Natureza e Implicações da Música para a Adoração 


O material que disponibilizamos nesta página é um profundo estudo acadêmico acerca de diversas questões relacionadas à escolha apropriada de música para a adoração.

Para acesso ao material completo clique neste link. O documento está no formato PDF.

Para a apreciação dos nossos leitores, estamos apresentando abaixo alguns parágrafos selecionados deste material. Obviamente. para a devida contextualização e embasamento desses argumentos, sugerimos fortemente a leitura do material completo.


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O tema de louvor e adoração é um dos mais relevantes para o momento no qual vivemos, especialmente quando consideramos as Três Mensagens Angélicas. A primeira e a terceira delas apresentam dois tipos de adoração, uma verdadeira e outra falsa. “Temei a Deus e dai-lhe gloria, pois é chegada a hora do juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7b). “Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus” (Ap 14:9-10a). Estes versos deveriam ser suficiente incentivo para que dedicássemos muito estudo com o objetivo de alcançar uma melhor compreensão de como podemos adorar a Deus, e também de como podemos, inadvertida ou conscientemente, adorar a besta.

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Alguns importantes princípios bíblicos que podem ser aplicados ao uso da música no louvor e adoração exigem amadurecido discernimento espiritual. Consideremos, por exemplo, dois princípios apresentados por Paulo: “todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (l Co 10:23-24). E, ainda: “vede, porém, que esta liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos” (1Co 8:9). Se estes dois princípios fossem aplicados às nossas escolhas musicais, para o louvor e adoração, muitos dos problemas que temos enfrentado não existiriam.

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A música não é um objeto. Ela não é uma “coisa”. A música não é um CD; não é uma partitura. A música “é” somente quando executada, apresentada. Ela não foi antes e não será depois. Da mesma maneira que uma foto não é “você”, mas apenas uma “representação” sua; a gravação de uma música não é a música, mas apenas uma representação da música. Esta característica etérea da música é um tanto difícil de ser compreendida, mas é fundamental se realmente desejamos interagir de maneira mais inteligente e proveitosa com essa forma de arte.

Muitas concepções distorcidas sobre a música são oriundas do seu tratamento como objeto. Tais concepções deturpam a sua essência básica. Quando alguém diz que a música é “amoral” e a compara a uma faca ou um revolver, está tratando a música como um objeto inanimado. Veremos a seguir que a música está longe de ser um objeto inanimado.

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O principal ponto de discórdia entre as visões tradicional e pós-moderna sobre música sacra passa pelo conceito de música como arte simbólica. A visão tradicional é que a música pode possuir um significado simbólico em si, ou seja, um significado intrínseco. Do outro lado da moeda está um extremo da visão pós-moderna, incorporada no cristianismo nas palavras de Rick Warren: “Não existe tal coisa como música cristã; só existe letra cristã. É a letra que torna uma canção sacra, não a melodia. Não existem melodias espirituais” (WARREN, 2002, p. 43, tradução livre). Essa postura descarta por completo a possibilidade de qualquer tipo de relação entre letra e música, além de distorcer o conceito do que constitui sacralidade e como isso pode ser alcançado. Diz ainda que não é possível que a música puramente instrumental possa ser usada para criar uma determinada atmosfera ou contribuir para um estado de espírito. Para averiguar a veracidade ou não destas posições teremos que explorar quais as possibilidades de a música atuar como arte simbólica.

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Gostamos daquilo que não nos incomoda. Afinal de contas, ninguém gosta de ter seus pecados repreendidos. Também gostamos daquilo que agrada ao paladar, o “doce”. É mais fácil, exige menos, gostar de uma música que não requer uma mediação reflexiva, que não exija algum conhecimento prévio para compreendê-la. E, mais fácil gostar de coisas de consumo imediato (OLIVEIRA, 2012). É mais fácil gostar de uma música alegre que diga que eu sou importante do que de uma que nos faça refletir acerca da realidade de nossa condição espiritual e moral. É mais agradável pensar no céu do que na Cruz. Mas não há céu sem Cruz.

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Somos convidados a aprender a fazer distinção: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). “Provando sempre o que e agradável ao Senhor” (Ef 5:10). Ellen G. White tem sérias considerações sobre isso:

Quando o Senhor exige que sejamos distintos e peculiares, como podemos desejar popularidade ou querer imitar os costumes e práticas do mundo? […] Não devemos elevar o nosso padrão apenas um pouco acima do padrão do mundo, mas devemos fazer esta distinção decididamente aparente. A razão pela qual temos tão pouca influência sobre nossos familiares e colegas é por que existe tão pouca diferença entre nossas práticas e as do mundo (WHITE, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 143 e 146-147, tradução livre).

São nossas escolhas que revelam nossa compreensão do princípio da santificação. Da mesma maneira que escolhemos tornar o sábado um dia distinto, nossas escolhas musicais devem ser diferentes da música secular que nos rodeia. “Nunca deveria a marca de distinção entre os seguidores de Jesus e os seguidores de Satanás ser obliterada” (WHITE, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p.602, tradução livre). Quando nossa música tem o mesmo som que a música secular, não há distinção entre o sacro e o profano.

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Só podemos usar a música de forma apropriada no louvor e adoração se primeiramente cumprirmos as orientações da verdadeira religião. Caso contrário, nossas escolhas redundarão no prazer egoísta. A música em si não é louvor e adoração. A música é apenas um veículo para expressarmos nossa adoração e nosso louvor a Deus. Só podemos expressar aquilo que vivemos. Caso contrário, estaremos apenas “honrando a Deus com os lábios”. O discernimento espiritual para nossas escolhas musicais passa por uma vida dedicada a Deus, uma vida que é em si “louvor” e “adoração”. Se não vivermos na prática a religião bíblica, nossos esforços para usar a música de maneira apropriada no louvor e adoração serão sempre insuficientes. Acredito que esse é um elemento importante no reavivamento e reforma de nossos cultos. É nossa responsabilidade como igreja que proclama as Três Mensagens Angélicas compreender cada vez mais o que significa louvar e adorar a Deus na beleza da sua santidade.

Não precisamos temer, nem viver apenas pela intuição e sentimento. Deus nos prometeu luz. Precisamos estudar com mais afinco e fervorosa oração a Bíblia, os escritos proféticos de Ellen G. White e o que tem sido descoberto sobre a música. “Todo aquele que acredita de coração na palavra de Deus tem fome e sede por um conhecimento de sua vontade. Deus é o autor da verdade. Ele ilumina a compreensão escurecida e concede a mente humana poder para alcançar e compreender as verdades que Ele revelou” (WHITE, 1965, p. 49, tradução livre). Não podemos nos acomodar ou nos contentar com o que temos alcançado. Há muito ainda o que ser descoberto. Fico imaginando a música na eternidade. “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviam, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2:9). Este processo de descoberta começa aqui na Terra. Vamos usar a música com inteligência espiritual para suavizar e alegrar nossa jornada nessa vida passageira; vamos cantar com o espírito, mas também com o entendimento (1Co 14:15); vamos memorizar a Palavra de Deus através da música; vamos usar a música para dominar nossa natureza grosseira e inculta (WHITE, Educação, p. 167); e vamos continuar crescendo na Graça do Senhor Jesus Cristo.

Autor: Jetro Meira de Oliveira 


Jetro Meira de Oliveira é Doutor em Artes Musicais, Regência e Literatura Musical pela University of Ilinois, graduado em Música pela Andrews University e mestre em Música, Regência e Musicologia pela mesma universidade.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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