48. Cento e Oitenta Milhões por uma Pérola

INTRODUÇÃO 

1. Segundo o famoso mineralogista Heriberto P. Whitlock, há quatro pedras preciosas. São elas: diamante, rubi, safira e esmeralda. 

2. Há outras pedras valiosas, mas não são consideradas preciosas senão semipreciosas. Por exemplo: topázio, granada, turmalina, zircão, berilo e opala. 

3. Também há outras de menos valor, como ametista, calcedônia, crisópraso, ágata, ônix, jaspe. 

4. Houve um tempo que o rubi era a gema mais valiosa do mundo. Aparentemente, Salomão viveu nessa época. 

5. Dizem que hoje seria a esmeralda a mais apreciada e que seguiriam em ordem de importância o rubi e o diamante. 

6. Mas não é dessas gemas que lhes vou falar hoje. 

Nosso tema girará em torno de uma significativa parábola de nosso Senhor Jesus Crista. Está em S. Mateus 13:45-46. 

 

I. QUE  REPRESENTA  ESSA  PÉROLA  TÃO  VALIOSA  NA  PARÁBOLA?

 

1. Essa pérola representa Cristo, porque:

a) Hoje como ontem, possuindo todo o ouro do mundo, porém sem possuí-Lo, estaríamos perdidos, 

b) Hoje como ontem, sem nada dos bens materiais, mas com Cristo somos salvos. 

2. Atualmente continuam encontrando valiosíssimos diamantes. Não faz muito, os diários publicaram a notícia da descoberta de um diamante de quase 200 gramas, o terceiro jamais encontrado em ordem de tamanho e peso. Foi avaliado em onze milhões setecentos mil dólares. A enorme gema foi encontrada numa jazida de Serra Leoa. Foi batizado como “Estrela de Serra Leoa.” A informação jornalística assinalava que tinha o tamanho de um ovo de galinha e quando o encontraram parecia um pedaço de vidro esmerilado ou um pedaço de gelo despedaçado, com superfícies ásperas e desiguais. 

3. Que aconteceria se você ou eu o tivéssemos vis to atirado no campo, ou na rua?

a) Eu, pelo menos, não teria agachado para pegá-lo. 

b) Talvez um adolescente lhe houvesse dado uns dois pontapés. 

c) O que acontece é que, ao não entender da matéria, não haveríamos dado o seu verdadeiro valor. 

4. E que aconteceria se ficássemos sabendo que algum de nossos vizinhos estava vendendo tudo para comprar esse pedaço de vidro despedaçado? 

a) O mais provável é que o teríamos criticado. 

b) Inclusive, algum mais satírico o teria tomado como motivo de críticas e deboches. 

c) Ou talvez, os mais indulgentes teriam suposto que lhe sobreviera alguma enfermidade mental. 

5. Somente os entendidos teriam compreendido que o homem em questão estava fazendo o negócio de sua vida. 

6. E assim acontece também com Cristo.

a) Enquanto alguns zombam. 

b) Outros criticam. 

c) Os demais não entendem. 

d) Os que pensam com sensatez compreendem que vale a pena deixar qualquer coisa com o propósito de tê-lo. 

S. Mateus 13:45-46. 

II. DEVEMOS  DEIXAR  TUDO  QUE  NOS  IMPEDE  DE  SEGUIR  A  CRISTO

1. O caminho para a vida eterna é um caminho estreito. De renúncia. 

2. Muitos desejam uma religião cômoda e barata que lhes permita fazer o que desejam. A verdadeira religião não pode ser barata, nem engendrar cristãos de tipo barato. Nunca muito custou pouco. 

3. ILUSTRAÇÃO: Um cavalheiro tinha em suas mãos um pacote de bombons. Aproximou-se a um sobrinho que brincava com suas bolinhas e disse: 

– Ponha sua mão no pacote e tire todos os bombons que puder. O menino introduziu sua mão no pacote mas não pôde tirar nenhum bombom, parque tinha as mãos cheias de bolinhas e não as queria soltar. Então o tio lhe insinuou: 

– Se quiseres os bombons, primeiro terás que soltar as bolinhas. 

O menino negou-se a fazê-lo, pois considerava as bolinhas como seu tesouro mais importante. 

a) Não é possível herdar o reino dos céus enquanto retemos o pecado em nosso coração. 

b) Devemos renunciar ao pecado para aceitar a Cristo. 

c) Se há algo ou alguém que nos impede seguir fielmente ao Senhor, deveríamos desfazer-nos disso que nos freia. Cristo vale mais que qualquer outra coisa na Terra ou no céu.

4. A Bíblia fala de um homem, a quem conhecemos como o “jovem rico”, que não esteve disposto a renúncia. S. Mateus 19:16-22. 

a) Era um jovem com inquietudes religiosas. 

b) Sentia carinho e apreço por Jesus. 

c) Porém, não estava disposto a deixar seu egoísmo, suas posses materiais para ser fiel. O amor ao dinheiro o impedia de ser um bom cristão, Jesus o fez notar, mas ele não esteve disposto a renunciar. 

