“Mas Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos curados.” (Isa. 53:5)
A oração de Daniel
Era o ano 539aC, e o império babilônico já havia caído, faziam alguns meses. Daniel estava angustiado, pois havia a profecia de Jeremias 25:12, que diz: “acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de babilônia e a desta nação…” e de Jeremias 29:10, que diz: “Logo que se cumprirem para Babilônia setenta anos atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar.”
Pois, já havia caído babilônia, e nem sinal do cumprimento da restauração de Israel. Nada acontecia, ninguém se movia, não havia nenhuma iniciativa. Tudo parecia como há tempos, sem alteração. Não surgia nenhum interesse por retornar a Jerusalém. Algo estava errado. Daniel, preocupado com essa situação, já muito idoso, pôs-se a estudar mais profundamente as profecias de Jeremias, e tentava entender seu significado em conexão com a visão que ele mesmo tivera anos antes (Dan. 8:14) de que a purificação do templo só seria após 2.300 anos. Parece que a restauração do templo de Jerusalém não seria para agora, mas para séculos, milênios mais tarde. É o que dava a entender.
Então Daniel não fez o que muitos outros fazem, ele não tentou adivinhar ou criar interpretação a partir dele mesmo. Estudou profundamente para buscar mais compreensão, mas na medida em que não conseguia, não inventava. Havia uma hipótese, uma teoria, apenas uma teoria, de que a restauração de Jerusalém poderia ser após os 2.300 anos da visão dada a ele. Não se tratava de revelação, mas de mero fruto de estudo. Teorias podemos ter, desde que elas esperem adequadamente comprovação ou não, quer pelos fatos, quer por revelação divina. Teoria significa matéria a ser comprovada, e não podem ser tratadas como revelação definitiva.
Diante da possibilidade teórica da restauração do templo ser para muito depois dos dias de Daniel, este consagrado homem ficou angustiado, e passou a lutar com DEUS: quão grande era o pecado dele e do povo, pensava ele!!! Então pôs-se a orar, e a pedir perdão de seus pecados, e dos pecados do povo. Perplexo, então, pediu que deus ouvisse, atendesse e agisse (Dan. 9:19). Ele estava angustiado em extremo por causa da enormidade dos pecados e do respectivo castigo, que ao que tudo indicava, não era de 70 anos, mas de 2.300 anos.
Então, o amado filho, enquanto ainda orava, tendo pedido perdão pelos seus pecados e pelos pecados do povo, quando passou a pedir que DEUS agisse, DEUS, naquele momento, agiu. Enquanto ainda falava, veio o anjo para explicar a Daniel o significado de todas essas coisas, dos setenta anos e dos 2.300 anos, que se referiam a fatos distintos.
Essa é a oração que nós, servos de DEUS devemos fazer hoje. É tempo de JESUS voltar, mas aprece que nada vai acontecer por muito tempo. Mesmo assim, os sinais estão todos aí, cumprindo-se, mas por quanto tempo continuarão se cumprindo? Parece que tão pouco está sendo feito diante do que precisa ser feito, ao menos é insuficiente para que seja pregado a todas as pessoas da Terra em pouco tempo (meses por exemplo), para que venha o fim, e JESUS volte. É hora de orar tal como Daniel, pedindo que DEUS nos purifique, que purifique a igreja, e que nos una como irmãos que se amam, que estejam aliados entre si pelo amor, para então derramar Se Espírito em grande medida, muitas vezes superior ao que temos hoje. A unidade entre os irmãos tem uma seqüência:
1º) Unirmo-nos individualmente com JESUS, assim como Ele está unido com Seu Pai;
2º) unirmo-nos entre nós, em nossas famílias – com o cônjuge e/ou com os pais, com os membros do lar, com os familiares;
3º) então, unirmo-nos com todos os irmãos da igreja (o joio não se unirá), tornando-nos uma grande família, poderosa pela presença mais abundante do espírito do Senhor;
4º) como uma só pessoa, perfeitamente unidos pelo amor fraternal, selados na convicção de adorar unicamente o Criador, com o poder do Espírito Santo, sair a pregar, e em bem pouco tempo, que por certo pode ser contabilizado em meses (menos de uma ano, mais de um ano?), concluir o trabalho de evangelização (não nos esqueçamos, no pentecostes, com um único e curto sermão de Pedro, quase 3.000 pediram o batismo).
