A Salvação no Velho Testamento

Todos nós sabemos que “não há salvação em nenhum outro nome” a não ser em Jesus Cristo (Atos 4:12).

Mas, como eram salvos aqueles que viveram antes de Jesus, nos tempos do Velho Testamento? Podiam receber a salvação em Jesus se Ele ainda não havia morrido? Como poderiam saber algo sobre o calvário e o que faria Jesus?

Desde que o homem pecou, deveria demonstrar fé no Redentor. Adão e Eva tiveram conhecimento do plano da Salvação (Gênesis 3:15). Abel creu no sacrifício do redentor vindouro ao levar um cordeiro para o sacrifício (Gênesis 8:20). Assim aconteceu com Abraão e os demais patriarcas.

O povo de Israel recebeu ordem de construir um santuário para que Deus pudesse habitar no meio do povo (Êxodo 25:8). Esse lugar seria para a manifestação da presença divina e também para adoração a Deus. E ainda mais do que isso: seria para revelar, mediante símbolos, o grande plano da salvação.

O santuário era uma tenda portátil, de aproximadamente 15 metros de comprimento por 5 de largura e 5 de altura. Era dividido em dois compartimentos: Santo e Santo dos Santos ou Santíssimo. Uma cortina, ou véu, separava as duas dependências.

No primeiro compartimento, que era duas vezes maior que o segundo, havia uma mesa com pães, chamados da proposição, representando a Cristo, no Pão da vida; havia também um castiçal de ouro com sete lâmpadas continuamente acesas – simbolizava a Cristo, a Luz do mundo; e um altar de incenso sobre o qual o incenso era queimado por ocasião do culto matutino e vespertino, representando a intercessão de Cristo.

No segundo compartimento – o Santíssimo, estava a arca, uma caixa de madeira revestida de ouro, que tinha por tampa uma peça de ouro maciço, chamada propiciatório; nas suas extremidades havia a figura de dois anjos, feitos de ouro puro, cujos rostos se voltavam para o propiciatório. Nesse lugar brilhava uma gloriosa luz, símbolo da presença de Deus. E o Senhor Deus ordenou que os 10 mandamentos – escritos com Seu próprio dedo, fossem postos dentro da arca.

A congregação não se reunia propriamente no tabernáculo, mas no grande pátio (ou átrio) que o cercava, que tinha 52 metros de comprimento por 2 metros de largura, fechado por cortinas. Nesse pátio, logo na entrada, estava a pia ou bacia, contendo água para os sacerdotes se lavarem, pois deviam estar limpos antes de entrarem no tabernáculo. Isto é um símbolo da pureza que devemos possuir – pois só os puros de coração entrarão no reino de Deus. Havia também o altar dos holocaustos (Êxodo capítulos 25 a 37 e 36 a 38).

Os serviços no primeiro compartimento, o lugar santo, eram diários: cada pecado naqueles dias era cobrado com sangue inocente. Quando alguém pecava, devia trazer à porta do santuário, um animal sem defeito (representava Jesus) e pondo as mãos sobre a cabeça do mesmo, devia confessar sua culpa. Desta maneira, a culpa era transferida do pecador para a vítima substituinte. Então o pecador degolava o animal, pois “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Por essa maneira era mostrado ao arrependido que seus pecados haveriam um dia de tirar a vida do inocente Filho de Deus – “visto que sem derramamento de sangue não há remissão”. Simbolicamente o pecado era transferido do pecador para o cordeiro que morria em seu lugar.

Os pecados do povo eram confessados, dia após dia e mês após mês, eram figurativamente transferidos para o santuário, pois algum sangue era aspergido no altar. Uma vez por ano era feita uma cerimônia especial para os extirpar, – uma purificação do santuário. Para este fim foi escolhido por Deus o dia 10 do sétimo mês, chamado o DIA DA EXPIAÇÃO ou dia do juízo. Para isso, o sacerdote tomava dois bodes, degolava um deles e penetrava com o sangue do animal no segundo compartimento, o Santo dos Santos ou Santíssimo. Então, enquanto estava defronte da arca que continha os 10 mandamentos, o sumo sacerdote aspergia o sangue sobre o propiciatório, para mostrar que o sangue de Jesus, o Redentor prometido, pagaria a pena da transgressão da lei. Por essa cerimônia era feita a remoção dos pecados acumulados no santuário.

Após completar a purificação, o sacerdote punha, sempre simbolicamente, todos os pecados removidos do santuário sobre a cabeça do outro bode – o bode emissário – e enviava esse animal ao deserto, onde morria.

Era plano de Deus que nesse dia do ano – o dia da expiação – povo e santuário ficassem limpos do pecado. Esse dia era para o povo de Israel um dia de juízo. Quem não se arrependia do seu pecado e dele não se livrava, devia ser eliminado do povo de Deus (Levítico 23:27-29). Havia grande alegria quando terminava o dia do juízo – estavam livres dos pecados cometidos durante o ano e purificados diante de Deus.

O tabernáculo ou santuário terrestre foi feito conforme o modelo do tabernáculo celeste e era uma cópia fiel dele (Êxodo 25:40; Hebreus 8:5). O autor do livro de Hebreus menciona o “verdadeiro tabernáculo que o Senhor ergueu, não o homem” (Hebreus 8:2). No Apocalipse, João viu, em visão, esse tabernáculo e peças da sua mobília (Apocalipse 11:19).

Os serviços do tabernáculo terrestre eram símbolos da obra de Jesus em favor do homem. Essa obra redentora Ele iniciou na Terra e prossegue no santuário celeste. O serviço do santuário era como um “telescópio da fé” pelo qual os fiéis podiam penetrar no grande espaço do tempo até a primeira vinda de Jesus e a cruz do calvário, indo além, ao segundo advento e ao juízo final!

Por ser símbolo da obra de Cristo, o Santuário do antigo Israel chegou ao seu fim, ao consumar-se o sacrifício de Jesus (Mateus 27:50 e 51).

Quando o Salvador expirou na cruz, o véu do santuário rasgou-se em dois, dando o Senhor a atender por isso que aqueles serviços não tinham mais valor. A sombra encontrava o corpo, o tipo encontrava o antítipo. Daquele momento em diante entrava em função o santuário que está no Céu (Hebreus 9:24).

Assim como o sacerdote no santuário terrestre representava a Deus em benefício dos pecadores, dons e sacrifícios, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, apresenta ao Pai, em favor do homem, os méritos do Seu próprio perfeito sacrifício – Sua morte na cruz. Contrariamente aos sacrifícios de animais, o sacrifício de Jesus foi feito “uma vez para sempre” (Hebreus 7:27). A virtude desse único sacrifício é suficiente para apagar os pecados de todos os homens em todos os tempos (1 João 2.2).

Mas, não esqueça, amigo, essa perfeita e completa expiação não pode salvar os descrentes. É somente quando cremos em Cristo como nosso Salvador pessoal e cremos na expiação efetuada na cruz para remissão dos nossos pecados, que o divino Mediador pode aplicá-la em nosso benefício. Por isso, aceite a Jesus como teu Salvador pessoal agora e receba as bênçãos do perdão e da salvação.

Autor: Pr. Montano de Barros

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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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