044. Cristo é maior, igual ou menor que Deus Pai?

Consultoria Bíblica 

 

 

Cristo é Deus, ou não? Existe desde a eternidade? Maior, igual ou menor que Deus Pai?

Se há uma pergunta teológica que tem suscitada mais respostas que nenhuma outra, é a pergunta que Jesus dirigiu a Seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do homem? “ Mateus 16:13.

Desde o começo do cristianismo, estas perguntas tem suscitado acaloradas polêmicas. E não foram poucos os concílios da Igreja que tiveram como tema importante de discussão e decisão a natureza da pessoa de Cristo. 

O Sínodo de Antioquia, em 268 DC; Calcedônia, 451 DC; Constantinopla, novamente em 680 DC. Cada um deles emitindo documentos com opiniões diferentes sobre o assunto.

 

Não vamos discutir essas resoluções de concílios. A base de nossa programa é a Bíblia e a Bíblia vai responder claramente este assunto.

 

Como cristãos cremos em Cristo como filho de Deus? Sim, há uma resposta segura para essa indagação: a fé é baseada na fonte de todas as fontes, a Palavra de Deus. 

Essa fonte não nos deixa em trevas com respeito à identidade de Cristo, ela O revela o Filho de Deus e também o filho do Homem.

Pode parecer irrazoável apresentar evidências adicionais àquelas apresentadas pela Bíblia. O testemunho de Seu Pai já seria perfeitamente suficiente para elucidar essa questão. 

Entretanto, consideremos dois pontos sobre a filiação de Cristo: Sua pré-existência e divindade.

PRÉ-EXISTÊNCIA

A pré-existência do Filho de Deus não pode ser questionado. A Palavra de Deus, que é o fundamento de nossa fé, não deixa aí qualquer margem para dúvidas. Ambos, Velho e Novo Testamento ensinam de modo definido e claro que Cristo era Um com o Pai antes de Sua encarnação. 

Observe, prezado ouvinte, a forma positiva como esta verdade é apresentada pela Palavra Inspirada. Moisés escrever: “De eternidade a eternidade Tu és Deus.” Salmo 90:2.Cristo, na qualidade de Deus, apresentou-Se a Seu povo, através de Moisés, como “Eu Sou”. 

 

“Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que sou. disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.” Êxodo 3:14.

 

Quando esteve na Terra, certa vez os judeus Lhe perguntaram: “És maior do que o nosso pai Abraão alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se.” 

Estas palavras levaram os judeus a fazer uma nova pergunta: “Ainda não tens cinqüenta anos, e vista Abraão? “ replicou-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade Eu vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU.” João 8:53,56-58. 

Por meio dessa afirmação, Cristo não somente confirmou Sua pré-existência, mas também Sua divindade. Aqueles que O ouviram dizer “Antes que Abraão existisse Eu Sou”, reconheceram as implicações dessa declaração e se dispuseram a apedrejá-Lo, castigo com que os judeus puniam a blasfêmia.

Através do profeta Isaías, o Senhor é descrito como o “Alto, o sublime, que habita a eternidade”. Isaías 57:15. O profeta Miquéias, que profetizou o lugar do Seu nascimento, torna clara a pré-existência de Cristo através das Palavras: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miquéias 5:2. 

Salomão também proclama Sua pré-existência de forma explícita: “O Senhor me possuía no início de Suas obras, antes das obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da Terra.” Prov. 8:22 e 23.[O testo se refere à sabedoria do Criador].

Após a leitura dessas declarações, apenas algumas dentre as muitas existentes no Velho Testamento, podemos compreender melhor o que Jesus quis dizer, quando ainda estava na Terra: “Eu Sou o Pão vivo que desceu do céu.” João 6:51 “E agora, glorificai-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu Tive junto de ti, antes que houvesse o mundo.” João 17:5.

O apóstolo Paulo não deixa margem para qualquer dúvida sobre sua crença na pré-existência de Cristo. Ele o anunciava como eterno, onipotente. igual ao Pai, e Aquele, por meio do qual o mundo foi feito. 

Ouça: “Pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. “Colossenses 1:16 e 17. 

Essas palavras não poderiam ter sido escritas se Cristo não houvesse existido antes de nascer como um bebê em Belém.

Que Cristo é e era “antes de todas as coisas” evidencia-se ainda mais através do seguinte comentário: 

“O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como uma pessoa separada, ainda que Um com o Pai. Ele era a transcendente glória do Céu. 

Era o comandante das hostes celestes, e a reverente adoração dos anjos era por Ele recebida como um direito Seu. E isso não era qualquer usurpação do louvor a Deus…

“Há luz e glória na verdade de que Cristo era Um com o Pai antes que os fundamentos do mundo fossem estabelecidos. É uma luz brilhando em lugar escuro, tornando-a resplendente com a glória divina. 

Esta verdade, infinitamente misteriosa em si mesma, esclarece outras misteriosas e diferentemente inexplicáveis verdades, enquanto é abrigada em luz inacessível e incompreensível.” – E. G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906. 

Considerando esse ponto, podemos estar seguros de que Jesus é o Filho de Deus, em razão de Sua pré-existência.

DIVINDADE

Não seguimos “fábulas ardilosamente imaginadas” quando cremos na divindade de Cristo. Através da Bíblia Ele é apresentado com o “Eterno Deus, o Criador da Terra”, como Aquele que “entendeu os Céus como cortina”. 

Por certo ninguém pode ser tão tolo em crer que um mero ser humano poderia criar os céus e a Terra do nada, sem qualquer matéria pré-existente, ou crer que tudo isso “simplesmente apareceu do acaso”. 