III. ÀS  VEZES  O  OBSTÁCULO  PODE  SER  AS  PRESSÕES  FAMILIARES

1. A família que se opõe: S. Mateus 10:36-39. 

2. A verdade sempre foi impopular. Também atualmente encontrará oposição, às vezes até de nossos entes mais queridos. 

3. Alguém terá problemas com a observância do sábado. Dirá: Temo perder o emprego etc. 

4. Alguns dizem: “É MUITO DIFÍCIL NO SÉCULO VINTE”.

a) Era mais difícil no tempo de Jesus. 

b) Vejamos o caso do cego de nascença. S. João 9:1-22.

– A resposta de seus pais. S. João 9:20-22.

c) Que implicava ser expulso da sinagoga?

– Segundo a lei judia ninguém podia, em todo o território da nação, dar emprego para essa pessoa; seus pais deviam expulsá-lo do lar; ninguém podia hospedá-lo; nem sequer podiam dar-lhe um prato de comida. 

– De maneira que ser fiel a Cristo nesse momento era mais difícil do que imaginamos hoje. 

– Mas houve muitos que, graças a Deus, estiveram dispostos a desfazer-se de tudo para ter a Cristo. 

5. A idéia de renúncia também foi explicada por Jesus com as palavras de S. Lucas 9:23-25. 

a) Segundo os pais da igreja isto significa fazer qualquer coisa contrária à natureza humana. 

b) Significa que teremos que aceitar a carga que represente ser fiel a Deus.

Estar dispostos a suportar a oposição e as lutas sabendo que é um privilégio de nossa parte resisti-las por causa do Senhor.

6. Devemos perseverar custe o que custar.

a) ILUSTRAÇÃO: Durante a guerra civil nos Estados Unidos, havia uma elevação ocupada pelo inimigo com uma bateria que matava os soldados a centenas. O General que da outra colina observava a luta com seus binóculos, viu que seu exército era impotente para tomar aquele elevação. 

Mandou chamar o Capitão da companhia que ele atacava e ordenou-lhe: 

– Capitão, tome essa colina e desaloje a bateria. 

– Meu General, procurarei fazê-lo – respondeu o capitão. 

Deu meia volta, e já esta indo, quando escutou novamente a voz imperativa do General que lhe ordenava: 

– Capitão! 

Ao voltar e ao perfilar-se escutou: 

– Tome a colina e desaloje dali o inimigo. 

– Meu General, farei todo o possível. 

Deu meia volta, e marchava, quando o General, inconformado com a resposta e irritado pela incompreensão, disse-lhe mais severamente: 

– Capitão! 

O oficial voltou a perfilar-se. 

– Diga-me capitão: “Tomarei a colina ou morrerei!” 

O capitão deu meia volta e se foi. Conta a história que o capitão tomou a colina e a vitória foi ganha. 

b) O Senhor espera de nós firmeza e perseverança. Não se conforma com esforços mornos ou medíocres. Espera de nós o melhor. 

IV. CENTO  OITENTA  MILHÕES  POR  UMA  PÉROLA

1. ILUSTRAÇÃO: Alguns anos antes de estourar a guerra mundial, estava sendo dirigida uma série de conferências no Japão. Assistiu ali uma senhorita da alta sociedade. Seus pais eram condes. A senhorita era filha única. Tinha uma ampla cultura, pois possuía o doutorado em Filosofia, falava japonês, alemão, francês e inglês. 

Depois de escutar as conferências, convencida da verdade bíblica, resolveu abandonar o “shintoísmo” para abraçar a verdade ensinada pela igreja adventista. Aceitando incondicionalmente a Jesus como Salvador pessoal, começou a guardar o sábado e a esperar a segunda vinda de Cristo. 

Quando seus pais se inteiraram de que havia mudado de religião, começaram as sérias dificuldades. Vivia num palácio, acostumada a uma vida de luxos, sem saber o que eram as tarefas domésticas, pois havia muito pessoal de serviço. 

O pai chamou-a e disse: 

– Minha filha, você não pode seguir com essa religião cristã adventista. Como pode abandonar o “shintoísmo”! Você sabe que sou Conde; o que pensará a sociedade; que dirão os círculos governamentais dessa religião fanática, quando são todos shintoístas aqui! 

Carinhosamente, a filha procurou convencer o pai de que somente a Bíblia personifica a verdade Divina e que ela somente podia crer em Deus como revelado nesse livro e em Jesus como nosso Senhor. Mas os preconceitos do pai lhe impediram ver a beleza do plano de salvação. 

