Preparando-se para a crise final

 

Esta é uma época de condições climáticas incomuns. Calor excessivo no oeste dos Estados Unidos e Canadá. Inundações históricas na Europa ocidental, China, Turquia e Índia. Uma das maiores ondas de frio dos tempos recentes no Brasil.

 

Estes extremos no clima têm destruído cidades, dizimado centenas de pessoas e danificado culturas agrícolas, afetando a oferta e os preços dos alimentos, que já sofrem a maior alta em uma década, de acordo com o índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, com graves implicações sociais, especialmente nos países emergentes.

Acrescente-se a isso uma pandemia que interrompeu os fluxos econômicos em todo o mundo, com reflexos inéditos nos mercados, na política, nos direitos civis e nas relações internacionais, e temos uma conjuntura crítica agravada por grandes perturbações climáticas.

Diante desse quadro, é impossível não lembrar das palavras de nosso Senhor Jesus em Lucas 21:28:

 

Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima. 

Apesar dos dias desafiadores, Cristo nos anima a erguer a cabeça e olhar com fé para o alto, na direção do Céu, para não perder de vista o bem-aventurado acontecimento que corresponde à nossa mais acalentada esperança, expressa magistralmente por Paulo em 1 Coríntios 13:12:

 

Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 

Sim, devemos erguer a cabeça, e não baixá-la como os juncos, especialmente porque os sinais à nossa volta indicam que Cristo está prestes a concluir Sua obra mediadora no santuário celestial e declarar a solene sentença de Apocalipse 22:11 que decidirá irrevogavelmente o destino de cada pessoa:

 

Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. 

Estes são, sem dúvida, dias solenes, que exigem diligente preparação individual, decidido esforço pessoal, em união com o Espírito Santo, para que, no dia em que nosso nome for pesado na balança do tribunal divino, seja declarado a nosso respeito: “Purificado de todos os pecados perante o Senhor”!

O que pode ser de maior importância para o homem do que ouvir esta sentença favorável procedente do trono de Deus?

Alguns eruditos costumam classificar os sinais mencionados por Jesus em gerais e específicos, mas Cristo simplesmente Se referiu a sinais, os quais serão mais frequentes, mais intensos e mais extraordinários à medida que nos aproximamos do grande Dia do Senhor.

Somos testemunhas oculares desses sinais e de seu mais importante significado para homens e mulheres pensantes, e breve chegará o dia quando, na companhia dos santos reunidos por Deus dos quatro ventos da terra (Marcos 13:27), exultaremos em júbilo as palavras inspiradas de Isaías 25:9:

 

Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos. 

Como anseio por esse dia!

Para a geração que vive na última e culminante fase do grande drama dos séculos, a Bíblia tem muitos conselhos e advertências.

No entanto, quero compartilhar com o leitor duas orientações da Palavra de Deus especialmente relevantes para este tempo. Guardá-las no coração e sempre praticá-las será, como veremos, uma demonstração de inteligência e sabedoria de nossa parte. Vamos a elas.

1. A necessidade de conhecer a vontade de Deus

Encontramos esta primeira orientação na Epístola de Paulo aos Efésios, capítulo 5. Por amor à brevidade, limitar-me-ei a três versículos apenas. Comecemos com o verso 15:

 

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, … 

Depois de exortar os crentes a serem imitadores de Cristo e estabelecer o profundo contraste entre as obras das trevas e as obras da luz, Paulo nos admoesta a andar com prudência, isto é, com diligência e cuidado, buscando ser sábios, ao invés de néscios ou imprudentes, fazendo todo o possível para resistir às tentações e ao pecado que tenazmente nos assedia (Hebreus 12:1).

No verso seguinte, Paulo continua:

 

… remindo o tempo, porque os dias são maus. 

Sabemos por experiência própria quão maus são os dias atuais. Por isso, em face do mal moral sempre crescente e de todos os demais males a que estamos sujeitos num mundo de pecado, os quais podem nos privar das oportunidades de servir a Cristo, devemos aproveitar cada momento para ser uma bênção, buscando ativamente as oportunidades para fazer o bem (Gálatas 6:10), mesmo aos inimigos (Mateus 5:44).

