A Nova Ordem Mundial – O oculto revelado

“Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá.” (Salmo 2:1-5)

A história humana, com seus antagonismos e conflitos sucessivos, é uma história de rebelião contra Deus e contra o Seu Ungido, Jesus Cristo.

Ela é o reflexo de um conflito cósmico iniciado no Céu (Apocalipse 12:7-9), e seus lances dramáticos têm afetado cada homem e mulher nascidos neste planeta desde a queda de nossos primeiros pais (Gênesis 3).

Não se trata somente de uma rebelião em nível individual (o que, por si só, já é grave), mas, sobretudo, de uma conspiração envolvendo impérios e nações.

Ao contrário dos justos, que meditam na lei de Deus “de dia e de noite” (Salmo 1:2), os ímpios imaginam maneiras de romper com as restrições impostas pela autoridade divina em nome da liberdade, como se fosse possível obtê-la independentemente dos princípios do Céu (ver Tiago 1:25).
Nenhuma rebelião contra o governo de Deus pode prosperar, nem tampouco trazer prosperidade aos rebelados, e é exatamente nesse ponto que ela se revela inútil.
Contudo, os reis da Terra estão decididos em levantar-se contra o Rei dos reis, resistindo aos Seus reclamos. Apesar da misericórdia e paciência divinas, a atitude desafiadora dos ímpios não ficará sem uma resposta adequada.

A ideia pagã de unidade e tolerância religiosa

O que se convencionou chamar de Nova Ordem Mundial representa, antes de tudo, um conceito cuja motivação básica encontra-se muitas vezes escondida sob ideais profundamente enraizados, como a liberdade, a igualdade e a fraternidade. O desafio consiste em não deixar-se iludir pelas virtudes que os construtores do consenso proclamam ou procuram incutir, mas identificar os valores, as crenças dentro das quais essas virtudes são articuladas e os expedientes de que eles se servem para atingirem seus objetivos. A aparência de piedade não deve surpreender ninguém, “porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (II Coríntios 11:14-15).

A ideia de uma humanidade unida e uma única religião mundial não é de modo algum uma ambição recente. Ela remonta a Ninrode e aos construtores de Babel, os quais desafiaram a expressa instrução de Deus de que deveriam se multiplicar e encher a Terra (Gênesis 1:28; 9:1). Baseando-se em suas crenças pessoais e na reputação que obteve a partir de seus grandes feitos (Gênesis 10:8-9), Ninrode tornou-se o primeiro construtor de cidades e fundador do imperialismo. Entre as muitas cidades que construiu, Babel ou Babilônia figurava como o primeiro de seus reinos (verso 10).

Desde a sua origem, Babilônia foi considerada por seus habitantes uma cidade sagrada, conhecida como a “porta dos deuses”, segundo a crença popular de que a cidade era um reflexo do local de morada do seu deus. O templo dedicado a Bel era o ponto central de tudo, e dava o nome à cidade. Ao contrário da “porta estreita”, que representa a Cristo e Seu reino (Mateus 7:13-14; João 10:7, 9), a “porta dos deuses” ou “de Bel” era suficientemente larga para acomodar uma variedade de crenças, visto que entre os povos da Mesopotâmia havia, no geral, uma grande tolerância religiosa, e os deuses de uma região assimilavam os de outra. De fato, quando os sumérios entraram em contato com os semitas, novos deuses foram acrescentados ao panteão, e o resultado foi uma mistura de conceitos religiosos. (1)

Na qualidade de primeira sede da idolatria após o dilúvio, Babel e sua torre converteram-se num protótipo bastante apropriado da moderna Babilônia a que se refere João no Apocalipse, tanto do ponto de vista de seu sincretismo religioso, como, segundo observa Alexander Hislop, de seu plano para vincular toda a humanidade numa submissão cega e absoluta a uma hierarquia inteiramente dependente dos soberanos de Babilônia. (2) A intervenção divina frustrou os planos dos antigos construtores (Gênesis 11:5-9), e o que poderiam ter feito voluntariamente, em obediência à ordem do Senhor, viram-se agora obrigados a fazer por absoluta necessidade. Ao espalharam-se pela Terra, porém, levaram consigo para as mais distantes regiões do globo os mistérios de sua idolatria e a pretensão de “ligar todos os homens em uma abjeta sujeição ao sacerdócio”. (3)

