A Queda de Lúcifer

-Você pode ler a história completa de Lúcifer em Isaías 14 ; Ezequiel 28:13-19; e Apocalipse 12:4-12.

Por que Lúcifer se rebelou tornando-se o diabo? Ele cria que poderia se tornar Deus, assentar-se em Seu trono, a despeito do fato de que foi Cristo que o criou (ver João 1:3) e deu-lhe tudo, incluindo a liberdade de escolha e a posição de querubim chefe junto ao trono (Ezequiel. 28:14 e 15) e, portanto, possuía grande autoridade.

Lúcifer era o ser criado mais exaltado no Universo. Ele deveria sentir gratidão e saber que Aquele que o criou era o Criador e não o ser criado. A criatura nunca poderá se tornar o criador. No entanto, foi isso o que Satanás buscou ser. O orgulho é cego. Assim, o pecado, que é rebelião contra Deus, teve suas raízes na exaltação pessoal e dependência de si mesmo. Lúcifer sabia que dependia de Cristo para sua vida (ver Sal. 36:9), no entanto sempre enfatizava o “eu”, em atitude de independência (a idéia aparece cinco vezes em Isa. 14:13 e 14).

A rebelião de Lúcifer não foi pública de início. Começou em sua mente. É aí onde iniciam todos os pecados. O pecado não é apenas o ato exterior, é o pensamento interior. Lúcifer se tornou Satanás na mente. Ele ponderou a respeito da posição ocupada por Cristo e passou a invejá-Lo. Queria tomar o trono dAquele que recebera o trono e passou a odiá-Lo. O ódio contra alguém é assassinato (ver I João 3:15), e é por isso que Deus o chamou de assassino e mentiroso desde o início (ver João 8:44). A inveja e o ódio de Satanás por Cristo levaram-no a lançar uma campanha de desinformação contra Ele entre os anjos (ver Apoc. 12:10).

As Escrituras dizem a respeito de Satanás: “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ezeq. 28:15 e 16). A palavra hebraica para “maldade” é rekullah, que significa “comércio” ou “negócio”. Como salientou Richard Davidson: “comércio propagado” referindo-se a bens ou à maledicência. Aqui Satanás propagou a maledicência entre os anjos a respeito de Deus. A controvérsia cósmica se propagou com a maledicência, caluniando como injusto o caráter de Deus.

Satanás, de forma silenciosa e sediciosa, invadiu a paz e a alegria do Céu com o egoísmo. “Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Satanás reivindicou ser a melhor opção para governar o Céu. Sua influência permeou o paraíso como o câncer. Um terço dos anjos sucumbiram a seus enganos e lançaram sua sorte com ele (ver Apoc. 12:4).
Tristemente são proferidas as palavras: “Como você caiu dos Céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à Terra, você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: Subirei aos Céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo” (Isa. 14:12-14). Satanás queria assumir o lugar de Cristo. Desejava ser igual a Ele na posição, não no caráter. Seu desejo de poder era movido por motivos egoístas. Queria ser Deus. Não surpreende que tenha instado Cristo, no deserto, a prostar-Se e adorá-lo! (Ver Mat. 4:8 e 9).

Satanás, o príncipe deste mundo

Depois que foi expulso do Céu, Satanás colocou seu foco no planeta Terra com o fim de levar a raça humana a se rebelar contra Deus (ver Gên. 3:1-5). Satanás sabia que Deus havia dado a todas as criaturas, angelicais e humanas, a liberdade de escolha.

Foi o mau uso dessa liberdade que levou Lúcifer e seus anjos a se rebelarem e agora ele empregaria a mesma técnica com nossos primeiros pais. Adão e Eva, feitos à imagem de Deus (ver Gên. 1:26 e 27), eram seres livres. Podiam conversar com Deus, e Deus esperava que servissem e obedecessem voluntariamente e por amor. Novamente o mau uso da liberdade por parte de Adão e Eva levou-os e a toda a humanidade a serem escravos do pecado e de Satanás. Deus sabia que a liberdade era um risco, mas valia a pena correr esse terrível risco visto que no fim da história todos os seres criados escolherão livremente seguir a Cristo para sempre.

Deus advertiu Adão e Eva de que podiam morrer caso comessem do fruto proibido (ver Gên. 2:16 e 17). Mas Satanás, na forma de uma serpente, disse a Eva: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” (Gên. 3:4 e 5). Eva duvidou da palavra de seu Criador e aceitou a palavra do tentador.