No verso 17, Paulo exorta ainda:

 

Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. 

As Escrituras e a experiência ensinam que a insensatez nunca trouxe benefício algum a ninguém. Um insensato é um tolo, que não usa as faculdades e a inteligência que Deus concedeu para saber qual é a Sua vontade. Ele não se importa em remir o tempo, nem tampouco em compreender o propósito de Deus para sua vida. Nisso comete pecado.

O que age de maneira insensata será julgado não por ter acolhido a mentira, mas por ter recusado o amor pela verdade, predispondo-se, assim, à influência de tudo o que é enganoso (II Tessalonicenses 2:9-12).

Não queremos ser insensatos ou tolos, não é mesmo? Não queremos ser imprudentes ou néscios, certo? Então precisamos conhecer a vontade de Deus!

Considerar diligentemente qual é a vontade do Senhor, em que consiste Sua sabedoria, deve ser a meta suprema de todo o cristão, o item número um em nossa agenda de prioridades. Nada pode ser mais importante do que isso, pois essa compreensão (ou a ausência dela) definirá cada aspecto de nossa vida e decidirá nossa condição presente e destino futuro.

Não se trata da razão independente por si só, do mero assentimento intelectual de uma mente esclarecida.

É preciso conhecer a vontade de Deus no nível da experiência descrita em Romanos 12:2:

 

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 

Na introdução de seu livro Explicação de Textos Difíceis da Bíblia, Pedro Apolinário esclarece que, no grego, a expressão “não vos conformeis” significa “parai de assumir uma expressão exterior que não vem de vós e que não representa o que sois, mas é posta de fora e é moldada de acordo com este século”.

Em outras palavras, não deixe que o mundo molde seu caráter e defina quem você é.

Pedro Apolinário explica então o sentido original do apelo de Paulo à transformação como uma experiência precisamente inversa à conformação com o mundo: “Mudai vossa expressão exterior (daquela que veio de vossa natureza totalmente depravada quando não estáveis salvos) por aquela que vem do vosso íntimo (como salvos que estais)”.

Ou seja, a transformação espiritual é uma experiência de dentro para fora, não de fora para dentro, como no caso da conformação com este século. Deve ser “a expressão exterior de uma natureza interior, não um disfarce nos trajes do mundo”.

Comentário Bíblico Adventista observa a propósito da passagem de Efésios que estamos considerando que a mente transformada pelo poder do evangelho possui não somente a capacidade de entender a vontade de Deus, como também uma intuição divinamente implantada pela qual pode comprovar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Somente o cristão cujas percepções têm sido iluminadas pela presença de Deus terá uma verdadeira intuição de Sua vontade e viverá de acordo com ela, mesmo nas questões mais comuns, aprovando ou reprovando, escolhendo ou rejeitando segundo esse divino critério e perguntando a cada passo do caminho: “Esta é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus?”

Em suma, a mente renovada pelo poder da graça é capaz de reconhecer, apreciar e cumprir a vontade do Senhor e, dessa maneira, testifica poderosamente de Seu nome!

Para a mente convertida, a vontade de Deus é a grande regra da vida cristã. Conhecê-la e vivenciá-la é andar com sabedoria e segurança em meios aos perigos do mundo.

Naturalmente, esse nível de experiência requer muito mais do que alguns minutos de leitura da Bíblia ou orações ocasionais.

Um pré-requisito fundamental para conhecer a vontade de Deus é a disposição de seguir cada verdade associada a ela, mesmo quando contraria nossas preferências e preconceitos, e isso exige de nós muito mais humildade, abnegação e comprometimento com Cristo do que temos vivenciado até agora.

Necessitamos de mais tempo a sós com Deus.

Necessitamos de mais estudo da Bíblia e fervorosa oração.

Necessitamos da unção diária do Espírito Santo.

Se é nosso sincero desejo entender a vontade de Deus e viver em função dela, precisamos cumprir as condições de Deus para isso. Se o fizermos na força de Seu poder, seremos esclarecidos por Ele e conduzidos por Seu Espírito a cada passo do caminho (João 16:13).