Os reinos e impérios que sucederam a primitiva Babel preservaram, pois, de acordo com o seu próprio costume, a “antiga sabedoria” pré-diluviana que Ninrode pretendeu resgatar, e que continha aqueles elementos que geralmente caracterizam os falsos sistemas de culto, isto é, um forte sincretismo religioso, o caráter oficial da religião e o projeto de um único governo. O desafio ao plano de Deus representado pela torre de Babel sobreviveu nas religiões dos antigos mistérios, as quais, por sua vez, estavam em direta oposição ao verdadeiro culto a Deus.

Roma e o sincretismo religioso

Sob as motivações políticas do imperialismo antigo, encontrava-se, portanto, uma forte motivação religiosa, inseparável, na verdade, de qualquer outro aspecto da vida pública, e imbuída da mesma ambição pela qual uma elite de homens ímpios buscava sujeitar seus semelhantes aos caprichos de um sacerdócio corrupto. Vistos desta perspectiva, impérios mundiais como Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, a despeito de suas diferenças e singularidades, não passavam de ecos da primeira tentativa na história de unir a humanidade em torno de convicções comuns dentro de uma estrutura piramidal de poder.

Os mistérios da religião babilônica foram preservados por uma linhagem sacerdotal privilegiada, e sobreviveram às sucessivas invasões estrangeiras, mesmo depois da queda da cidade nas mãos dos medos e persas. Estes concederam liberdade aos habitantes de Babilônia, mas os sacerdotes caldeus posteriormente promoveram uma rebelião, sendo expulsos da cidade. Os derrotados fugiram para a Ásia Menor e fixaram seu colégio central em Pérgamo, onde passaram a promover livremente os ritos de sua religião. Quando o último rei da dinastia atálida deixou o seu reino para Roma em 133 a.C., Pérgamo tornou-se o elo entre a antiga Babilônia e o Império Romano, de modo que o corrupto sistema de idolatria caldeu rapidamente espalhou-se pela Itália. (4)

Dessa forma, Roma tornou-se o último dos grandes depositários originalmente pagãos da “sabedoria antiga”, uma espécie de nova Babilônia, até que o papado ocupasse definitivamente o seu lugar.

A propósito da mistura de diferentes credos que caracterizava a religião romana, A.H. Lewis escreve:

Antes do advento do cristianismo, houve uma forte tendência no Império Romano em direção ao sincretismo religioso. Considerava-se uma questão de cortesia reconhecer a religião de outras nações, e conceder-lhe proteção imperial, especialmente quando uma nação fosse amistosa ao império, ou fosse por ele subjugada. A forma prescrita de oração seria usada pelos representantes militares de Roma, que, depois de conquistarem uma nação, e tornarem seus habitantes cidadãos do império, deveriam logo em seguida rezar aos deuses daquela nação a fim de transferir sua lealdade e morada ao Capitólio do império. O “panteão” em Roma ainda está de pé, testemunhando como o império proveu uma casa para todos os deuses. Constitui um memorial de que quando o cristianismo, encarado na época como um tipo de judaísmo, ganhou influência suficiente, um lugar no Panteão foi oferecido para as estátuas de Cristo e de Moisés, de modo que pudessem estar entre aqueles que representam a religião do Egito e do Oriente. (5)

Quando o papado tomou para si o trono, as vestimentas e o título do imperador romano – pontífice máximo -, o qual detinha em suas mãos os assuntos civis e religiosos, era natural que se tornasse o novo porta-voz desse sincretismo religioso mergulhado em mistérios e demonstrasse a mesma ambição por um domínio não menos que universal. Tratava-se, pois, das mesmas características que marcaram figuras como Ninrode e os impérios que o sucederam, mas que agora se revestiam de um verniz cristão.

