A busca do Espírito Santo e a mudança de hábitos

“Que ninguém pense que poderá alcançar, sem fervoroso esforço de sua parte, a certeza do amor de Deus. Quando à mente é permitido demorar por longo tempo apenas sobre coisas terrestres, é difícil mudar os hábitos de pensamento. Aquilo que os olhos vêem e os ouvidos ouvem, muitas vezes atrai a atenção e absorve os interesses. Mas se quisermos entrar na cidade de Deus e contemplar Jesus em Sua glória, temos de acostumar-nos a contemplá-Lo com os olhos da fé aqui mesmo. As palavras e o caráter de Cristo devem ser o objeto de nossos pensamentos e nossa conversação; e cada dia deve ser dedicado algum tempo especialmente à devota meditação sobre assuntos sagrados.” Ellen G. White, Mensagens aos Jovens Pág. 113 e 114.

A mudança de hábitos é sempre um grande desafio para qualquer pessoa. Mudar hábitos relacionados à vida cristã é um desafio ainda maior. Na maioria das vezes parar com determinadas práticas ou iniciar outras é um processo longo que demanda força de vontade, disciplina e principalmente auxílio Divino. Embora a formação de novos hábitos não seja sempre algo fácil ela é indispensável na vida daqueles que reivindicam a promessa feita por Jesus: “E eu rogarei ao Pai, ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,” (Jo. 14:16).

O hábito da oração

A formação do hábito da oração é indispensável na busca do Espírito Santo. Antes de O receberem os discípulos tiveram primeiro que aprender o verdadeiro significado da oração, aprenderem não apenas a orar, mas a ter uma vida habituada à oração (At. 1:14). Durante três anos de relacionamento com eles, Jesus não poupou esforços para ensiná-los, Ele apelou a seus corações e em muitos momentos exortou-os quanto a necessidade de vigiar e orar. Porém, na maioria dos casos os discípulos permaneceram como eram. Mesmo estando ao lado do Salvador ainda viviam em invejas e disputas internas sobre quem seria o maior no reino dos céus (Lc.9:46).

Fica evidente que em suas vidas ainda faltava a ligação vital com o poder transformador que pode ser encontrado unicamente através da oração da comunhão diária. Certa vez, Jesus os repreendeu por não estarem vigilantes: “E voltando, para os discípulos, acho-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem por uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt. 26:40 e 41).

Seguindo o exemplo de Jesus

Jesus, que era cheio do Espírito, nos deu Seu perfeito exemplo de uma vida habituada à oração. A inspiração nos revela que “Nas primeiras horas do novo dia, o Senhor despertava de Seu repouso e Sua alma e lábios eram ungidos de graça para que a pudesse transmitir aos outros”. Parábolas de Jesus, pág.139. A oração era um hábito constante e diário na vida terrena do Mestre. Ele sempre buscava intimidade com o Pai. Não é raro encontrarmos passagens na Bíblia onde vemos Jesus se retirando para lugares solitários a fim de orar: Mt.14:23; 26:36, 42 e 44; Mc.1:35 Lc.5:16. Os momentos de comunhão com o Pai O possibilitaram obter vitórias sobre os estratagemas de Satanás, e todo o poder que dEle saia, Ele já o tinha recebido do Pai nos momentos de íntima oração. Mark Finley em seu livro Revive Us Again pág. 17, afirma que: “Se Jesus, o divino filho de Deus, necessitava de tempo na presença do Pai, nós certamente precisamos muito mais. Jesus nunca estava ocupado para orar.”

O exemplo que Cristo deu aos seus discípulos certamente não foi inútil. Quando eles tornaram esta prática a parte central de seu ministério o Espírito foi enviado em resposta (At. 1:14; 2:1-4). A nós é aconselhado que “Devemos encontrar nossa força justamente onde os primeiros discípulos encontraram a sua: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas.” “Todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. E era um o coração e a alma da multidão dos que criam.” Atos 4:31 e 32. Conselhos sobre Educação, pág. 126.

O hábito de ler e refletir na Palavra de Deus

Outro hábito indispensável na busca do Espírito é o de refletir nas Sagradas Escrituras. É dela que iremos falar quando nos tornarmos cheios.

Em meio a tantas vozes neste mundo temos que priorizar a quem escutar. Somos livres para escolher se daremos mais atenção à Palavra de Deus ou ao nosso próprio eu, ou até ao inimigo. O que não somos livres para escolher são as consequências dessas decisões.

O hábito da reflexão diária nas Escrituras Sagradas certamente nos auxiliará a ouvir a voz do Senhor na busca do Consolador prometido. O reformador João Calvino certa vez disse: “Devemos nos aplicar zelosamente a ler e ouvir as Escrituras, se é que realmente queremos obter qualquer ganho ou benefício do Espírito de Deus”. – Institutas da Religião Cristã, v. I , 9:2.

Seguindo o exemplo de Jesus

Jesus tinha o hábito de relacionar-se com a Palavra de Deus. Por diversas vezes O encontramos citando as Escrituras Sagradas: Mt. 4:4, 7 e 10; 12:38-41; 19:3-4 e 8; 22:30-32; 24:15-16; Lc. 4:16-21; Jo.3:14-15 e etc. Foi no deserto da tentação que as Escrituras internadas no coração fizeram toda a diferença (Mt. 4:1-11). Disse Ele acerca delas: “São elas que de Mim testificam” (João 5:39). Ellen G. White sobre isto afirma: “dEle que é o Redentor, aquele em quem se centralizam nossas esperanças de vida eterna. Sim, a Bíblia toda fala de Cristo. Desde o primeiro relatório da criação – pois “sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3) – até à promessa final: “Eis que cedo venho” (Apoc. 22:12) lemos acerca de Suas obras e ouvimos a Sua voz. Se desejais familiarizar-vos com o Salvador [e Seu Espírito], estudai as Santas Escrituras.” – Caminho a Cristo, pág. 88. Ela ainda acrescenta: “Por intermédio das Escrituras, o Espírito Santo fala à mente, e grava a verdade no coração. Assim expõe o erro, expelindo-o da alma. É pelo Espírito de verdade, operando pela Palavra de Deus, que Cristo submete a Si Seu povo escolhido.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 671.

Quando experimentamos a sincera e verdadeira oração e estudamos a Palavra Deus, não só para obter conhecimento, mas para desenvolver intimidade com Ele, o Espírito Santo virá a nós como veio aos discípulos no Pentecostes (At2:1-4). “E se consentirmos, Ele [o Espírito Santo] por tal forma Se identificará com nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o Seu querer, que obedecendo-lhe, não estaremos se não seguindo nosso próprios impulsos.” – O Desejado de Todas as Nações, p. 671.

Flávio Inahara é pastor adventista no Japão 

 

 Reavivamento e Reforma.


Descubra mais sobre Weleson Fernandes

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

Verifique também

Pastores com sabedoria de peruca

  A história e a experiência nos ensinam que uma sociedade livre pode, aos poucos, …

Um apelo aos líderes da igreja

  Deus espera muito de nós neste tempo solene. À medida que os homens se …

Guerra espiritual pela tua mente

  Embora o mundo seja um campo de batalha no qual os poderes da luz …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×

Sejam Bem Vindos!

Sejam bem Vindo ao Portal Weleson Fernandes !  Deixe um recado, assim que possível irei retornar

×