Naquele tempo um só homem orou, e veio a resposta. Se hoje orarmos assim, com a mesma convicção e contrição de coração, unidos entre nós, é óbvio, a prometida resposta virá. Assim como Daniel era “mui amado”, também nós o somos, e seremos atendidos. Basta de mais de 6 bilhões de seres humanos sofrerem nesse planeta cheio de problemas por causa do pecado. Tal como Daniel, que incessantemente queria entender as profecias (veja Dan. 7:15, 16 e 19; 8:15; 9:2 e 3) e preocupava-se com as visões proféticas (veja Dan. 7:28; 8:27) e o anjo sempre o atendia e explicava as visões (veja Dan. 7:16; 8:16 e 17, 21 – 23; 10:12, 21), assim é hoje, e será muito mais intensamente. Essa atitude foi a que levou a apenas um homem clamar pelo cumprimento de uma profecia, e ela se cumpriu. Hoje, a profecia da volta de JESUS não tem data, mas tem dezenas de sinais que dizem: Ele já pode voltar! Então, não é hora de tomar uma atitude como a de Daniel?
Daniel 8 e 9: vínculos e conexão
Em Daniel 8:14 relata-se o recebimento da profecia das 2.300 tardes e manhãs, ou seja, anos. Diante das dúvidas de Daniel, o anjo explicou que, o tempo de contagem desse grande período seria justamente a partir da ordem da restauração da reconstrução de Jerusalém e do templo, fato tão desejado por Daniel. Então tudo ficou claro ao profeta. Os 70 anos eram verdadeiros e os 2.300 anos também, mas referiam-se a coisas e épocas diferentes. Seriam 70 anos de cativeiro e não mais, e período dos 2.300 anos para a purificação do santuário era outra coisa, para o tempo do fim (Dan. 8:17 e 26 e 9:26), o santuário seriam o celeste, não para ser reconstruído, mas para ser purificado dos pecados, por JESUS, como sumo sacerdote. O período maior sucederia o menor. De fato, foram três decretos para a restauração de Jerusalém. O primeiro deles saiu logo no ano seguinte, mas para a contagem dos 2.300 anos, toma-se o terceiro, o definitivo e último, que ratificou todos anteriores, e que ocorreu em 457 aC (porém, desde o primeiro decreto já se iniciou a restauração de Jerusalém, em tempos muito difíceis, com muita oposição, interna e externa).
As setenta semanas
“Setenta semanas estão decretadas (ou “cortadas”, “determinadas”) para o seu povo e sua santa cidade, a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas, trazer justiça eterna, cumprir a visão e a profecia, e ungir o santíssimo.” (Dan. 9:24)
De dentro do maior período profético de todos os tempos, os 2.300 anos, foram separados setenta semanas (não confundir com os 70 anos de cativeiro babilônico), isto é, 490 anos (70 x 7, cada semana tem sete dias, e em profecia um dia é um ano), reservados para o povo de DEUS. Portanto, havia muito tempo para esse povo tomar uma atitude de arrependimento, assim como Daniel estava preocupado. Ele havia orado pelo povo, para que fosse perdoado, e que se arrependesse de seu pecado, e o anjo lhe disse que esse povo, após iniciada a contagem dos 2.300 anos, teria dentro desse grande tempo, 490 anos para:
a) seu povo e sua santa cidade – esse tempo era para povo de Israel posicionar-se em definitivo, ou a favor de DEUS, obedecendo-O, ou rejeitando-O em definitivo. Eles reconstruiriam a cidade, o templo, e restabeleceria o governo, com a liberdade política restaurada. Isso tudo não ocorreu pela luta do povo, mas pelo favor de DEUS, que levou um império inimigo a decretar leis favoráveis a um povo em cativeiro. Alguém já viu algo parecido na história?
