Batismo com Água, com Fogo e com Espírito Santo

(Batismo de João e Batismo de Jesus)

De acordo com Mateus 3:11 há três tipos de batismo:

“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderosa do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”

Que é Batismo?

Para os adventistas o batismo não é um sacramento no sentido em que o aceita a Igreja Católica.

Que é sacramento?

Catecismo Romano, pág. 209, § 3, letra D, referindo-se aos sacramentos afirma:

“Deus os instituiu com a virtude, não só de simbolizar, mas também de produzir alguma coisa. . . São sinais de instituição divina, e não de invenção humana, que possuem também a virtude de produzir os santos efeitos que simbolizam. Assim cremos com fé inabalável!”

Para os teólogos católicos romanos o batismo é uma ablução que lava o corpo e purifica a alma da mancha do pecado. Esta declaração não se harmoniza com afirmações bíblicas que nos esclarecem que é o sangue de Cristo que nos limpa de todo o pecado. I Ped. 3:21; I João 1:7.

Como igreja cremos ser o batismo não um sacramento, mas um compromisso de lealdade como escreveu Ellen G. White na carta 129, do ano de 1903:

“Ao se submeterem os cristãos ao solene rito do batismo, Ele registra o voto feito por eles de Lhe serem fiéis, Esse voto é o seu compromisso de lealdade.”

O batismo é um requisito importante no plano da salvação por simbolizar a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.

É a porta de entrada para a igreja.

É o processo pelo qual nos tornamos membros da família de Deus.

O batismo é um ato de fé, por isso como igreja não aceitamos o batismo infantil.

Nos escritos de Paulo é o sinal da comunhão espiritual que deve existir entre o crente e Cristo. O batismo é um testemunho público de que o batizando aceitou a Cristo como Seu Salvador pessoal.

É um sinal externo do verdadeiro arrependimento do pecado e a manifestação de um desejo íntimo de ser purificado.

Pode ainda ser definido, como uma manifestação de fé, do crente, na morte propiciatória de Cristo.

“Simboliza o batismo soleníssima renúncia do mundo. Os que ao iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, declaram publicamente que renunciaram o serviço de Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do Celeste Rei.” – Evangelismo, pág, 307.

O batismo em o Novo Testamento é o sinal externo de que a pessoa aceitou o plano divino para sua salvação, assim como a circuncisão o era entre Deus e os israelitas do Velho Testamento. Em outras palavras, o rito da circuncisão foi substituído na Era Cristã pelo batismo, como nos informa Paulo em Col. 2:11 e 12.

Modos Diferentes de Batizar

Há três maneiras diferentes de batizar: por imersão, aspersão e afusão.

Imersão é o ato de imergir, mergulhar, fazer penetrar, afundar, banhar.
Aspersão é o ato de aspergir, respingar, borrifar, orvalhar.
Afusão quer dizer derramamento.

Encontra-se na Bíblia justificação para qualquer um dos três processos?

Se o batismo é uma comemoração da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rom. 6:3; Col. 2:12), apenas uma maneira pode representar com fidelidade esses aspectos da vida de nosso Salvador. A maneira bíblica de batizar foi apenas por imersão, Confirmam este processo o batismo de Cristo e o da igreja primitiva.

Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte nota para Rom. 6:3:

“O ‘banho’ por imersão na água (sentido etimológico de batizar) sepulta o pecador na morte de Cristo (Col. 2:12), de onde sai com ele pela ressurreição (Rom. 8:22), como nova criatura (II Cor. 5:17), homem novo (Efés. 2:15) . . .”

Atos 8:36 e 38, são passagens muito evidentes, na indicação do batismo por imersão. Se apenas um pouco de água é suficiente no batismo por aspersão, não haveria necessidade de Filipe e o eunuco procurarem um lugar de água abundante. No verso 38 lemos: “ambos desceram à água”. Há traduções que trazem – desceram para dentro da água. Que esta tradução é melhor confirma-se pelo verso 39, que diz “saíram da água”. Para sair da água é necessário primeiro nela entrar.