2.  A consciência de que temos um inimigo, cujas estratégias é preciso conhecer

Na mesma Epístola aos Efésios há uma segunda orientação divina, não menos importante que a primeira. Encontramo-la no capítulo 6. Vejamos a partir do verso 10:

 

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. 

Na conclusão de sua carta, Paulo admoesta os cristãos a se fortalecerem “no Senhor”, uma expressão temática que ocorre de várias formas cerca de 30 vezes nesta curta epístola.

Somente no Senhor e na força de Seu poder é que podemos ser fortalecidos, pois o conflito é desigual, a favor do adversário, e este só pode ser vencido se buscarmos os recursos forjados no arsenal do Céu, como o verso 11 diz:

 

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; … 

A armadura é de Deus e, portanto, Ele garante sua eficácia. Mas é preciso revestir-se da armadura completa, com cada equipamento fornecido capaz de satisfazer as necessidades do cristão no campo de batalha espiritual. O inimigo é astuto e a sutileza de seus métodos pode ser avaliada nas investidas contra Jesus no deserto da tentação (Mateus 4:1-11).

Preciso reiterar esse ponto. O inimigo não pode ser vencido com armas convencionais de qualquer espécie, mas somente com os recursos da Onipotência.

A armadura de Deus é a única projetada para defender contra os ataques astuciosos de um adversário não humano, que, abaixo de Cristo, é o mais poderoso. Efésios 6:12 e 13 diz:

 

… porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. 

A natureza do conflito não deixa dúvidas. O adversário se destaca por seu poder sobrenatural, por sua força de vontade com direção única e por sua inteligência tática superior. Ele tem milhares de anos de experiência na arte maligna do engano, está profundamente familiarizado com as fraquezas da natureza humana e possui uma visão das coisas infinitamente superior à nossa.

O cristão é aconselhado a tomar toda a armadura de Deus. Se usar só uma parte dela, ficará exposto aos ataques mortais do inimigo. Se não usá-la,…

Lembre-se: Esta luta de natureza espiritual é como uma guerra assimétrica travada em muitas frentes, em que as estratégias convencionais de defesa e ataque não se aplicam e na qual mil alfinetadas valem mais do que uma única estocada.

Ou, parafraseando as palavras de Stefan Zweig ao se referir à “inescrupulosa técnica de ludibriar” do nazismo, Satanás tem o cuidado de ocultar toda a extensão de seus planos e pratica cuidadosamente o seu método: uma dose de cada vez, e depois de cada dose uma pequena pausa, para verificar se não foi forte demais, se a consciência tolera essa dose, para então aumentá-la cada vez mais, até que não haja resistência alguma.

Por essa razão, é absolutamente indispensável que o cristão ouça o que a Bíblia tem a dizer sobre os planos e táticas do diabo e esteja equipado com todas as defesas espirituais antes de entrar em batalha contra um adversário tão poderoso e astuto.

Se o cristão não estiver totalmente protegido, o inimigo certamente explorará suas vulnerabilidades.

Comentário Bíblico Adventista sobre Efésios 6:13 observa:

 

O cristão é vulnerável em muitos pontos e, muitas vezes, a característica que ele considera a mais forte, sob a tentação, pode ser a mais fraca. Assim como uma corrente não é mais forte do que seu elo mais fraco, o cristão não é mais forte que seu traço de caráter mais fraco. Tendo em vista a variedade de inimigos que devem ser enfrentados e as várias fraquezas da carne, unicamente a armadura espiritual completa será suficiente. 

Então, devemos nos perguntar: Em quais pontos sou vulnerável? Quais fraquezas Satanás pode explorar para a sua própria vantagem?

Faça esse exame introspectivo considerando que Satanás também sabe que

 

  • as primeiras impressões são difíceis de serem descartadas;
  • apelar para as emoções, não para o intelecto, é a melhor forma de provocar reações físicas e esgotar o pensamento crítico;
  • esgotar o pensamento crítico é um meio eficiente de suprimir a verdade;
  • suprimir a verdade até o ponto de torná-la irrelevante leva à passividade e ao egoísmo;
  • pessoas passivas e egoístas não se importam em ser enganadas, desde que sejam entretidas;
  • faz sentido, portanto, controlar a indústria do entretenimento, pois significa deter os meios que moldam a visão de mundo, vendem ideias e estilos de vida e geram conformidade.