b) Acabar com a transgressão – isto é, tornar-se um povo santo.
c) Dar fim aos pecados – isto é, obedecer aos mandamentos e não mais adorar deuses estranhos.
d) Expiar as culpas – isto é, arrepender-se dos pecados praticados, e não querer mais praticá-los, mudando de vida.
e) Trazer justiça eterna – isto é, aplicar o juízo de DEUS, que nunca muda.
Obs.: Os elementos anteriores, “b” até “e”, tornaram-se factíveis porque, em Jerusalém seria morto o Cordeiro de DEUS, que tira os pecados do mundo. Pelo sangue de JESUS seria ungido o santo dos santos. A justiça é eterna porque o ato intercessório de JESUS é eficaz e definitivo, portanto, quem trouxe a justiça eterna foi JESUS, quando morreu na cruz.
f) Cumprir (selar = garantir) a visão e a profecia – isto é, a profecia se tornaria realidade, conforme prevista, significa que, pelas datas em que se dariam os fatos com JESUS (27, seu batismo, 31, sua morte na metade da última semana, ou últimos 7 anos dos 490, precisamente localizado na profecia – Dan. 9:27), toda a profecia se tornaria precisa e confiável, ou seja, a purificação do santuário celeste de fato começou em 1844. As outras datas, anteriores e posteriores também são confirmadas (seladas) pelas datas relacionados aos fatos com JESUS.
g) Ungir o santíssimo – isto é, para consagrar o santuário celestial, que somente seria possível em razão da morte de JESUS.
Então, as setenta semanas, ou os 490 anos, foram especialmente oferecidos ao povo de Israel, o povo escolhido, para que este povo também tivesse amplo e vasto tempo e escolhesse ao Senhor como Seu DEUS. No final desse tempo, na última semana, o próprio Senhor veio, em pessoa, para tentar conquistar, pelo Seu infinito amor demonstrado no Gestêmani e no Calvário, o povo para si. Apesar de ter sido massacrado pelo Seu próprio povo, Ele os perdoou dizendo que não sabiam o que estavam fazendo. E apesar da crueldade e do desprezo como o trataram, ainda assim, morreu por eles, e também por todos os gentios, incluindo a nós, amando a todos, sem uma palavra de reclamação (Isa. 53:7 – Ele não abriu a Sua boca!). Pobre povo! Não ouviu os profetas enviados pelo Senhor, mas matou-os, e também rejeitou o próprio Senhor, matando-O na cruz. Nisso estavam cumprindo algo que não lhes cabia: no plano da salvação alguém deveria matar JESUS. No caso, deveria ter sido o império romano pagão. Mas este apenas seguiu a imposição do próprio povo de DEUS, que entregou a um povo pagão o seu Redentor para morrer por eles mesmos, e por esse meio seriam salvos, se O aceitassem mais tarde. Mas da forma como agiram, não aceitaram a sua morte, mas com outra morte, a de Estêvão, no ano 34, ratificaram sua determinação de rejeição como povo, de ser o povo escolhido. Foram escolhidos, mas não escolheram ser escolhidos. Então terminaram para eles os 490 anos de oportunidade de se manterem povo de DEUS. Se tivessem escolhido o arrependimento, hoje DEUS teria tanto uma igreja quanto uma nação. Com que poder maior poderia Ele influenciar o mundo com a mensagem da verdade? DEUS os escolhera, mas eles não escolheram a DEUS. Enfim, terminou o tempo para eles, como povo. Hoje, já se exaure o tempo para nós, humanidade, fazermos a mesma escolha!