O comentário que Mathew Henry, faz deste verso, é um exemplo frisante para comprovar aonde pode chegar a influência de idéias preconcebidas:

“desceram à água, porquanto não tinham em sua posse qualquer vaso conveniente (pois estavam de viagem), com que tirar a água; e por isso tiveram de descer à mesma. Não que se tivessem despido, e tivessem entrado nus na água, mas, estando descalços, de conformidade com o costume, desceram talvez até aos tornozelos ou o meio da canela, e Filipe o aspergiu.”

Seguem-se alguns pensamentos muito úteis sobre o batismo, apresentados por Colin Brown:

“A despeito de asseverações ao contrário parece que ‘baptizo’, tanto em contextos judaicos como nos cristãos, normalmente significa ‘imergir’, e que, mesmo quando veio a ser um termo técnico para o batismo, o pensamento de imersão permanece.”

“O batismo de João. João administrava um ‘batismo de arrependimento para remissão de pecados (Mar. 1:4), antecipando o batismo no Espírito e em fogo que o Messias exerceria (Mat. 3:10).”

“O batismo em Cristo é batismo para a igreja, porque estar em Cristo é ser membro do corpo de Cristo” (Gál. 3:27 e segs.; I Cor. 12:13).

“O batismo em Cristo é para uma vida segundo o padrão da morte de Cristo para o pecado e Sua ressurreição para a retidão”.

“Sendo que o batismo significa a união com Cristo (Gál. 3:27), tudo quanto Cristo tem operado em prol do homem nos Seus atos de redenção, e tudo quanto Ele outorga a ele em virtude dos mesmos, é associado com o batismo nos escritos apostòlicos.”1

Igreja Adventista administra o batismo por imersão escudada nas seguintes premissas:

1º) O verbo batizar no original grego – baptizo, significa imergir, mergulhar, submergir, como nos confirma a própria história profana.

2º) A narração dos batismos apresentados em o Novo Testamento são evidência de que as pessoas eram imersas.

Confiramos:

a) Mat. 3:6. – Muitas pessoas eram batizadas por João no rio Jordão.
b) Mat. 3:16. – Batizado Jesus saiu logo da água.
O apóstolo João (3:23) afirma: “Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas.”
c) A referência ao batismo do eunuco etíope – Atos 8:38 e 39.
d) O simbolismo paulino de Rom. 6:4 é uma confirmação evidente de que para ele batismo significa imersão.

Para o Professor Jorge E. Rice batismo é:

1º) A porta de entrada na igreja.
Os que ouviram o sermão pentecostal de Pedro perguntaram: “Que faremos irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo.” Atos 2:37 e 38.

Lucas diz ainda mais: “Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” Atos 2:47.

2º) Porta de entrada para comunhão e relacionamento íntimos com Cristo.
Ele nos chama a atenção para a preposição grega ‘eis’ e não ‘en’ usada por Paulo para denotar o objetivo buscado e alcançado pelo batismo. Rom. 6:3 e 4. A preposição ‘eis’ indica reciprocidade e não repouso.

3º) A porta de entrada no Concerto.
Sendo a circuncisão o sinal entre Deus e Seu povo no Velho Testamento, o batismo representa a circuncisão espiritual do coração, e uma relação salvífica com Jesus. Afirmação baseada em Col. 2:11, 12.”2

O Significado do Batismo

1) O significado central do Batismo é a participação na morte e ressurreição de Cristo. O Batismo com o qual o próprio Jesus foi batizado, segundo Marcos 10:38, fornece-nos a chave para o entendimento comum deste tema. Jesus começou por solidarizar-se com os pecadores, no seu batismo no rio Jordão, e prosseguiu a sua carreira terrena nos caminhos do Servo Sofredor, através da sua paixão, morte e ressurreição. O Espírito que desceu sobre Jesus no batismo, desce também sobre a Igreja e une o Seu povo com Ele na Sua morte e ressurreição, no batismo e através da ação batismal. O nosso batismo une-nos com Cristo que tomou sobre si mesmo os nossos pecados e os de todo o mundo, para que esses pecados pudessem ser perdoados e apagados, abrindo-nos as portas para uma vida renovada.