 

Bem, o leitor já deve ter percebido que o alvo prioritário de nosso oponente não é o mundo com sua mundanidade, visto que “o mundo inteiro jaz no maligno” (I João 5:19).

O objeto principal dos ataques de Satanás é claramente identificado em Apocalipse 12:17:

 

Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. 

O uso bíblico da palavra “restante” ou “remanescente” transmite a ideia de um grupo que foi preservado da destruição para dar continuidade ao povo fiel a Deus.

Os “restantes” mencionados em Apocalipse 12:17 são o remanescente de uma longa linhagem de grupos escolhidos por Deus, os quais sobreviveram aos ferozes ataques do dragão ao longo da história, particularmente durante os 1.260 anos de supremacia papal (versos 6 e 14).

Trata-se do último remanescente de Deus, encarregado de proclamar ao mundo o último apelo da graça tal como expresso nas três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12.

Este remanescente final tem duas características que o distinguem no tempo do fim:

 

  • Eles obedecem aos mandamentos de Deus, incluindo o quarto mandamento, a pedra de toque de lealdade e obediência a Deus (Apocalipse 14:7, cf. Êxodo 20:11);
  • E têm o testemunho de Jesus, que é o “espírito da profecia” (Apocalipse 19:10).

 

A expressão “espírito da profecia” descreve o ato de o Espírito Santo falar por intermédio dos profetas, enquanto a expressão “testemunho de Jesus” se refere ao testemunho que Cristo dá de Si mesmo através dos profetas movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1:19-21).

Agora note: Nenhum outro grupo religioso tem um motivo válido e bíblico para afirmar ser o remanescente, a não ser que guarde os mandamentos de Deus e tenha o testemunho de Jesus. E nenhum outro grupo religioso tem cumprido estas condições e proclamado as três mensagens angélicas como o derradeiro apelo de Deus para os pecadores aceitarem a Cristo, senão os adventistas do sétimo dia!

Simplificando: Nós somos o alvo.

Se você tem alguma dúvida sobre isso, pense um instante em como e quanto Satanás tem manifestado sua ira contra o remanescente final desde suas origens no século XIX.

Talvez o exemplo mais recente dessa grande determinação do diabo de pelejar contra o povo de Deus no tempo do fim, na tentativa de destruir a igreja, esteja ocorrendo agora no campo das artes.

Sabemos que tem sido um fenômeno recorrente na indústria cinematográfica a adoção de temas e enredos inspirados em narrativas míticas do gnosticismo, em que há uma inversão deliberada de papéis no contexto do conflito cósmico: o vilão é o herói, e o herói, o vilão. Trata-se da versão de Satanás para o grande drama dos séculos.

Há inúmeros exemplos de produções estruturadas sobre essa narrativa gnóstica distorcida. O IMDB, uma base de dados online sobre cinema, séries de TV e games, lista 41 filmes dos mais variados gêneros inspirados nessa temática. Explorei esse assunto em três postagens diferentes: A reconstrução simbólica de Babilônia nos últimos diasA série “Jogos Vorazes” e a hermenêutica invertida e O redescobrimento do paganismo e a estratégia da desinformação.

No entanto, The Tomorrow War (no Brasil, A Guerra do Amanhã), produzido pela Paramount Pictures em colaboração com outras produtoras e distribuído na plataforma de streaming Amazon Prime, possui o mérito de ter ido muito além das demais produções do gênero.

No enredo, a humanidade está perdendo uma guerra global trinta anos no futuro contra uma espécie alienígena mortal… guardadora do sábado!

Sim, é isso mesmo.

A única esperança de sobrevivência é que soldados e civis do presente sejam transportados para o futuro a fim de reforçar a ofensiva humana contra as criaturas e atacá-las furtivamente no ninho durante seu descanso sabático! O mundo inteiro se une nessa luta, que foi desencadeada pelo aquecimento global!