No seu ódio, não discerniram o amor extremo de seu Senhor, que somente os amou, e O rejeitaram. A Daniel foi explicado: não eram 2.300 anos de castigo, mas apenas 70, e já estavam terminando; em vez de um grande castigo de 2.300 anos, como Daniel supunha, ao contrário, foram 490 (70 x 7!) de oportunidade de reconciliação, para refazer a aliança de amor com seu Senhor. O próprio Senhor tentou restabelecer a aliança de amor com Seu povo, mas conseguiu apenas alguns poucos adeptos, com os quais, fundou Sua igreja, para abranger a todos, judeus e gentios. Mas esses adeptos, inicialmente poucos, hoje já se somam milhões ao longo do tempo. Ele veio fazer uma firme aliança com muitos (Dan. 9:27), e se tornaram muitos.
Antes de JESUS veio João Batista, como Elias, chamando a nação para o arrependimento. Assim como Elias, o tesbita, João foi um reparador de brechas. Pois foi decapitado. Hoje a igreja deve fazer o trabalho de Elias, restaurando a verdade ao seu lugar de honra, pregando-a a toda nação, tribo e língua, então JESUS virá outra vez, não para morrer, mas para resgatar.
Eles mataram os profetas, e durante os 3,5 anos de pregação do próprio JESUS, o tempo todo brigavam e se opunham a Ele. Em vez de aceitarem seus ensinamentos, cada vez mais endureciam seus corações contra o que dizia, a pondo de não mais crerem n’Ele.
É triste. DEUS tirou Abraão da idolatria dos caldeus, e fez dele um povo peculiar. Do filho da promessa, Isaque, Ele criou, com cuidados de um Pai, uma grande e poderosa nação para testemunho de quem é DEUS. Fez isso com carinho e amor, cuidou deles no Egito, não se esqueceu deles. Cuidou deles na travessia do mar morto. Deu-lhes Sua eterna lei, fazendo aliança de amor com eles. Alimentou-os no deserto, protegeu-os. Levou-lhes para um lar prometido. Ele mesmo os introduziu em Canaã, com seu braço forte. Mas o que fizeram? Ao cabo dos 490 anos derradeiros para que também escolhessem a quem já os escolhera, mataram-no. Se Daniel conhecesse esses detalhes relacionados ao seu próprio povo, não suportaria! Ele poderia pensar: minha oração não foi atendida. Mas isso seria um engano. A oração ainda está sendo atendida, ao longo dos séculos, milhares de pessoas aceitaram o restabelecimento das aliança de amor proposta por JESUS. Isso fez com que hoje aja um povo em forma de igreja, que prega a verdadeira fórmula do amor que leva à verdadeira paz, não a paz como o mundo busca, mas a paz sem violência e sem armas, perfeita e eterna.
De dentro do próprio povo de DEUS que se tornou inimigo de DEUS, saíram pessoas sinceras com as quais JESUS fundou uma igreja, que fizesse o trabalho que Seu povo/nação não queria fazer. Assim como haviam surgido muitas nações inimigas de DEUS, por causa da igreja de CRISTO surgiram muitas igrejas que não pregam aquilo que Ele ordenou (Mat. 28:18 – 20). Estes que foram escolhidos por JESUS saíram de Seu próprio povo/nação, assim como hoje já saem das igrejas que se voltaram contra as doutrinas bíblicas, pois a ordem é: “sai dela povo meu” saí de babilônia (Apoc. 18:4).
No final dos 490 anos dados ao povo de DEUS, ocorreu uma cena que não pode ficar desapercebida. Ela diz respeito a todos nós. Pedro negou por três vezes a JESUS. Quando se deu conta do que fez, olhou para JESUS. Viu em JESUS um semblante de tristeza pelo pecado da negação, e, ao mesmo tempo, um semblante de perdão, por causa do amor que tinha por Pedro. E Pedro foi perdoado, por causa do amor que já estava levando JESUS ao sacrifício, por Pedro, e por todos os demais, incluindo-nos também. Estava aí presentes os ingredientes da vida: tristeza pelo pecado, vergonha e arrependimento, perdão por causa do amor, mudança de vida para a obediência.