O redescobrimento das ciências ocultas

Se o catolicismo romano consiste de uma mistura entre paganismo e cristianismo dentro de uma estrutura rígida de poder, a Renascença representou uma reação à cultura eminentemente religiosa e teocêntrica que ele produziu durante o período medieval. Esse fenômeno favoreceu o surgimento de uma cultura leiga, antropocêntrica e humanista, mas com dimensões metafísicas inspiradas nas ciências ocultas e esotéricas de origem greco-romana e oriental.

Mircea Eliade observa que os primeiros humanistas italianos já haviam lançado as bases de uma nova orientação religiosa ao rejeitarem a teologia escolástica e as concepções medievais sobre o homem e o universo. No entanto, com a tradução dos tratados herméticos (ocultistas) por Marsílio Ficino (1433-1499), a história religiosa do Renascimento entrou numa fase que culminou com o triunfo do neoplatonismo em Florença e um interesse apaixonado pelo hermetismo em quase toda a Europa.

O redescobrimento das ciências ocultas pelos humanistas, os quais não renunciaram de todo ao contexto cristão, trazia consigo “uma reação contra o que se poderia chamar de cristianismo ‘provinciano’, quer dizer puramente ocidental, bem como a aspiração a uma religião universalista, trans-histórica ‘primordial'”. Pico della Mirandola (1463-1494) aprende o hebraico para iniciar-se na Cabala, que, segundo ele, precede e explica o Antigo Testamento. O papa Alexandre VI manda pintar, no Vaticano, um afresco repleto de imagens e de símbolos herméticos, ou seja, “egípcios”. O Egito antigo, a Pérsia mítica de Zoroastro, a “doutrina secreta” de Orfeu, revelam “mistérios” que ultrapassam as fronteiras judaico-cristãs e do mundo clássico recentemente redescoberto pelos humanistas. (6)

Portanto, conforme assinala Mircea Eliade, o valor exemplar do hermetismo derivava, em primeiro lugar e, sobretudo, do seu universalismo religioso, susceptível de restaurar a paz e a concórdia.

Essa influência do hermetismo atingiu protestantes e católicos, favorecendo, nuns e noutros, as tendências mais irénicas [conciliadoras]. A venerável religião revelada por Hermes e compartilhada no início por toda a humanidade poderia, nos nossos dias, restabelecer a paz universal e a harmonia entre os diversos credos. No centro dessa revelação encontra-se a “divindade” do homem, o microcosmo que é a síntese de toda a criação. (7)

Em segundo lugar, o hermetismo humanista revivia um tipo de gnosticismo, isto é, a expectativa de uma experiência crescente de conhecimento místico e esotérico pelo qual o iniciado poderia evoluir na compreensão de si mesmo e do cosmos. “Tudo o que está em cima é como tudo o que está em baixo”, e vice-versa, “para que se realize o milagre da unidade”. Dois componentes presentes nessa concepção, o panteísmo (a ideia de um Deus imanente contido em tudo e em todos) e o monismo (conceito segundo o qual o conjunto das coisas pode ser reduzido a uma única realidade, que é a energia cósmica) serão, no futuro, as bases do Movimento Nova Era.

A Ordem Rosa-Cruz e a renovatio ocidental

Foi o interesse quase generalizado pelo ocultismo nos círculos intelectuais mais influentes que inspirou o fervor por um universalismo religioso e uma reforma radical das instituições. Para os seus proponentes, a obra anônima Fama Fraternitatis tornou-se uma importante referência.

