Escavações Arqueológicas Adventistas Encontram Templo da Idade do Ferro

Descoberta relacionada à história bíblica e adoração moabita.

Confirmando e complementando uma compreensão moderna da história bíblica, um arqueólogo e historiador adventista do sétimo dia descobriu importantes ruínas e artefatos da Idade do Ferro, de três mil anos, num templo na cidade de Ataruz, Jordânia.

“Esse templo é muito maior do que esperávamos. Talvez eu necessite duas ou três temporadas de trabalho para escavar o sítio e descobrir os eventos históricos que aconteceram no local”, declarou Chang Ho Ji, professor e diretor do Departamento de Aconselhamento e Psicologia Escolar e professor do Departamento de História da La Sierra University, uma universidade adventista localizada em Riverside, Califórnia (EUA).

“Esta é uma descoberta extremamente importante e está relacionada com a história bíblica. É muito emocionante”, analisa Lawrence Geraty, presidente emérito e professor de arqueologia da universidade. Geraty foi pioneiro na cooperação entre instituições adventistas, incluindo o Atlantic Union College, Universidade Canadense, Andrews University, La Sierra University e o Reino da Jordânia. A cooperação entre essas universidades e a Jordânia foi  iniciada em 1984, com a escavação em Tall al-‘Umayri.

Na coletiva para imprensa em Amã, o diretor-geral do Departamento Jordaniano de Antiguidades, Ziad Saad, anunciou a recente descoberta do maior templo da região, que data do início da Idade do Ferro II (1200-600 a.C).

O templo, contendo vários compartimentos, inclusive um pátio medindo 12 por 12 metros, possui mais de trezentos artefatos de adoração, levando os especialistas a crerem que pode ter sido uma sede política e religiosa tanto para os moabitas como para o reino israelita do norte.

Vasos, jarras e estátuas de divindades estavam entre as recentes descobertas relacionadas com o templo em Khirbet Ataruz, perto de Dhiban, a aproximadamente 50 quilômetros ao sul de Amã, localizada na encosta oeste de Jabal Bani Hamida. O sítio atual está localizado próximo à estrada que leva ao sítio do Grande Palácio de Inverno no rei Herodes.

Segundo relatórios da mídia, os itens, muitos dos quais foram encontrados em agosto, dão aos especialistas uma visão mais completa da civilização da Idade do Ferro e do passado da Jordânia.

De acordo com o jornal Jordan Times, mais de mil anos antes de os nabateus construírem um império comercial em toda a cidade de Petra (que é totalmente construída em rochas), os  moabitas, amonitas e edomitas dominaram a região durante um período em que floresceu a ciência, a expansão e a cultura.

A cidade de Ataruz é mencionada na Bíblia e na Estela do rei Mesa como “Atarote”, porém o verdadeiro significado do nome “ainda não foi descoberto”, disse Saad ao Jordan Times.

Embora os documentos históricos frequentemente mencionem os reinos da Idade do Ferro como estando do lado oeste do rio Jordão, Saad observa que as descobertas de Khirbert Ataruz marcam a primeira vez que os estudiosos têm evidências arqueológicas para voltar à teoria da existência de civilizações com sofisticação científica, cultural e econômica.

Vários artefatos históricos foram descobertos, em agosto, pela equipe da La Sierra University, que está escavando Khirbet Ataruz desde 2000, com o apoio da Versacare, Inc., uma entidade beneficente localizada em Riverside.

Entre as descobertas está uma estátua de um deus com formato de boi e cerca de trezentos vasos, lâmpadas e altares para os rituais religiosos. Na Antiguidade, o boi era frequentemente relacionado às principais divindades da região, incluindo El, Hadad e Baal.

A qualidade, diversidade e condição das peças, feitas de barro, pedra, basalto e bronze, mostra a tecnologia avançada e uma economia próspera no lado oeste do rio Jordão, há mais de três mil anos.

Saad afirma que, embora apresentem boas condições, a maior parte das peças de Ataruz estava quebrada, indicando que o templo, na Jordânia central, sofreu um fim violento.

Muito do que se conhece sobre o templo de Ataruz foi aprendido do rei Mesa, imortalizado em um tablete de basalto, onde estão listadas suas vitórias e realizações. Conhecido como Estela de Mesa, o tablete foi descoberto próximo a Dhiban e agora está exposto no Museu do Louvre, em Paris.

Acredita-se que os moabitas – descritos na Bíblia como descendentes de Moabe, neto de Ló e sobrinho-neto de Abraão (Gn 19) – foram tribos cananitas que se instalaram na região entre o rio Jordão e o deserto do Oriente, próximo do que é agora Dhiban, no século 15 a.C. Seu reinado terminou com a invasão persa, aproximadamente no sétimo século a.C.

Segundo Saad, os especialistas agora vão trabalhar na catalogação, teste e pesquisa dos artefatos de Ataruz, para obter uma compreensão melhor sobre os reinos da Idade do Ferro, que no passado governaram a Jordânia.

Ji disse à Adventist Review que o templo descoberto em Atarus, foi o “maior e mais bem preservado templo dos tempos bíblicos. Será importante para esclarecer as práticas de culto e a vida religiosa daquele período”.

Artigo de autoria de Mark A. Kellner, editor de notícias da Adventist World, com reportagem de Taylor Luck, do jornal Jordan Times (Jordânia). Publicado na revista Adventist World de Novembro/2010.

Sobre Weleson Fernandes

Escritor & Evangelista da União Central Brasileira

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