2) No Batismo, administrado com água e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para remissão de pecados, somos batizados por um Espírito em um corpo. Em nosso Batismo, o Espírito do Pentecostes une-nos ao corpo de Cristo que é a Sua Igreja, e é recebido por aqueles que crêem em Jesus Cristo. Administrado em obediência à ordem de Nosso Senhor, é sinal e selo do nosso discipulado. Este batismo único, que nos coloca em comunidade com Cristo e uns com os outros, põe fim a toda segregação humana baseada, por exemplo, em diferenças de raça ou de classe.”3

Diferença do Batismo com Água, com Fogo e com o Espírito Santo

A mensagem de João Batista, declarando que Cristo batizava com o Espírito Santo e com fogo, assim como ele batizava com água, tem ensejado muita discussão e até acalorados debates entre os cristãos.

O batismo com água é um símbolo da operação feita pelo Espírito Santo de acordo com Tito 3:5 e I João 5:6, 8.

Quando se dá o Batismo no Espírito Santo?

Três idéias diferentes têm sido apresentadas:

1º) Quando cremos;
2º) Quando somos batizados nas águas;
3º) Quando Deus julgar necessário.

Elemer Hasse discute as três, mostrando pela Bíblia, as possibilidades e impossibilidades de cada uma delas.

De suas declarações, a mais importante é esta:

“Jesus recebeu o Espírito Santo logo após o batismo no Jordão (Mar. 1:10-12; Luc. 4:1, 18); os crentes de Cesaréia e o apóstolo Paulo, antes (Atos 10:44-48; 9:17-18); os discípulos, os irmãos de Samaria (Atos 8:12-17) e os de Éfeso (Atos 19:4-6) receberam o batismo do Consolador depois do batismo nas águas (os discípulos, anos depois)”4

Leia atentamente a seguinte declaração:

“O batismo no Espírito ou a conversão, precede de modo ideal a batismo na água.”

Este é uma demonstração externa da mudança que ocorreu no coração, O verdadeiro crente é nascido do Espírito (S. João 3:5, 6); o Espírito é o Instrumento selador (Efés. 1:13, 14); e o Espírito é dado a ele com penhor ou garantia e uma permanente lembrança de que ele pertence a Deus (II Cor. 5:5).”5

Os pentecostais usam as passagens de Atos 2:1-13; 8:4-12; 9:1-18; 10:1-48; 19:1-7 e outras como provas de que o batismo do Espírito Santo é uma experiência posterior ao batismo da água. Ver comentários esclarecedores sobre estes textos na Apostila Movimento Carismático do Dr. Wilson Endruveit, págs. 20 c e d.

As divergências maiores estão no “quando” o crente recebe o batismo do Espírito Santo, tendo como ponto de referência o batismo da água.

Ivan Carlo Zanella estudou o assunto nestes três tópicos:

A – O Batismo do Espírito Santo junto com o Batismo da Água

Esses são os que identificam o batismo do Espírito Santo no momento do batismo na água. Dizem que se o crente tem sido batizado com água em nome da Trindade, então pode ser considerado filho de Deus, herdeiro do reino dos Céus e “equipado” com o Espírito Santo.

Esta é a posição sustentada pela Igreja Católica.

Os católicos, bem como os pentecostais, crêem numa plenitude, posterior ao batismo da água, do Espírito Santo à qual denominam de Sacramento da Confirmação.

B – O Batismo do Espírito Santo, depois do Batismo da Água

Dizem que o batismo do Espírito Santo vem após um crescente progresso na vida cristã.

Os que assim crêem, endossam que o batismo do Espírito Santo é subseqüente à conversão. Vem depois da conversão e do batismo da água.

São inclinados a tomar a conversão do crente como um 1º estágio e a subseqüente plenitude do Espírito Santo, o qual é normalmente acompanhado pelo falar línguas como um 2º estágio. Os pentecostais chamam a este 2º estágio de Pentecostalismo ou Neopentecostalismo, e é tido como um indispensável passo para o poder espiritual e completa vida cristã.

C – O Batismo do Espírito Santo antes do Batismo da Água

Esses crêem que quando um homem se arrepende e crê em Cristo, quando sua vida é colocada aos pés de Jesus, e aceita o Espírito de Cristo ressuscitado em sua personalidade, é batizado com o Espírito Santo.

A aceitação deste ponto de vista coloca o batismo da água depois do batismo do Espírito Santo ou o batismo do Espírito Santo é por ocasião da conversão.