Não sei quanto a você, mas pessoalmente não acredito em coincidências desse tipo nem em produtores e roteiristas que não sabem o que estão fazendo ou para quem.

Note esta sequência de diálogos no filme:

 

A cada seis dias, os garras brancas desaparecem: eles rastejam de volta para seus ninhos. 

 

Chamamos isso de sábado, seu dia de descanso. 

 

E é quando inserimos as tropas. 

 

Esta última fala nos remete intuitivamente às palavras proféticas de Cristo aos Seus seguidores quando, quarenta anos no futuro, testemunhassem a iminente queda de Jerusalém nas mãos das legiões romanas: “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (Mateus 24:20). Uma fuga no sábado não apenas seria inapropriada, em virtude da santidade do dia, mas também deixaria os cristãos mais vulneráveis.

Um aspecto não menos significativo presente na trama é a aparência das criaturas. Chega a ser surpreendente a forma vil e asquerosa como os observadores do sábado são subliminarmente retratados no filme.

Mas quando lembramos quem é o alvo, tudo passa a fazer sentido.

Os alienígenas do sétimo dia são seres realmente repulsivos e, eventualmente, os guardadores do sábado serão tratados como tais, pois o processo de desumanização é um passo preparatório para a perseguição de qualquer raça ou grupo de pessoas que venha a ser objeto da indignação geral.

A história testifica sobre isso.

A máquina de propaganda nazista retratava recorrentemente os judeus como inumanos, como uma bando de ratos portadores de doenças letais que infestavam a Alemanha e a Europa e dos quais era preciso se livrar. Esta torrente publicitária agressiva e venenosa (que incluiu a indústria de entretenimento alemã) repercutiu da maneira mais dramática na vida do povo judeu.

É apenas mera coincidência que a guerra do amanhã seja a guerra do sábado?

Considerando que existem relações profundamente importantes entre o cinema e o comportamento humano, não é razoável presumir que Satanás pode estar condicionando as pessoas hoje para a verdadeira guerra do amanhã, o Armagedom, o grande Dia do Deus Todo-Poderoso (Apocalipse 16:13-16), em cujo centro estará o dia que é o sinal distintivo entre Deus e Seu povo (Ezequiel 20:12 e 20)?

Não seria o diabo pretensioso o bastante para tentar desesperadamente reescrever o destino do planeta tal como revelado no Apocalipse, preparando mentes para relacionar a maior ameaça à terra com os guardadores do sábado e, assim, tentar aniquilar a única igreja que tem sido um obstáculo aos seus planos?

Considere estas declarações de Ellen G. White em Conselhos para a Igrejap. 343.6 e O Grande Conflitop. 615.2, respectivamente:

 

A questão do sábado será o ponto controverso no grande final conflito em que o mundo inteiro há de ser envolvido. Os homens exaltaram os princípios do diabo acima dos que regem nos Céus. Aceitaram o sábado espúrio instituído por Satanás como o sinal de sua autoridade. 

 

Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade, e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular, fará com que esta minoria seja objeto de ódio universal. Insistir-se-á em que os poucos que permanecem em oposição a uma instituição da igreja e lei do Estado, não devem ser tolerados; que é melhor que eles sofram do que nações inteiras sejam lançadas em confusão e ilegalidade. O mesmo argumento, há mil e oitocentos anos, foi aduzido contra Cristo pelos “príncipes do povo.” “Convém”, disse o astucioso Caifás, “que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.” João 11:50. Este argumento parecerá conclusivo; e expedir-se-á, por fim, um decreto contra os que santificam o sábado do quarto mandamento, denunciando-os como merecedores do mais severo castigo, e dando ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los.

 

Note que ainda estamos no estágio da sedução, o que representa uma mudança transitória na estratégia de Satanás em relação à história passada, no que tange à tentativa de conquistar adeptos para seu lado.

A tática, porém, não se restringe à sedução do mundo contra o remanescente fiel. Inclui a sedução do próprio remanescente em prejuízo de si mesmo.