Desta forma, por meio de Adão e Eva o pecado entrou no mundo, e toda a humanidade caiu presa dele e de seus efeitos (ver Rom. 5:12). Por conseguinte, Satanás pretendia ser o senhor da Terra (ver Jó 1:7).

Jesus chamou-o de “príncipe deste mundo” (João 12:31), e Paulo rotulou-o como “O deus desta era” (II Cor. 4:4). Como príncipe e deus deste mundo, Satanás reivindicou a raça humana como lhe pertencendo. Mas Cristo veio a este mundo para reconquistar o mundo perdido.

O livro de Jó apresenta-nos as “Nações Unidas” cósmicas onde Adãos de diferentes mundos vêm para o concílio cósmico. Esses representantes vêm como líderes de um mundo. Cristo criou cada um desses mundos e cada Adão (ver João 1:1-3), também chamados de “filhos de Deus” (Jó 1:6). Cada um domina sobre seu mundo, assim como foi dado a Adão e a Eva o domínio deste mundo (ver Gên. 1:26). Mas Adão e Eva perderam sua posição que, devido ao pecado, foi usurpada por Satanás. Portanto, ele compareceu ao concílio. “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1:6, ERAB).

No Concílio Cósmico, Cristo perguntou a Satanás: “Observaste a Meu servo Jó? Por que ninguém há na Terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:8, ERAB). Esta é uma prova daquele que livremente seguia a Cristo, na controvérsia cósmica. O livro de Jó revela o drama dessas perguntas, e pode-se imaginar que os anjos e habitantes de todos os mundos observavam para ver se Jó permaneceria fiel a Cristo.

Cristo permitiu que Satanás matasse e destruísse sua família e seus bens (ver Jó 1:6-20). Em vez de blasfemar contra Deus, Jó “levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se rosto em terra, em adoração, e disse: Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor. Em tudo isso Jó não pecou e não culpou a Deus de coisa alguma” (Jó 1:20-22).

Em outra reunião do concílio (ver Jó 2:1 e 2), Cristo perguntou novamente a Satanás a respeito de Jó. “Pele por pele!, respondeu Satanás. Um homem dará tudo o que tem por sua vida. Estende a Tua mão e fere a sua carne e os seus ossos, e com certeza ele Te amaldiçoará na Tua face” (Jó 2:4 e 5). Novamente Cristo permitiu que Satanás provasse Jó. “Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça” (Jó 2:7). Em meio a tudo isso Jó permaneceu fiel a Cristo e foi por Ele felicitado (ver Jó 42:7), sendo-lhe devolvida duas vezes mais a prosperidade que tinha antes (ver Jó 42:10).

Jó é um tipo de todos os que serão salvos. Cada um testemunha ao Universo a respeito da justiça de Deus. Paulo tinha uma compreensão clara a esse respeito. O propósito de Deus era que “mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o Seu eterno plano que Ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Efés. 3:10 e 11).

Portanto, a visão mundial bíblica é muito mais do que salvação humana. Ela diz respeito à controvérsia cósmica da qual a salvação dos seres humanos é apenas uma parte. É fácil para os cristãos pensarem que tudo se centraliza na Terra e, em certo sentido, isso é verdade, porque aqui é o teatro no qual a controvérsia está se desenrolando. Mas o interesse no que acontece aqui não está confinado a este mundo e Céu.

A Escritura é clara quanto ao fato de que Cristo criou os mundos

(aviw/naj – aionas, plural, Hebreus 1:2, era ou mundos,2 traduzido “mundos” na tradução inglesa King James e “Universo”, na Nova Versão Internacional). Estes e os anjos não caídos vêem, com grande interesse, o andamento do conflito cósmico na Terra.

 

Autor: Weleson Fernandes


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Sobre Weleson Fernandes

Evangelista da Igreja Adventista do sétimo dia, analista financeiro, formado em gestão financeira, pós graduado em controladoria de finanças, graduado em Teologia para Evangelistas pela Universidade Adventista de São Paulo. Autor de livros e de artigos, colunista no Blog Sétimo dia, Jovens Adventista. Tem participado como palestrante em seminários e em Conferências de evangelismo. Casado com Shirlene, é pai de três filhos.

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