Posição Adventista do 7º Dia ou do Novo Testamento

Batismo é um testemunho público de que o batizando aceitou a Cristo como seu Salvador pessoal. Em casos normais o batismo com o Espírito Santo precede o batismo cristão com água.

a) Atos 1:8

O poder do batismo no Espírito é primeiro e acima de tudo um poder que nos une a Cristo. A grandeza do batismo no Espírito Santo consiste não no fato de levar o homem além de Cristo, mas exatamente de o levar a Cristo. Ser batizado no Espírito significa tornar-se de Cristo. Em outras palavras: O batismo com o Espírito Santo é o sinal da ligação espiritual entre o crente e Cristo.

b) Atos 10:44-48

O dom do Espírito aqui é a conversão e não uma experiência posterior à conversão. O batismo nas águas e o batismo no Espírito pertenciam juntos de tal maneira que formavam “um batismo” da Igreja.

c) Marcos 1:10

A conexão de água com o dom do Espírito Santo foi iniciada pelo próprio batismo de Jesus.

d) I Cor. 12:13

A expressão descreve o ato soberano de Deus, pelo qual todos os cristãos são incorporados, no corpo de Cristo, por ocasião de sua conversão. Paulo identifica o batismo no Espírito com a conversão ou regeneração.

O batismo na água é o símbolo de nossa união vital e essencial com Cristo, em sua morte e ressurreição – nós morremos para o pecado e ressuscitamos para urna nova vida. O batismo na água é o sinal simbólico do batismo do Espírito Santo, ou a união espiritual que deve existir entre o crente e Cristo.

Russel Norman Champlin, comentando Rom. 6: 3, que assim reza: “Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?”, disse entre outras coisas o seguinte:

“O batismo em água simboliza a regeneração, embora de forma alguma seja agente dessa realização espiritual. A água é apenas símbolo da operação feita pelo Espírito Santo. (Ver Tito3:5 e I João 5:6-8)

“O batismo em água é um ato de obediência, o qual visa, especificamente, mostrar ao mundo que o batizando assumiu uma nova lealdade.”

Billy Graham afirma:

“Já que o batismo com o Espírito Santo ocorre no momento da regeneração, a Bíblia nunca diz que devemos procurar por ele. Estou convencido que muitas coisas que alguns teólogos e pregadores adicionaram ao batismo com o Espírito Santo na verdade pertencem à plenitude do Espírito. A finalidade do batismo com o Espírito Santo é fazer o novo cristão adentrar no corpo de Cristo. Não há intervalo de tempo entre a regeneração e o batismo com o Espírito.

“No momento em que recebemos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, recebemos também o Espírito Santo.”6

água representa a purificação de nossos pecados efetuada através do Espírito Santo.

O Espírito Santo convence o homem do pecado de rejeitar a Cristo; da justiça da obra redentora de Cristo; do juízo por Satanás ter sido derrotado por Cristo na cruz.

Muito se tem discutido sobre o significado da água e idéias divergentes têm sido apresentadas, mas creio que melhor seja esta: o nascimento da água foi empregado metonimicamente por Cristo para significar o lavar dos pecados, ou a purificação espiritual, sem a qual ninguém pode ver a Deus. Ezequiel 36:25 confirma esta exegese.

Batismo com Fogo

Dos muitos comentários existentes sabre o significado do batismo com fogo de Mat. 3:11 limitemo-nos a estes três:

I. 1) Alguns acham que aqui temos dois batismos, um do Espírito e outro de fogo, e que este último fala de juízo, provavelmente até do inferno. Assim interpretaram Orígenes e outros pais da igreja, – Neander, Meyer, de Velte, Lange, e outros modernos. 2) Outros acham que o fogo, neste caso, significa o fogo que destruirá o mundo no último dia. 3) Outros relacionam esse fogo com o purgatório. Essas interpretações falham ao considerar que o ‘fogo’ do verso 11 e o fogo do verso 12 não falam do mesmo ministério de Cristo. O ministério do Espírito seria com ‘fogo’, assim como o ministério de João foi com ‘água’. É verdade também que Cristo julgará (verso 12), e que o fogo é símbolo de juízo. . . 4) A interpretação mais aceita é de que o fogo do verso 11 indica o caráter do batismo do Espírito. … Alguns hinos falam de batismo de fogo, tais como um rio em chamas que engolfaria os ‘lançados fora’; e alguns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo.” – O Novo Testamento Interpretado, Versículo por Versículo, vol. 1, págs. 288-289.

