Reavivamento e Reforma: Qual a Trilha Sonora?

 

Hoje, clama-se por reavivamento e reforma. A trilha sonora tem que ser a mesma de séculos passados?

Os hinos compostos no século XIX eram um produto de seu tempo e falavam diretamente às pessoas daquele tempo. Alguns deles, por motivos variados, romperam a barreira do tempo e ainda hoje soam belos. Outros, porém, não envelheceram muito bem. Por isso, de vez em quando são substituídos por novos hinos.

Na época da Reforma, Lutero compôs hinos que falavam a nova língua doutrinária e para isso usou um novo idioma musical. No tempo do Grande Reavivamento dos séculos 18 e 19, outros compositores fizeram músicas que falavam a língua da renovação espiritual que florescia. E para isso, usaram um novo idioma musical, que já não era mais o de Lutero.

Isso não quer dizer que devamos ungir os hinos e mandá-los para o cemitério das línguas mortas. De modo algum. Muitos deles ainda têm muito a nos dizer. E penso que tenham mais a nos dizer do que boa parte dos louvores de DVDs gravados ao vivo e derramados de unção.

O conteúdo de um hinário tradicional aborda uma grande variedade de temas, cobre séculos de linhagem poética e musical e confirma as doutrinas com adequado senso hermenêutico. Além disso, entre aqueles mais de 600 hinos, vários deles apresentam a linearidade histórica e teleológica do relato bíblico da criação, queda, sacrifício de Jesus, esperança de vida eterna e segunda vinda de Cristo em suas 3 ou 4 estrofes (ver Quão Grande és TuPorque Ele viveSou Feliz).

No passado, não foi a mudança de estilos musicais que fez a igreja cantar. Antes, foi a renovação espiritual que levou a igreja a cantar e produzir novos (e antigos) modelos de música.

A tarefa do compositor cristão não é fácil. Ele precisa encontrar a “linguagem musical” sem perder de vista sua identidade bíblica. Ele necessita conciliar a “velha e feliz história” com a inovação artística. Ele deve cuidar de modernizar a mensagem sem “mundanizar” a embalagem.

O músico cristão não deve desprezar o legado musical de sua igreja. Antes, a história dos grandes e pequenos evangelistas e compositores do passado deviam servir para inspirá-lo a grandes mudanças espirituais e suaves mudanças estilísticas.

Nas palavras do poeta T. S. Eliot: a tradição é inescapável e cabe ao poeta comentá-la para renová-la, jamais desprezar seu peso.

Embora eu esteja longe dos profetas maiores e tão perto dos compositores menores, uno-me a você, meu caro poeta e compositor. Vamos renovar a tradição musical sem jamais desprezar sua importância e significado ainda hoje. É verdade que nossa música nunca estará à altura da música do céu. Mas não tenhamos receio. A graça divina cobre até nossos farrapos musicais.


 

Autor: Joêzer Mendonça

Fonte: Nota na Pauta


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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