente condenado pela Bíblia, e jamais será isto ingrediente para a salvação de qualquer pessoa. Leia Lev. 18:21. Deuf. 12:31, etc.

*

Compilação do Pr. Irineo E. Koch

Colaboração: Amiltom de Menezes

      

Digitação: José Ricardo Garcia

 

– Veja aqui o Índice Completo das Perguntas

 

Fonte: Mais Relevante


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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