Publicado em 1614, esse pequeno livro exigia um novo modelo de educação. O autor revelava a existência de uma sociedade secreta, a dos Rosa-Cruz, cujo fundador, Christian Rosenkreuz, teria penetrado os “verdadeiros segredos da medicina” e, portanto, de todas as demais ciências. O autor da Fama Fraternitatis dirigia-se a todos os sábios da Europa, pedindo-lhes que se unissem fraternalmente para realizar a reforma do conhecimento; em outras palavras, para acelerar a renovatio do mundo ocidental. Esse apelo teve uma repercussão incomparável. Em menos de dez anos, o programa proposto pela misteriosa sociedade dos Rosa-Cruz foi discutido em várias centenas de livros e opúsculos. (8)

Sobre a origem dessa sociedade secreta, uma edição de 1617 da Fama diz que Christian Rosenkreuz aprendeu com “os conselhos dos sábios” uma “ciência universal e harmônica” a partir do Liber Mundi (Livro do Mundo), com base no qual “concebeu um plano de reforma universal, religioso, científico e artístico, para cuja execução se associou aos irmãos […]. Comunicou-lhes sua língua mágica, pediu-lhes o voto de castidade e deu-lhes seu nome de Rosa-Cruz.”

Essa Ordem se manifestou na França em 1889 e deu lugar a um agrupamento cujos membros mais conhecidos foram Stanislas de Guaita, F. Ch. Barlet e Papus. Nessa época, surgiram obras que foram o primeiro movimento de impulsão para as ciências ocultas, entre elas as obras de Stanislas de Guaita: Au Sevil du Mystère (No Umbral do Mistério), Temple de Satan (O Templo de Satã) e Clef de La Magie Noire (A Chave da Magia Negra), as quais manifestaram uma parte das doutrinas de iniciação esotérica. (9)

O ocultismo inverte os valores

A essa altura é importante ressaltar o quanto as filosofias místicas estão implicadas num amplo projeto de renovação radical da sociedade. Isso porque o seu universalismo religioso e essencialmente humanista constitui o fundamento natural para a criação de uma nova consciência planetária, inspirada em conceitos esotéricos sobre a natureza do homem e de Deus. Desse modo, nem mesmo o fim do mundo constitui a separação eterna entre o justo e o ímpio, segundo sustentava o místico francês Louis Claude de Saint-Martin, mas, ao contrário, a reconciliação e a redenção eternas e universais, “o objetivo do reinado da justiça e do amor”. (10)

 

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, cuja representação remete intuitivamente às tábuas da lei de Deus, como que as substituindo. Os símbolos pagãos revelam as verdadeiras motivações por trás do ideal revolucionário.

 

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, cuja representação remete intuitivamente às tábuas da lei de Deus, como que as substituindo. Os símbolos pagãos revelam as verdadeiras motivações por trás do ideal revolucionário.

Assim, não é de admirar que as sociedades secretas encarregadas de difundir o ocultismo e a “nova” consciência da humanidade procurassem enfatizar sua filiação histórica com as tradições espirituais do Egito e do Oriente Antigo. Da mesma forma, no século XIX, o espiritismo moderno, iniciado nos Estados Unidos e formulado por Alan Kardec, coincide com as concepções de mundo de orientação hindu, bastante diversas das propugnadas pela revelação cristã e que se tornarão muito populares no Ocidente.

A Maçonaria, cujo objetivo declarado é “desfazer nos homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e nacionalidade… de sorte que a Humanidade venha a ser uma só Família” (11), “trata exatamente da moral e do simbolismo dos Antigos Mistérios… Esta antiga Sabedoria é o fundamento em que se eleva a Maçonaria”. (12)

Uma ideia do que essa moral e simbolismo realmente representam é fornecida por Albert Pike, o “soberano pontífice dos maçons”, ao se referir à verdadeira identidade do deus a quem a Maçonaria chama de “Grande Arquiteto de Universo”. Em uma carta de instrução datada de 14 de julho de 1889, Pike escreveu:

Devemos dizer o seguinte às massas: Nós adoramos a um Deus, porém o adoramos sem superstição.