II. “O fogo e a água são dois grandes agentes naturais de purificação, e é apropriado que ambos sejam empregados para representar a regeneração do coração. Semelhantemente, são os dois agentes pelos quais Deus purificou, ou purificará a Terra do pecado e dos pecadores (II Ped. 3:5-7). Se os homens se apegarem persistentemente ao pecado, terão de afinal ser com ele consumidos. Quanto melhor, então, permitir que o Espírito Santo faça a obra purificadora agora, enquanto ainda há graça! O pecador será, ou purificado do pecado, ou com ele destruído. Disse Paulo: ‘O fogo provará qual seja a obra de cada um.” – SDABC, vol. V, pág. 300.

III. “O fogo, instrumento de purificação menos material e mais eficaz do que a água, simboliza já no Antigo Testamento a intervenção soberana de Deus e do seu Espírito, que purifica as consciências.” – Nota da Bíblia de Jerusalém sobre Mateus 3:11.

O Selo

Nos países do Oriente o selo era muito usado em documentos oficiais, como uma garantia de que esses documentos não seriam violados.

A Bíblia nos diz que o crente após ser regenerado, justificado e batizado com o Espírito Santo ele é selado. Efés. 1:13; 4:30.

Paulo parece ter em mente duas coisas quando fala de sermos selados com o Espírito Santo. Uma é segurança, a outra é propriedade. O vocábulo selo no grego quer dizer confirmar ou imprimir. Quando o Espírito Santo nos sela ou põe em nós sua marca, nós estamos seguros em Cristo.7

O Professor Elemer Hasse discute o problema do selamento do Espírito Santo nos seguintes termos:

“E que sinal dá Deus para sabermos se estamos ou não selados? Deus não deixou nenhum sinal. O importante é que Jeová o saiba. Não há perigo de que na Sua vinda Ele o ignore. ‘o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: o Senhor conhece os que são seus (II Tim. 2:19).

“Ademais, todos os que buscam emoções e sinais para a confirmação e certeza de sua fé, mostram que não têm certeza da salvação e aceitação por Cristo. Têm dúvidas a respeito de sua experiência com Jesus.

“A verdadeira fé não busca sinais: ‘os judeus pedem sinal’ (I Cor. 1:22); ‘Se não virdes sinais e milagres não crereis (João 4:48); ‘Que sinal, pois, fazes Tu, para que o vejamos e creiamos em Ti? Que fazes Tu?’ (João 6: 30). Mas nós ‘andamos por fé, e não por vista’ (II Cor. 5: 7).”8

O selo é a certeza ou a confirmação de que pertencemos a Cristo. Pode também ser chamado de selo de propriedade, confirmado pelo Espírito Santo

A pessoa que aceita a Cristo pela fé é imediatamente selada por Deus como Seu filho ou filha.

Quero concluir esta parte com o seguinte comentário de II Cor.1:22.

“Paulo usa aqui a figura do penhor (garantia) para ilustrar o dom do Espírito Santo aos crentes como uma espécie de primeiro pagamento, a certeza de plena herança no futuro (ver Efés. 1:13-14; Rom. 8:16). É privilégio do cristão receber definitiva convicção de sua aceitação da parte de Deus, como Seu filho adotado, quando da conversão, e retê-lo pelo resto da vida.”9

Batismo de João e o Batismo de Jesus

O batismo de João tinha que ver com o arrependimento, enquanto o batismo de Jesus inclui o arrependimento, mas também o ato de unir-se a Cristo em sua morte e ressurreição; isto é o que deduzimos das declarações de Paulo em Atos 19:3-5.