A vinda do Messias (a última semana)
O estudo do período dos 490 anos determinados para o povo de DEUS permite entendimento sobre assuntos hoje astutamente polemizados. Ele, o Messias, não veio para destruir os profetas ou a lei, mas para restabelecer as coisas em seu lugar. Para isso, precedeu-lhe João Batista, que, como Elias o tesbita, trabalhou na preparação da primeira vinda de JESUS, o Salvador.
O Salvador veio para estabelecer uma firma aliança com muitos. Essa é a aliança do amor, a lei no coração. Aquilo que estava apenas escrito em tábuas de pedra, agora, por exemplo, testemunho e ensino, JESUS veio implantar no coração. É a lei do amor, em forma de Dez Mandamentos, que ensinam como amar a DEUS, os 4 primeiros mandamentos, e como amar o próximo, os seis restantes, restabelecida às condições de dirigir a vida de cada ser arrependido. A aliança que Ele fez foi algo sublime. Assim como Ele praticou a Lei, a obedeceu, do mesmo modo, por exemplo e por ensinamento, quer levar-nos a fazer o mesmo. Ele morreu por esse motivo, para que não mais estivéssemos debaixo da condenação da lei, como transgressores, mas sob a proteção da lei, pela obediência. Uma lei desobedecida precisa condenar, mas a mesma lei, se obedecida, protege contra a condenação. Fazendo-se Ele mesmo condenação em nosso lugar, livrou-nos da condenação que pesava sobre nós, e nos coloca numa situação que se chama graça, ou seja, estamos livre da condenação anterior. Portanto, a graça é uma vida de liberdade de condenação, porque outro pagou pela sentença que deveríamos pagar: a morte eterna. Por isso, agora estamos debaixo da graça, não da condenação da lei. A graça existe porque JESUS, O Salvador, pagou o que cabia a nós pagar. Agora somos livres para outra vez estarmos aliados com Ele e com DEUS, fiéis e obedientes aos Seus mandamentos. É simples entender: para fazer justiça, não se deve mudar a lei, deve-se cumpri-la, o que JESUS veio fazer. Estar sob a graça não é estar livre da lei, como se não existisse lei, mas estar livre da condenação da lei, que não mudou nem foi anulada.
A aliança que JESUS veio fazer com muitos explica-se da seguinte forma. Ele veio explicar como se aplicam os Dez Mandamentos para amar a DEUS e para amar o próximo como a si próprio. O reino de DEUS é um reino de liberdade, livre arbítrio para obedecer ao que é bom, e o amor é bom, o melhor que existe. DEUS é amor, assim como a Sua lei é a lei do amor e da liberdade.
A aliança é algo simples, é um pacto de outra vez todos nos amarmos mutuamente. Isso está explícito no Cap. 17 de João: assim como estão unidos JESUS e DEUS, assim nós unidos com Ele e entre nós. Essa é a aliança, e essa é a finalidade dos Dez Mandamentos. Observe-se que os mandamentos não podem salvar ninguém, isso só JESUS pôde fazer. A lei só faz duas coisas: se obedecida, protege, se desobedecida, castiga. E se a lei for obedecida, há vida com felicidade por causa do amor, e aprende-se a viver cada vez melhor, com qualidade de vida cada vez superior. Isso é ter a lei no coração, ou seja, a chamada nova aliança, que não é outra coisa senão o restabelecimento da lei dos Dez Mandamentos ao seu lugar: o coração e a mente dos seres inteligentes, para que se torne eficaz.