A vós, Soberanos e Grandes Instrutores Gerais, dizemos o que deveis repetir aos irmãos dos graus 32, 31 e 30: A religião maçônica deve ser mantida por todos nós, iniciados nos graus superiores, na pureza da doutrina luciferiana. […]

Sim, Lúcifer é Deus, e, infelizmente, Adonai também é Deus. Porque na lei eterna não há sombra sem esplendor, nem beleza sem desdouro, nem branco sem preto; pois o absoluto só pode existir como dois; porque a escuridão é necessária à luz para servir-lhe como contraste, da mesma forma que o pedestal é necessário à estátua, e os freios, à locomotiva. […]

Assim, a doutrina do satanismo é uma heresia; e a verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, igual a Adonai, porém Lúcifer é Deus da Luz e do Bem, o qual luta em favor da humanidade contra Adonai, deus da Escuridão e do Mal. (13)

 

A revolução humanista invoca o seu “deus”

Com efeito, o ideal revolucionário alardeado pela Maçonaria e outras sociedades místicas sob a bandeira de virtudes como liberdade, igualdade e fraternidade é expressamente inspirado no personagem a quem as Escrituras se referem como homicida, mentiroso e pai da mentira (João 8:44), “o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12:9).

No livro de ensinamentos maçônicos Morals and Dogma, escrito por Albert Pike, consta esta declaração:

O verdadeiro nome de Satã, dizem os cabalistas, é o de Yahveh invertido, pois Satã não é um deus negro, mas a negação de Deus. O Diabo é a personificação do Ateísmo ou Idolatria.

Para os iniciados, ele não é uma Pessoa, mas uma Força criada para o bem, mas que pode servir o mal. É o instrumento da Liberdade ou Livre Arbítrio. Estes representam essa Força, que preside sobre a geração física, sob a forma mitológica e cornuda do Deus PAN. (14)

Em outra obra maçônica, encontra-se o seguinte:

Lúcifer e Jesus. O primeiro simboliza a inteligência. O segundo, o coração […], a resignação. O primeiro, a rebelião perante o finito. […]

A rebelião de Lúcifer é a rebelião da razão, da mente, da inteligência humana, de sua transfinitude, contra a mortalidade, pela imortalidade, sempre sonhada e jamais alcançada. (15)

Não é de surpreender, portanto, que Lord Byron, em seu famoso poema, “Caim”, tenha invertido deliberadamente os papéis dos personagens bíblicos, exaltando Lúcifer à condição de figura grandiosa e modelo perfeito de rebelião contra a moral tradicional; ou que Karl Marx, em um poema intitulado “O Violinista”, confessasse: “Vê esta espada? O príncipe das trevas vendeu-a a mim” (16); ou, ainda, que Michael Bakunin, anarquista russo, escrevesse: “Mas eis que vem Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência.” (17) Tais ideias só podem refletir as crenças mais abjetas do ocultismo, não sendo de modo algum originais.

Igualmente, Helena Petrovna Blavatsky, ocultista, médium espírita e cofundadora da Sociedade Teosófica, cujos objetivos declarados incluem a formação de um núcleo de fraternidade universal na humanidade, sem qualquer tipo de distinção, afirma em sua obra A Doutrina Secreta:

A Igreja dá hoje ao diabo o nome de Escuridão, mas a Bíblia (ver Jó) o chama “Filho de Deus”, a estrela resplandecente da manhã, Lúcifer (ver Isaías). Há todo um sistema filosófico de artifício dogmático na razão pela qual o primeiro Arcanjo, que emergiu das profundezas do Caos, foi denominado Lux (Lúcifer), o “Filho Luminoso da Manhã”, ou da Aurora manvantárica. A Igreja o transformou em Lúcifer ou Satã, porque era mais antigo e de mais elevada categoria que Jeovah, devendo ser por isso sacrificado ao novo dogma. (18)

Não é difícil imaginar que espécie de fraternidade mundial poderia ser forjada a partir desses conceitos.