Em O Apocalipse de João, Ranko Stefanovic observa que se a perseguição e coerção foram os expedientes que o arqui-inimigo empregou para atacar a igreja ao longo da história, quando ele inicia seu ataque final contra o remanescente do tempo do fim, sua estratégia muda da coerção para o engano, como evidencia o fato de o Apocalipse usar com regularidade o termo “seduzir” somente na seção escatológica do livro (capítulos 12-20), a fim de descrever as atividades de Satanás no preparo para a crise final.

Devemos nos perguntar em qual questão nosso adversário concentrará suas energias com o objetivo de seduzir o último remanescente e torná-lo espiritualmente débil.

Encontramos a resposta em Apocalipse 14:7:

 

Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. 

A palavra “adorai” no grego é proskuneó. Significa ajoelhar-se em reverência e submissão. O termo é formado por prós – “para” e kyneo – “beijar”, literalmente, beijar o solo ao prostrar-se diante de um superior. A maioria dos eruditos concorda que o significado básico é “beijar”.

A palavra é empregada tanto para descrever o gesto de curvar-se diante de alguém que honramos até o ponto de beijar-lhe os pés, seja para expressar respeito ou fazer uma súplica, como para se referir à adoração a Deus e a Cristo, aos seres celestiais e aos demônios e seus instrumentos humanos.

No contexto da adoração a Deus, o sentido é de render-se ao Senhor, em total submissão a Ele, em reconhecimento de nossa inferioridade ante a Sua superioridade.

Há 60 ocorrências da palavra proskuneó no Novo Testamento, 24 das quais só no Apocalipse, sendo que 10 se referem à falsa adoração!

Portanto, parece claro que é nesta questão decisiva que Satanás concentrará suas energias contra o remanescente final.

E por quê?

Porque, de acordo com 2 Coríntios 3:18, é pela contemplação que somos transformados e esse é o meio mais efetivo para moldar a mente e definir quem você é.

Assim como a contemplação da imagem de Cristo atua sobre a natureza espiritual e moral, transformando nosso caráter “de glória em glória” por meio da operação do Espírito Santo, que renova, consagra e dignifica na semelhança da perfeita vida de Cristo, assim atua a contemplação das muitas imagens sugeridas por Satanás, porém no sentido oposto, rebaixando o padrão de Deus para adequá-lo à mente não renovada.

Em Fé e Obrasp. 45.1, Ellen White adverte que este

 

É um dos maiores enganos dos últimos dias e constituirá uma tentação para todos os que creem na verdade presente. Aqueles cuja fé não está firmemente estabelecida sobre a Palavra de Deus serão enganados. E a parte mais triste de tudo isso é que bem poucos dos que são enganados por esse erro encontram novamente o caminho para a luz. 

É de tirar o sono, não?

Diante de tudo isso, não é mais que razoável avaliar nosso desempenho até aqui no teatro de guerra espiritual e considerar se não estamos perdendo a batalha de nossas vidas simplesmente por estar no lado errado do campo?

Lembre-se: A estratégia de Satanás consiste não apenas em destruir a igreja a partir de fora, mas enfraquecê-la a partir de dentro.

Conclusão

 

Em A Arte da Guerra, Sun Tzu escreveu:

Conhece o inimigo, conhece a ti mesmo, e a vitória será sempre certa, mesmo em cem batalhas. 

Aquele que conhece a si, mas não ao inimigo, sofrerá uma derrota para cada vitória. 

Aquele que não conhece a si e ao inimigo, fracassará em toda batalha. 

O mesmo princípio se aplica à guerra espiritual.

Se conheço o meu inimigo e conheço o Deus a Quem sirvo, a vitória será sempre certa, mesmo nas batalhas mais renhidas da vida.

Se conheço o Deus a Quem sirvo, mas não o inimigo, sofrerei uma derrota para cada vitória, e isso eventualmente dará vantagem ao adversário.

Se não conheço o Deus a Quem sirvo nem o inimigo, fracassarei em toda batalha.

Que ouçamos com mente e coração abertos pelo Espírito Santo as orientações e advertências da Palavra de Deus, para sermos “mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37).

[Revisado em 20 de novembro de 2023]

Fonte: Três Mensagens

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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