Cronologia das 70 semanas (ou 490 anos)
A chave de segurança da grande profecia dos 2.300 anos se encontra nas datas da parte dos 490 anos separados para o povo de DEUS. Diz em Dan. 9:25 que da saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém…, desde essa data, se contaria o início dos 2.300 anos. Houve três decretos, e também três retornos de judeus para Jerusalém.
a) Reinado de Ciro (539 – 530) – seu edito, de 537, iniciou a reconstrução do templo, o que foi embargada pouco depois, por 15 anos;
b) Reinado de Cambises (530 – 522) que não decretou nada;
c) Dario I (522 – 486) emitiu o segundo decreto em 518, apenas uma ratificação do primeiro, para a reconstrução do templo, em 4 anos, e se reinicia a reconstrução;
d) Então reinou Xerxes (Que é Assuero) que casou-se com Ester, e em seu reinado ocorreu a tentativa de exterminar o com o povo judeu por Amã, com um precedente de decreto de morte.
e) Seguiu-se Artaxerxes I (486 – 423) que emitiu o terceiro decreto, em 457. Esse decreto faz reiniciar a reconstrução para concluir toda a obra em 408, quando se concluem as 7 semanas (49 anos) de tempo para essa reconstrução (Dan. 9:25). A profecia divide as 70 semanas (ou 490 anos) para o povo de DEUS, em três períodos: 7 semanas (para a reconstrução e restauração do governo) mais 62 semanas até o ungido, quando JESUS é batizado, no ano 27, e uma última semana para o ungido, na metade da qual ele foi morto, no ano 31 e no final foi morto Estêvão, no ano 34. Então terminou o tempo aos judeus como país e povo de DEUS. O que DEUS lhes deu entre os anos 457 até 408, o restabelecimento da capital, do templo e do governo, perderam nessa data de 34aD, por sucessivas rejeições, até que, como povo, ofenderam definitivamente o Espírito Santo, não desejando mais ouví-Lo.
f) Nesse meio tempo, durante a reconstrução de Jerusalém, do templo e dos muros, satanás atacou o povo de DEUS com embargos, tentativas de suborno, acusações de levante político, sedução pela idolatria, casamentos mistos com mulheres de pagãs, exploração entre irmãos, chantagem, intimidação, infiltração de inimigos, corrupção entre líderes e juizes, na tentativa de embaraçar a reconstrução do templo para a adoração do verdadeiro DEUS. Foi uma luta em que DEUS levou o Seu povo a sair-se vitorioso, mas houve muita luta, em muitas frentes.
Houve três retornos, em três datas: (1º) com Zorobabel, quando retornou a maior parte, em 538/537, logo após a oração de Daniel; (2º), com Esdras, em 458, 80 anos depois; e (3º), com Neemias, em 445, a definitiva.
Aspecto importante: o primeiro decreto ajudou na preparação do decreto de Artaxerxes, que foi completo e definitivo (o segundo decreto só confirmou o primeiro). Portanto, o primeiro decreto criou as condições para o retorno, pois já havia algo em Jerusalém, quando saiu o decreto definitivo, 90 anos depois. E assim, o povo de DEUS teve alento, pois algo já estava acontecendo, o restabelecimento de Judá como pais estava transcorrendo. Veja, isso é algo que saberemos quando nos encontrarmos com Daniel, mas parece que, não fosse a oração dele, pode ser que saísse apenas o decreto definitivo, o terceiro, e os 70 anos de cativeiro se estenderiam por 180 anos. Mas como profecias se cumprem sempre, vemos aí a participação de uma amado homem que orou, e assim o decreto definitivo foi antecipado em parte, e a libertação de fato se iniciou no final dos 70 anos profetizado por Jeremias. Muito interessante isso, como DEUS nos dá oportunidade de participarmos em Suas decisões e no cumprimento de Suas profecias. Imagine-se hoje, o quanto serão importantes nossas orações para que se cumpra logo o retorno de JESUS, e que Sua ordem de conclusão da obra da pregação da verdadeira adoração se conclua rapidamente. É grande a nossa oportunidade de trabalhar com O Criador!