Previsivelmente, Madame Blavatsky, como era conhecida, e os herdeiros da escola teosófica, o casal Foster e Alice Bailey, estavam fortemente envolvidos com a Maçonaria, conforme revela Gary H. Kah em seu livro En Route to Global Occupation. (19)

Conclusão

Nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de Seu servo João, antecipou no livro do Apocalipse o verdadeiro espírito por trás da Nova Ordem Mundial, identificando os agentes de transformação global como sendo, em última instância, espíritos de demônios, operadores de sinais (Apocalipse 16:14). Os fatos apresentados acima, de forma tão condensada e dentro de um escopo limitado, testificam da exatidão da palavra profética, e nos advertem sobre as verdadeiras motivações do discurso consensual globalista tão em voga em nosso tempo, principalmente no meio religioso.

O gnosticismo moderno, como uma reminiscência dos antigos mistérios pagãos, inverte intencionalmente os papéis no tocante à luta entre o bem e o mal, seja na literatura, nas artes ou no cinema, apresentando a sua própria versão (falsificada, naturalmente) do grande conflito (não é mera coincidência que grande parte da indústria cultural seja dirigida por maçons). Contudo, o último livro da Bíblia revela da maneira mais enfática de que lado do conflito nós devemos realmente estar, se não quisermos ser cúmplices de uma conspiração inútil, fadada desde o início ao mais absoluto fracasso:

Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Reis dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele. (Apocalipse 17:14)

Que possamos escolher o lado dos vencedores, e, pela virtude do sangue de Cristo, nosso Deus e Senhor, estar entre aqueles que entoarão o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:

Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos. (Apocalipse 15:3-4).

 

Notas e referências

1. “Ancient Babylonia – Religion of the Ancient Near East”. Disponível em:Bible History; Michael Roaf, Mesopotâmia (Grandes civilizações do passado). Barcelona: Folio, 2006, p. 74.

2. Alexander Hislop. The Two Babylons. Third Edition. London: Houlston and Wright, 1862, p. 9.3. Ibid., p. 15.

4. Roy A. Anderson. Revelações do Apocalipse. Segunda Edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988, p. 34, 146 e 147; Alexander Hislop, op. cit., p. 352 e 353.

5. A.H. Lewis. A Critical History of Sunday Legislation from 321 to 1888 A.D. New York: D. Appleton and Company, 1888, p. 5 e 6.

6. Mircea Eliade. História das Crenças e Ideias Religiosas. Universidade de Chicago, p. 227 e 228.

7. Ibid., p. 229 e 230.

8. Ibid., p. 233.

9. Henri Durville. Os Mistérios da Maçonaria e das Sociedades Secretas. Quinta Edição. Ed. O Pensamento, p. 107 a 109.

10. Ad. Frank. La Philosophie Mystique en France a la Fin du XVIII Siècle. Paris: Germer Baillière, 1866, p. 197.

11. A. Tenório D’Albuquerque. Sociedades Secretas: as suas Organizações, Mistérios e Objetivos. Rio de Janeiro: Aurora, 1957, p. 323.

12. R. Swinburne Clymer. Antiga Maçonaria Mística Oriental. São Paulo: Pensamento, 1970, p. 34.

13. A.C. de La Rive. La Femme et L’enfant dans La Franc-Maçonnerie Universelle. Paris: Delhomme & Briguet, 1894, p. 588 e 589.

14. Albert Pike. Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. New York: Robert Macoy, 1878, p. 102.

15. Luis Umbert Santos. Cincuenta Lecciones de Cultura Masonica. Pax-México, 1985, p. 24.

16. Richard Wurmbrand. Marx and Satan. Westchester, ILL: Crossway Books, 1990, p. 14 e 15.

17. Michael Bakunin. God and the State, 1871.

18. H.P. Blavatsky. The Secret Doctrine: The Synthesis of Science, Religion, and Philosophy. Vol. I – Cosmogenesis. London: The Theosophical Publishing Company, 1888, p. 70 e 71.

19. Gary H. Kah. En Route to Global Occupation: A High Ranking Government Liaison Exposes the Secret Agenda for World Unification. Lafayette, LA: Huntington House Publishers, 1992, p. 88 a 90.

 

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Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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