Foi o divino Filho de Deus, Aquele que Se tornou Emanuel, Deus conosco, quem “falou, e tudo se fez; Ele ordenou e tudo passou a existir”. Salmo 33:9.

A divindade de Jesus foi novamente anunciada por Seu Pai: “mas, acerca do Filho: o Teu trono ó Deus, é para todo o sempre, e: Centro da eqüidade é o centro do Seu reino”. Hebreus 1:8. Somos impressionados pela Bíblia, com a íntima relação entre Cristo, o Filho, e Deus, o Pai. 

Sua obra conjunta na criação do homem é expressa claramente em Gênesis 1:26: “Façamos o homem a NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança.” As palavras FAÇAMOS e NOSSA, sugerem a coexistência e a cooperação entre o Pai e o Filho ao criarem o homem à imagem divina. Já o primeiro capítulo da Bíblia revela a divindade do Filho – Jesus. 

A singularidade do Filho e Sua igualdade com o Pai são provas definitivas de Sua divindade. Quando esteve na Terra, Ela afirmou: “Eu e o Pai somos Um.” Em Sua oração sacerdotal disse: “Pai Santo, guarda-os em Teu nome, que Me deste, para que eles sejam um, assim como Nós.” João 10:30; 17:11.

A respeito de Sua igualdade com o Pai e a revelação de Seu caráter, enquanto esteve neste mundo, lemos:

“Cristo veio ao mundo para revelar o caráter do Pai e redimir a raça caída. O Redentor do mundo era igual a Deus. Sua autoridade era a própria autoridade de Deus. Ele mesmo declarou que Sua existência eternamente ligada à existência do Pai. 

A autoridade com que falava, os milagres realizados, eram parte de Si mesmo, pois Ele mesmo afirmou que Ele e o Pai são um…”

“Como legislador, Jesus exercia a autoridade de Deus; Seus mandamentos e decisões eram sustentados pela soberania do trono eterno. A glória do Pai era revelada pelo Filho; Cristo tornou manifesto o caráter do Pai. 

Ele estava tão perfeitamente ligado com Deus, tão completamente envolvido por Sua luz, que aquele que visse o Filho, estaria vendo o Pai. Sua voz era a voz de Deus.” – Ellen G. White, Review and Herald, 7 de janeiro de 1890.

Cristo admitiu Sua própria divindade, aceitando o título “Filho de Deus”, e confirmou o testemunho de outros indicando-O como o “Filho de Deus”. Esse título, mais do que os outros, personifica Seu relacionamento ímpar com o Pai.

Como resumo das evidências de Sua divindade, podemos enunciar as seguintes:

I – Sua pré-existência;

II – Sua proclamação como o Filho de Deus;

III – Sua ressurreição;

IV – Seu poder para perdoar pecados;

V – Sua promessa em relação à vida eterna;

VI – Sua proclamação como o Salvador do mundo;

VII – Sua unidade como Pai.

Essas evidências da divindade de Cristo nos levam a crer como o apóstolo Paulo: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.” Colossenses 2:9.

Também é importante ressaltar aqui neste programa que as Sagradas Escrituras são igualmente claras ao apresentar Cristo como o Filho do homem. 

Também é bom lembrar que “a doutrina da encarnação de Cristo na raça humana é um mistério, “o mistério que tem sido oculto através dos séculos e das gerações”. É o grande e profundo mistério da bondade”. Ellen G. White, Review and Herald, 5 de abril de 1906.

Jesus reconheceu ser Filho do homem quando perguntou certa vez: “Quem diz o povo ser o Filho do homem?” Mateus 16:13. Ele é a Criancinha de Belém, o humilde Galileu, o Carpinteiro, a Semente da mulher. Sim, Ele é o Verbo que “Se fez carne e habitou entre nós”. João 1:14. 

Paulo referiu-se a Ele como o Filho do homem em sua epístola aos Filipenses 2:6 e 7: “Pois ele, substituindo em forma de Deus não julgou como usurpação ser igual a Deus: antes a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens: e reconhecido e figura humana.”

A humanidade de Cristo se torna mais real para nós quando sabemos que Ele era submisso a Seus pais. Ele cresceu fisicamente até Se tornar adulto. Ele lutou pelo pão de cada dia. Alegrou-Se e também chorou. 

Embora Sua natureza fosse superior à natureza humana, como o unigênito Filho de Deus, e superior em Seu trabalho de revelar o Pai, podemos verdadeiramente afirmar, sem reservas, que Ele assumiu todas as condições da natureza humana, tomando sobre Si as limitações necessárias para Se tornar como nós – um Homem entre os homens.

Humano, ao mesmo tempo divino. Mesmo sendo o “Pão da vida”, Ele sentiu fome; como a “Água da Vida”, Ele disse. “Tenho sede”. Ele viveu sobrecarregado, de fadigas e preocupações, porém, prometeu: “Eu vos darei descanso.” Ele chorou, mas “lhes enxugará  dos olhos toda a lágrima”. 

Ele morreu, mas Se tornou o único em quem podemos ter a vida eterna.

A razão por que Ele tomou sobre a Si a natureza é apresentada no seguinte texto: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, deles também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo… 

Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 2:14; 4:15.

Quando pensamos em Jesus, Aquele que desde a eternidade partilhou da glória do Seu Pai celeste, e que por milagre veio a Terra para Se tornar um Homem entre os homens, para levar sobre Si nossas dores, palavras são insuficientes para tentar expressar nossa admiração por Ele. 

Podemos apenas dizer, como João: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de deus.” I João 3:1.

 

– Veja aqui o Índice Completo das Perguntas

 

Fonte: Mais Relevante


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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