Revista Adventista, através de sua “Caixa de Perguntas” apresentou as seguintes respostas à inquirição que encima este subtítulo:

1º) “João fora enviado para preparar o caminho do Senhor, pregando energicamente a mensagem do arrependimento e era natural que ele oferecesse uma cerimônia de lavagem dos pecados aos que atendiam a essa mensagem. Quando as pessoas se dirigiam, arrependidas, a João, confessando seus pecados ele as levava ao rio Jordão, e lá as batizava imergindo-as nas águas. Isto significava também que testemunhavam publicamente a decisão de aceitar a orientação de João, que era conduzi-las a Cristo. Atos 19:4. Era, portanto, distinto do batismo cristão, ordenado por Jesus em Mat. 28: 19. . .

“Que o batismo de João não era suficiente confirma-se pelo fato de S. Paulo ter rebatizado alguns que vieram a ele em Éfeso, os quais haviam sido batizados por João. Atos 19:5.”10

2º) “O batismo de João era um chamado ao arrependimento, mas não um meio de transmitir graça espiritual. Assim o batismo com o qual Cristo batizava os crentes era batismo muito maior do que o de João.”11

De tudo o que os comentaristas apresentam, para diferençar o batismo de João do batismo de Cristo, parece ser o essencial e, isto é bíblico, o batismo de João tinha um significado simbólico, e ele o chama da água para contrapô-lo ao de Cristo, que é chamado do Espírito Santo e do fogo.

Não encontramos evidências em o Novo Testamento de que aqueles que foram batizados por João, tornando-se discípulos de Cristo eram obrigados a um segundo batismo. O batismo de João era aceito como batismo cristão. Este grupo rebatizado, mencionado em Atos 19:5 supõe-se que não havia experimentado a verdadeira conversão.

É bom saber que os anabatistas (a palavra significa rebatizados) se apegavam a esta passagem (Atos 19:5) como prova de que pessoas anteriormente batizadas convertendo-se a sua seita, deveriam batizar-se de novo.

Pesquisando sabre o batismo na Bíblia, concluiremos que no tempo de João Batista, o verdadeiro significado do batismo não era bem compreendido. Depois dos escritos paulinos, especialmente Rom. 6, houve melhor consciência de sua profunda significação.

Conclusão

Esta conclusão não é bem uma conclusão, mas um adendo que reforça e esclarece certos aspectos já apresentados neste estudo.

“Consideramos ser o batismo uma das ordenanças da igreja cristã e um memorial apropriado da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.

“Como hábito cerimonial, o batismo antecede a era cristã. O fato de o batismo por imersão haver sido um dos requisitos que os prosélitos eram obrigados a cumprir, evidencia que os judeus o praticavam.

“Para o judeu familiarizado com o sistema mosaico, as ‘várias abluções’ (Heb. 9:10) indicadas nas ordenanças tinham significação espiritual.

“Em sua oração Davi implorou a Deus – Lava-me. Sal. 51:7.

“Batismo significa mudança de proprietário.

“Batizado em Cristo, significa tomar-se propriedade de Cristo.

“O batismo significa a renúncia de todos os liames da velha vida de pecado – as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo. II Cor. 5:17.

“Batismo significa ligação vital com Cristo. O batismo significa fé em Cristo: ‘Quem crer e for batizado. ..’ Mar. 16:16.

“O batismo significa arrependimento: ‘Arrependei-vos e cada um de vós. . . ‘ ‘Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus’.”12

Referências:

1. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, vol. l, págs. 260-264.
2. O Ministério Adventista, setembro/outubro de 19B3, págs. 16 e 17.
3. Um só Batismo, Uma só Eucaristia e Um só Ministério, Documento da Comissão de “Fé e Ordem”, do Conselho Mundial de Igreja, págs. 16 e 17.
4. Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal, pág. 36.
5. Nota da Lição da Escala Sabatina do dia 5 de Novembro de1978.
6. O Espírito Santo, Billy Graham, pág. 70.
7. Ver Billy Graham – Opúsculo citado, págs. 72 e 73.
8. Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal, págs. 26 e 27.
9. Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. VI, pág. 833.
10. Revista Adventista, janeiro de 1974, págs. 30 e 31.
11. Idem, janeiro de 1961, pág. 37.
12. O Ministério Adventista, novembro e dezembro de 1962, pág. 11.

Extraído da Apostila “Explicação de Textos Difíceis da Bíblia” de Pedro Apolinário, Professor de Grego e Crítica Textual no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia.


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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