Conclusão
Há aqui dois importantes períodos em destaque: os 2.300 anos, ao final dos quais o santuário celeste seria purificado (Dan. 8:14) e, dentro dos 2.300 anos, o período de 490 anos, ao final dos quais, O Salvador se manifestaria por Seu povo e pela humanidade. Os 490 anos foram um tempo para que o povo de DEUS se definisse para sempre qual a sua vontade: se seguir o Senhor seu Criador, ou se seguir a outro senhor. No tempo em que se expirava essa importante decisão, a plenitude dos tempos, o próprio Senhor veio à terra para restabelecer a aliança de amor com Seu povo, mas foi rechaçado e morto. Nisso, tornou-Se vencedor e Salvador, para salvar, agora não mais um país, mas, ainda, o povo desse país e de todos os países do mundo, para os quais o evangelho passou a ser levado (a toda nação, tribo, língua e povo).
Destaca-se que a última semana do período dos 490 anos foi especial. Metade dela o próprio Senhor trabalhou entre nós, na outra metade, seus servos continuaram o trabalho, e então, se espalharam pelo planeta todo, cumprindo o mandato de pregar a todas as nações. O que isto nos está a dizer? Que de fato, o Salvador fez uma aliança com alguns durante 3,5 anos, e que esses saíram a estender a proposição dessa aliança pelo mundo inteiro, e assim, o pequeno grupo inicial se tornou grande, pelo que Daniel diz que JESUS faria uma aliança com muitos (Dan. 9:27). Nos 3,5 anos que JESUS ensinou a eles sobre como os queria amar, demonstrou até à morte o tamanho desse amor. E há algo que só pode ser explicado pelo amor: por que o tempo dado ao povo de DEUS como país não expirou com a morte de JESUS, no ano 31? Por que receberam mais outros 3,5 anos, até o ano 34? Por causa do amor que O senhor tinha para com eles. Ele fez tudo por eles, até que morreu por eles. Agora lhes daria mais um tempo, mais 3,5 anos, para que ainda, se for possível, aproveitassem a morte de JESUS, seu Senhor, aquele que os formou como nação, na verdade, seu Pai, e se sentissem atraídos por JESUS na cruz, com a pregação dos apóstolos. Se JESUS não os atraiu como nação, talvez a cruz o fizesse, talvez a demonstração do amor até a morte obtivesse êxito, talvez após a morte eles se voltassem à Ele. Talvez, pela pregação das testemunhas de JESUS, se arrependessem. Havia ainda um pequeno tempo, mas também foi rejeitado, não quiseram fazer aliança de amor com o amor. A aliança que O Senhor propunha é a seguinte (traduzida em palavras atuais): Eu, O Senhor, vosso Criador, quero-vos de volta porque vos amo! Eu que os formei como seres humanos, Eu que os constituí como nação peculiar, como povo santo, quero ser vosso DEUS e vós sereis Meu povo. Vim aqui entre vós para morrer por vocês, em vosso lugar, porque não tenho prazer na vossa morte, quero-vos vivos para junto de Mim. Eu gosto muito de vocês, e quero ser como um membro de vossa família, quero ser aquele que vos serve, que providencia tudo o que vocês necessitam. Não vai faltar nada, antes mesmo que peçam, terão resposta favorável minha. Agora peço-vos que vão e anunciem aos demais tudo o que vos ensinei sobre o reino do amor e da vida eterna. Proponde essa minha aliança a todas as pessoas do mundo, de todas as nações, então Eu voltarei e vos receberei para viverem para sempre no Meu reino eterno de paz e de amor, com total felicidade. Hoje é o ainda é o tempo de fazer isso! O convite ainda está sendo estendido, mas, o tempo para aceitar já é muito pequeno. Cremos firmemente que logo Ele voltará.
Prof. Sikberto R. Marks
Escrito em: 21-04-2002