Quase diariamente a jovem tinha sérios desgostas, até que certo dia o pai lhe disse que se não renunciasse ã religião teria que abandonar o lar. A mãe quis intervir em favor da filha, mas não teve êxito. O pai disse afinal: – Você tem duas horas para preparar suas malas e abandonar este lugar. 

Angustiada a senhorita teve que preparar suas malas sozinha, pois foi a primeira vez que em sua vida o pai havia ordenado que ninguém a ajudasse. Em seus ouvidos ressoavam as palavras de Jesus nosso Senhor: “Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim”. E isto a animou a cantar o hino (NOTA: seria apropriado que neste momento alguma pessoa da igreja que tenha boa voz cantasse o hino do Hinário Adventista do Sétimo Dia, n.º 518, a primeira estrofe). 

A Jesus seguir eu quero, Seja a sorte, sim, qualquer;

Onde quer que vá meu Mestre, Seguirei, sem mais temer. 

Ó, Jesus, seguir-Te quero; Tu morreste, foi por mim, 

Mesmo que Te neguem todos, Eu Te sigo até o fim.

Após reunir todos os seus pertences, pegou o dinheiro que tinha e colocou-o na carteira. Nesse momento entra o pai com a ordem de que a levasse ela mesma sua bagagem até o carro que a deixou ali, como o pai havia ordenado. 

Encontrou-se perplexa e sozinha. Pôs-se a pensar. Pensou em alugar um quarto num hotel. Assim o fez. De súbito disse a si mesma: 

– Sei falar alemão, inglês e francês. Vou dar aulas de línguas e ganharei a vida assim. 

Colocou um anúncio no jornal e em poucos dias teve uma quantidade suficiente de alunos para custear suas despesas. Assim vivia só mas tranqüila, guardando o sábado como fiel filha de Deus até que certo dia parou um carro em frente de sua casa e dele desceu seu venerável pai, com o propósito de vê-la. 

Abraçou-a chorando e disse: 

– Filha, estes três meses que você esteve ausente de casa foram um inferno para sua mãe e para mim. Temos chorado todos os dias e não podemos viver mais sem você. Volte para casa e continue com sua religião. Faça o que quiser quando voltar para casa. Só lhe peço uma coisa: Quando eu morrer – coisa que pode acontecer em qualquer momento, pois os médicos dizem que não sobreviverei a outro ataque de coração – queime incenso ao meu espírito, de acordo ao rito shintoísta. 

Esse pedido se devia ao fato de que crêem os shintoístas que, morto o pai seu espírito se transforma em uma espécie de deus, intermediário entre Deus e seus filhos. Isto os obriga a queimar incenso em sua honra em certas ocasiões. 

A filha respondeu-lhe: 

– Papai, eu te quero muito, como também a mamãe. Desejo voltar para casa. Mas não posso prometer o que me pede, pois faltaria ao primeiro e segundo mandamentos que dizem que não tenho que ter outros deuses ou imagens, como poderei cumprir com teu desejo, honrando sua imagem como a de uma divindade? Isto é contra a santa Bíblia, e não poderei fazê-lo sem cometer pecado. 

O pai, um tanto irado disse: 

– Terás que fazê-lo! 

A filha respondeu-lhe com toda sinceridade e amor: 

– Papai, eu poderia dizer-lhe que o farei, mas uma vez que você esteja morto não o faria. Você não saberá, mas procedendo assim desobedeceria o nono mandamento da lei de Deus, que manda não mentir. Deus exige que eu guarde os Dez Mandamentos, querido paizinho, por isso não poderei prometer o que me pede. Mas cuidarei de você com toda carinho, enquanto estiver vivo, porque você é meu pai. 

Pela segunda vez o pai quis obrigá-la… Irritado gritou: – Está bem. Ficará deserdada. Adotarei uma filha. Você está morta para nós. 

Poucos dias depois adotou outra filha. Esta menina que havia aceitado a Cristo esteve disposta a perder sua herança avaliada em centro e oitenta milhões antes que perder a Cristo, a Pérola de Grande Preço. O caminho para ela apresentava-se árduo, mas sabia que o Senhor a esperava ao final do mesmo.  

(NOTA: Aqui seria bom que a mesma pessoa cantasse a segunda estrofe e o coro do hino 518.) 

Um tempo depois este homem morreu repentinamente e de acordo com a ameaça feita havia legado toda sua fortuna de cento e oitenta milhões de reais à filha adotiva. A filha legítima não lamentava a perda da herança, pelo contrário. Dizia: 

– Prefiro a pérola verdadeira da salvação aos cento e oitenta milhões de meu pai. 

(NOTA: Pode cantar a terceira estrofe e o coro do hino 518.)

CONCLUSÃO 

Apelo para seguir a Cristo a qualquer preço; a deixar tudo o que impeça ir a Jesus; a vender tudo para comprar a Cristo, a Pérola de Grande Preço. 

 

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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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